Protocolo Vigilancia Epidemiologica Cont V

Propaganda
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DENGUE - ESQUISTOSSOMOSE - LEISHMANIOSE VISCERAL - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - DOENÇA DE CHAGAS - ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
DENGUE ....................................................................................................................... 91
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ..................................................... 102
DOENÇA DE CHAGAS .............................................................................................. 106
ACIDENTES POR ANIMAIS PAÇONHENTOS ....................................................... 110
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 114
Manual das ações programáticas
89
Modelo Saúde Todo Dia
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PROTOCOLO DAS ANTROPOZOONOSES
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Secretaria Municipal de Saúde
PROGRAMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE AGRAVOS TRANSMISSÍVEIS
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Febre Hemorrágica da Dengue
É um Arbovírus do gênero Flavivírus. São
conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3, 4.
Reservatório
A fonte de infecção e reservatório vertebrado é o ser humano.
Vetores
° Grau I - febre acompanhada de sintomas inespecíficos. A única manifestação hemorrágica é a prova do
laço positiva.
São mosquitos do gênero Aedes, sendo a
espécie Aedes aegypti a mais importante na
transmissão da doença.
° Grau II - além dos sintomas do Grau
I, somam-se homorragias espontâneas leves (sangramentos de pele,
epistaxe, gengivorragia e outros).
Período de Incubação
Varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5
a 6 dias.
° Grau III - colapso circulatório, com
pulso fraco e rápido, e pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e
fria e inquietação.
Modo de Transmissão
A transmissão se faz através da picada de
mosquito Aedes aegypti. Após um repasto de
sangue com presença de vírus (período de
viremia - que vai do dia anterior ao aparecimento da febre até o sexto dia da doença), o
Manual das ações programáticas
○
○
.
Agente Etiológico
° Grau IV - choque profundo, com ausência da pressão arterial e pressão
de pulso imperceptível (Síndrome do
Choque da Dengue)
91
Modelo Saúde Todo Dia
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Dengue Clássico - os sintomas mais comuns são febre (39 a 40 °c) de início
súbito seguidas de cefaléia, mialgia,
prostração, artralgia, anorexia, astenia,
dor retroorbital, náuseas, vômitos,
exantema, prurido cutâneo, podendo
ocorrer também Hepatomegalia dolorosa. Em alguns casos, geralmente em
adultos pode ocorrer manifestações Hemorrágicas como: petéquias, epistaxe,
gengivorragia e metrorragia, e em crianças pode acontecer dor abdominal.
A doença tem duração de 5 a 7 dias,
podendo persistir debilidade física por
várias semanas.
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Manifestações clínicas
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Doença febril aguda, que pode ser de curso
benigno ou grave, dependendo da forma como
se apresente: infecção inaparente, Dengue clássico, Febre Hemorrágica da Dengue, ou síndrome do choque da dengue. Atualmente é a
principal arbovirose que afeta a ser humano,
onstituindo-se num sério problema de saúde
pública.
Secretaria Municipal de Saúde
mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação nas glândulas salivares do mosquito.
DENGUE
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Exames Específicos
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Prefeitura Municipal de Aracaju
Exames Inespecíficos - hematócrito e
plaquetometria são os mais importantes para
o diagnóstico e acompanhamento das formas
homerrágicas.
Diagnóstico Laboratorial
° Diagnóstico Sorológico - método de diagnóstico que demosntra a presença de
anticorpos de classe IgM, ou o aumento
do título de anticorpos IgG. A coleta da
amostra de sangue deve ser feita após
5° dia do aparecimento dos sintomas,
podendo ser realizada até o 30° dia.
Tratamento
.
Dengue Clássico - o tratamento é sintomático (analgésicos e antipiréticos), e
pode ser feito no domicílio, com retorno a Unidade de Saúde após 48 a 72
horas do início dos sintomas. Indica-se
hidratação oral e repouso. Não devem
ser usados medicamentos com ou derivados do ácido acetil salicílico, por aumentar o risco de hemorragias.
.
Dengue Clássico com manifestações
hemorrágicas sem sinais de choque ou
hipotensão - além das medidas do quadro anterior:
° Isolamento Viral - determina o tipo de
vírus (1, 2, 3 ou 4). A amostra deve ser
coletada entre o 1° e o 5° dia do aparecimento dos sintomas.
* Amostra de Sangue:
- Quantidade - adultos 5 a 10 ml / crianças 2 a 5 ml
- Realizar exame de sangue e prova do laço.
- Acondicionamento - tubos hermeticamente fechados com tampa rosca, ou
tubos a vácuo.
- Manter hidratação oral, com maior volume de líquido possível.
- Separação do soro antes de enviar a
amostra ao laboratório, para evitar risco de hemólise:
- Monitoramento
plaquetas.
de
hematócrito
e
> Sorologia: repouso na temperatura
ambiente por 2 ou24 horas.
- Manter o paciente em observação por
12 a 24 horas.
> Virologia: refrigerador a 4°c (fora do
congelador) por no máximo 6 horas
- Havendo necessidade, transferir o paciente para outra unidade de Saúde com
melhores condições operacionais, de preferência com soro fisiológico instalado.
- Identificação com etiqueta contendo nome
do paciente sem abreviaturas, data da
coleta, Unidade de Saúde e Município.
.
- Deve ser enviada ao LACEN (I.P.H.)
acompanhada de uma ficha para diagnóstico laboratorial de dengue, devidamente preenchida.
Manual das ações programáticas
Dengue Clássico com minifestações
hemorrágicas com sinais de hipotensão
ou choque
- Iniciar imediatamente reidratação parenteral, e coleta de sangue para exames.
92
Modelo Saúde Todo Dia
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Diminuição da diurese
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Agitação ou letargia
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Pulso rápido e fraco
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Extremidades frias e cianose
.
Diminuição brusca da temperatura do
corpo, associada a sudorese
.
Taquicardia intensa e lipotímia
○
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Hipotensão postural
○
Síndrome do Choque do Dengue
- Hospitalização imediata em Unidade de
Terapia Intensiva.
OBS: A Unidade de Referência para casos graves de Dengue em Aracaju é o
Hospital João Alves Filho.
Objetivo da Vigilância Epidemiológica
Sinais de Alerta de Dengue Hemorrágico
.
Evitar propagação da doença
.
