adesão do paciente ao tratamento com antidiabéticos orais através

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ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO COM ANTIDIABÉTICOS ORAIS
ATRAVÉS DA CONTAGEM DE COMPRIMIDOS
José Cláudio Garcia Lira Neto (aluno do Programa ICV/UFPI), Roberto Wagner Júnior Freire
de Freitas (Orientador, Departamento de Enfermagem – CAFS/UFPI)
INTRODUÇÃO: As doenças crônicas vêm aumentando de forma alarmante, sendo responsáveis por
matar e incapacitar pessoas ao redor do mundo. Uma das doenças crônicas que merece destaque é
o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), que atualmente acomete mais de 250 milhões de pessoas em todo
o mundo. Um dos fatores essenciais para o controle dessa enfermidade e para a redução da
incidência das complicações é a adesão à terapêutica medicamentosa (ARAÚJO, 2009; ARAÚJO et
al., 2012; GIANNOPOULOS et al., 2007; IDF, 2012). Em relação à adesão aos fármacos se faz
importante destacar que há distintos métodos que permitem avaliar e medir o nível de cumprimento
ao tratamento, métodos esses, essenciais para a realização de pesquisas, assim como, para guiar os
profissionais de saúde em seus diagnósticos (MARTÍNEZ et al., 2008). Dentre os métodos que
medem a adesão medicamentosa pode-se destacar a contagem de comprimidos, reconhecido na
comunidade científica como “padrão-ouro”, uma vez que proporciona uma análise rápida,
contundente e de fácil aplicação em cenários distintos (ARAÚJO, 2009; ARAÚJO et al., 2012). Devido
ao aumento da não adesão medicamentosa de pacientes com DM2 ser documentada com frequência
na literatura, e pelo conhecimento das inúmeras complicações da doença, essa pesquisa buscou
avaliar o nível de adesão dos pacientes com DM2 ao tratamento com antidiabéticos orais através da
contagem de comprimidos e identificar os principais fatores para a não adesão, através de uma
revisão de literatura. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, realizado
através da revisão da literatura de artigos científicos, contidos nas bases de dados LILACS (Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PUBMED. Para tal, foram utilizados os
seguintes descritores: “Cooperação do Paciente” (“Patient Compliance”), “Diabetes Mellitus tipo 2”
(“Diabetes Mellitus type 2”) e “Contagem de Comprimidos” (“Count Pills”). Adotaram-se como critérios
de inclusão os artigos publicados nos idiomas português, inglês e/ou espanhol, com texto na íntegra
e acesso gratuito. Foram excluídos os trabalhos na modalidade revisão de literatura, revisão
integrativa e monografias. O estudo foi realizado durante o período de vigência das atividades no
Programa de Iniciação Científica Voluntária 2012-2013 (ICV), de outubro de 2012 a agosto de 2013 e,
após consulta, leitura e análise do material, a presente investigação encontrou 66 artigos publicados
que trabalhavam a temática da adesão medicamentosa através do método da contagem de
comprimidos e os principais fatores para a não adesão. As investigações selecionadas foram
apresentadas em tabelas e gráficos, sendo os resultados discutidos e comparados com a literatura
pertinente. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Através de uma extensa análise na literatura, segue
abaixo, um gráfico que condensa alguns estudos que utilizaram o método da contagem de
comprimidos como escolha para avaliação dos níveis de adesão nos pacientes com DM2 ao regime
terapêutico medicamentoso.
NÍVEL DE ADESÃO À TERAPÊUTICA
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Série1
México
Brasil
Jamaica
Estados
Unidos
Espanha
Catar
27%
43,90%
24%
78%
35,40%
91,30%
GRÁFICO 1 – Nível de adesão à terapêutica medicamentosa segundo o método da contagem de
comprimidos em diferentes países.
