universidade castelo branco atualiza pós graduação lato sensu em

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA
PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ANÁLISES CLÍNICAS
MARÍLIA CASTOR SIQUEIRA
ANÁLISE DOS NÍVEIS SÉRICOS DE ÁCIDO ÚRICO EM FUNCIONÁRIOS
TERCEIRIZADOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA-BA
Salvador-Bahia
2012
MARÍLIA CASTOR SIQUEIRA
ANÁLISE DOS NÍVEIS SÉRICOS DE ÁCIDO ÚRICO EM FUNCIONÁRIOS
TERCEIRIZADOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA-BA
Artigo Científico apresentado a Atualiza e
Universidade Castelo Branco como prérequisito para a obtenção do certificado de
conclusão do curso de pós graduação Lato
Sensu em Análises Clinicas sob orientação do
Prof. MSc. Edimar Caetité Júnior.
Salvador-Bahia
2012
ANÁLISE DOS NÍVEIS SÉRICOS DE ÁCIDO ÚRICO EM FUNCIONÁRIOS
TERCEIRIZADOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA-BA
Marília Castor Siqueira*
RESUMO
O aumento da concentração de ácido úrico, hiperuricemia, está associado a
doenças cardiovasculares, síndrome de resistência à insulina e, principalmente a
gota, doença ocasionada pela cristalização do ácido úrico nas articulações. Essa
concentração pode variar de um indivíduo para outro conforme diferentes fatores
como, sexo, idade, dieta, Índice de Massa Corpórea (IMC), realização de atividade
física e o consumo de bebidas alcoólicas, consideradas variáveis independentes no
referido estudo. Com o objetivo de determinar a concentração sérica de ácido úrico
e avaliar os dados pessoais, clínicos, hábitos alimentares e o consumo de bebidas
alcoólicas dos funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de
Santana-BA (UEFS), esse estudo tem como tema análise dos níveis séricos de
ácido úrico em funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de
Santana-BA. Realizou-se uma pesquisa de campo através de estudo descritivo,
observacional de corte transversal. No Laboratório de Análises Clínicas da UEFS
foram colhidas amostras e realizadas dosagens de ácido úrico utilizando o método
enzimático colorimétrico. Entre 63 mulheres e 24 homens com idade entre 19 e 60
anos, observou-se o valor médio de IMC de 24,5 kg/m2 e o valor médio da dosagem
de ácido úrico 4,3 mg/dL para homens e 3,3 mg/dL para mulheres. Os níveis de
ácido úrico encontrados estavam dentro dos padrões de normalidade. Esse estudo
proporcionou aos sujeitos da pesquisa a realização de exames laboratoriais de
rotina, especificamente a análise da concentração plasmática de ácido úrico,
fornecendo dados epidemiológicos para serem utilizados com fins comparativos em
estudos envolvendo uma população semelhante.
Palavras - chave: Ácido Úrico. Urato. Uricemia. Hiperuricemia. Gota.
*
Graduada em Farmácia Clinica Industrial pela Universidade Estadual de Feira de Santana – BA –
UEFS. Pós-graduanda em Análises Clínicas pela Universidade Castelo Branco (Atualiza). E-mail:
Marí[email protected]
INTRODUÇÃO
As doenças relacionadas a distúrbios na concentração de ácido úrico
constituem um grave problema de saúde que afeta a população, estando estes
distúrbios, na maioria das vezes, associados aos hábitos alimentares e ao consumo
exagerado de bebidas alcoólicas, condições que podem ser determinantes para a
incidência e distribuição de diversas doenças. A análise dos exames bioquímicos é
fundamental para proporcionar assistência clínica por meio de diagnósticos
laboratoriais, sendo importante na avaliação de complicações e fatores de risco.
Além disso, é importante também no monitoramento e no tratamento de indivíduos
com diagnóstico de doenças como, por exemplo, a gota.
O ácido úrico é o principal produto do catabolismo das bases purínicas
adenina e guanina. Estas estão presentes nos ácidos nucléicos e em outros
compostos metabolicamente importantes, sendo inicialmente obtidas a partir da
dieta, porém, podem ser sintetizados in vivo através de um sistema de reações
enzimáticas (MOTTA, 2003).
É um ácido fraco que existe largamente como urato, a forma ionizada, em pH
fisiológico (PINHEIRO, 2008). Contém o anel purina intacto e é distribuído no fluído
extracelular na forma de urato monossódico (MOTTA, 2003). A sua maior parte é
formada no fígado, o qual tem uma alta atividade da enzima xantina oxidase, pois
somente traços desta enzima estão presentes nos outros tecidos (HENRY, 1999).