Dor abdominal intensa
.
Detectar precocemente epidemias
.
Vômitos persistentes
.
.
Prova do laço positiva
Reduzir o risco de transmissão da dengue, através de ação conjunta da V.E,
CCZ e Atenção Básica.
.
Hepatomegalia dolorosa
.
.
Derrames cavitários (pleural e/ou abdominal)
Reduzir a letalidade de FH.D, através
de diagnóstico precoce e tratamento
adequado.
.
Gengivorragia, epistaxe ou metrorragias
Definição de caso
.
Sangramentos importantes
.
.
Hipotensão arterial
Manual das ações programáticas
○
○
* Prova do laço - colocar o tensiômetro no braço do paciente e isuflar o manguito, mantendo-o entre a Tensão Arterial Média por 3 minutos. Verificar se aparecem petéquias abaixo
do manguito. A prova é positiva se aparecerem 20 ou mais petéquias no braço, em área
correspondente a uma polpa digital.
93
Caso Suspeito - todo indivíduo que apresente febre alta com duração máxima
de 7 dias acompanhada de pelo menos
Modelo Saúde Todo Dia
○
○
Dengue Homorrágico
- Hospitalização para reidratação parenteral e monitoramento cuidadoso.
.
○
○
- Avaliar as condições hemodinâmicas
do paciente a cada hora, para adequação da dose de soro (10 a 20 ml de soro
fisiológico ou Ringer por Kg/hora).
.
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Secretaria Municipal de Saúde
- Se a Unidade de Saúde não tiver condições de realizar a reposição hidroeletrolítica, encaminhar o paciente para outra
unidade já com infusão venosa de soro.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
.
Em casos de dengue clássico, solicitar
retorno do paciente para avaliação após
2 ou 3 dias.
.
Se houver sinais de alerta de dengue
homorrágico, solicitar remoção do paciente através do SAMU.
.
Notificação compulsória.
.
Investigação epidemiológica.
.
Coleta de material para realização de
sorologia e/ou virologia de acordo com
o período da doença.
.
Acompanhar evolução clínica do paciente.
.
Contato com o CCZ para que sejam tomadas medidas de controle ao vetor.
.
Intensificar ações de educação em saúde e mobilização da comunidade.
.
Avaliar ações de prevenção e controle
desenvolvidas.
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dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor
retroorbital, mialgia, artralgia, protração,
exantema; e que tenha estado nos últimos 15 dias em áreas de transmissão
de dengue.
.
Caso Confirmado - todo caso suspeito
confirmado através de exame laboratorial (sorologia). Em caso de epidemia a
confirmação se dá através do critério
clínico epidemiológico.
Caso descartado - caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo ou caso
suspeito, sem confirmação laboratorial,
cuja investigação clínica e epidemiológica forem compatíveis com outras patologias.
Conduta frente ao caso suspeito
.
Acolhimento
.
Atendimento médico imediato, com orientação ao paciente.
Manual das ações programáticas
94
Modelo Saúde Todo Dia
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Os ovos de Schistosoma mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado
(homem). Na água os ovos eclodem e liberam
larvas ciliadas denominadas miracídios, que
infectam o caramujo, e depois de algumas semanas saem na forma de cercarias, ficando
livres na água. O contato do individuo com
água que contenham cercarias é a maneira de
se adquirir a doença. Estas penetram no organismo humano através da pele, indo se alojar
nos vasos sanguíneos, principalmente no fígado e intestino, onde proliferam.
√ Diagnóstico – exame parasitológico de
fezes (Método Kato-Katz)
√ Tratamento – existem duas drogas disponíveis:
.
Praziquantel – apresentado em comprimidos de 600 mg, com dosagem recomendada de 60 mg de peso para crianças com até 15 anos, e 50 mg / Kg de
peso para adultos, em dose única.
.
Oxamniquine – apresentado em cápsulas de 250 mg e suspensão contendo 50
mg por cada ml. È recomendado na dosagem de 20 mg/kg de peso para crianças até 15 anos, e 15 mg/kg de peso
para adultos, em dose única.
Período de Incubação – duas a seis semanas após a infecção
SINAIS
E
SINTOMAS
É uma doença de evolução crônica, de gravidade variável. A maioria das pessoas
infectadas pode permanecer assintomática,
dependendo da intensidade da infecção, a
sintomatologia clinica corresponde ao estágio
de desenvolvimento do parasita no hospedeiro. Clinicamente é classificada em aguda e
crônica. Na fase aguda ocorre a dermatite
cercariana devido a penetração da cercaria no
Manual das ações programáticas
Efeitos Colaterais: tonturas, náuseas, vômitos, cefaléia, sonolência são comuns aos dois
medicamentos, sendo a tontura mais freqüente com Oxamniquine e náuseas e vômitos com
Praziquantel.
95
Modelo Saúde Todo Dia
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MODO DE TRANSMISSÃO
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Endemia importante no Brasil, por sua magnitude e transcendência. Causada por parasita (Schistosoma mansoni) que requer caramujos, de água doce para completar o seu ciclo
de desenvolvimento. Em Sergipe está presente
de forma endêmica. Em Aracaju é uma das
doenças transmissíveis mais prevalentes.
Secretaria Municipal de Saúde
indivíduo, ocorrendo erupção popular,
eritema, edema e prurido. Após três a sete semanas de exposição pode acontecer febre,
anorexia, dor abdominal e cefaléia, podendo
também ocorrer diarréia, náuseas, vômitos e
tosse seca; pode ser encontrado hepatoesplenomegalia. A fase crônica inicia-se a partir dos
seis meses após a infecção, os sinais e sintomas são progressivos, podendo atingir graus
de severidade extremos, como hipertensão pulmonar e portal, epigastralgia, hepatomegalia,
esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, sendo classificada em: Tipo I ou Fase Intestinal,
Tipo II ou Fase Hepatointestinal, Tipo III ou
Forma Hepatoesplênica Compensada, e Tipo
IV
ou
Forma
Hepatoesplênica
Descompensada.
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA
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DEFINIÇÃO DE CASO
- gestação
. Suspeito
- fase de amamentação (se o risco beneficio
compensar o tratamento da mulher nutriz,
esta só deve amamentar a criança 24 horas
após a administração do medicamento.
