Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal

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Revisões de Literatura / Bibliography Reviews
Atividade antiinflamatória de
produtos de origem vegetal
Anti-inflammatory activity of plant products
Resumo A inflamação é um dos primeiros componentes da resposta
imune à infecção e que pode estar envolvida em uma série de doenças
como artrite, câncer, diabetes e hepatite. Durante o processo inflamatório ocorre à liberação de compostos inflamatórios os quais podem ser
inibidos por substâncias com propriedades antiinflamatórias que podem ser obtidos através da alimentação, dentre estes os produtos de origem vegetal. Os vegetais são fontes destes compostos antiinflamatórios,
e por isso, seu consumo deve ser incluído na dieta. Diante do exposto,
o presente trabalho teve como objetivo trazer informações sobre a importância de uma dieta rica em vegetais no controle de doenças inflamatórias. O trabalho está dividido em quatro seções: a primeira aborda
a recomendação da ingestão de frutas; a segunda apresenta como se
desenvolve o processo inflamatório; a terceira aborda as propriedades
antiinflamatórias presentes nos vegetais; e a quarta contempla as frutas
ricas em compostos que podem inibir estágios inflamatórios.
Palavras-chave: saúde; anti-inflamatórios; vegetais.
Denise Josino Soares
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Pernambuco
Luís Gomes de Moura Neto; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de
Pernambuco
Marlene Nunes Damaceno;
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará
Pahlevi Augusto de Souza
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará
Renata Chastinet Braga
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará
Isabella Montenegro Brasil
Universidade Federal do Ceará
Sáude em Revista
Abstract Inflammation is one of the first components of the immune
response to infection and that may be involved in a variety of diseases
such as arthritis, cancer, diabetes and hepatitis. During inflammation
occurs the release of inflammatory compounds which can be inhibited
by substances with anti-inflammatory properties which may be obtained
from food, such as plants products. The vegetables are sources of these
anti-inflammatory compounds, and therefore, their consumption should
be included in the diet. Given the above, the present work aims to bring
information about the importance of a diet rich in plants products in inflammatory diseases control. This work is divided into four sections: the
first discusses the recommended intake of fruit; the second shows how to
develop inflammatory process; the third discusses the anti-inflammatory
properties present in plants products; and the section considers the fruits
rich in compounds that can inhibit inflammatory stages.
Keywords: health; anti-inflammatory; vegetables.
Introdução
O Brasil é um dos três maiores produtores de frutas do
mundo. Em 2009, sua produção de frutas tropicais, subtropicais e de clima temperado superou 41 bilhões de toneladas, representando 5% da produção mundial, sendo os
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Denise Josino Soares et al.
principais frutos produzidos: laranja, banana, abacaxi e melancia1.
A recomendação nutricional de consumo de frutas e hortaliças é de 400 g por
dia ou cerca de 7 a 8% do valor calórico de
uma dieta de 2200 kcal/dia2, porém, sabe-se
que esta recomendação não é obedecida por
grande parte da população brasileira, sendo
este consumo ainda mais deficiente em pessoas de baixa renda3. Os fatores associados
ao baixo consumo de frutas são os preços
elevados, os sistemas ineficientes de distribuição e comercialização e o desconhecimento da população sobre a importância do
consumo destes alimentos4.
O consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras está entre os dez principais
fatores de risco para a carga total global de
doença em todo o mundo5. Segundo dados
da Organização Mundial da Saúde (2002),
o comportamento alimentar influencia no
estado de saúde podendo a longo prazo
contribuir no desenvolvimento de doenças
como: cardiovasculares, câncer e diabetes6.
Esta afirmação foi confirmada por outros
trabalhos como o realizado por Giugliano
et al.7 que mostrou que uma dieta rica em
açúcar e lipídios e pobre em frutas e hortaliças está associada a uma maior tendência
para a ocorrência de doenças inflamatórias
e outras doenças relacionadas, tais como doenças cardiovasculares, artrite e diabetes, e
o de Prior e Gu8 que associaram o consumo
de vegetais à proteção do organismo contra doenças crônicas, inflamação e doenças
cardiovasculares. Segundo Mueller et al.9, o
consumo de frutas, ervas e especiarias contribui para a redução dos processos inflamatórios e previne o surgimento de doenças relacionadas. Desta forma, uma boa nutrição
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pode desempenhar um papel importante na
prevenção de doenças10.
