PIBIC-UFU, UFU, CNPq CNP & FAPEMIG Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Pós DIRETORIA DE PESQUISA INTERAÇÃO HIPERFINA E COERÊNCIA DO SPIN ELETRÔNICO EM PONTOS QUÂNTICOS Rene Felipe Keidel Spada Divisão de Ensino Fundamental, Instituto Tecnológico de Aeronáutica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias CEP – 12.228-900 12.228 – São José dos Campos – SP - Brasil César Guilherme Guilhe de Almeida Faculdade de Matemática, Universidade Federal de Uberlândia Av. João Naves de Ávila, 2121 CEP 38400-902, 38400 Uberlândia –MG - Brasil Qu Fanyao N úcl eo d e F ís ica Ap lic a d a d o I n st it uto d e Fí s ica , U ni v er sid ad e d e B r as íl ia Ca mp u s U ni v er si tár io D ar c y Rib eir o CE P 7 0 9 1 0 -9 0 0 , B r a si li a – D F - B r as il Resumo: O spin de um elétron confinado em um ponto quântico magnético é um candidato promissor a dispositivos processadores de informação quântica, com grandes aplicações nas áreas de spintrônica e computação quântica. Esses dispositivos requerem o spin seja estável por um tempo suficiente para sua leitura e processamento. Um dos principais problemas é a decoerência do spin advindo da interação do elétron com com o campo magnético criado pelos spins nucleares oscilantes – interação hiperfina. Neste trabalho estão apresentados nossos resultados preliminares no controle da interação hiperfina, resolvendo as equações de Schrödinger e Poisson acopladas considerando a interação hiperfina. Palavras-chave:: Pontos Quânticos, Computação Quântica, Interação Hiperfina 1.INTRODUCÃO Se um determinado sistema istema tem seu tamanho reduzido a dimensões de escalas nanométricas (onde 1 nanômetro equivale a 10-9 metros), novos efeitos físicos como confinamento quântico, efeitos ondulatórios da matéria, entre outros são observados. Existe uma diferença drástica entre dispositivos nanométricos e seus precursores, pois suas propriedades físicas dependem fortemente de seu tamanho, morfologia e composição química. Um ponto quântico é uma nanoestrutura construída sobre outro material, onde as partículas (elétrons e/ou buracos) ficam confinadas nas três direções. Devido a esse confinamento, as partículas só podem existir no ponto quântico com certos valores discretos de energia. Por essa razão, pontos quânticos são, por vezes, chamados de átomos artificiais. Os níveis de energia podem ser controlados controlados através da variação do tamanho, do formato e da profundidade do poço de potencial, portanto podem ser usados para simular átomos ou moléculas, com a vantagem da possibilidade de manipular os portadores de carga, e a energia de transição. Os pontos quânticos icos apresentam propriedades ópticas fantásticas e têm sido utilizados na construção de lasers de semicondutores, células fotoelétricas e detectores ópticos. Uma ilustração dessas propriedades são pontos quânticos de Seleneto de Cádmio que absorvem luz ultravioleta ult ea reemite como luz visível; e a cor do seu brilho varia com seu tamanho, passando do amarelo para o azul à medida que se tornam m menores (Veja Fig. 1) 1 Fig 1: Pontos quânticos de Seleneto de Cádmio emitindo diferentes freqüências de luz visível, que variam com seus tamanhos, estudados por Klimov, V. I., et al. Para maior controle sobre o tamanho do ponto quântico e o número de elétrons confinados, uma técnica bastante usada para a fabricação está representada na figura abaixo Fig. 2 (Otsuka, T., et al), onde o ponto (dot) é montado entre gates de potenciais, podendo assim controlar o confinamento das partículas no ponto à medida que se varia a tensão nesses gates. Na Fig. 2 também está representado um fio quântico (wire), estrutura onde a partícula pode se mover em apenas uma dimensão. Fig 2: Ponto quântico e fio quântico montados através de gates de potencial. O estudo teórico quantitativo dessas estruturas através de cálculos analíticos se torna altamente complexo, em muitos casos, se torna impossível. Desta forma, serão usadas metodologias