Todo indivíduo residente ou procedente de
área endêmica para esquistossomose, com
quadro clínico sugestivo de forma aguda ou
crônica, com história de contato com coleções
de águas onde existam caramujos.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
„ CONTRA-INDICAÇÕES:
- Criança menor de 2 anos;
. Caso confirmado
- Desnutrição ou anemia acentuada;
Critério clínico laboratorial; todo o indivíduo residente em área endêmica para esquistossomose, com quadro clínico compatível,
com história de exposição a água onde existe
o caramujo eliminando cercarias, que apresente ovos viáveis de Schistosoma mansoni nas
fezes.
- Infecções agudas ou crônicas intercorrentes;
- Insuficiência renal ou cardíaca descompensada;
- Insuficiência hepática grave;
- História de epilepsia ou doença mental;
- Qualquer doença associada que seja grave ou incapacitante do que a própria esquistossomose;
„ Conduta frente a caso suspeito
- Estados de hipersensibilidade e doenças
do colágeno;
. Assistência médica ao paciente
. Acolhimento
. Notificação compulsória;
- Adulto com mais de 70 anos (somente se
na avaliação médica o risco/beneficio
compensar o tratamento).
. Coleta de fezes para realização de
coproscopia pelo método Kato Katz
.
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:
. Evitar ocorrência de formas graves;
Tratamento de todas as pessoas
infectadas ou reinfestadas positivas para
Schistosoma mansoni no exame laboratorial.
. Reduzir a prevalência;
. Acompanhar evolução clinica do paciente
. Impedir a expansão da endemia.
. Busca ativa de novos casos
Manual das ações programáticas
96
Modelo Saúde Todo Dia
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. Avaliar as ações de prevenção e controle
desenvolvidas.
○
. Contato com setor responsável por obras
de saneamento ambiental no intuito de
○
. Ações educativas a população quanto à
maneira de prevenção, transmissão, formas graves da doença e importância do
tratamento dos casos confirmados.
Manual das ações programáticas
97
Modelo Saúde Todo Dia
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. Contato com o Centro de Controle de
Zoonose solicitando intensificação das
medidas de controle.
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Secretaria Municipal de Saúde
eliminar focos de transmissão da doença.
. Definir o local ou locais de risco onde
ocorreu a transmissão, visando o direcionamento das ações e controle.
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No Brasil, é aceito que, a principal forma
de transmissão é através da picada dos
flebótomos. Estes se contaminam ao sugar o
sangue de um animal contaminado. No tubo
digestivo do inseto as leishmanias se desenvolvem, e após 8 a 20 dias estarão aptos a
infectar outros indivíduos.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
MODO DE TRANSMISSÃO
LEISHMANIOSE VISCERAL
(CALAZAR)
É uma antropozoonose que é um crescente
problema de saúde pública no Brasil, dado o
aumento de sua incidência e a alta letalidade,
principalmente em indivíduos não tratados e
crianças desnutridas. Sua transmissão, inicialmente silvestre ou concentrada em pequenas localidades rurais, já ocorre na periferia
dos centros urbanos de médios e grande porte, em área domiciliar ou peri-domiciliar.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
. Homem – 10 dias a 24 meses, com média
de 2 a 6 meses
AGENTE ETIOLÓGICO
. Cão – 3 meses a vários anos, com média
de 3 a 7 meses
No Brasil é causada por um protozoário
da espécie Leishmania chagasi. Seu ciclo
evolutivo se caracteriza por apresentar duas
formas: amastigota (parasita intracelular no
vertebrados), e promastigota (tubo digestivo dos
vetores invertebrados).
SINAIS
E
SINTOMAS
As manifestações clínicas refletem o deseqüilíbrio entre a multiplicação dos parasitos nas células do sistema fagocitico mononuclear, a resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório presente.
Observa-se que o número de casos graves
ou sintomáticos, é relativamente pequeno
em relação aos infectados, o que reforça a
teoria de imunidade de alguns indivíduos à
doença.
RESERVATÓRIO
. Área urbana – o cão é a principal fonte de
infecção
. Ambiente Silvestre – raposas e marsupiais.
Segundo os sintomas pode ser classificada em:
VETOR
. Inaparente – paciente com sorologia positiva, ou exame de intradermoreação positivo, ou quando encontrado o parasita
nos tecidos, sem sintomatologia clínica
manifesta.
Os vetores da leishmaniose visceral no Brasil são insetos flebótomos da espécie Lutzomyia longipalpis (principal) e Lutzomyia
cvruzi, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquiras, birigui, entre outros.
Manual das ações programáticas
98
Modelo Saúde Todo Dia
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. Hemograma
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. Aguda – febre alta e contínua ou intermitente, hepatoesplenomegaliua, adinamia,
perda de peso, hemorragias, anemia com
hiperglobulinemia.
○
○
TRATAMENTO
Por ser uma doença crônica, sistêmica, de
características graves, quando não tratada,
pode evoluir para óbito, em 1 ou 2 anos, após
o aparecimento dos sintomas. Portanto o diagnóstico e tratamento precisam ser implementados o mais rápido possível.
. Refratária – forma evolutiva do tipo clássica, que não respondeu ou respondeu
parcialmente ao tratamento. É clinicamente mais grave.
. Antimônio Pentavalente (Antimoniato N
– metil-glucamina) – droga de primeira
escolha. Apresenta-se em frascos de 5 ml,
que contém 405 mg de antimônio
pentavalente. A dose recomendada é de
20mg/kg/dia, IM ou IV, com limite máximo de 3 ampolas/dia, por no mínimo 20
e no máximo 40 dias consecutivos. Contra-indicações: gestantes, insuficiência renal ou hepática, arritmias cardíacas e
doença de Chagas.
Ao pacientes com leishmaniose visceral,
em geral, têm como causa de óbito as hemorragias e as infecções associadas, em virtude
da debilidade física e imunológica.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Efeitos colaterais: artralgias, mialgias, prurido, adinamia, náuseas, vômitos, plenitude
gástrica, pirose, dor abdominal, febre, fraqueza, cefaléia, tontura, palpitação, insônia, nervosismo, choque pirogênico, edema, insuficiência renal aguda e arritmias.