A oxidação do ácido úrico o ocorre no fígado pela enzima uricase sendo
convertido em alantoína, substância solúvel em água, o que possibilita a sua
eliminação na urina. Entretanto, a uricase, enzima hepática que metaboliza o ácido
úrico formando alantoína em mamíferos, é deficiente na espécie humana devido a
mutações que ocorreram durante a evolução dos homens e tornaram o gene da
uricase não-funcional (NOVAES, 2008).
Sendo assim, devido a sua insolubilidade, o ácido úrico é excretado como
uma pasta de cristais de ácido úrico sendo acompanhada de pouca água (VOET et
al, 2002). Portanto, os seres humanos têm uma concentração de ácido úrico maior
que outros mamíferos tornando-os susceptíveis ao desenvolvimento de transtornos
metabólicos caracterizados pelo excesso de ácido úrico (NOVAES, 2008).
O resultado do balanço entre a ingestão dietética, a síntese endógena e a
taxa de excreção resulta na quantidade de urato no organismo (PINHEIRO, 2008).
O teor deste metabólito no soro é representado pelo equilíbrio entre a produção
endógena, ingestão e a excreção pela urina e pelas fezes. Desta maneira, em
conseqüência da
contínua
renovação das substâncias contendo
purinas,
quantidades constantes de ácido úrico são formadas e excretadas (MOTTA, 2003).
Porém, além dos fatores nutricionais, os fatores metabólicos determinados
geneticamente, como atividade enzimática, podem influenciar no nível plasmático
de ácido úrico (BALDA et al, 2002).
Normalmente, a concentração de ácido úrico varia de um indivíduo para
outro conforme a diferentes fatores, sendo os mais relevantes, sexo, dieta, Índice
de Massa Corpórea (IMC) e o consumo de álcool. Seus níveis anormais indicam
desordem no metabolismo das substâncias que o originam, ou defeitos na sua
eliminação (HENRY, 1999).
O consumo de alimentos ricos em purinas contribui para o aumento do nível
de uratos no plasma (BARRA et al, 2007). Assim como uma dieta pobre em purinas
por alguns dias pode reduzir os níveis de ácido úrico no sangue (PINHEIRO, 2008).
Além disso, a obesidade pode aumentar a concentração de ácido úrico no plasma,
estando associada tanto ao aumento na produção quanto ao decréscimo na
excreção de urato (BARRA et al, 2007).
Segundo Yamamoto (2005 apud BARRA et al, 2007), a gordura corporal é
classificada em gordura visceral e gordura subcutânea. A gordura visceral está
relacionada com o metabolismo do ácido úrico e resistência à insulina promovendo
a hiperuricemia. De maneira que as elevações nas concentrações séricas de ácido
úrico são associadas à resistência à insulina. Tem-se, portanto, o ácido úrico como
um marcador de insulino-resistência, tendo a insulina ação nos túbulos renais, o
que ocasiona a retenção de sódio e ácido úrico (GUIMARÃES, 2004).
A ingestão de álcool também está significativamente relacionada com o
aumento do nível sérico de ácido úrico. Essa associação causa a competição entre
os metabólitos do álcool e ácido úrico para excreção renal, principalmente a cerveja
pelo seu alto conteúdo de purina (PEIXOTO et al, 2001).
O ácido úrico plasmático possui valores de referência maiores em homens
do que em mulheres (MOTTA, 2003). Sendo os valores menores nas mulheres em
idade pré-menopausa devido à ação uricosúrica dos estrogênios (GUIMARÃES,
2004). De acordo com Bioclin (2006) os valores de referência do ácido úrico para o
sexo masculino devem estar entre 2,5 e 7,0 mg/dL e no sexo feminino entre 1,5 e
6,0 mg/dL.
Hiperuricemia é um transtorno metabólico em que os uratos são depositados
em cristais nas pequenas articulações e nos tecidos, caracterizado pelo excesso de
ácido úrico no sangue (PEIXOTO et al, 2001). É causada pelo metabolismo
anormal de purinas, incluindo a superprodução e a excreção renal diminuída de
ácido úrico (BARRA et al, 2007). Além destes, fatores ambientais como excessos
alimentares e alcoólicos contribuem para a formação da hiperuricemia. Entretanto,
tem como fator principal a genética (PEIXOTO et al, 2001).
