Revisões de Literatura / Bibliography Reviews Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal Anti-inflammatory activity of plant products Resumo A inflamação é um dos primeiros componentes da resposta imune à infecção e que pode estar envolvida em uma série de doenças como artrite, câncer, diabetes e hepatite. Durante o processo inflamatório ocorre à liberação de compostos inflamatórios os quais podem ser inibidos por substâncias com propriedades antiinflamatórias que podem ser obtidos através da alimentação, dentre estes os produtos de origem vegetal. Os vegetais são fontes destes compostos antiinflamatórios, e por isso, seu consumo deve ser incluído na dieta. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo trazer informações sobre a importância de uma dieta rica em vegetais no controle de doenças inflamatórias. O trabalho está dividido em quatro seções: a primeira aborda a recomendação da ingestão de frutas; a segunda apresenta como se desenvolve o processo inflamatório; a terceira aborda as propriedades antiinflamatórias presentes nos vegetais; e a quarta contempla as frutas ricas em compostos que podem inibir estágios inflamatórios. Palavras-chave: saúde; anti-inflamatórios; vegetais. Denise Josino Soares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco Luís Gomes de Moura Neto; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco Marlene Nunes Damaceno; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Pahlevi Augusto de Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Renata Chastinet Braga Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Isabella Montenegro Brasil Universidade Federal do Ceará Sáude em Revista Abstract Inflammation is one of the first components of the immune response to infection and that may be involved in a variety of diseases such as arthritis, cancer, diabetes and hepatitis. During inflammation occurs the release of inflammatory compounds which can be inhibited by substances with anti-inflammatory properties which may be obtained from food, such as plants products. The vegetables are sources of these anti-inflammatory compounds, and therefore, their consumption should be included in the diet. Given the above, the present work aims to bring information about the importance of a diet rich in plants products in inflammatory diseases control. This work is divided into four sections: the first discusses the recommended intake of fruit; the second shows how to develop inflammatory process; the third discusses the anti-inflammatory properties present in plants products; and the section considers the fruits rich in compounds that can inhibit inflammatory stages. Keywords: health; anti-inflammatory; vegetables. Introdução O Brasil é um dos três maiores produtores de frutas do mundo. Em 2009, sua produção de frutas tropicais, subtropicais e de clima temperado superou 41 bilhões de toneladas, representando 5% da produção mundial, sendo os Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal 33 Denise Josino Soares et al. principais frutos produzidos: laranja, banana, abacaxi e melancia1. A recomendação nutricional de consumo de frutas e hortaliças é de 400 g por dia ou cerca de 7 a 8% do valor calórico de uma dieta de 2200 kcal/dia2, porém, sabe-se que esta recomendação não é obedecida por grande parte da população brasileira, sendo este consumo ainda mais deficiente em pessoas de baixa renda3. Os fatores associados ao baixo consumo de frutas são os preços elevados, os sistemas ineficientes de distribuição e comercialização e o desconhecimento da população sobre a importância do consumo destes alimentos4. O consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras está entre os dez principais fatores de risco para a carga total global de doença em todo o mundo5. