Você que se preocupa em melhorar o seu desempenho cerebral, desde a apreensão de informações e de memória, melhora no raciocínio e a concentração na hora dos estudos ou do trabalho, já pensou de que forma as escolhas em seus hábitos em seu cotidiano tem a ver com isso? Muitos pensam que uma simples mudança em sua rotina por um breve período de tempo dará algum resultado, mas, o que importa na verdade são os hábitos de vida ao longo da vida, já que nosso cérebro consome diariamente 20% da energia corporal, além de 25% do oxigênio circulante e precisa responder a uma série de exigências físicas, emocionais e cognitivas. O fato é que quando estamos estressados pelo excesso de compromissos ou em privação de sono, o cérebro passa a demandar maior consumo energético e de nutrientes. Logo, aos que não levam em conta uma alimentação variada e outros cuidados, chegam a resultados que vão além da queda de cabelo, unhas fracas, pele facial ruim, disfunções sexuais, mas, também: fadiga mental, irritabilidade, dificuldades na concentração, na memorização, na apreensão de informações e de raciocínio na hora de resolver questões urgentes. Tais prejuízos à saúde física e mental podem estar associadas a um ou a soma dos seguintes fatores: baixo consumo de água, déficit nutricional, sedentarismo e privação de sono. Cada um deles, direta ou indiretamente participam da formação de neurotransmissores(mensageiros químicos cerebrais responsáveis por impulsos elétricos entre neurônios). Problemas na sua síntese, certamente levarão a um grau de complexidade no desempenho intelectual e comportamental, como a distimia(distúrbio do humor). Então, vamos aos esclarecimentos: Hidratração: o cérebro humano é constituído de aproximadamente por 80% de água e para que ocorra irrigação sanguínea cerebral rica em oxigênio e demais nutrientes, a correta hidratação tem funções sobre a atenção, controle da ansiedade, do humor e como prevenção de dores de cabeça. O que se sabe é que uma perda de 2 a 4% da água no organismo pode prejudicar a memória de curto prazo, a atenção e a capacidade de realizar operações aritméticas, podendo ainda induzir a cansaço, redução da capacidade de alerta, leve queda no metabolismo basal e irritabilidade. Assim, a água torna-se parte responsável pelos circuitos dos sistemas cognitivo e comportamental. Sobre o quanto ingerir de líquidos diariamente, isto dependerá do sexo, faixa etária, modalidades laborais e de atividade física, temperatura do ambiente onde se está e presença de doenças(aumentar ou reduzir em situações particulares). Fica sabendo que com a ingestão inadequada de água, na tentativa de compensar a sua falta o intestino grosso passa a absorver o máximo possível da água das fezes, tornando-as ressecadas e endurecidas. Exercícios físicos: pesquisas indicam que atividade física para indivíduos em todas as fases da vida possibilita a formação de novos neurônios, produção de mais conexões neurais, além de aumento do volume hipocampal, área relacionada a aprendizagem e memória. Indivíduos que se exercitam contam ainda com maior ganho no estado de humor, maior controle sobre os sintomas de ansiedade, estresse, assim como melhora no raciocínio. Estes fatores estão relacionados a maior oxigenação cerebral, aumento da síntese de neurotransmissores(serotonina, norepinefrina, B-endorfinas, etc...), ativação de enzimas antioxidantes(proteção contra danos celulares) e alterações nas estruturas do encéfalo, como o lobo temporal e regiões do hipocampo. Sono: há estudos apontando que durante o sono profundo, ao ocorrer a síntese de proteínas pelo hormônio do crescimento(GH), mais tarde elas serão utilizadas para o sono paradoxal, período em que há reparos do sistema nervoso, formação de novas associações entre células neuronais e de redes neurais associadas a atenção, aprendizagem, além de renovar os fatores relacionados ao humor, redução de cansaço físico e mental e restabelecimento da memória(pela liberação de serotonina). Alimentação: não é segredo que um indivíduo em boas condições nutricionais, desde que adotando as condições anteriores terá uma boa resposta sobre determinadas regiões do cérebro, mas, deixaremos para um capítulo a parte maiores detalhes acerca da alimentação e sua influência sobre a melhora da performance intelectual e nos estados emocionais. Até a próxima! Fontes: https://repositorio-aberto.up.pt https://ria.ua.pt http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php www.ihs.pt PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Silvia Eiko Yoshioka – Nutricionista