. Exames Sorológicos (Específicos):
. Imunofluorecência Indireta
. Elisa
99
Modelo Saúde Todo Dia
○
○
○
OBS: Os resultados variáveis dos exames
sorológicos podem persistir positivos por longo período, mesmo após tratamento. Portanto, o resultado positivo de um exame, na ausência de manifestações clínicas, não autoriza a instituição do tratamento.
○
. Dosagem de Proteínas – inversão da relação albumina/globulina
. Clássica – quadro de evolução mais prolongada que determina o comprometimento do estado nutricional, com queda
de cabelos, crescimento e brilho dos cílios
e edema dos membros inferiores. Febre,
astenia, adinamia, anorexia, perda de
peso e caquexia. Hepatoesplenomegalia
acentuada, micropoliadenopatia, intensa palidez de pele e mucosas como conseqüência da severa anemia. Fenômenos
hemorrágicos: gengivorragias, epistaxe,
equimose e petéquias. As mulheres normalmente apresentam amenorréia. Nos
adolescente a puberdade fica retardada,
e o crescimento sofre grande atraso nas
crianças e jovens.
Manual das ações programáticas
○
○
○
. Inespecíficos
○
○
○
. Exame Parasitológico – material coletado
da medula óssea, linfonodo ou baço.
Secretaria Municipal de Saúde
. Oligossintomática – quadro intermitente, febre baixa ou ausente, hepatomegalia, adinamia, esplenomegalia discreta
quando presente.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
Confirmado
. Anfotericina B – droga de segunda escolha quando houver resistência ao antimonial. A dose diária é de 1 mg/kg de peso/
dia (limite máximo de 50 mg/dia), entretanto deve ser iniciada com 0,5 mg/kg/
dia até atingir 1 a 1,5 mg. Deve ser
reconstituída em água destilada e depois
em soro glicosado. È administrada por
via endovenosa em infusão lenta (4 a 6
horas), por 14 dias consecutivos, sob orientação e acompanhamento médico, em
hospitais de referência, em virtude de sua
toxicidade.
. Critério clínico-laboratorial – paciente
com manifestações clínicas compatíveis
com leishmaniose visceral e que apresente teste sorológico ou exame parasitológico positivo.
. Critério clínico-epidemiológico – todo indivíduo procedente de área endêmica,
com quadro clínico compatível, e que
respondeu favoravelmente ao teste
terapêutico.
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
DESCARTADO
. Reduzir taxas de letalidade
.
Casos suspeitos com exames sorológicos
e/ou parasitológico negativo, sem manifestações clínicas.
.
Casos suspeitos que após investigação
clínico-laboratorial se confirma outro diagnóstico.
. Reduzir grau de morbidade
. Reduzir riscos de transmissão
AÇÕES
CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO
. Controle da população de reservatórios
. Acolhimento
. Controle da população do agente transmissor
. Assistência médica ao paciente
. Diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos
. Notificação compulsória
DEFINIÇÃO DE CASO
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
. Suspeito – todo individuo proveniente de
área endêmica ou onde esteja ocorrendo
surto, com febre há mais de duas semanas, ou outras manifestações clínicas da
doença.
Manual das ações programáticas
. Identificar área de transmissão
. Confirmação laboratorial
. Tratamento supervisionado
100
Modelo Saúde Todo Dia
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. Contato com o centro de Controle de
Zoonoses para a realização das ações
Manual das ações programáticas
○
Avaliar as ações de prevenção e controle desenvolvidas.
○
.
. Nos casos de resultado quantitativo do
exame parasitológico acima de 100 ovos,
realizar nos exames no 2º, 4º, 6º e 12º
mês após o tratamento.
○
Educação em saúde e mobilização da
comunidade quanto aos métodos de
prevenção, transmissão, manifestações
clínicas graves e importância do tratamento.
○
.
○
○
○
Acompanhamento da evolução clínica
do paciente
○
.
Secretaria Municipal de Saúde
de controle necessárias, tanto com relação ao reservatório como ao vetor.
. Busca ativa de casos
101
Modelo Saúde Todo Dia
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São insetos flebotomínios de várias espécies e diferentes gêneros (Psychodopigus, Lutzomia), que variam de acordo com a região, conhecidos popularmente como palha, cangalhinha, tatuquira, mulambinho, catuqui, etc.
Doença infecciosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, que acomete pele e
mucosas. É primariamente uma zoonose, atingindo o homem secundariamente.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
VETORES
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR
AMERICANA
MODO DE TRANSMISSÃO
AGENTE ETIOLÓGICO
Picada de insetos transmissores infectados.
Não há transmissão de pessoa a pessoa.
O agente etiológico é um protozoário do
gênero Leishmania . Existem vários subgêneros
e espécies. No Brasil as mais importantes são:
.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Leishmania amazonensis – distribuída
pela floresta amazônica (áreas de igapó e
várzea), ampliando-se para os Estados da
Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
No homem pode ser de duas semanas a
dois anos, sendo em média de dois meses, após
a picada do flebótomo infectado.
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
.
.
Leishmania guyanensis – norte da Bacia Amazônica
. Leishmaniose Cutânea
Leishmania braziliensis – Região Nordeste, Amazônia ocidental e centro sul
do país.
. Forma Cutânea Única
. Forma Cutânea Múltipla
. Forma Cutânea Disseminada
RESERVATÓRIO
. Forma Recidiva Cutis
Os animais que servem como hospedeiro
intermediário varia de acordo com a espécie
do parasita:
. Forma Cutânea Difusa
. Leishmaniose Mucosa
.
.
Leishmania amazonensis – animais silvestres (marsupiais)
. Forma Mucosa Tardia
Leishmania guyanensis – vários mamíferos selvagens
. Forma Mucosa Concomitante
. Forma Mucosa Contígua
.
Leishmania braziliensis – animais domésticos como cão e eqüinos. Roedores
domésticos ou sinantrópicos também já
foram identificados como portadores.
Manual das ações programáticas
. Forma Mucosa Primária
. Forma Mucosa Indetermina
102
Modelo Saúde Todo Dia
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DIAGNÓSTICO
O diagnóstico laboratorial, na rede básica
de saúde, baseia-se principalmente em Exames Parasitológicos (Esfregaço de Lesão) e
Imunológicos
(Intradermorreação
de
Montenegro – IRM, Sorologia), podendo-se
proceder em laboratórios de referencia outros
de maior complexidade.
