Queda de edifício em Nova York espalhou pó de amianto Giovani Cherini O mundo tem observado a população americana usando máscaras em Nova York depois do desabamento das duas torres do World Trade Center. Você sabe um dos motivos disso? As fibras de amianto, ou asbesto, quase invisíveis, são aspiradas ou ingeridas imperceptivelmente, acumulando-se no organismo (o amianto é indestrutível), às vezes por 20 ou 30 anos antes de manifestar qualquer doença decorrente dela. O amianto está em caixas d’água, lonas e pastilhas de freio dos carros, telhas e pisos, tintas e tecidos antichamas. É tão resistente quanto o aço e é imune ao fogo, este o principal motivo de estar presente na construção do edifício que já foi o maior do mundo. Os produtos feitos com o mineral também contaminam. Pesquisas comprovam que o pó que se desprende dos equipamentos pode, se inalado, alojar-se no organismo e disseminar doenças. A Assembléia Legislativa aprovou por unanimidade no mês de maio de 2001 a lei 11.643, de minha autoria, que proíbe a utilização e comercialização de produtos a base de amianto no Rio Grande do Sul. Com isso, o Estado será o segundo do Brasil a proibir o uso do mineral cancerígeno. O primeiro foi Mato Grosso do Sul. A proposta segue tendência mundial, pois 21 países, incluindo França e Itália, já proibiram o uso do amianto em qualquer tipo de produto, mas em especial, telhas, caixas d’água e pastilhas de freios. Cinco cidades paulistas, incluindo a capital São Paulo, também têm leis proibindo o amianto. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, já anunciou que pretende proibir o mineral no país, até 2003. O Rio Grande do Sul, com a aprovação do projeto, dá uma demonstração de preocupação com a vida, pois milhares de trabalhadores já morreram vítimas de câncer e doenças respiratórias provocadas pelas fibras do amianto. Legenda: Giovani Cherini é deputado pelo PDT Foto: Marco Aurélio Couto