Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde ISSN: 1415-6938 [email protected] Universidade Anhanguera Brasil Iuras, Anderson ESTUDO DE FATORES CENTRAIS E PERIFÉRICOS RELACIONADOS AO CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR EM MODELOS EXPERIMENTAIS Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. XIII, núm. 1, 2009, pp. 19-27 Universidade Anhanguera Campo Grande, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26012800003 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Ensaios e Ciência Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Vol. XIII, Nº. 1, Ano 2009 Anderson Iuras Faculdade Anhanguera de Taubaté [email protected] ESTUDO DE FATORES CENTRAIS E PERIFÉRICOS RELACIONADOS AO CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR EM MODELOS EXPERIMENTAIS RESUMO Sabe-se hoje que o controle da ingestão alimentar é algo muito complexo, dependente da ação de várias substâncias como: hormônios, nutrientes, proteínas, neuropeptídios, neurotransmissores que, atuando em várias regiões cerebrais, influenciam a ingestão alimentar e o gasto energético. As interações entre estes múltiplos fatores não estão, entretanto, completamente elucidadas. O controle da ingestão alimentar é feito através de mecanismos de curto e de longo prazo, que continuamente informam ao cérebro sobre o estado nutricional do organismo. A leptina e insulina são alguns dos fatores relacionados com o controle da ingestão alimentar. O desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético leva à obesidade. Em humanos as formas de obesidade encontradas geralmente são poligênicas e dependentes de fatores ambientais para expressão do fenótipo obeso, sendo raras as obesidades monogênicas, portanto, os distúrbios metabólicos e neurais que levam à obesidade são complexos e pouco entendidos. Palavras-Chave: tecido adioposo; hiptotálamo; ingestão alimentar; leptina; interleunina; óxido nítrico. ABSTRACT It is known today that the control of food intake is very complex, depending on action of various substances such as hormones, nutrients, protein, neuropeptide, neurotransmitter that, acting in several brain regions to influence food intake and energy expenditure. The interactions between these multiple factors are not, however, fully elucidated. Controlling food intake is done through mechanisms for short and long term, which continuously inform the brain about the body's nutritional status. The leptin and insulin are among the factors related to the control of food intake. The imbalance between food intake and energy expenditure leads to obesity. In the human forms of obesity are found usually polygenic and dependent on environmental factors for expression of the obese phenotype, and the rare monogenic obesity thus the neural and metabolic disorders leading to obesity are complex and poorly understood. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Keywords: adipose tissue; hipothalamus; food intake; leptin; interleukin; nitric oxide. 20 Estudo de fatores centrais e periféricos relacionados ao controle da ingestão alimentar em modelos experimentais 1. INTRODUÇÃO O controle da ingestão alimentar é feito através de mecanismos de curto prazo e de longo prazo, que continuamente informam ao cérebro sobre o estado nutricional do organismo (KONTUREK et al., 2004). A leptina é um dos fatores relacionados ao controle de longo prazo. É um hormônio produzido principalmente por adipócitos, de forma proporcional à quantidade de gordura estocada, que atua como um sinal periférico de adiposidade (SCHWARTZ et al., 2000). A leptina inibe a ingestão alimentar e estimula a termogênese, agindo em receptores de várias regiões hipotalâmicas como núcleo arqueado (ARC), núcleo paraventricular (PVN), hipotálamo lateral (LH), hipotálamo ventromedial (VMH) e dorsomedial (DMH) (CAMPFIELD et al., 1995; HAKANSSON et al., 1998; BASKIN et al., 1999). Ao interagir com seus receptores, a leptina induz a expressão de supressor da