Diante do exposto, o presente trabalho
teve como objetivo trazer informações sobre
a importância de uma dieta rica em produtos de origem vegetal na prevenção de doenças inflamatórias.
Métodos
Realizou-se uma revisão de artigos publicados nas bases de dados Science Direct
e Scielo. As palavras-chave pesquisadas, nas
línguas portuguesa e inglesa, foram “inflammatory processes”, “anti-inflammatory activity of fruits and vegetables” e “consumption of
fruits and vegetables benefit”. As informações
foram agrupadas em tópicos que englobam:
a recomendação da ingesta de produtos de
origem vegetal; desenvolvimento dos processos inflamatórios; propriedades antiinflamatórias presentes nos produtos de origem
vegetal e descrição de produtos ricos em
compostos que podem inibir estágios inflamatórios.
Doenças inflamatórias
A inflamação é um dos primeiros componentes da resposta imune à infecção11, e
envolve uma série de eventos que podem ser
desencadeados por numerosos estímulos,
tais como, agentes infecciosos, isquemia, interações antígeno-anticorpo e injúrias químicas, térmicas e mecânicas12.
Durante o processo inflamatório agudo
ou crônico, ocorre a liberação de compostos
inflamatórios em elevadas concentrações,
causando um desequilíbrio oxidativo13. Estes compostos podem ser moléculas citotó-
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Denise Josino Soares et al.
xicas14 como as interleucinas (IL)15 pró-inflamatórias como as IL-1, IL-6, IL-8, IL-12 e
IL-18 produzidas no local da inflamação13 e
outros compostos como as espécies reativas
de oxigênio (ROS) e de nitrogênio (RNS). A
liberação destes compostos contribui para a
ocorrência de uma variedade de doenças inflamatórias tais como artrite, aterosclerose,
câncer, diabetes, hepatite, neurodegeneração e envelhecimento precoce16. Em alguns
casos, os processos inflamatórios podem
levar o indivíduo a problemas mais sérios
como o câncer. Exemplos disto foram relatados por Balkwill et al.17 que afirmam que a
doença inflamatória do intestino predispõe
o paciente ao câncer colorretal, que a gastrite por Helicobacter pylori induz ao câncer
gástrico e que a prostatite que pode levar ao
câncer de próstata.
O modo de ação das ROS nos processos
inflamatórios ocorre através da ativação de
fatores de transcrição como o fator nuclear kappa B (NF-KB) e a proteína ativadora
(AP) que atuam induzindo a produção de
interleucinas pró-inflamatórias14. Outro
componente de interesse é o óxido nítrico
(NO) por atuar como mediador e regulador
em reações patológicas, especialmente na
resposta inflamatória aguda18. Em circunstâncias normais as ROS e as RNS são removidos pelo sistema antioxidante enzimático
que incluem a ação das enzimas: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidises (GPX)16 ou pelo sistema
antioxidante não enzimático, como os compostos com atividade antioxidante presentes
na alimentação.
As interleucinas ou linfocinas são pro­
teínas que estão envolvidas na comunicação
entre os linfócitos, linfócito T e macrófagos
Sáude em Revista
Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal
e apresentam as seguintes atividades:
reconhecimentos de antígenos pelas células
T, proliferação de células T, atração de
macrófagos e promoção da eritropoiese19.