numéricas para o desenvolvimento de tal estudo. Nas últimas décadas houve um grande desenvolvimento de metodologias numéricas para a solução de problemas nas áreas de eletrostática e estrutura eletrônica. Esse rápido avanço aconteceu devido a alguns fatores, tais como: grande avanço teórico para explicar propriedades em estruturas eletrônicas; grande variedade de métodos computacionais que podem ser usados para estudar determinado problema onde o esforço computacional cresce rapidamente com o tamanho do sistema; possibilidade de criação de algoritmos genéricos para resolução de sistemas de equações e de autovalores. Além disso, a criação de processadores mais eficientes aliados a métodos numéricos precisos, tem tornado possível o estudo de sistemas cada vez mais complexos. Este trabalho consiste na elaboração de um código computacional em linguagem de programação Fortran, usando o Método de Diferenças Finitas, para resolução das equações de Poisson e Schrödinger de forma auto-consistente. 2. METODOLOGIA O método das diferenças finitas está baseado na fórmula de Taylor para aproximar as derivadas de uma função real, f (Arfken, G. B., Weber, H. J.). Nos problemas estudados neste 2 trabalho iremos considerar funções de uma variável. variáve . Estas funções irão aparecer em equações diferencias cujos domínios serão um intervalo fechado I = [a, b]. ]. Estes domínios serão discretizados e as soluções das equações diferenciais serão obtidas em pontos da forma xi ∈ I, representado na Fig. 3.. Neste caso, as aproximações de f(xi) serão denotadas por fi. As soluções das equações diferenciais nos domínios discretos serão obtidas através da solução de sistemas lineares. Mais detalhes serão apresentados nas próximas seções. Fig 3: 3 Domínio em 1 dimensão discretizado 2.1 Malha Uniforme Considerando as distâncias entre os pontos da malha (domínio discretizado) igual a h, com h constante, e aproximando a função f através da fórmula de Taylor em torno do ponto x e admitindose que f possua derivada até ordem 4, tem-se tem que: 2! 3! 4! 1 2! 3! 4! 2 onde c1 está entre x e x+h e c2 está entre x-h e x. Ignorando os termos maiores que a primeira ordem temos: 3 4 Assim, de (3) temos a diferença retrógrada: 1 5 e da equação (4) temos a diferença avançada: avançada 1 6 ainda subtraindo a equação (3) da equação (4) podemos podemos obter a diferença central: central 3 12ℎ − ) + ℎ ) 7) Para se obter uma aproximação da derivada de segunda ordem basta truncar a série mais adiante, na segunda ordem: + ℎ) = ) + )ℎ + ) − ℎ) = ) − )ℎ + ) ℎ ℎ + ′ ) + ℎ ) 2! 3! ℎ ℎ ) − ′ + ℎ ) 2 3! 8) 9) Somando as equações (8) e (9) é possível obter a expressão desejada: = 1ℎ − 2 + + ℎ ) 10) Explicações mais detalhadas podem ser encontradas em Franco, N. B., 2007, Cálculo numérico. 3. RESULTADOS Foram desenvolvidos códigos computacionais para resolver numericamente tanto a equação de Poisson (em uma dimensão), quanto a equação de Schrödinger (em uma dimensão); além do desenvolvimento de um código que resolve de modo auto-consistente as equações acopladas. A equação de Poisson é uma equação muito importante no eletromagnetismo, pois sua solução é o potencial elétrico devido a certa densidade de carga, já a equação de Schrödinger é de fundamental importância para a mecânica quântica, pois sua solução descreve a função de onda em determinado sistema, que quando multiplicada pelo seu conjugado complexo, descreve a densidade de probabilidade de encontrar a partícula em cada região do espaço, e ainda é possível determinar a energia de cada função de onda associada à partícula. 