Níveis séricos elevados de ácido úrico também podem indicar a presença de
gota, uma desordem clínica caracterizada pela deposição tofos insolúveis nas
articulações (MOTTA, 2003). Os tofos são depósitos de cristais de monourato de
sódio (MUS), geralmente no tecido subcutâneo, sendo cotovelo, região aquiliana,
mão e pavilhão auricular os locais mais freqüentes. Porém, as crises de gota
afetam extremidades inferiores, sendo as primeiras crises em articulações dos pés
(NOVAES, 2008).
Gota, portanto, é um tipo de artropatia inflamatória desencadeada pela
cristalização do ácido úrico dentro da articulação, sendo freqüentemente associada
com hiperuricemia (PINHEIRO, 2008). Afeta articulações específicas, sendo a
localização mais típica a articulação metatársico-falangiana do dedo grande do pé e
sendo o joelho e o tornozelo comprometidos na metade dos casos (RAVEL, 1995).
Entretanto, a elevação dos níveis séricos de ácido úrico não é diagnóstico da
gota, visto que no primeiro ataque, em que um terço ou mais dos indivíduos tem
mais de uma articulação comprometida, os níveis plasmáticos de uratos estão
dentro dos limites de referência. Porém, a presença de níveis normais não exclui a
doença (RAVEL, 1995).
As causas mais comuns de hiperuricemia são os excessos alimentares,
alcoólicos e físicos, sendo a obesidade um fator fortemente associado (MADURO et
al, 2003). Portanto, a estratégia de tratamento inicial pode ser baseada na
modificação de suas causas originais, sendo as intervenções no hábito alimentar
necessárias e tornando a educação nutricional um fator indispensável na prevenção
e controle das doenças (CAMBRI et al, 2006). Visto que o tratamento precoce e o
acompanhamento adequado permitem recuperar e manter o controle da
hiperuricemia (RIBEIRO, 2007).
O tratamento farmacológico da gota é necessário em casos que apresentem
crises agudas recorrentes, doença articular erosiva, presença de tofos, excreção
urinária de ácido úrico maior que 1.100 mg/dL, insuficiência renal ou nefrolitíase
associadas (PRADO et al, 2008). Desta forma, além de modificações dietéticas,
têm sido realizadas estratégias terapêuticas utilizando drogas uricosúricas e drogas
uricostáticas (NOVAES, 2008).
Segundo Peixoto e outros (2001), os cuidados nutricionais são tão eficazes
na redução do nível sérico de ácido úrico quanto ao tratamento farmacológico de
forma isolada ou associado à dieta. Entretanto, ao realizar a relação custo e
benefício, fica enfatizado que o tratamento não farmacológico deve ser a opção
inicial de intervenção na hiperuricemia, considerando o custo dos medicamentos e
levando em conta a importância de dar ao indivíduo a responsabilidade maior na
mudança de seu estilo de vida, para alcançar os resultados esperados.
Portanto, o nível sérico elevado de ácido úrico é considerado fator de risco
para gota e está associado com outros fatores de risco. Diante disso, o presente
trabalho que tem como tema análise dos níveis séricos de ácido úrico, dos dados
pessoais, dados clínicos, hábitos alimentares e o consumo de bebidas alcoólicas
em funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA,
tem como objetivo determinar a concentração sérica de ácido úrico e avaliar os
dados pessoais, dados clínicos, hábitos alimentares e o consumo de bebidas
alcoólicas dos sujeitos da pesquisa. Sendo importante monitorar níveis séricos
deste indicador para detectar precocemente a hiperuricemia e a prevenção de
complicações clínicas posteriores.
METODOLOGIA
Esta pesquisa teve como passo inicial a realização de um levantamento
bibliográfico para a compilação de informações sobre o tema. Segundo Marconi e
Lakatos (2006), a pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada
pública em relação ao tema em estudo com finalidade de colocar o pesquisador em
contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,
permitindo que se estabeleça um modelo teórico inicial de referência, da mesma
forma que auxiliará na determinação das variáveis e elaboração do plano geral da
pesquisa.
Na segunda etapa foi realizada a pesquisa de campo, observando-se fatos e
fenômenos, tal como o registro de variáveis que se presumem relevantes, com o
objetivo conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema no
qual se procura uma reposta (MARCONI; LAKATOS, 2006).
