Indagando sobre Filosofia

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Expopibid – 2014
Subprojeto Filosofia
Coodenador: Alfredo de Oliveira Moraes
Título: Indagando sobre Filosofia (Supervisora Anna Laura França)
Autores: Adriana Tavares de Almeida
Ademário Barro do Nascimento Júnior
Rogério Cavalcanti da Costa Pinto
Desde algum tempo sabemos que o êxito na prática do ensino, a excelência na qualidade da
relação ensino aprendizagem, não depende exclusivamente do conteúdo, ou do muito saber que
possa ter o docente, mas é uma variável dependente, igualmente, do domínio das técnicas
pedagógicas e do saber sobre os métodos de transmissão do conhecimento. Por isso, um bom
professor é aquele que domina o saber específico de sua área de conhecimento aliado ao domínio
dos métodos e técnicas pedagógicas. Dentre as tantas possibilidades que temos de contribuir para a
melhoria da eficácia no exercício da docência, o Pibid nos permite realizar uma ação diagnóstica
que nos conduz a uma reflexão com o propósito de agregar mais qualidade à prática docente dos
envolvidos nesse Programa.
A partir da reuniões dos membros do nosso Subprojeto nas quais questionamos a prática do
ensino de filosofia e como incrementar a relação enisno aprendizagem para tornar a disciplina mais
atrativa para os estudantes, ficou patente a necessidade de buscar mecanismos que nos permitam
repensar a prática, seja:
1)
debatendo entre nós as teorias pedagógicas, para clarificar para nós qual das chamadas
Escolas Pedagógicas pode melhor atender às especificidades tanto da disciplina quanto dos
estudantes e,
2) auscutar os estudantes do ensino médio, que estão sob nossa ação, para apreender como eles
recebem a disciplina e como vêem a prática do professor no exercício da docência.
A pergunta inicial: Qual Escola Pedagógica podemos eleger para nossa prática?
Considerando apenas as Escolas – Tradicional, a Escola Nova, a Tecnicista, a Libertária e a Crítico
Social dos Conteúdos, como definir ou redefinir a nossa prática? Em outras palavras: qual filosofia
irá fundamentar a nossa prática?
Revisitando as Escolas Pedagógicas, de forma muitíssimo breve, temos que:
a) a Escola Tradicional, com seu enfoque na disciplina, na rigedez e distanciamento dos envolvidos
na relação mestre – discipulo ou docente – discente, torna a relação ensino aprendizagem pouco
atraente nos dias atuais, nos quais a informação que gera conhecimento exige cada vez mais
interação entre os atores do processo;
b) a Nova Escola, que junto com o tecnicismo ao insistir numa ênfase sobre o aprendizado técnico
em pouco contribui para a formação seja da cidadania, seja da consciência crítica, especializando-se
em formar mão de obra para a atividade industrial, desperta o interesse dos jovens por apontar para
o mercado de trabalho, mas não os capacita para a vida em sociedade, para a vivência das
dimensões existenciais humanas;
c) a Libertária, inverte a lógica do tecnicismo, mas exacerba tanto na crença de que os saberes
vigentes e transmitidos nos sistemas educacionais não são essenciais, quanto no fazer do estudante
um sujeito no ato de conhecimento julgando para isso que ele traz saber em si mesmo com tanta
validade quanto o saber da ciência a se transmitido. Assim, não prepara adequadamente para o
mundo do trabalho e quase sempre logra apenas formar contestadores, que se transformam, por
vezes, em revoltados e não revolucionários que compreendem o sistema e têm um projeto de
sociedade alternativo a oferecer.
d) a Crítico Social do Conteúdos, com raízes no movimento filosófico chamado de Escola de
Frankfurt, propõe a transmissão dos conteúdos do saber dominante, mas com ênfase também no
estudante como sujeito ativo na relação ensino apredizagem, fazendo com este apreenda os
conhecimentos de forma crítica e estabelecendo relações com o todo social no qual o estudante
vive.
Ora, é preciso não ceder à tentação eclética de querer tomar um pouco de cada uma e fazer
uma colcha de retalhos pedagógica. O que por certo nos imporia a experiência da contradição e não
nos conduziria a alcançar os resultados que buscamos. Por ser uma disciplina identificada com a
formação da consciência crítica, a Filosofia encontra na Pedagogia Critico Social do Conteúdos o
seu melhor ancoradouro. Mas, isso implica em estarmos atentos às implicações dessa escolha. Qual
a visão de mundo e o conceito de homem que estão presentes nessa Escola Pedagógica? Será que
nisso nos identificamos?
A visão de mundo subjacente ao pensamento da Escola Crítico Social do Conteúdos
evidencia as contradições sociais e as desigualdades econômicas que geram a injustiça na
distribuição da riqueza como fruto do sistema político e econômico vigente, e apresenta como
solução uma ação voltada para a formação cultural, na qual a revolução do sistema atual virá
através da educação. Somente o conhecimento é a moeda pela qual tudo pode ser trocado. O
conceito de homem dessa Escola tem na liberdade do indivíduo humano o seu fundamento e a sua
esperança na transformação da realidade disso depende. Discordâncias pontuais à parte, no todo nos
parece plausível a identificação, em linhas gerais, com tais pressuposições.