3.1 Equação de Poisson em uma dimensão A equação de Poisson em uma dimensão é dada por: % &) ') =− % () onde &) é o potencial elétrico e ') é a densidade de carga. Usando a equação (10) para aproximar a derivada temos: * 1 ' + & − 2& + & = − ℎ () 11) 12) Discretizando o domínio, é possível transformar a equação (11) em uma equação matricial da forma: ,& = () 13) 4 O número de linhas e o número de colunas da matriz A são determinados pelo número de pontos do domínio discretizado, menos o número de pontos que tem seu valor pré-definido pelas condições de contorno, no caso duas, já que cada termo da diagonal principal em cada linha da matriz representa um ponto da malha e os termos fora da diagonal principal representam a influência dos outros pontos sobre aquele, formando assim uma matriz quadrada de ordem n. A matriz pode ser escrita na seguinte forma compacta: −2 1 ,, = ℎ /, 1 , = ℎ ,= 0, = 1ℎ / , . 0 , , , , 1≤4≤5 1≤ 4 ≤ 5−1; 1≤4 ≤5−1 67896: O vetor V é dado pelos valores do potencial em cada ponto i, e o vetor B é dado pelos valores da densidade de carga no ponto, lembrando que no caso de uma dimensão, as condições de contorno afetam apenas a primeira e a última componente do vetor, representado a seguir: ' − &) ' > C ' = B ⋮ = ' B = B ' -= = B = ' B ⋮ = B ' = B @ '@ <'@ − &@ A onde &) e &@ são as condições de contorno. 3.2 Equação de Schrödinger em uma dimensão A equação de Schrödinger independente do tempo em uma dimensão, segundo Bastard G., é dada por: ℏE HE IJ) FG HKE + &) )L) = ML) 14) Discretizando o operador laplaciano utilizando a equação (10), é possível escrever a equação (14) através de uma equação de autovalores e autovetores, onde os valores da função nos pontos do domínio discretizado são encontrados através da resolução de um sistema linear: NL = ML Onde a matriz hamiltoniana N, descrita por Hjorth-Jensen, terá os índices iguais a: 15) 5 D 1 N & / , PQ / 2 / D N = N, 2P Q 0 2 / D /N, / 2PQ . 0 2 , , 13435 , 1 3 4 3 5 1; , 134 351 67896: 3.3 Método auto-consistente Agora será considerado um poço quântico dopado com certa concentração de doadores de elétrons nas regiões de maior potencial, que serão ionizados,, assim liberando o elétron para ocupar os níveis de energia dentro do poço (figura 4). Segundo a Teoria do Funcional uncional de Densidade (DFT) a equação de Schrödinger pode ser reescrita como: Fig 4:: Sistema considerado para resolução através do método autoconsistente DE HE RS G F HKE &TOT MOT 16 Onde O, quando elevada ao quadrado, deixa de ser a densidade de probabilidade e passa a ser a densidade de carga normalizada, e o potencial & passa a ser o potencial de confinamento somado ao potencial coulombiano, que segundo s a aproximação de Hartree tem a seguinte forma: &T &) T Q&U T 17 onde e é o módulo da carga do elétron. O potencial coulombiano pode ser calculado através da equação de Poisson (11), sendo: ' QVW T VX |OT| 18 onde Nd é a concentração de doadores e Ne é a concentração de elétrons (Bastard). (Bastard) Utilizando a técnica do delta-doping,, espaço muito pequeno de doadores, pode-se pode considerar que todos os doadores se ionizam, assim tendo: [ VX Z VW % [ 19 6 ] ] VW )) = VW \ *|T| − ^+ \ * ^ % |T|++ 2 2 20 onde \ é a função degrau. Dessa forma orma podemos iniciar o método auto-consistente auto consistente escolhendo um valor para o potencial de Hartree e o considerando para calcular a equação de Schrödinger, Schrödinger dando origem à primeira função de onda. Através ravés dessa, será calculado um novo potencial de Hartree por meio da resolução da equação de Poisson, e esse novo potencial será comparado comparado com o potencial de entrada. Caso a diferença seja menor que certa tolerância, consideramos que o cálculo convergiu e o programa considera essa função de onda a solução do problema, problema, caso contrário, através de uma combinação linear, o programa recalcula um novo potencial de entrada e o processo é repetido até que a tolerância seja satisfeita. 