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (2002), o comportamento alimentar influencia no estado de saúde podendo a longo prazo contribuir no desenvolvimento de doenças como: cardiovasculares, câncer e diabetes6. Esta afirmação foi confirmada por outros trabalhos como o realizado por Giugliano et al.7 que mostrou que uma dieta rica em açúcar e lipídios e pobre em frutas e hortaliças está associada a uma maior tendência para a ocorrência de doenças inflamatórias e outras doenças relacionadas, tais como doenças cardiovasculares, artrite e diabetes, e o de Prior e Gu8 que associaram o consumo de vegetais à proteção do organismo contra doenças crônicas, inflamação e doenças cardiovasculares. Segundo Mueller et al.9, o consumo de frutas, ervas e especiarias contribui para a redução dos processos inflamatórios e previne o surgimento de doenças relacionadas. Desta forma, uma boa nutrição 34 pode desempenhar um papel importante na prevenção de doenças10. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo trazer informações sobre a importância de uma dieta rica em produtos de origem vegetal na prevenção de doenças inflamatórias. Métodos Realizou-se uma revisão de artigos publicados nas bases de dados Science Direct e Scielo. As palavras-chave pesquisadas, nas línguas portuguesa e inglesa, foram “inflammatory processes”, “anti-inflammatory activity of fruits and vegetables” e “consumption of fruits and vegetables benefit”. As informações foram agrupadas em tópicos que englobam: a recomendação da ingesta de produtos de origem vegetal; desenvolvimento dos processos inflamatórios; propriedades antiinflamatórias presentes nos produtos de origem vegetal e descrição de produtos ricos em compostos que podem inibir estágios inflamatórios. Doenças inflamatórias A inflamação é um dos primeiros componentes da resposta imune à infecção11, e envolve uma série de eventos que podem ser desencadeados por numerosos estímulos, tais como, agentes infecciosos, isquemia, interações antígeno-anticorpo e injúrias químicas, térmicas e mecânicas12. Durante o processo inflamatório agudo ou crônico, ocorre a liberação de compostos inflamatórios em elevadas concentrações, causando um desequilíbrio oxidativo13. Estes compostos podem ser moléculas citotó- SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. xicas14 como as interleucinas (IL)15 pró-inflamatórias como as IL-1, IL-6, IL-8, IL-12 e IL-18 produzidas no local da inflamação13 e outros compostos como as espécies reativas de oxigênio (ROS) e de nitrogênio (RNS). A liberação destes compostos contribui para a ocorrência de uma variedade de doenças inflamatórias tais como artrite, aterosclerose, câncer, diabetes, hepatite, neurodegeneração e envelhecimento precoce16. Em alguns casos, os processos inflamatórios podem levar o indivíduo a problemas mais sérios como o câncer. Exemplos disto foram relatados por Balkwill et al.17 que afirmam que a doença inflamatória do intestino predispõe o paciente ao câncer colorretal, que a gastrite por Helicobacter pylori induz ao câncer gástrico e que a prostatite que pode levar ao câncer de próstata. O modo de ação das ROS nos processos inflamatórios ocorre através da ativação de fatores de transcrição como o fator nuclear kappa B (NF-KB) e a proteína ativadora (AP) que atuam induzindo a produção de interleucinas pró-inflamatórias14. Outro componente de interesse é o óxido nítrico (NO) por atuar como mediador e regulador em reações patológicas, especialmente na resposta inflamatória aguda18. Em circunstâncias normais as ROS e as RNS são removidos pelo sistema antioxidante enzimático que incluem a ação das enzimas: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidises (GPX)16 ou pelo sistema antioxidante não enzimático, como os compostos com atividade antioxidante presentes na alimentação. As interleucinas ou linfocinas são pro­ teínas que estão envolvidas na comunicação entre os linfócitos, linfócito T e macrófagos Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal e apresentam as seguintes atividades: reconhecimentos de antígenos pelas células T, proliferação de células T, atração de macrófagos e promoção da eritropoiese19. Estas proteínas podem ter ação pró-inflamatórias, como a IL-6 que induz a secreção de proteínas de resposta durante a inflamação e é um fator fisiopatológico que muitas vezes acompanha o câncer21 e a IL-8 que é produzida por macrófagos e ativada por produtos bacterianos, resultando em uma resposta inflamatória local, que pode induzir febre22 e quando é liberada na circulação pode promover a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes) no local do processo inflamatório19. A inibição das interleucinas