LEISHMANIOSE MUCOSA
Mucosa
Mucosa
Mucosa
Mucosa
Mucosa
Tardia
Concomitante
Contígua
Primária
Indetermina
Diagnóstico Diferencial
Sinais e Sintomas
- Lesões Cutâneas – úlceras traumáticas,
úlceras de estase, úlcera tropical, úlceras de membros inferiores por anemia
falciforme, piodermites, paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose,
neoplasias cutâneas, sífilis e tuberculose cutânea, hanseníase virchowiana
(cutânea difusa).
- Leishmaniose Cutânea – das formas
cutâneas, a mais comum é a que se apresenta
como uma lesão ulcerada única. A lesão se caracteriza por úlcera com bordas elevadas, em
moldura, fundo granuloso, com ou sem exsudato,
e em geral são indolores. Observam-se também
outros tipos de lesão como ulcero-crostosa,
impetigóide, ectimatóide, ulcerovegetante, verrucosa crostosa, tuberosa, linquenóide e outras.
- Lesões Mucosas – paracoccidioidomicose, hanseníase virchowiana, rinoscleroma, sarcoidose, bouba, sífilis
terciária, granuloma médio facial e
neoplasias.
- Leishmaniose Cutânea Disseminada –
caracteriza-se por lesões eritematosas,
Manual das ações programáticas
○
○
- Leishmaniose Mucosa – na maioria das
vezes é secundária às lesões cutâneas, surgindo geralmente meses ou anos após a resolução das lesões da pele. São mais freqüentemente acometidas as cavidades nasais, seguidas da faringe, laringe e cavidade oral.
. Leishmaniose Cutânea Disseminada – caracteriza-se por lesões eritematosas, sob forma de
papulas, tubérculos, nódulos e infiltrações
difusas, e menos freqüente sob forma tumoral.
Pode envolver extensas áreas do corpo, e quando acomete a face confere ao paciente aspecto
leonino. É rara, e seu prognóstico é ruim, por
não responder bem à terapêutica.
Forma
Forma
Forma
Forma
Forma
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. Leishmaniose Cutânea – das formas cutâneas, a mais comum é a que se apresenta como
uma lesão ulcerada única. A lesão se caracteriza por úlcera com bordas elevadas, em moldura, fundo granuloso, com ou sem exsudato,
e em geral são indolores. Observam-se também outros tipos de lesão como ulcero-crostosa,
impetigóide, ectimatóide, ulcero-vegetante,
verrucosa crostosa, tuberosa, liquenóide e outras.
○
sob forma de pápulas, tubérculos, nódulos e infiltrações difusas, e menos freqüente sob forma tumoral. Pode envolver extensas áreas do corpo, e quando
acomete a face confere ao paciente aspecto leonino. É rara, e seu prognóstico
é ruim, por não responder bem à terapêutica.
○
SINTOMAS
○
E
Secretaria Municipal de Saúde
SINAIS
103
Modelo Saúde Todo Dia
○
○
○
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○
○
○
○
○
Obs.: Nas doses de 20 mg / kg pode atingir o limiar de toxicidade, podendo levar a alterações cardíacas ou renais, que
obriguem a suspensão do tratamento. Por
isso deve-se proceder acompanhamento em paciente acima de 50 anos.
Cuidados Locais – as lesões ulceradas podem sofrer contaminação secundária, por isso
devem ser indicados cuidados locais como limpeza com água e sabão, e se possível compressa de permanganato de potássio em diluição de 1/500 ml de água morna.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
TRATAMENTO
Recomendações – abstinência de bebidas alcoólicas e repouso físico durante o tratamento.
AntimoniatoN-metil glucamina – droga de
primeira escolha. Apresente-se em frascos de
5 ml, sendo que cada ml contém 81 mg de
antimoniato.
Afrotericina B – droga de segunda escolha,
empregada quando não se obtém resposta ao
tratamento com antimonial, ou na impossibilidade de seu uso. Deve ser administrada sob
vigilância, em serviços especializados, com o
paciente hospitalizado.
A dose recomendada pela OMS e MS varia
segundo a forma clínica, mas não deve ultrapassar 3 amp./dia:
Leishmaniose Cutânea
– 10 a 20 mg / kg / dia – por 20 dias.
Leishmaniose Difusa
– 20 mg /kg / dia – por 20 dias.
Isoniato de Pentamidina – usada como
medicamento alternativo. Tem-se obtido bons
resultados, com baixas doses, na leishmaniose
causada por Leishmania V. Guyanensis.
Leishmaniose Mucosa
– 20 mg / kg /dia – por 30 dias.
CRITÉRIOS DE CURA
Modo de Aplicação
– intramuscular ou endovenosa.
O critério de cura é clínico, e recomendase que seja feito acompanhamento mensal do
paciente por um período de 12 meses após o
término do tratamento.
Contra-indicação – gestantes, idosos,
cardiopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças de Chagas.
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Efeitos colaterais – artralgia, mialgia,
inapetência, náuseas, vômitos, plenitude
gástrica, epigastralgia, pirose, dor abdominal, prurido, febre, fraqueza, cefaléia, tontura, palpitação, insônia, nervosismo, choque pirogênico, edema e insuficiência renal
aguda.
Manual das ações programáticas
- Diagnóstico e tratamento precoce;
- Reduzir a incidência da doença;
- Orientar a adoção de medidas de controle pertinentes.
104
Modelo Saúde Todo Dia
○
○
○
○
○
○
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○
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○
○
- Leishmaniose Cutânea – todo indivíduo
com presença de úlcera cutânea, com fundo
granulomatoso e bordas infiltradas em moldura.
- Assistência médica ao paciente.
○
○
- Acolhimento.
○
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○
○
- Leishmaniose Mucosa – todo indivíduo
com presença de úlcera na mucosa nasal, com
perfuração ou perda do septo nasal, podendo
atingir lábios e boca.
- Investigação do caso.
- Identificar local de transmissão.
- Busca ativa de novos casos.
Confirmado
- Tratamento supervisionado.
- Critério Clínico Laboratorial – residência, procedência ou deslocamento em área
com confirmação de transmissão mais resultado positivo de exame laboratorial
(parasitológico, IRM, ou outros métodos diagnósticos).
- Acompanhamento mensal do paciente
por um ano após o término do tratamento, para confirmação da cura.