Estas proteínas podem ter ação pró-inflamatórias, como a IL-6 que induz a secreção
de proteínas de resposta durante a inflamação e é um fator fisiopatológico que muitas
vezes acompanha o câncer21 e a IL-8 que é
produzida por macrófagos e ativada por
produtos bacterianos, resultando em uma
resposta inflamatória local, que pode induzir febre22 e quando é liberada na circulação
pode promover a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos
já existentes) no local do processo inflamatório19. A inibição das interleucinas pró-inflamatórias pode ser realizada utilizando
substâncias antiinflamatórias que reduzem
a ocorrência de reações inflamatórias associadas a infecções no organismo20, como as
interleucinas antiinflamatórias9 que constituem uma forma de auto-regulação do organismo10 e alguns constituintes presentes
nos alimentos como nos produtos de origem vegetal que serão descritos neste artigo
de revisão. Exemplo de interleucinas que
atuam inibindo a produção de interleucinas
pró-inflamatórias são as IL-4 e IL-1023.
O estudo de produção ou inibição de
interleucinas pró-inflamatórias tem sido
utilizado como modelo para determinar as
propriedades antiinflamatórias de produtos
de origem vegetal. Walker et al.24 estudaram
a liberação da IL-8 por fibroblastos gengivais
humanos após a exposição de extratos de vegetais preparados com Polygonum aviculare
L., Sambucus nigra L. e Isodon japonicus L.
Ehrnhöfer-Ressler et al.25 avaliaram a produção de IL-6 por células bucais humanas após
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Denise Josino Soares et al.
a exposição de compostos voláteis do chá de
Salvia officinalis L. De forma que se os compostos que estavam analisando fossem capazes de inibir a produção das interleucinas
pró-inflamatórias IL-8 e IL-6 significa dizer
que estes compostos possuem atividade antiinflamatória. Esta forma de determinar a
atividade antiinflamatória é bastante precisa
e traz resultados satisfatórios.
Devido aos problemas que podem ser
causados pelos processos inflamatórios, faz-se necessário obter formas de combatê-los.
Um dos mecanismos que pode evitar a ocorrência de processos inflamatórios é a ingestão de substâncias com propriedades antiinflamatórias que serão descritas a seguir.
Compostos com propriedades antiinflamatória
Alguns compostos presentes nos alimentos atuam inibindo os estágios inflamatórios através da inibição de componentes
que são essenciais para a ocorrência destes
processo26 e por isso, desde a antiguidade,
doenças inflamatórias têm sido tratadas
com plantas e formulações de origem vegetal27. A atividade antiinflamatória de vários
extratos de plantas e compostos isolados já
foi cientificamente demonstrada. Por exemplo, o extrato de gengibre (Zingiber zerumbet) e seu principal composto ativo, o campferol 3-O-metil, inibe a produção de óxido
nítrico e prostaglandina E228.
Estudos demonstram que uma série de
compostos presentes nos produtos de origem vegetal exibem atividade antiinflamatória29-30 Dentre estes compostos destacam-se
alguns compostos fenólicos, vitaminas, minerais, ácidos graxos e compostos voláteis.
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- Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos são estruturas
químicas que representam hidroxilas e anéis
aromáticos31. Alguns exemplos de compostos fenólicos são os flavonóides (antocianinas, flavonóis e seus derivados), ácidos fenólicos (ácidos benzóico, cinâmico e seus
derivados), ácidos fenólicose cumarinas32.
Alguns compostos fenólicos possuem atividade antioxidante, antiinflamatória33-34 e
anticâncer35.
Os flavonóides são substâncias de
origem natural que são encontrados em
vegetais, legumes, frutas, chás de ervas, mel,
etc.36. Estes compostos estão entre os fitoterápicos atualmente mais estudados devido a sua ação terapêutica. Tais compostos
apresentam inúmeras propriedades farmacológicas, como atividade antiinflamatória
e hipocolesterolêmica, reduzindo, assim, o
risco de doenças cardiovasculares37. O efeito
antiinflamatório apresentado pelos flavonóides é devido eles serem capazes de inibir várias enzimas como a ciclo-oxigenase
e a 5-lipoxigenase que são importantes no
metabolismo do ácido araquidônico e são
responsáveis pela resposta inflamatória38 e
que são ativadas somente em determinadas
condições inflamatórias39.