Considerando que a Filosofia é um modo de conhecer que se caracteriza, desde o início com
Tales de Mileto, em ser saber sistematizado e demonstrado racionalmente em sua validade,
deixando gradativamente ao longo de sua história de ser amor ao saber para ser saber efetivamente
como ciência do universal, que tanto se alimenta das ciências particulares como alimenta a estas
com questões e lhes sustém com fundamentação teórica. É imperiosa para a prática docente dos que
a ela se dedicam a capacidade de articular o seu objeto de conhecimento nas suas relações com o
todo e de fazer ver aos seus educandos as correlações da realidade efetiva na qual vivem.
Mas, o professor de Filosofia não é o sábio de verdades inquestionáveis, o guro
incontestável, é na verdade alguém que despertou para a necessidade de não viver abstratamente,
não isolar-se no casulo das relações imediatas da existência, mas pensar o todo no jogo de suas
múltiplas relações constitutivas, na teia complexa das relações da realidade efetiva, que o senso
comum chama de realidade concreta; seu compromisso é servir ou melhor instrumentalizar
teoricamente os outros a despertarem para necessidade de apreender essas infinitas conexões.
Com efeito, o dilema que nos coloca Platão na famosa alegoria da caverna, do livro sete da
República será sempre uma advertência para a precaução. Naquele passagem, narra Platão:
Havia uma caverna subterrânea, onde desde toda a eternidade se encontravam homens acorrentados
ao fundo, presos de tal modo que se quer podiam virar a cabeça, estavam voltados para a parede e
tomavam por realidade as sombras ali projetadas, eis que um deles se liberta, ao sair da caverna
descobre um mundo totalmente dferente, como sendo a verdadeira realidade, um mundo cheio de
cores, de odores, sabores e texturas nunca antes imaginados por ele; o dilema: deve ele voltar e
libertar os outros que ficaram na caverna? A resposta imediata e simplória é sim, mas, lembremos
que ao voltar a caverna ele terá perdido a capacidade enxergar na escuridão e terá muita dificuldade
em discernir as sombras umas das outras, aos olhos dos outros valerá a pena sair? E voltar, segundo
o critério do mundo em que vivem menos apto e falando de coisas que não existem? Esse último
ponto é o mais problemático: como falar de coisas que estão além das querelas e afazeres
cotidianos, fazendo-se acreditar e, acima de tudo, fazer os estudantes aceitarem a existência dessas
coisas e reconhecerem a importância desse saber para a vida deles? Essa a tarefa e o desafio do
professor de Filosofia, em especial, no ensino médio.
São essas entre outras as reflexões que animam nossas reuniões, nossos debates internos na
busca de aperfeiçoarmos a nossa prática docente; a consciência de nosso papel na formação dos
jovens, a afirmação social da importância da disciplina e o anseio por uma sociedade onde
possamos desenvolver nossas melhores potencialidades dão o mote a partir do qual evidamos
nossos esforços na prática docente.
Quanto ao segundo tópico do qual falamos no início, a abordagem diagnóstica, já
elaboramos um esboço de questionário para aplicação aos estudantes, o qual apresentamos a seguir
para que possamos receber subsídios que possam melhora-lo, enquanto amadurecemos a ideia de
como abordar os estudantes para obter respostas mais verossímeis e que possam nos ajudar na
construção de mais eficácia de nossa prática docente.
Eis o que temos bolado como questionário:
ESCOLA DIÁRIO DE PERNAMBUCO
PIBID DE FILOSOFIA
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS
1. Nome do professor:_________________________________________________
2. Turmas: ( ) 1º Ano A ( ) 1º Ano B
( ) 1º Ano C ( ) 1º Ano D ( ) 1º Ano E
( ) 1º Ano F ( ) 2º Ano A ( ) 2º Ano B
( ) 2º Ano C
( ) 2º Ano D ( ) 3º Ano A ( ) 3º Ano
B ( ) 3º Ano C
3. Qual a sua motivação para estudar filosofia e frequentar as aulas?
( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto
4. O professor utiliza algum recurso áudio visual durante as aulas de filosofia?
( ) Não
( ) Sim Quais? ________________________________________
5. Na sua opinião o aprendizado ou a compreensão do conteúdo trabalhado se torna mais fácil?
( ) Não
( ) Sim
6. Na sua opinião a metodologia do professor de filosofia é?
( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Excelente
7. O que você acha do livro didático de filosofia adotado pela escola?
( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Excelente
8. Na sua opinião seus colegas de classe gostam das aulas de filosofia?
( ) Não
( ) Sim
9. Na sua opinião as intervenções feitas pelos alunos do PIBID de filosofia contribuem de
forma positiva? ( ) Sim ( ) Não
10. Na sua opinião os 50 minutos de aula de filosofia são suficientes?
( ) Sim ( ) Não
11. Você dedica algum momento para aprofundamento de alguma questão?
( ) Sim
( ) Não
12. Quando existe dúvida qual recurso você utiliza:
( ) Pergunta ao professor.
( ) Pesquisa
( ) Pergunta a algum colega ( ) Não busca esclarecimentos
13. Quais ferramentas de pesquisa você utiliza?
( ) Internet
( ) Livros
( ) Jornais/Revistas
( ) Outros ______________
Bem, isso é o que temos a apresentar ate o momento, esperamos poder realizar essas nossas
intenções, tanto de amadurecimento teórico quanto de diagnóstico, que favoreçam a prática docente,
seja dos profissionais hoje envolvidos no processo, bem como, contrbuir positivamente para a
formação dos estudantes de ensino médio alvo do nosso subprojeto de Filosofia, do Pibid UFPE, e
por último, mas não menos importante ensejar uma experiência que nos permita um exercício digno
em nossa ação futura como profissionais da educação.
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