- Busca ativa de casos.
- Critérios Clínico Epidemiológico – todo
caso com suspeita clínica, sem acesso a método de diagnóstico laboratorial, e com residência, procedência ou deslocamento em área
com confirmação de transmissão.
- Contato com o Centro de Controle de Zoonoses
para que sejam realizadas ações de controle
necessárias, tanto com relação ao vetor
como aos hospedeiros intermediários.
- Educação em saúde e mobilização da comunidade quanto aos métodos de prevenção,
transmissão, sinais e sintomas, manifestações
clínicas graves e importância do tratamento.
- Descartado – caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, ou caso suspeito com diagnóstico confirmado de outra doença.
- Avaliação das medidas de prevenção e
controle desenvolvidas.
105
Modelo Saúde Todo Dia
○
○
○
- Confirmação laboratorial.
- Notificação.
Manual das ações programáticas
○
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SUSPEITO
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○
CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO
Secretaria Municipal de Saúde
DEFINIÇÃO DE CASO
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○
Doença Infecciosa causada por um protozoário (Trypanosoma cruzy), que se caracteriza por fase inicial aguda, com sinais e sintomas quase sempre inespecíficos, quando presentes, e que pode evoluir pra fase crônica,
com comprometimento cardíaco.
.
Transmissão natural ou primária – se
faz pela contaminação da pele ou
mucosas, pelas fezes dos vetores com
formas infectantes de Tripanossoma
cruzi. Estes, ao picar os vertebrados, em
geral defecam após o repasto, eliminando formas infectantes do parasita presentes em suas fezes, e que penetram pelo
orifício da picada, ou por solução de
continuidade deixada pelo ato de coçar.
.
Transmissão transfusional – ganhou
grande importância epidemiológica, nas
duas últimas décadas, em função da
migração de indivíduos infectados para
os grandes centros urbanos, e da ineficiência no controle das transfusões, nos
bancos de sangue, problema que estimase já ter sido superado nos dias atuais.
.
Transmissão congênita – ocorre, mas
muitos dos conceptos tem morte prematura, não se sabendo, com, precisão,
qual a influência dessa forma de transmissão na manutenção da endemia
.
Transmissão acidental em laboratório e
a transmissão pelo leite materno – tem
pouca significância epidemiológica.
Sugere-se a hipótese de transmissão por
via oral em alguns surtos episódicos.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
MODO DE TRANSMISSÃO
DOENÇA DE CHAGAS
A distribuição espacial da doença se limita ao continente Americano, por isso é também chamada Tripanossomíase Americana.
Sua ocorrência está diretamente ligada à
distribuição dos vetores e as condições sócioeconômicas da população, que determinam o
convívio do homem com o vetor, no ambiente
domiciliar.
AGENTE ETIOLÓGICO
Protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, chamado Trypanosoma cruzy
RESERVATÓRIO
Além do homem, mamíferos domésticos e
silvestres tem sido naturalmente encontrados
infectados. Os mais importantes são aqueles
que coabitam, ou estão próximos do homem,
como o cão, gato, rato, gambá, tatu, porco,
macaco, entre outros.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
VETORES
Quando existe sintomatologia, na fase aguda, costuma aparecer 5 a 14 dias após a picada do inseto vetor. Quando adquirida por
transfusão sanguinea, o período de incubação
varia de 30 a 40 dias.
Insetos hematófagos da família Triatominae, conhecidos genericamente por triatomineos e, vulgarmente, por barbeiro, chupão,
fincão, procotó.
Manual das ações programáticas
106
Modelo Saúde Todo Dia
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○
Forma Aguda Inaparente
.
Forma Crônica Indeterminada – passada a fase aguda, o indivíduo alberga
uma infecção assintomática, que pode
nunca se manifestar, ou se expressar clinicamente anos ou décadas mais tarde,
em uma das formas crônicas.
.
DIAGNÓSTICO
Fase Aguda
Forma Cardíaca – é a mais importante
forma de limitação do doente chagásico,
e a principal causa da morte. Pode apresentar-se sem sintomatologia, mas com
alterações eletrocardiograficas como síndrome de insuficiência cardíaca progressiva, insuficiência cardíaca fulminante, arritmias graves, morte súbita.
Seus sintomas são: palpitações,
dispnéia, edema, dor precordial, tosse,
tonturas, desmaios, acidentes embólicos, extrassistolias, desdobramento de
segunda bulha, sopro sistólico. O raio x
de tórax revela cardiomagalia global
discreta.
Manual das ações programáticas
○
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○
○
○
Forma Aguda Aparente, estima-se que
se manifestem em 3% dos casos. Caracteriza-se por miocardite, febre, mal estar geral, cefaléia, astenia, hiporexia,
edema, hipertrofia dos linfonodos. Freqüentemente ocorre hepatoesplenomegalia. Nos primeiros meses ou anos de vida
pode agravar-se para uma forma meningoencefálica.
.
○
Forma Congênita – hepatomegalia, esplenomegalia, ictericia, equimoses, convulsões decorrentes da hipoglicemia.
○
.
○
Forma Nervosa e de outros mega – apesar de aventadas, não parecem ser manifestações importantes.
○
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○
Forma Mista – o paciente pode ter associação da forma cardíaca com a digestiva,
e também apresentar mais de um mega.
A doença de Chagas apresenta distintas
formas clínicas:
○
.
SINTOMAS
○
E
Forma Digestiva – Caracteriza-se por alterações, ao longo do trato digestivo, ocasionadas por lesões dos plexos nervosos, com
conseqüentes alterações da mobilidade e
de morfologia, ao nível do trato digestivo, sendo o megaesôfago e o megacolon
as manifestações mais comuns.
.
Métodos parasitológicos – exame a fresco , gota espessa, esfregaço corado, creme leucocitário, xenodiagnostico.
.
Sorologia que detectam IgM – Imunofluorecência e Hemaglutinação
Fase Crônica
.
Métodos de detecção de anticorpos
circulantes(IgG):
- ELISA
- Imunofluorecência
- Hemaglutinação indireta
107
Modelo Saúde Todo Dia
○
SINAIS
.
Secretaria Municipal de Saúde
As formas crônicas se manifestam mais de
10 anos após a infecção inicial.
○
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OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
.