Um exemplo de flavonóide reconhecido
por sua atividade antiinflamatória in vitro é
a cianidina40. Este composto pertence à classe das antocianinas que são pigmentos responsáveis pela maioria das colorações azul,
violeta e vermelho, sendo largamente distribuídos na natureza em flores, frutos e algumas folhas, caules e raízes de plantas41. Sua
presença já foi relatada em diferentes tipos
de frutos como groselha42, morango43, mirtilo44 e acerola45. A atividade antiinflamatória
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deste composto foi comprovada pelo estudo de Tsuda et al.46, que observaram que a
administração da cianidina suprime a produção de interleucinas pró-inflamatórias no
processo de inflamação aguda em ratos. Em
macrófagos humanos, um pré-tratamento
de 2 horas com 25 µg/mL de cianidina inibe
a produção de IL-6 após 24 horas de incubação47. Além disso, a cianidina administrada
a ratos exibe um efeito antiinflamatório in
vivo, reduzindo a atividade induzida pela
carragenina de ciclooxigenase-2 e a liberação de prostaglandina E248.
Outro composto fenólico reconhecido
por sua elevada capacidade antiinflamatória
é a quercetina49 e a catequina. A quercetina
é o mais abundante flavonóide presente na
dieta humana e está presente principalmente na cebola, maçã e brócolis50. Sua atividade
antiinflamatória foi comprovada por diversos estudos51-52. A catequina é um composto
fenólico presente em elevadas quantidades
no chá verde53. Estudos realizados com catequinas provam o efeito antiinflamatório
deste composto, o qual age através da inibição das enzimas ciclooxigenase 2 (COX2) e lipoxigenase do metabolismo do ácido
araquidônico54-55.
- Vitaminas
As vitaminas são compostos orgânicos
que estão presentes nos alimentos e são fundamentais para o bom funcionamento do
organismo. A deficiência de vitaminas (avitaminose) induz ao aparecimento de doenças como beribéri, escorbuto, raquitismo e
xeroftalmia, e o seu excesso (hipervitaminose) também causa problemas na saúde56.
Algumas vitaminas possuem atividade
antiinflamatória. A vitamina E ou tocofe-
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rol, presente naturalmente em alimentos
de origem vegetal como em sementes oleaginosas, e de origem animal como gema de
ovo e fígado, é um potente antioxidante com
propriedades antiinflamatórias57. De acordo
com Jiang58, algumas formas de vitamina
E, tais como γ-tocoferol (γT), δ-tocoferol,
e γ-tocotrienol, têm propriedades antioxidantes e antiinflamatórias únicas que são
superiores às dos α-tocoferol na prevenção
e terapia contra doenças crônicas. Outra
vitamina com propriedades antioxidantes
e antiinflamatória é a vitamina C59. Esta
vitamina, além de atuar na prevenção e na
cura do escorbuto, age inibindo a síntese de
nitrosaminas que é um importante fator de
risco para o câncer de estômago60.
Já a vitamina D, presente nos óleos de
fígado de peixes e em alimentos derivados
do leite, possui somente atividade antiinflamatória. Esta atividade foi demonstrada
em diversos sistemas orgânicos e sua deficiência contribui para o desenvolvimento
de pré-eclampsia através do aumento da
inflamação conforme indicado pelo aumento na concentração da interleucina pró-inflamatória IL-661. Miller et al.62 observaram
que mulheres com deficiência de vitamina
D apresentam maior produção da IL-6 após
o reparo de fatura de quadril, influenciando,
portanto, na resposta inflamatória.
- Minerais
O selênio é um mineral essencial que,
por ser cofator de enzimas antioxidantes,
está envolvido na proteção contra o dano
causado pelo estresse oxidativo63. Há relatos
na literatura sobre o papel antiinflamatório
deste mineral64-66. O sulfato de magnésio
(MgSO4) possui potente capacidade an-
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Denise Josino Soares et al.
tiinflamatória67, como foi demonstrado no
trabalho de Chmielinska et al.68 que observaram o aumento da liberação de interleucinas pró-inflamatórias em ratos alimentados com deficiência de magnésio na dieta.