A pesquisa trata-se de um estudo descritivo, observacional, de corte
transversal, realizado no período de maio a outubro de 2008 com 87 funcionários
terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA (UEFS), realizado
na Empresa ACMAV, administração de serviços LTDA, que presta serviços a esta
universidade. Permitiu investigar a associação entre os dados pessoais, os dados
clínicos, os hábitos alimentares e o consumo de bebidas alcoólicas com os
resultados das dosagens de ácido úrico.
Foram incluídos na pesquisa os funcionários terceirizados da UEFS
interessados em fazer os exames laboratoriais de acordo com Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), desenvolvido pelo pesquisador. O
TCLE esclarece todas as informações pertinentes à pesquisa e autoriza a
participação destes no estudo, além de constar informações sobre as vantagens da
realização dos exames e os possíveis transtornos. Os protocolos foram guardados
e não foram divulgados dados individuais e pessoais dos participantes da pesquisa.
Inicialmente foram realizadas visitas na empresa ACMAV, a fim de
esclarecer aos funcionários terceirizados da UEFS, sobre a importância e os
objetivos desta pesquisa. Durante as visitas foram determinados os horários da
coleta sanguínea assim como informadas condições necessárias para a realização
desta como o jejum de no mínimo oito horas.
Antes da realização da coleta sanguínea, os funcionários terceirizados da
UEFS assinaram o TCLE e foram cadastrados como pacientes do Laboratório de
Análises Clínicas da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA (LAC), com um
número de registro de acordo com o controle de fichas e mapas deste laboratório.
Em seguida, responderam formulários para obter informações sobre as
variáveis independentes da pesquisa (dados pessoais, dados clínicos, hábitos
alimentares e consumo de bebidas alcoólicas) com objetivo de associar estas
informações com a variável dependente, uricemia. A coleta do material biológico, a
dosagem do ácido úrico (através do método colorimétrico enzimático) e a execução
dos demais exames foram realizadas no LAC pela equipe técnica do referido
laboratório.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEPUEFS) envolvendo seres humanos da UEFS, sob protocolo n° 013/2008, CAAE
0014.0.059.000-08. Os dados coletados na pesquisa foram analisados pelo pacote
estatístico SPSS® 9.0 for Windows, sendo o programa de tabulação e criação de
gráficos o Microsoft Excel® 2002. Na discussão dos resultados foi utilizado o teste
de Qui-quadrado (2) para a análise da associação entre as variáveis, adotando um
nível de significância de 5%.
ANÁLISE DE RESULTADOS
De acordo com a metodologia, foram coletadas amostras sanguíneas dos
funcionários terceirizados da UEFS que estiveram interessados em participar da
pesquisa. Houve a dificuldade de participação por parte do grupo do estudo, pois
entre os 150 funcionários terceirizados da UEFS, 87 concordaram em participar
desta pesquisa, o que corresponde 58%.
A discussão desse estudo foi realizada investigando-se as associações entre
a presença de hiperuricemia e gota (inferida pela concentração sérica de ácido
úrico) e as diferentes variáveis independentes investigadas. Para isso foi
empregado em todas as análises o teste de Qui-quadrado (2), tomando-se como
nível de significância valor de p < 0,05.
As variáveis bioquímicas demonstraram que os funcionários terceirizados da
UEFS estão dentro dos valores considerados adequados para glicose (60 – 99 mg/
dL), ácido úrico (2,5 - 7,0 mg/dL e 1,5 - 6,0 mg/dL para homens e mulheres
respectivamente) e triglicérides ( ≤ 160 mg/dL).
A uricemia foi determinada de acordo com o teste enzimático colorimétrico.
Em populações sadias os níveis de uricemia no sexo masculino devem estar entre
2,5 e 7,0 mg/dL e no sexo feminino entre 1,5 e 6,0 mg/dL (BIOCLIN, 2006). O valor
médio de ácido úrico (3,5 mg/dL) apresentou-se dentro dos limites da normalidade.
Apesar da distribuição dos sujeitos da pesquisa ter sido de forma aleatória,
este estudo apresentou maior número de pessoas com o sexo feminino, sendo 63
mulheres (72,4%) e 24 homens (27,6%). O valor médio de ácido úrico apresentouse dentro dos limites da normalidade para ambos os gêneros (Tabela 1). Portanto,
não foi observada associação estatisticamente significante entre hiperuricemia e a
variável sexo (p = 0, 100).
Tabela 1: Distribuição da freqüência, porcentagem e da média/uricemia (em mg/dL) em função do
sexo, de funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA, no período
de maio a outubro de 2008.