Específico – objetiva suprimir a parasitemia e seus efeitos patogênicos no organismo.
.
Manter erradicado o Triatoma infestans,
e sob controle as outras espécies importantes na transmissão humana.
.
Indicações: na fase aguda, em casos
congênitos, na reativação da parasitemia por imunossupressão, transplantado que recebeu órgão de doador
infectado.
.
Investigação epidemiológica de casos
agudos, de transmissão vetorial ou
transfusional, visando adoção de medidas de controle adequadas.
.
.
Contra-indicações: casos crônicos e gestantes
Monitoramento da presença do vetor nos
domicílios.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
TRATAMENTO
DEFINIÇÃO DE CASO
. Esquema Terapêutico:
.
Benzonidazol – 8mg/kg/dia, em duas
doses diárias, por 60 dias.
.
Efeitos colaterais: cefaléias, tonturas,
anorexia, perda de peso, dermatites,
lassidão das células da série vermelha.
Suspeito
.
Todo paciente, residente em área de
transmissão ativa da doença que: apresente sinal de Romana ou Chagoma de
Inoculação, febre com mais de uma semana de duração.
.
Todo paciente com febre, que tenha sido
submetido à transfusão de sangue ou
hemoderivados, sem o devido controle
de qualidade.
. Sintomático
.
.
Formas Cardíacas – as drogas utilizadas são as mesmas que se usam
em outra cardiopatias: cardiotônicos,
diuréticos, antiarritmicos, vasodilatadores, etc. Em alguns casos indicase a implantação de marcapasso.
Confirmado
Formas digestivas – dependendo do
estágio em que a doença é diagnosticada, indicam-se medidas mais conservadoras, como uso de dietas, laxativos
ou lavagens. Em estágios mais avançados, impõe-se a dilatação ou correção cirúrgica do órgão afetado.
Manual das ações programáticas
108
.
Todo caso suspeito, em que se encontre
o T. cruzi em sangue periférico
.
Paciente que apresente sintomas das formas crônicas, e confirmado em exame
laboratorial.
Modelo Saúde Todo Dia
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Investigação;
.
Identificar origem e mecanismo de
transmissão;
CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO
.
Tratamento específico ou sintomático;
.
Medidas de prevenção e controle;
.
Educação e mobilização da comunidade;
○
Todo caso agudo da doença deve ser notificado e investigado imediatamente. Os casos
crônicos não são de notificação compulsória.
○
Notificação;
.
.
.
Acolhimento;
Assistência médica ao paciente;
Confirmação diagnóstica;
Manual das ações programáticas
109
Modelo Saúde Todo Dia
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Secretaria Municipal de Saúde
NOTIFICAÇÃO
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Dentre os acidentes por animais peçonhentos, o ofidísmo é o principal, pela sua freqüência e gravidade. Ocorre em todas as regiões e
estados do Brasil e é um importante problema
de saúde, quando não se institui a soroterapia
de forma precoce e adequada.
Animais Peçonhentos são todos aqueles que
secretam veneno e que possuem órgãos (dentes ocos, ferrões, guilhões), para sua inoculação
no corpo de suas vítimas.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
OFIDISMO
ACIDENTES POR ANIMAIS
PAÇONHENTOS
Na natureza existem vários animais com
esta característica: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, vespas, maribondos,
formigas, arraias. Os que têm maior importância para o homem, por causar maiores prejuízos para sua saúde são as serpentes, os escorpiões e as aranhas.
AGENTES CAUSAIS
São quatro os gêneros de serpentes brasileiras de importância médica: Bothrops (Grupo Botrópito - Jararaca), Crotalus (Grupo
Crotálico - Cascavel), Lachesis (Grupo
Laquético - Surucucu) e Micrurus (Grupo
Elapídico - Coral), compreendendo cerca de
60 espécies.
NOTIFICAÇÃO
Todo acidente por animal peçonhento de
importância epidemiológica, atendido em Unidade de Saúde, deve ser notificado, independente de ter sido ou não submetido à soroterapia.
ASPECTOS CLÍNICOS
As manifestações clínicas dependem do
grupo ao qual o agente causal do acidente pertence. Os sinais e sintomas mais comumente
observados na fase aguda dos diversos tipos
de envenenamento possibilitam o diagnóstico
clínico, com boa margem de acerto.
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
- Diminuir a letalidade dos acidentes através de tratamento precoce e adequado.
Acidente Botrópico - as manifestações locais mais frequentes são edema, dor, equimose
e sangramento. Incoagulabilidade pode ser
acompanhada de fenômenos hemorágicos com
gengivorragia, hematúria, sangramentos por
ferimentos recentes. Oligoanúria e/ou alterações
hemodinâmicas, como hipotensão arterial persistente e choque, nos casos mais graves.
- Diminuir o número de casos através de
educação em saúde.
DEFINIÇÃO DE CASO
Suspeito - paciente com queixa de acidente por animal peçonhento, podendo apresentar sinais e sintomas de envenenamento, tendo trazido ou não o agente agressor.
Acidente Laquético - semelhante ao
botrópico. Além das manifestações do grupo
anterior, tem sido descritos fenômenos de excitação vagal, clinicamente traduzidos por
bradicardia, hipotensão arterial, diarréia e vômitos.
Confirmado - paciente com evidências clínicas de envenenamento, tendo trazido ou não
o animal causador do acidente.
Manual das ações programáticas
110
Modelo Saúde Todo Dia
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Acidente Moderado - 10 ampolas
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Grupo Laquétlco - Soro Antilaquético e Soro
Antibotrópico-laquético.
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Acidente Grave -20 ampolas
Acidente Grave -20 ampolas
Acidente Elapídico - Quadro neuroparalítico se manifesta por ptose palpebral, diplopia,
mialgia e dispnéia, podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda e óbito.
Grupo Elapídico - Soro Antielapídico.
Acidente Grave - 10 ampola
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
CONDUTA FRENTE A CASO
A determinação do Tempo de Coagulação
(TC) constitui-se em medida auxiliar extremamente útil para confirmação de suspeita
diagnóstica.
Acolhimento.
Assistência médica ao paciente.
Tratamento adequado ao caso.
TRATAMENTO
Notificação.
Os soros antiveneno para ofidismo são apresentados em ampolas definidas para cada um
dos grupos de serpentes:
Investigação (COVEPI).