Outro mineral com efeito importante no
processo antiinflamatório é o cálcio, pois,
segundo Karnad et al.69, o cálcio aumenta
a atividade antiinflamatória da aspirina em
ratos albinos.
- Ácidos graxos
Os ácidos graxos poliinsaturados são
divididos em dois tipos principais: ômega
3 e ômega 6. O ômega 3 é o mais relevante
quanto ao efeito cardioprotetor que é o
resultado de três mecanismos principais:
antiinflamatório, antitrombótico e anti-arrítmico. O ômega 3 reduz o número de
moléculas pró-inflamatórias, causando um
efeito antiinflamatório70. Segundo Rallidis
et al.71, o ômega 3 e o ômega 6 reduzem a
produção de prostaglandinas e leucotrienos pró-inflamatórios originados pelo ácido
araquidônico. O efeito antiinflamatório do
ômega 3 também foi relatado nos trabalhos
de Arita et al.72 e Yates et al.73.
Os ácidos graxos saturados provocam
um aumento na expressão das interleucinas
pró-inflamatórias IL-1 e fator de necrose
tumoral α (TNFα)74. Já o ácido oléico, que
é um ácido graxo monoinsaturado encontrado no azeite de oliva e em alguns frutos
secos, apresenta comportamento contrário
aos ácidos graxos saturados. Estudos demonstram que o aumento do consumo do
azeite de oliva reduz a expressão de TNFα75.
- Compostos voláteis e óleos essenciais
O sabor de um alimento é a resposta ao
somatório das características do gosto (doce,
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amargo, ácido, salgado e umami)76, sendo o
aroma obtido pela presença de compostos
voláteis. Os óleos essenciais são substâncias
voláteis contidas em várias partes da planta,
sendo assim denominados por apresentarem composição lipofílica77, e desta forma,
serão tratados em conjunto neste item.
Existem trabalhos na literatura que afirmam que alguns compostos voláteis e óleos
essenciais possuem propriedades terapéuticas e ação antiinflamatória, como é o caso da
selina-1,3,7 (11)-trien-8-ona78 que é encontrada nas folhas, no fruto e no óleo essencial
de pitanga79-80, do 1,8-cineol, borneol, cânfora e α-/β-thujone provenientes da Salvia
officinalis L25. As folhas da goiaba (Psidium
guajava) são utilizadas na medicina popular
como agente antiinflamatório e antibacteriano81. O efeito antiinflamatório do extrato
alcoólico das folhas de goiaba, do seu óleo
essencial e de duas espécies de araçá foi
comprovado em camundongos e cobaias
pelos trabalhos de Olajide et al.82, Meckes et
al.83 e Santos et al.84, respectivamente.
Exemplos de produtos
de origem vegetal como
fontes de compostos
antiinflamatórios
O açaí (Euterpe oleracea) é uma fruta típica da Amazônia que vem recebendo
atenção devido a sua elevada atividade antioxidante. Além desta elevada atividade antioxidante, estudos recentes têm demonstrado o efeito antiinflamatório potencial deste
fruto o qual é associado à ação das antocianinas, como a cianidina e à vitamina E85-86.
O pequi (Caryocar coriaceum Wittm.)
exibe perfil semelhante de atividade antiin-
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flamatória tópica ao de compostos antiinflamatórios comerciais, sendo seu uso indicado contra doenças inflamatórias da pele. Os
óleos essenciais deste fruto são os compostos associado à atividade antiinflamatória
que ele apresenta87.
A fruta cítrica Citrus sulcata, uma espécie de limão nativo do Taiwan, teve seu
efeito antiinflamatório comprovado no trabalho de Wang et al.49. Os referidos autores
observaram que este fruto reduz a expressão
dos marcadores inflamatórios fator nuclear
kappaB (NFkB) e IkBa fosforilada em células de carcinoma pulmonar humana através
da atividade antiinflamatória da vitamina
C. Outros frutos como morango e amora,
fontes ricas em flavonóides com atividade
antiinflamatória, também já foram identificados como frutos com propriedades antiinflamatórias por inibirem a liberação de
interleucinas pró-inflamatórias88-89.