pró-inflamatórias pode ser realizada utilizando substâncias antiinflamatórias que reduzem a ocorrência de reações inflamatórias associadas a infecções no organismo20, como as interleucinas antiinflamatórias9 que constituem uma forma de auto-regulação do organismo10 e alguns constituintes presentes nos alimentos como nos produtos de origem vegetal que serão descritos neste artigo de revisão. Exemplo de interleucinas que atuam inibindo a produção de interleucinas pró-inflamatórias são as IL-4 e IL-1023. O estudo de produção ou inibição de interleucinas pró-inflamatórias tem sido utilizado como modelo para determinar as propriedades antiinflamatórias de produtos de origem vegetal. Walker et al.24 estudaram a liberação da IL-8 por fibroblastos gengivais humanos após a exposição de extratos de vegetais preparados com Polygonum aviculare L., Sambucus nigra L. e Isodon japonicus L. Ehrnhöfer-Ressler et al.25 avaliaram a produção de IL-6 por células bucais humanas após 35 Denise Josino Soares et al. a exposição de compostos voláteis do chá de Salvia officinalis L. De forma que se os compostos que estavam analisando fossem capazes de inibir a produção das interleucinas pró-inflamatórias IL-8 e IL-6 significa dizer que estes compostos possuem atividade antiinflamatória. Esta forma de determinar a atividade antiinflamatória é bastante precisa e traz resultados satisfatórios. Devido aos problemas que podem ser causados pelos processos inflamatórios, faz-se necessário obter formas de combatê-los. Um dos mecanismos que pode evitar a ocorrência de processos inflamatórios é a ingestão de substâncias com propriedades antiinflamatórias que serão descritas a seguir. Compostos com propriedades antiinflamatória Alguns compostos presentes nos alimentos atuam inibindo os estágios inflamatórios através da inibição de componentes que são essenciais para a ocorrência destes processo26 e por isso, desde a antiguidade, doenças inflamatórias têm sido tratadas com plantas e formulações de origem vegetal27. A atividade antiinflamatória de vários extratos de plantas e compostos isolados já foi cientificamente demonstrada. Por exemplo, o extrato de gengibre (Zingiber zerumbet) e seu principal composto ativo, o campferol 3-O-metil, inibe a produção de óxido nítrico e prostaglandina E228. Estudos demonstram que uma série de compostos presentes nos produtos de origem vegetal exibem atividade antiinflamatória29-30 Dentre estes compostos destacam-se alguns compostos fenólicos, vitaminas, minerais, ácidos graxos e compostos voláteis. 36 - Compostos fenólicos Os compostos fenólicos são estruturas químicas que representam hidroxilas e anéis aromáticos31. Alguns exemplos de compostos fenólicos são os flavonóides (antocianinas, flavonóis e seus derivados), ácidos fenólicos (ácidos benzóico, cinâmico e seus derivados), ácidos fenólicose cumarinas32. Alguns compostos fenólicos possuem atividade antioxidante, antiinflamatória33-34 e anticâncer35. Os flavonóides são substâncias de origem natural que são encontrados em vegetais, legumes, frutas, chás de ervas, mel, etc.36. Estes compostos estão entre os fitoterápicos atualmente mais estudados devido a sua ação terapêutica. Tais compostos apresentam inúmeras propriedades farmacológicas, como atividade antiinflamatória e hipocolesterolêmica, reduzindo, assim, o risco de doenças cardiovasculares37. O efeito antiinflamatório apresentado pelos flavonóides é devido eles serem capazes de inibir várias enzimas como a ciclo-oxigenase e a 5-lipoxigenase que são importantes no metabolismo do ácido araquidônico e são responsáveis pela resposta inflamatória38 e que são ativadas somente em determinadas condições inflamatórias39. Um exemplo de flavonóide reconhecido por sua atividade antiinflamatória in vitro é a cianidina40. Este composto pertence à classe das antocianinas que são pigmentos responsáveis pela maioria das colorações azul, violeta e vermelho, sendo largamente distribuídos na natureza em flores, frutos e algumas folhas, caules e raízes de plantas41. Sua presença já foi relatada em diferentes tipos de frutos como groselha42, morango43, mirtilo44 e acerola45. A atividade antiinflamatória SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. deste composto foi