sinalização de citocinas (SOCS-3), proteína que inibe a sinalização da própria leptina sobre seus receptores (BJORBAEK et al., 1998). A insulina também desempenha a função de sinalizador de adiposidade, circula em níveis proporcionais à massa adiposa e atua em receptores hipotalâmicos, em áreas envolvidas no controle da ingestão alimentar (NISWENDER; SCHWARTZ, 2003). Sua administração central reduz a ingestão, enquanto sua deficiência, como a que ocorre no diabetes mellitus, induz hiperfagia (BASKIN et al., 1999). Além de receptores de insulina, receptores sensíveis à glicose são amplamente encontrados em neurônios hipotalâmicos, dentre estes, estão os glicorresponsivos, que aumentam a atividade com o aumento de glicose, e os glicossensíveis que aumentam a taxa de disparo com a diminuição de glicose (WILLIAMS et al., 2001). O desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético leva à obesidade. Em humanos as formas de obesidade encontradas geralmente são poligênicas e dependentes de fatores ambientais para expressão do fenótipo obeso, sendo raras as obesidades monogênicas (BOUTIN; FROGUEL, 2001; GROOP; ORHO-MELANDER, 2001). Os distúrbios metabólicos e neurais que levam à obesidade são complexos e pouco entendidos. Para o estudo destes distúrbios vários modelos experimentais de obesidade têm sido utilizados, dentre eles, o modelo de obesidade induzida por dieta, à obesidade induzida por lesão hipotalâmica e as obesidades de origem genética. No modelo de obesidade induzida por dieta, alimentação hipercalórica é oferecidos aos animais (LEVIN; DUNN-MEYNELL, 1997; LEVIN, 1999), que desenvolvem resistência à insulinia e hiperleptinemia (WOODS et al., 2003). Um modelo muito Anderson Iuras 21 utilizado de obesidade hipotalâmica é a induzida por glutamato monossódico (MSG), onde ratos recém-nascidos recebem, por via subcutânea, altas doses de MSG, aminoácido neuroexcitatório que promove destruição de neurônios localizados principalmente no núcleo arqueado (ARC) (ROSE; WEICK, 1986; RIBEIRO et al., 1997), importante área hipotalâmica relacionada com o controle da ingestão alimentar. Entre os vários modelos de obesidade genética, estão os camundongos ob/ob, que produzem leptina truncada, camundongos (db/db) e ratos Zucker (fa/fa), que possuem mutação dos receptores de leptina (SPIEGELMAN; FLIER, 1996; SCHWARTZ et al., 2000). A obesidade Zucker (fa/fa), caracteriza-se por resistência à leptina devido à produção de receptores não funcionais para este hormônio. Além de acentuada deposição de gordura, apresentam hiperfagia e redução do gasto energético (BASKIN et al., 1999). Ratos Zucker obesos possuem resistência à insulina e hiperinsulinemia (DRYDEN et al., 1995). A hiperinsulinemia e o peso corporal diminuíram após transplante de núcleo da rafe, importante fonte de 5-HT, de embriões Zucker normais para obesos, sugerindo que um distúrbio serotoninérgico pode estar presente neste tipo obesidade (FETISSOV et al., 2000). Provavelmente devido à resitência a leptina, apresentam ainda deficiência na secreção de gonadotrofinas, que estimula o eixo reprodutivo, ativando a liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) (SONE; OSAMURA, 2001). Alterações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) parecem também estar envolvidas na manutenção da obesidade nos ratos Zucker, pois estes animais apresentam hipercorticosteronemia e a adrenalectomia atenua a obesidade (BRAY et al., 1992). Foi demonstrado que a termogênese induzida pela dieta está diminuída nos ratos Zucker obesos (SPECTER; STERN; HORWITZ, 1996). Essa deficiência parece ser devida a falha de sinalização para o sistema nervoso simpático, já que a administração de drogas simpatomiméticas a filhotes obesos promove aumento da atividade termogênica para o mesmo nível dos magros (KORTNER; PETROVA; SCHMIDT, 1992). Foi demonstrado, em ratos normais, que injeção intracerebroventricular (i.c.v.) de neuropeptídeo Y (NPY) induz hiperfagia e diminui a