Frontela-Saseta et al.90 estudaram o efeito antiinflamatório dos sucos de abacaxi e
de frutas vermelhas (preparado com uva
vermelha, cereja, framboesa, amora-preta
e groselha), enriquecidos ou não com o extrato da casca de pinheiro, no epitélio intestinal humano antes e após a digestão. Após
a digestão dos sucos de abacaxi e de frutas
vermelhas houve redução da produção de
IL-8 e de NO, caracterizando um efeito antiinflamatório dos sucos. Os referidos autores indicam a necessidade da realização
de mais estudos sobre a biodisponibilidade
dos compostos testados para avaliar corretamente a eficiência desses compostos para
o tratamento de inflamação no intestino.
Em outro estudo realizado com o abacaxi,
Errasti et al.91, avaliaram a ação antiinflamatória do extrato parcialmente purificado
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de Pseudananas (Morr.) Harms (Bromeliaceae), cujos componentes principais são
endopeptidases cisteína e como resultado
observaram que a atividade proteolítica da
bromelina produziu respostas antiinflamatórias, apoiando a hipótese de que a atividade proteolítica pode ser responsável pela
ação antiinflamatória de algumas frutas.
Mueller et al.9, estudando a atividade
antiinflamatória de frutas, ervas e especiarias, observaram que os componentes de alguns vegetais como a apigenina, capsaicina,
luteolina, naringenina, quercetina e resveratrol reduzem a secreção da interleucina pró-inflamatória IL-6, enquanto que o cortisol
aumenta a secreção da interleucina antiinflamatória IL-10 e reduz a secreção da IL-6.
Os referidos autores observaram que dentre
as amostras testadas, a pimenta é a que apresenta o maior potencial anti-inflamatório.
Tratamento com extratos de morango
(Fragaria ananassa), nêspera (Eriobotrya
japonica), amoreira (Morus alba) e suco de
melão amargo (Momordica charantia) em
macrófagos estimulados por LPS reduz a liberação interleucinas pró-inflamatórias de
IL-6 e IL-1b e regula a liberação da interleucina antiinflamatória IL-1092. A atividade antiinflamatória destes extratos é devido a presença de flavonoides nos frutos em questão.
Os frutos das famílias Hymenaea spp.
(jatobá e jataí), Theobroma cacao L. (cacau)
e Solanum lycocarpum (fruta-do-lobo) possuem efeito antiinflamatório como relatado
por Jayaprakasam et al.93, Oliveira et al.94 e
Vieira et al.95, respectivamente.
O trabalho realizado por Yang et al.96
mostraram que o extrato preparado com
a semente da uva exerce efeito protetor na
pele de camundongos, o que ocorreu pos-
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Denise Josino Soares et al.
sivelmente devido a supressão da resposta
inflamatória nos mesmos provocada pelos
compostos com propriedades antiinflamatórias (polifenóis) presentes na semente.
A Muntingia calabura (cereja jamaicana), popularmente utilizada como anti-séptico no tratamento de câimbras abdominais
e espasmos teve seus benefícios para o organismo estudados por Preethi et al.96. Os
resultados deste estudo mostram que esta
fruta reduz o edema induzido na pata traseira de ratos machos adultos em 3 horas,
indicando que o fruto possui potente atividade antiinflamatória, apoiando claramente
sua aplicação farmacológica pela população.
Conclusões
magnésio, o cálcio e os ácidos graxos oleico e ômega 3 e alguns compostos voláteis
possuem efeito antiinflamatório conforme
apresentado na literatura. Diante deste fato,
o consumo dos alimentos fontes destes compostos deve ser considerado como uma estratégia dietética para o controle das doenças inflamatórias. Entretanto, mais estudos
sobre o efeito in vivo, provocado por estes
compostos, de acordo com a dose ingerida,
a biodisponibilidade e a forma de consumo
devem ser realizados.
Conflito de Interesse
Os autores declaram não haver qualquer
potencial conflito de interesse.
Alguns flavonóides, a quercetina, a catequina, as vitaminas C, D e E, o selênio, o
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