3.4 Interação Hiperfina O spin de um elétron confinado perderá informações dessa orientação depois de certo tempo. Mecanismos físicos que lidam com esse tipo de problema consideram tanto a interação do spin do elétron com o seu orbital quanto a interação do spin do elétron com os spins nucleares ao seu redor. Para a computação quântica, esses estados de spin que guardam informações devem ser estáveis durante o processamento e leitura dos mesmos. Assim se torna interessante o estudo da relaxação do spin de elétrons em pontos quânticos, quânticos, pela sua proposta de uso como qubits de estado sólido,, e também seu tempo de coerência em pontos quânticos semicondutores. Durante os anos muitos progressos tem sido feitos para os pontos de GaAs, mas ainda é um desafio controlar a decoerência advinda da da interação hiperfina com os núcleos ao redor do elétron. Para tratar tal interação foi estudado o efeito Overhauser produzido pelos spins nucleares em um poço quântico simetricamente dopado semelhante à Fig. 4, noo entanto com um campo magnético aplicado do na direção de crescimento da estrutura, representada na Fig. 5. Fig 5 – Desenho esquemático de um campo magnético sendo aplicado em um poço quântico semicondutor Usando a teoria do funcional de densidade, a equação de Schrödinger pode pod ser descrita como a equação (16),, no entanto o potencial terá mais um termo, o termo de interação hiperfina. &T &) T Q&U T &_` 21 Considerando o fato de o campo magnético externo polarizar os spins spins da estrutura eletrônica paralelamente ou antiparalelamente ao mesmo, pode-se pode se usar a teoria do campo médio para descrever o termo de interação hiperfina da seguinte forma: &_` ab cX de -XJf V) ghib j 22 7 onde ab e ib são os spins do elétron e do núcleo, respectivamente, cX é o fator g do elétron, de é o valor do magnéton de Bohr, V) tem valor de uma constante de interação hiperfina, denominada A, e g é o valor da integral do quadrado da função de onda dentro do poço quântico. O primeiro termo diz respeito à energia de Zeeman, já o segundo termo descreve a interação entre os elétrons e o campo efetivo criado pelo campo externo e os spins nucleares. O termo de spin-flip não foi considerado. Assim o termo de interação hiperfina é dado por: k &_` = ab cX de -XJf − ,hib j Z|O| ) k 23) O valor médio do spin nuclear é expresso através de: cn de i-XJf hib j = ilm * + oe p 24) onde cn é o fator g do núcleo, oe é a constante de Boltzmann, p é a temperatura e l) é a função de Brillouin, que é dada por: lm ) = 2i + 1 2i + 1 1 68ℎ * + − 68ℎ 2i 2i 2i 2i 25) Como ocorre a separação dos níveis, por causa do campo magnético externo, existe a necessidade de se calcular a concentração de elétrons tanto dos níveis de spin up e spin down, que são dados por: 5q = FG ℏE r sMt − Mq u\sMt − Mq u 26) onde 5 é a concentração de elétrons, 4 e v são o número do nível de energia e a orientação do spin, respectivamente, e Mt a energia do nível de Fermi, que por aproximação, tem seu valor dado por: ℏ w Mt = 5 + M↑ + M↓ 2PX 27) Assim podemos dar início ao cálculo auto-consistente, tomando cuidado para resolver a equação de Schrödinger duas vezes em cada passo, uma para os níveis com elétrons de spin paralelo ao campo magnético externo, e outro para elétrons de spin antiparalelo. O potencial Coulombiano levará em consideração a concentração total de elétrons. Utilizando um sistema caracterizado pelo potencial de confinamento do GaAs, 179 meV, um poço quântico de largura 40 nanômetros, o espaço dopado com íons doadores de elétrons de 2,5 nanômetros de cada lado do poço, a uma distância de 12,5 nanômetros da alteração do potencial. A concentração dos doadores é de 1018/cm3. Como parâmetros foram utilizados fator g do elétron com valor de −0,44, o fator g do GaAs com valor de 2,002, com spin nuclear 32. Para esse material, a constante de interação hiperfina A teve seu valor calculado por Voss, J. e Pfannkuche, D.: , = −2.5 × 10 P Q& : e a temperatura utilizada foi 1K, 8 Como as funções de onda não mudam drasticamente elas serão omitidas, e o que se torna interessante observar são a separação do nível fundamental de energia, que está ilustrado na figura 6, e as concentrações de elétrons em cada nível, que está representado na figura 7. Ambos resultados variando o campo magnético externo de 1 mT até 10 mT e os estados S- e S+ significam os níveis de elétrons com spin down e spin up, respectivamente. 