atividade termogênica no tecido adiposo marrom (TAM) (BILLINGTON et al., 1991), infusão de NPY no núcleo paraventricular (PVN) reduz a atividade simpática e aumenta a atividade parassimpática (DIJIK et al., 1994). Ratos Zucker obesos apresentam elevado teor hipotalâmico de NPY, que parece estar relacionado à falta de sinalização de leptina e diminuição da atividade simpática (DRYDEN et al., 1995; WILLIAMS et al., 2001). Em condições normais, a ação central da leptina e da insulina reduz a expressão de fatores orexígenos como o NPY e a proteína relacionada ao gene agouti (AgRP) (FLIER; 22 Estudo de fatores centrais e periféricos relacionados ao controle da ingestão alimentar em modelos experimentais MARATOS-FLIER, 1998) e estimula a liberação de fatores anorexígenos como o hormônio alfa melanócito-estimulante (α-MSH). O α-MSH inibe a ingestão alimentar, através da ativação de receptores de melanocortinas MC-3 e MC-4, sendo este efeito antagonizado pela AgRP (WISSE; SCHWARTZ, 2001; SEELEY; DRAZEN; CLEGG, 2004; WILLIAMS et al., 2004). Em camundongos ob/ob, que não expressam leptina funcionalmente ativa, os fatores anorexígenos estão reduzidos, normalizando-se após tratamento com leptina (SPIEGELMAN; FLIER, 1996). (Figura 1). Neurônios de segunda ordem Gasto energético Ingestão alimentar MC4-R Y-R Balanço energético AgRP 3º ventridulo NPY/AgRP POMC-αMSH Neurônios de primeira ordem Núcleo Arqueado Leptina Insulina Tecido adiposo Pâncreas Linhas pontilhadas = inibição; linhas contínuas = estimulação ou liberação. Figura 1 – Esquema modificado de Niswender e Schwartz (2003), propondo ação de fatores periféricos como leptina e insulina no controle do balanço energético, através da modulação de neurônios de proopiomelanocortina (POMC) e NPY no núcleo hipotalâmico arqueado (ARC). 2. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado através de revisão da literatura utilizando trabalhos científicos. Anderson Iuras 3. 23 DISCUSSÃO Pelos dados acima expostos podemos observer que o controle da ingestão alimentar é regulado por complexos mecanismos envolvendo uma infinidade de fatores. Uma grande quantidade de fatores orexigenos e anorexígenos são descobertos a cada ano. Foi mostrado que a atividade da interleucina-1β no cérebro desempenha importante papel na anorexia associada a condições patológicas como câncer e infecção, e também na hipofagia induzida pela leptina (LUHESHI et al., 1999). Há evidências de que os mecanismos da anorexia induzida por IL-1β envolvem suas interações com neuropeptídios e neurotransmissores hipotalâmicos que fazem parte do sistema central de controle do balanço energético (PLATA-SALAMÁN, 1998). Dentre os numerosos fatores que agem no hipotálamo, a serotonina (5-HT) inibe a ingestão alimentar e estimula o gasto energético (MEGUID et al., 2000). Há dados de que a IL-1β estimula a liberação e o metabolismo hipotalâmico de serotonina, o que indica que esta amina desempenhe um papel na mediação da redução da ingestão causada pela IL-1β (SHINTANI et al., 1993; BREBNER et al., 2000). Este fato é corroborado por estudos que observaram que a antagonização de receptores serotoninérgicos bem como a inibição da síntese de 5-HT atenuaram o efeito hipofágico da IL-1β (VON MEYENBURG; LANGHANS; HRUPKA, 2003). Evidências também sugerem que o Óxido Nítrico (NO) pode influenciar os mecanismos que modulam a ingestão de alimentos. Alguns autores observaram que inibidores da NOS reduzem a ingestão alimentar e o peso corporal em ratos e camundongos, magros e obesos (SQUADRITO et al., 1993 e 1994; HUI; CHAN, 1995). Stricker-Krongrad, Beck e Burlet (1996) também observaram que o inibidor da NOS, LNAME, diminui de forma dose dependente a ingestão alimentar em ratos Zucker obesos, mas não em magros, sugerindo ser esse efeito mediado por aumento da atividade da 5HT. Os dados que relacionam o NO à obesidade são ainda controversos Citocinas são polipeptídos secretados por vários tipos celulares, que além de influenciarem