Identificar local do acidente.
Gruoo Botrópico - Soro Antibotrópico, Soro
Antibotrópico-crotálico, Soro Antibotrópicolequético..
Informar ao CCZ, para realização de medidas de controle de campo.
Educação em saúde e mobilização da comunidade.
Acidente leve - 2 a 4 ampolas
Acidente Moderado - 4 a 8 ampolas
ESCORPIONISMO
Acidente Grave - 12 ampolas
A ocorrência de acidentes com escorpiões
vem aumentando nas áreas urbanas. As precárias condições de vida, habitação e saneamento ambiental, aliada à falta de informação
sobre noções de higiene, favorecem para o de-
Grupo Crotálico - Soro Anticrotálico e Soro
Antibotrópico-crotálico.
Acidente leve - 5 ampolas
Manual das ações programáticas
Secretaria Municipal de Saúde
Acidente Moderado - 10 ampolas
Acidente Crotálico - não há edema ou dor
local, sendo eventualmente referida parestesia.
Quadro neuroparalítico precoce caracterizando-se por ptose palpebral, diplopia e
oftalmoplegia. Mialgia generalizada, acompanhada de mioglobinúria, se manifesta cerca
de 6 a 12 horas após o acidente, podendo haver evolução para insuficiência renal aguda,
causa maior de óbitos desse grupo.
111
Modelo Saúde Todo Dia
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O ESCORPIÃO
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Prefeitura Municipal de Aracaju
Moderado - sintomas locais com mais alguns sinais e sintomas sistêmicos, tais como
sudorese, agitação, náuseas, sonolência, hipertensão arterial, vômitos, taquicardia e taquipnéia.
senvolvimento de um ambiente propício ao
escorpião na periferia das cidades.
Grave - vômitos profusos e freqüentes, náusea, sialorréia, sudorese profusa, lacrimejamento, agitação, taquicardia, hipertensão arterial, taquipnéia, tremores, espasmos musculares, paralisias, convulsões, edema pulmonar
agudo e coma.
Os escorpiões pertencem à classe dos aracnídeos, filo artrópode. Todas as mais de 1000
espécies catalogadas são venenosas, sendo que
um pequeno número é perigoso para os seres
humanos.
São seres carnívoros de hábitos noturnos.
Alimentam-se principalmente de baratas, grilos, aranhas e outros escorpiões. Durante o dia
ocultam-se em locais sombreados ou escuros
e úmidos.
TRATAMENTO
Acidente Leve - combate a dor, observação
do acidentado por 6 a 12 horas, principalmente
se a vítima for criança menor de 7 anos ou
idoso.
TOXICIDADE
Acidente Moderado - combate a dor. Observação da evolução clínica por período de
12 a 24 horas. Aplicar 2 a 3 ampolas por via
endovenosa.
O venero tem ação neurotóxica, produzindo normalmente reações locais, com dor intensa, às vezes irradiadas. As manifestações
sistêmica, que caracterizam os acidentes moderados e graves, estão relacionadas aos fatores que determinam o nível de toxicidade:
Acidente Grave - combate a dor. Observação da evolução clínica por período de 12 a
24 horas. Aplicar 4 a 6 ampolas por via
endovenosa.
Toxidez do veneno – varia de acordo com
a espécie de escorpião.
Quantidade de veneno injetada.
MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO
Tamanho do corpo da vítima.
Limpeza periódica do peridomicílio.
Condição de saúde da vítima.
Evitar acúmulo de materiais como lenha,
tijolos, pedras (entulho).
Sensibilidade do paciente ao veneno.
Manejo adequado do lixo.
CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES
Vedação das soleiras das portas e janelas.
Leve - presente apenas sinais e sintomas
locais. Dor intensa, as vezes irradiada.
Manual das ações programáticas
Usar luvas quando manusear entulho.
112
Modelo Saúde Todo Dia
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Notificação.
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Cuidados com a higiene das residências.
Manter a casa livre de baratas, traças e aranhas (uso de inseticídas).
CONDUTA FRENTE A ACIDENTE
Informar ao CCZ, para realização de medidas de controle de campo.
Acolhimento.
Educação em saúde e mobilização da comunidade.
Assistência médica ao paciente.
Manual das ações programáticas
113
Modelo Saúde Todo Dia
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Identificar local do acidente.
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Investigação (COVEPI).
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Tratamento adequado ao caso.
Secretaria Municipal de Saúde
Examinar calçados e roupas antes de usá-los.
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○
Guia de Vigilância Epidemiológica. Ministério
de Saúde: Fundação Nacional de Saúde. 5 ed.
Brasília, 2002.
Manual de Controle da Esquistossomose: Diretrizes Técnicas. 2. ED. Ministério da Saúde:
Fundação Nacional de Saúde. Brasília, 1998.
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Prefeitura Municipal de Aracaju
Hepatites Virais: o Brasil está atento. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa
Nacional de Hepatites Virais. Brasília, 2003.
BIBLIOGRAFIA
Doenças Infecciosas e Parasitárias. Guia de
Bolso. 1º ed. Ministério da Saúde; Fundação
Nacional de Saúde; Centro Nacional de Epidemiologia. Brasília, 1999.
Guia para o Controle da Hanseníase. Cadernos de Atenção Básica -n 10. Ministério da
Saúde. Brasília, 2002.
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica.
Ministério da Saúde; Secretária Nacional de
Ações Básicas de Saúde; Divisão Nacional de
Epidemiologia; Escola Nacional de Saúde Pública. Brasília, 1988.
Manual Técnico para o Controle da Tuberculose. Cadernos de Atenção Básica - n 6. Ministério da Saúde. Brasília, 2002.
Hanseníase: Atividades de Controle e Manual de
Procedimentos. Ministério da Saúde. Brasília, 2001.
Manual de Procedimentos para Vacinação.
Ministério da Saúde; Fundação Nacional de
Saúde; Departamento de Operações; Coordenação de Imunizações e Auto-suficiência em
Imunobiológicos; Programa Nacional de Imunizações. Brasília, 1993.
Manual das ações programáticas
Controle da Tuberculose: Uma Proposta de
Integração Ensino-Serviço. 5ª Edição. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
Rio de Janeiro, 2002.
114
Modelo Saúde Todo Dia
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