EFEITOS DA ELETROTERAPIA E TREINAMENTO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA ANORRETAL: UM ESTUDO DE CASO Taís Cerentini¹, Bruno Dittberner Dutra², Ana Cristina Sudbrack³, Katia Mirian Carneiro⁴ . ¹Acadêmica do curso de fisioterapia UNISC, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, ²Fisioterapeuta residente no programa de residência multiprofissional do Hospital Santa Cruz, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, ³Prof. Ms. Curso de fisioterapia UNISC, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, ⁴ Acadêmica do curso de fisioterapia UNISC, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. Contextualização: A incontinência anorretal é definida como a perda inesperada de gases, fezes liquidas ou sólidas, devido à disfunção esfincteriana ou a incapacidade de protelar uma evacuação em condições socialmente adequadas, em indivíduos com idade acima de 4 anos. Gera grande desconforto, constrangimento e insegurança, interferindo na qualidade de vida. A continência anal é a capacidade de impedir a perda fecal, de uma evacuação não desejada ou não programada, sendo mantida por uma interação entre a musculatura anal e do assoalho pélvico, integradas com controle neural somático e autonômico. A incontinência anorretal apresenta maior incidência em mulheres e tem como fatores de risco as lesões do nervo pudendo e do esfíncter anal por trauma obstétrico; além das lesões cirúrgicas do esfíncter anal, distopias genitais e neuropatia diabética. A fisioterapia, através do treinamento dos músculos do assoalho pélvico e da eletroestimulação, pode suprimir ou minimizar esta disfunção, promovendo o retorno da função esfincteriana e consequentemente corrigindo outras inadequações pélvicas. Objetivo: A proposta deste estudo foi verificar a melhora na qualidade de vida, física e psicológica, de uma mulher diagnosticada com incontinência anorretal através de eletroestimulação e cinesioterapia. Materiais e Métodos: Uma paciente do sexo feminino, 51 anos, que procurou atendimento fisioterapêutico na clínica escola FisioUnisc, na Universidade de Santa Cruz do Sul. No primeiro atendimento foi realizada avaliação fisioterapêutica, onde continha dados de identificação, anamnese e exame físico. Os atendimentos foram realizados duas vezes por semana, com duração de 45 minutos, totalizando 25 sessões, intercalando a eletroestimulação e a cinesioterapia. Nos primeiros atendimentos foi realizada conscientização da contração do assoalho pélvico com balão. Nas sessões seguintes foi utilizado Dualpex Uro, eletrodo intracavitário anal, inicialmente foi utilizada uma frequência mais baixa, evoluindo conforme tolerância até 65Hz, 2mA, 1/8 contração/repouso, associando contrações voluntárias com o estimulo; durante aproximadamente 20 minutos. A cinesioterapia teve como objetivo treino de força, explosão, resistência e coordenação, sendo que o número de série e repetições foi aumentando conforme relato de melhora da paciente. Iniciouse a cinesioterapia em decúbito dorsal, evoluindo para sedestação e ortostase. Foram utilizados dispositivos, como: bola dez, bola suíça, theraband, cama elástica e step para associar com as contrações. Resultados: através da avaliação, foi observado na inspeção que a paciente possuía contração perineal subjetiva reconhecível com uso de musculatura acessória e baixa resistência. Durante a palpação foi verificado presença de cicatriz perineal, apresentando AFA grau 1. Na avaliação inicial referiu perda de fezes ao menos duas vezes por semana, e após o tratamento fisioterapêutico já não apresentava perdas fecais ou de flatos. O AFA na avaliação final apresentou grau 3. Conclusão: com o termino do tratamento fisioterapêutico e avaliação final foi observado uma melhora relevante, tanto em relação à incontinência quanto ao seu estado psicológico, propiciando melhora na qualidade de vida da paciente. Palavras-chave: incontinência anorretal; fisioterapia; eletroestimulação; cinesioterapia