as funções imunes, podem interferir no metabolismo energético. Apresentam vários efeitos dependentes de ações sobre o SNC, entre eles anorexia, febre e ativação do eixo HPA (HUI et al., 1996; LANGHANS; HRUPKA, 1999). As citocinas produzidas perifericamente podem acessar o SNC por transporte saturável através da barreira hematoencefálica (BANKS et al., 1991; BANKS, 2001). Vários trabalhos têm demonstrado que as citocinas agem centralmente de forma aditiva e sinérgica para inibir a ingestão alimentar. Administração i.c.v. de IL-1β, IL-8 e 24 Estudo de fatores centrais e periféricos relacionados ao controle da ingestão alimentar em modelos experimentais TNF-α, individualmente ou através de múltiplas combinações, inibiu a ingestão alimentar, enquanto administração i.p. de doses equivalentes às administradas centralmente não teve efeito (SONTI; FLYNN; PLATA-SALAMÁN, 1997; SONTI; ILYIN; PLATA-SALAMÁN, 1996). Infusão i.v. de IL-1α, sozinha ou combinada com TNFα, reduziu o número de refeições em ratos (YANG et al., 1994). Microinjeção i.c.v. de IL-1β diminuiu de forma dose dependente a ingestão alimentar e peso corporal em ratos, enquanto TNF-α, IL-6 e IL-8 foram menos potentes (PLATA-SALAMÁN et al., 1996). O efeito anorexígeno da IL-1β se dá principalmente através de ação sobre receptores (IL-1 R1) hipotalâmicos (SONTI; FLYNN; PLATA-SALAMÁN, 1997). Foi observado aumento da ingestão alimentar após administração no VMH de antagonista do receptor de IL-1 (IL-1Ra) em ratos anoréticos portadores de tumor (LANGHANS, 2000). A IL-1β causa anorexia por reduzir, a cada episódio alimentar, a quantidade de alimento ingerido e o tempo de alimentação (PLATA-SALAMÁN, 1994). Um dos mecanismos propostos para explicar esta ação é o efeito inibitório da IL-1β sobre neurônios glicossensíveis no LH e o efeito estimulatório sobre neurônios glicorresponsivos no VMH (PLATA-SALAMÁN, 1998; PLATA-SALAMÁN; OOMURA; KAI, 1998). Outro importante mecanismo de ação proposto é o efeito inibitório da IL-1β sobre o NPY, fator orexígeno, e o efeito estimulatório sobre a liberação hipotalâmica de αMSH, 5-HT, e histamina, importantes agentes anorexígenos (LANGHANS; HRUPKA, 1999). Entretanto, Swiergiel et al. (1999) observaram que a hipofagia induzida em camundongos por lipopolissacarideo (LPS) e IL-1β, não foi influenciada por agentes depletores ou antagonistas serotoninérgicos, dopaminérgicos ou histaminérgicos, sugerindo sobreposição de múltiplas vias na mediação do efeito anorexígeno das citocinas. Observervamos através desta revisão que o controle da ingestão alimentar é muito complexo e regulado por inúmeros fatores, estando longe de estar completamente esclarecido. A obesidade hoje é um problema de saúde pública e os modelos experimentais de obesidade são de grande valia para tentarmos desvendar a interação intrincada entre estes inúmeros fatores, cada qual, contribuindo de maneira diferente para o controle da ingestão alimentar (WILLIAMS et al., 2004). Os distúrbios metabólicos e neurais que levam à obesidade são complexos e pouco entendidos (KONTUREK et al., 2004), sendo necessários ainda muitos estudos para podermos tentar entender os mecanismos que predispõem ou conduzem a obesidade. Podemos ressaltar que, quando estes mecanismos estiverem mais bem esclarecidos, poderemos entender melhor os inúmeros elementos que tornam a obesidade predisponente a várias doenças, causando Anderson Iuras 25 uma infinidade de mortes entre os seres humanos todos os anos (BOUTIN; FROGUEL, 2001). REFERÊNCIAS BASKIN, D.G.; LATTERMANN, D.F.; SEELEY, R.J.; WOODS, S.C.; PORTE JR, D.; SHWARTZ, M.W. Insulin and leptin: dual adiposity signal to the brain for the regulation of food intake and body weight. Brain Res, v. 848, p. 114-23, 1999. BANKS, W.A; ORTIZ, L; PLOTKIN, S.R; KASTIN, AJ. Human interleukin (IL) 1-alfa and murine IL-1 beta are transported from blood to brain in the mouse by a shared saturable mechanism. J. 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