Sexo
Homens
Mulheres
Total
Média/uricemia
( mg/dL)
4,3
3,3
-
População
Freqüência
24
63
87
Porcentagem
(%)
27,6
72,4
100,0
Fonte: Pesquisa de campo e laboratorial
Neste estudo verificou-se idade mínima de 19 anos e máxima de 60 anos,
com média de idade de 39 anos. A variável idade foi categorizada para este estudo
em faixas etárias, dividindo a população estudada em três faixas etárias: 1) 19 e 34
anos; 2) 35 e 50 anos; 3) 51 e 60 anos. Entre os 87 funcionários terceirizados da
UEFS, 34 tinham a idade entre 19 e 34 anos (39,01%), 46 entre 35 e 50 anos
(52,90%) e sete entre 51 e 60 anos (8,0%).
O valor médio de ácido úrico apresentou-se dentro dos limites da
normalidade em todas as faixas etárias categorizadas (Tabela 2). Nesta pesquisa,
portanto, não foi observada associação estatisticamente significante entre
hiperuricemia e a variável idade (p = 0, 683). Porém, é importante a associação
entre estas variáveis, visto que a gota aumenta sua freqüência com a idade
(NOVAES, 2008).
Tabela 2: Distribuição da freqüência, porcentagem e da média/uricemia (em mg/dL) em função da
idade (em anos), de funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA,
no período de maio a outubro de 2008.
Idade em anos
Entre 19 e 34
Entre 35 e 50
Entre 51 e 60
Total
Média/uricemia
(mg/dL)
3,6
3,5
4,0
-
População
Freqüência
Porcentagem (%)
34
46
7
87
39,1
52,9
8,0
100,0
Fonte: Pesquisa de campo e laboratorial
O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi obtido a partir do peso em
quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros (PEIXOTO et al, 2001). O
IMC foi categorizado em baixo peso (menor que 20 kg/m2), peso normal (entre 20 e
24,99 kg/m2), sobrepeso (entre 25 e 29,99 kg/m2), obesidade (entre 30 e 39,99
kg/m2) e obesidade grave (acima de 40 kg/m2) (PORTO, 2005).
Neste estudo verificou-se IMC mínimo de 16,1 kg/m2 e máximo de 45,8
kg/m2, com média de 24,5 kg/m2. Entre os 87 funcionários terceirizados da UEFS
que participaram da pesquisa, de ambos os sexos, 39 indivíduos apresentaram
peso normal (44,8%), 29 apresentaram sobrepeso (33,3%), 11 apresentaram
obesidade (12,6 %), cinco apresentaram baixo peso (5,7%) e três apresentaram
obesidade grave (3,7%) (Figura 01). Portanto, neste estudo não foi observado
associação estatisticamente significante entre hiperuricemia e a variável IMC (p = 0,
503).
Figura 01: Distribuição da freqüência segundo o Índice de Massa Corpórea, de funcionários
terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA, no período de maio a outubro de
2008.
Fonte: Pesquisa de campo e laboratorial
A ingestão de álcool está significativamente relacionada com o aumento dos
níveis séricos de ácido úrico (PEIXOTO et al, 2001). Nesse estudo observa-se que
entre os 87 funcionários terceirizados da UEFS que participaram da pesquisa, 45
pessoas
não
consomem
bebidas
alcoólicas
(51,7%),
39
consomem
esporadicamente (44,8%) e três consomem diariamente (3,4%).
O valor médio de ácido úrico apresentou-se dentro dos limites da
normalidade em todos os sujeitos da pesquisa (Tabela 3). Nesta pesquisa não foi
observada associação estatisticamente significante entre hiperuricemia e o
consumo de bebida alcoólica (p = 0, 074). Segundo Cruz (2006), a maior ingestão
de álcool está associada com a elevação dos níveis séricos de ácido úrico e maior
incidência de gota.
Tabela 3: Distribuição da freqüência, porcentagem e da média/uricemia (em mg/dL) em função do
consumo de álcool de funcionários terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA,
no período de maio a outubro de 2008.
Consumo
de
álcool
Consumo diário
Consumo
esporádico
Não há consumo
Total
Média/uricemia
(mg/dL)
4,4
3,6
3,5
-
População
Freqüência
Porcentagem (%)
3
39
3,4
44,8
45
87
51,7
100,0
Fonte: Pesquisa de campo e laboratorial
A prática regular de atividades física associada a uma dieta balanceada pode
ser importante fator na promoção da saúde (CRUZAT et al, 2007). Nesta pesquisa
foi encontrado que entre os 87 funcionários terceirizados da UEFS, 14 praticam
atividade física (16,1%) e 73 não praticam atividade física (83,9%).