O Gráfico 1 deixa claro que o percentual de adesão tem divergido nos países estudados, indo de 24%
a 91,3%, sendo a Jamaica o país com menor percentual de adesão e o Catar o país com maior
percentual de adesão à terapêutica medicamentosa, segundo o método de avaliação da contagem de
comprimidos (ARAÚJO et al., 2012; MARTÍNEZ et al., 2008; MATEO et al., 2006; PRADO-AGUILAR
et al., 2009; WALKER et al., 2006). Outros estudos mostraram percentuais de adesão de 37,8%,
17,1% e 7% no Brasil, Grécia e Tailândia, respectivamente (ARAÚJO, 2009; GIANNOPOULOS et al.,
2007; PHUMIPAMORN et al., 2008). Detalhando os estudos, pode-se perceber que o método da
contagem de comprimidos dá a porcentagem de adesão e classifica facilmente os pacientes em
cumpridores ou não cumpridores, sendo o mesmo considerado padrão-ouro. Dentre os principais
motivos que influenciam para a não adesão estão: baixo nível de escolaridade, renda socioeconômica
baixa, pouco conhecimento sobre a doença, baixo entendimento acerca do regime terapêutico
prescrito, regime terapêutico complexo, falta de auxílio do profissional de saúde, entre outros
(ARAÚJO et al., 2012; GIANNOPOULOS et al., 2007; IDF, 2012; MARTÍNEZ et al., 2008; MATEO et
al., 2006; PHUMIPAMORN et al., 2008; PRADO-AGUILAR et al., 2009; WALKER et al., 2006).
CONCLUSÃO: Estudos que analisaram o comprimento da terapêutica medicamentosa através do
método da contagem de comprimidos mostraram que os dados são divergentes, uma vez que
apresentam taxas de adesão que variam de 24 a 91,3%. Tais dados preocupam os profissionais de
saúde devido ao aumento da não adesão e ao aparecimento de complicações relacionadas à
enfermidade. Portanto, estudos que envolvem métodos de avaliação da adesão medicamentosa,
como o método da contagem de comprimidos, devem ser ampliados e preservados, a fim de
auxiliarem profissionais de saúde em pesquisas que envolvam a temática, acerca de um melhor
manejo no diagnóstico e na prática clínica dessas doenças crônicas, como o DM2.
PALAVRAS-CHAVE: Cooperação do Paciente. Diabetes Mellitus tipo 2. Enfermagem.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, M.F.M. Cumprimento da terapia com antidiabéticos orais em usuários da rede básica
de Fortaleza – Ceará. 2009. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2009.
ARAÚJO, M.F.M.; ALENCAR, A.M.P.G.; ARAÚJO, T.M. et al. Disposição para controle aumentado do
regime terapêutico entre pessoas com diabetes mellitus. Acta Paul Enferm, v. 25, n. 1, 2012.
GIANNOPOULOS, S. et al. Patient compliance with SSRIs and gabapetin in painful diabetic
neuropathy. Clin J Pain., Philadelphia, v. 23, n. 3, p. 267-269, mar./apr. 2007.
INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION – IDF. Diabetes Atlas 5ª Edition 2012 Update: New
estimates for 2012 of diabetes prevalence, mortality, and healthcare expenditures. Internacional
Diabetes Federation. Brussels, Belgium, 2012.
MARTÍNEZ, Y.V. et al. Quality of life associated with treatment adherence in patients with type 2
diabetes: a cross-sectional study. BMC Health Serv Res.,v. 8, p.164, 2008.
MATEO, J. F. et al. Multifactorial approach and adherence to prescribed oral medications in patients
with type 2 diabetes. Int J Clin Pract., Oxford, v. 60, n. 4, p. 422-428, 2006.
PHUMIPAMORN, S. et al. Effects of the pharmacist’s input on glycaemic control and cardiovascular
risks in Mulsim diabetes. Prim Care Diabetes., Oxford, v. 2, n. 1, p. 31-37, 2008.
PRADO-AGUILAR, C.A. et al. Performance of two questionnaires to measure treatment adherence in
patients with Type-2 Diabetes. BMC Public Health, v.9, 2009.
WALKER, E.A. et al. Adherence to preventive medications: predictors and outcomes in the Diabetes
Prevention Program. Diabetes Care, v. 29, n. 9, p.1997-2002, set. 2006.
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