0,100 41,0 0,095 40,5 0,090 0,085 S 3 39,5 concentration (/nm ) Ground state energies (meV) 40,0 39,0 38,5 38,0 37,5 37,0 S + S 0,080 + 0,075 0,070 0,065 - S 0,060 0,055 0,050 36,5 0,045 36,0 0,040 0 35,5 0 2 4 6 8 2 4 6 8 10 magnetic field (mT) 10 magnetic field (mT) Fig 7 – Concentração de elétrons dos subníveis de spin up e spin down indicados por S+ e S- em função do campo magnético externo. Fig 6 – Energias do estado fundamental de spin up e spin down indicados por S+ e S- em função do campo magnético externo. . Ainda podemos observar a deformação do potencial que se deve principalmente à interação Coulombiana entre os elétrons dentro do poço quântico e ao campo elétrico entre o gás bidimensional de elétrons formado dentro do poço e os íons com cargas positivas formados na região de doadores. Fig 8 – Potencial após o cálculo ter convergido 4. CONCLUSÕES O método numérico mostrou-se bastante eficiente, atingindo a acurácia desejada, tanto para a equação de Poisson como para a equação de Schrödinger. Para trabalhos futuros é possível melhorar a precisão dos cálculos considerando mais termos da fórmula de Taylor. A aproximação de Hartree apresentou resultados bastante satisfatórios, e ainda quando foi considerada a interação hiperfina, os resultados foram consistentes com o esperado. Ainda é possível complementar o programa para cálculos mais apurados, considerando outros tipos de potencial. Como conclusão geral, é possível utilizar o método para o estudo de pontos quânticos e nanoestruturas em que a interação hiperfina apresenta uma contribuição relevante. 9 5. AGRADECIMENTOS Os autores do trabalho agradecem às agências de fomento FAPEMIG e CNPQ pelo auxílio financeiro que possibilitou a realização desse trabalho. 6. REFERÊNCIAS Arfken, G. B., Weber, H. J., 2005, Mathematical methods for physicists, sixth edition, Cap 5, p 321 - 401 Bastard, G., Wave mechanics applied to semiconductor heterostructures, Cap 1, p 1 – 11, Cap 5, p 155 - 186 Franco, N. B., 2007, Cálculo numérico, Cap 13, p 429 - 485 Hjorth-Jensen, M. , 2003, Computational physics, Cap 13, p 241 – 247 Klimov, V. I., et al, 2007, Single-exciton optical gain in semiconductor nanocrystals, Nature Volume 447, Number 7143 pp 353-506, DOI: 10.1038/nature05839 Otsuka, T., et al, Fano effect in a few-electron quantum dot, arXiv:cond-mat/0701023v2, to be published Voss, J., Pfannkuche, D., Electron spin relaxation in GaAs quantum dot systems – The role of the hyperfine interaction, arXiv:0712.2376v1, to be published; HYPERFINE INTERACTION AND ELECTRON-SPIN COHERENCE IN QUANTUM DOTS Rene Felipe Keidel Spada Divisão de Ensino Fundamental, Instituto Tecnológico de Aeronáutica Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acácias CEP – 12.228-900 – São José dos Campos – SP - Brasil César Guilherme de Almeida Faculdade de Matemática, Universidade Federal de Uberlândia Av. João Naves de Ávila, 2121 CEP 38400-902, Uberlândia –MG - Brasil Qu Fanyao N úcl eo d e F ís ica Ap lic a d a d o I n st it uto d e Fí s ica , U ni v er sid ad e d e B r as íl ia Ca mp u s U ni v er si tár io D ar c y Rib eir o CE P 7 0 9 1 0 -9 0 0 , B r a si li a – D F - B r as il Abstract: The spin of an electron confined to a semiconductor quantum dot is a prime candidate for quantum information processing devices, with potential applications in spintronics and quantum computation. Schemes for quantum computation rely on a sufficiently long lifetime of initialized spin states. One major problem is spin decoherence, resulting from the electron’s interaction with a fluctuating magnetic field created by the randomly precessing nuclear spins-hyperfine interaction. In this work, we present our preliminary results on the electric control of hyperfine interaction, obtained through solving the coupled Schrödinger and Poisson equations, including hyperfine interaction. Keywords: Quantum Dots, Quantum computation, Hyperfine Interaction 10