A maior parte da população não pratica atividade física (83,9%). Nesta
pesquisa, não foi observada associação estatisticamente significante, entre
hiperuricemia com a variável realização de atividade física (p = 0, 431). Estudo
semelhante realizado por Rodrigues (2008) concluiu que apesar da atividade física
ser um importante componente do estilo de vida das pessoas contribuindo na
prevenção das doenças cardiovasculares, o sedentarismo não se apresentou como
um fator de risco para a maioria das pessoas estudadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O nível sérico elevado de ácido úrico é considerado fator de risco para gota e
está associado com outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, como
hipertensão arterial, obesidade e síndrome da insulino-resistência. Desta forma, é
importante monitorar níveis séricos deste indicador objetivando um diagnóstico
precoce e a prevenção de complicações clínicas posteriores.
Gota é um tipo de artropatia inflamatória, freqüentemente associada com
hiperuricemia, ocasionada pela cristalização do ácido úrico dentro de articulações
específicas, sendo a localização mais típica a articulação metatársico-falangiana do
dedo grande do pé. Dados epidemiológicos sugerem que a gota é uma patologia
prevalente na população e que apresenta contínuo aumento de sua incidência. Sua
maior incidência é em homens, em todas as idades e aumenta com o
envelhecimento.
Diversos fatores influenciam os níveis séricos de ácido úrico como sexo,
idade, IMC, hábitos alimentares, alcoólicos e físicos, sendo o consumo excessivo
de alimentos ricos em purinas e de álcool as causas mais comuns de hiperuricemia.
O presente estudo analisou 87 indivíduos, entre estes 63 eram do sexo
feminino e 24 do sexo masculino com idade mínima de 19 anos e máxima de 60
anos, com média de idade de 39 anos, constatando que 51,7% não consomem
bebidas alcoólicas. O valor médio de IMC encontrado foi de 24,5 kg/m2 e o da
dosagem de ácido úrico foi de 4,3 mg/dL e 3,3 mg/dL para homens e mulheres
respectivamente.
Diante dos resultados encontrados, os exames bioquímicos apresentaram-se
normais, especificamente para o ácido úrico, a variável dependente desta pesquisa.
Por conseguinte a presença de níveis normais de ácido úrico não exclui
definitivamente o risco de gota, sendo recomendado, no entanto, o monitoramento
constante deste grupo com orientações específicas sobre a saúde, bem como a
importância de uma dieta balanceada e da realização de atividade física, assim
como a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.
Este estudo proporcionou ao grupo em estudo a realização de exames
laboratoriais de rotina, especificamente a análise da concentração plasmática de
ácido úrico, a partir do diagnóstico laboratorial gratuito das amostras de sangue
contribuindo com o esclarecimento da situação de saúde, em relação aos níveis
séricos de ácido úrico. Além de fornecer dados epidemiológicos para que sejam
utilizados com fins comparativos em estudos envolvendo uma população
semelhante.
ANALYSIS OF SERUM URIC ACID IN OUTSOURCED EMPLOYEES OF
THE UNIVERSITY OF FEIRA DE SANTANA-BA
ABSTRACT
The increased concentration of uric acid, hyperuricemia is associated with
cardiovascular disease, insulin resistance syndrome, and especially gout, a disease
caused by the crystallization of uric acid in the joints. This concentration can vary
from one individual to another according to different factors such as gender, age,
diet, body mass index (BMI), physical activity and alcohol consumption, independent
variables considered in this study. In order to determine the serum concentration of
uric acid and evaluate the personal, clinical, dietary habits and alcohol consumption
of outsourced employees of the State University of Feira de Santana-BA (UEFS),
this study has the theme level analysis serum uric acid outsourced employees of the
State University of Feira de Santana-BA. We conducted a field survey using
descriptive, observational cross-sectional. In the Laboratory of Clinical Analysis of
UEFS samples were taken and measurements made of uric acid using the
enzymatic colorimetric method. Among 63 women and 24 men aged between 19
and 60 years, there was a mean BMI of 24.5 kg/m2 and the mean dose of uric acid
4.3 mg / dL for men and 3.3 mg / dL for women. The uric acid levels found were
within normal limits. This study provided the research subjects to carry out routine
laboratory tests, specifically the analysis of plasma uric acid, providing
epidemiological data to be used for comparative purposes in studies involving a
similar population.
Key words: Uric Acid. Urate. Uric acid. Hyperuricemia. Gout.
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