tratamento fisioterapêutico em paciente com incontinência urinária e

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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM INCONTINÊNCIA
URINÁRIA E DISFUNÇÃO ERÉTIL PÓS-PROSTATECTOMIA: UM ESTUDO DE
CASO
BRUNO DITTBERNER DUTRA1; TAÍS MARQUES CERENTINI2; KÁTIA MIRIAM
CARNEIRO2; ANA CRISTINA SUDBRACK³
1
Fisioterapeuta residente no programa de residência multiprofissional do Hospital Santa Cruz,
Santa Cruz do Sul, RS, Brasil;
2 Acadêmica do curso de fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz
do Sul, RS, Brasil;
³ Prof. Ms. Curso de fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do
Sul, RS, Brasil.
Contextualização: O adenocarcinoma prostático é reconhecido mundialmente como
um dos mais importantes problemas de saúde que acometem o homem. A estimativa
para o Brasil, biênio 2016-2017, aponta o câncer de próstata como o mais recorrente,
serão cerca de 60 mil novos casos. A prostatectomia radical (PTR) consiste na retirada
total da próstata, além da excisão das vesículas seminais, dos linfonodos pélvicos
bilaterais e do esfíncter uretral proximal, permanecendo apenas o esfíncter uretral distal,
que por sua vez manterá a continência. Todavia, o esfíncter uretral distal pode ter sua
inervação e estruturas de suporte lesionadas, resultando em diversas complicações,
sendo a incontinência urinária a mais comum. Objetivo: Verificar os efeitos de um
tratamento fisioterapêutico na recuperação da continência urinária e da função sexual
de um paciente prostatectomizado. Materiais e Métodos: Estudo de caso individual
desenvolvido na Clínica Escola FisioUNISC, na cidade de Santa Cruz do Sul - RS,
durante as atividades do Estágio Supervisionado em Fisioterapia da Universidade de
Santa Cruz do Sul, no período de agosto a dezembro de 2015, totalizando 44 sessões.
Resultados: Um homem de 56 anos, agricultor aposentado, sem história pregressa de
disfunções urogenitais. Seis meses antes de iniciar o tratamento fisioterapêutico na
Clínica Escola FisioUNISC, paciente relatou forte algia na região do assoalho pélvico
enquanto realizava o trabalho de campo. Procurou atendimento médico e fez exames
complementares, através dos quais foi constatado aumento do Antígeno Prostático
Específico (PSA), sendo submetido à PTR, permaneceu com sonda vesical por 15 dias
após a cirurgia. Durante a inspeção fisioterapêutica paciente apresentou perda contínua
de urina. Relatou usar cerca de cinco fraldas por dia, o que o restringia de ter uma vida
social ativa e de realizar suas atividades de vida diária. Referiu também ter ficado
impotente após o procedimento cirúrgico e que anteriormente possuía vida sexual ativa,
o que impactou negativamente na autoestima e qualidade de vida. No teste de Avaliação
Funcional do Assoalho Pélvico (AFA), foi observada debilidade na função perineal
objetiva e contração perineal subjetiva reconhecível, mas com uso de musculatura
acessória. Enquanto que o reflexo cremastérico se apresentou presente à esquerda e
ausente à direita do saco escrotal. Nos primeiros trinta e quatro atendimentos
fisioterapêuticos foram realizados exercícios de Kegel e eletroterapia através do
aparelho Dualpex URO com eletrodos de superfície na região perianal, evoluindo nas
variações dos programas (despertar do períneo e reforço do períneo) conforme resposta
do paciente. Ao final desta primeira etapa o paciente havia diminuído consideravelmente
a perda de urina e reduziu o uso para três fraldas por dia. Nas últimas dez sessões,
utilizou-se uma sonda anal para realização da eletroterapia, a fim de intensificar os
resultados do tratamento. Ao final da terapia, o paciente apresentou na AFA função
perineal objetiva, presente e boa, e subjetiva com resistência opositora >5 segundos.
Além disto, diminuiu para duas fraldas por dia e relatou ter obtido algumas ereções
durante a noite. O tratamento foi interrompido, mas foi sugerido o retorno para
potencialização da melhora obtida até o momento. Conclusão: Observou-se a
importância da fisioterapia na recuperação da continência urinária e da função sexual
masculina, contribuindo para melhora da qualidade de vida de homens
prostatectomizados.
Palavras-chave: Prostatectomia; Incontinência Urinária; Disfunção Erétil; Fisioterapia.
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