comprovada pelo estudo de Tsuda et al.46, que observaram que a administração da cianidina suprime a produção de interleucinas pró-inflamatórias no processo de inflamação aguda em ratos. Em macrófagos humanos, um pré-tratamento de 2 horas com 25 µg/mL de cianidina inibe a produção de IL-6 após 24 horas de incubação47. Além disso, a cianidina administrada a ratos exibe um efeito antiinflamatório in vivo, reduzindo a atividade induzida pela carragenina de ciclooxigenase-2 e a liberação de prostaglandina E248. Outro composto fenólico reconhecido por sua elevada capacidade antiinflamatória é a quercetina49 e a catequina. A quercetina é o mais abundante flavonóide presente na dieta humana e está presente principalmente na cebola, maçã e brócolis50. Sua atividade antiinflamatória foi comprovada por diversos estudos51-52. A catequina é um composto fenólico presente em elevadas quantidades no chá verde53. Estudos realizados com catequinas provam o efeito antiinflamatório deste composto, o qual age através da inibição das enzimas ciclooxigenase 2 (COX2) e lipoxigenase do metabolismo do ácido araquidônico54-55. - Vitaminas As vitaminas são compostos orgânicos que estão presentes nos alimentos e são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. A deficiência de vitaminas (avitaminose) induz ao aparecimento de doenças como beribéri, escorbuto, raquitismo e xeroftalmia, e o seu excesso (hipervitaminose) também causa problemas na saúde56. Algumas vitaminas possuem atividade antiinflamatória. A vitamina E ou tocofe- Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal rol, presente naturalmente em alimentos de origem vegetal como em sementes oleaginosas, e de origem animal como gema de ovo e fígado, é um potente antioxidante com propriedades antiinflamatórias57. De acordo com Jiang58, algumas formas de vitamina E, tais como γ-tocoferol (γT), δ-tocoferol, e γ-tocotrienol, têm propriedades antioxidantes e antiinflamatórias únicas que são superiores às dos α-tocoferol na prevenção e terapia contra doenças crônicas. Outra vitamina com propriedades antioxidantes e antiinflamatória é a vitamina C59. Esta vitamina, além de atuar na prevenção e na cura do escorbuto, age inibindo a síntese de nitrosaminas que é um importante fator de risco para o câncer de estômago60. Já a vitamina D, presente nos óleos de fígado de peixes e em alimentos derivados do leite, possui somente atividade antiinflamatória. Esta atividade foi demonstrada em diversos sistemas orgânicos e sua deficiência contribui para o desenvolvimento de pré-eclampsia através do aumento da inflamação conforme indicado pelo aumento na concentração da interleucina pró-inflamatória IL-661. Miller et al.62 observaram que mulheres com deficiência de vitamina D apresentam maior produção da IL-6 após o reparo de fatura de quadril, influenciando, portanto, na resposta inflamatória. - Minerais O selênio é um mineral essencial que, por ser cofator de enzimas antioxidantes, está envolvido na proteção contra o dano causado pelo estresse oxidativo63. Há relatos na literatura sobre o papel antiinflamatório deste mineral64-66. O sulfato de magnésio (MgSO4) possui potente capacidade an- 37 Denise Josino Soares et al. tiinflamatória67, como foi demonstrado no trabalho de Chmielinska et al.68 que observaram o aumento da liberação de interleucinas pró-inflamatórias em ratos alimentados com deficiência de magnésio na dieta. Outro mineral com efeito importante no processo antiinflamatório é o cálcio, pois, segundo Karnad et al.69, o cálcio aumenta a atividade antiinflamatória da aspirina em ratos albinos. - Ácidos graxos Os ácidos graxos poliinsaturados são divididos em dois tipos principais: ômega 3 e ômega 6. O ômega 3 é o mais relevante quanto ao efeito cardioprotetor que é o resultado de três mecanismos principais: antiinflamatório, antitrombótico e anti-arrítmico. O ômega 3 reduz o número de moléculas pró-inflamatórias, causando um efeito antiinflamatório70. Segundo Rallidis et al.71, o ômega 3 e o ômega 6 reduzem a produção de prostaglandinas e leucotrienos pró-inflamatórios originados pelo ácido araquidônico. O efeito antiinflamatório do ômega 3 também foi relatado nos trabalhos de Arita et al.72 e Yates et al.73. Os ácidos graxos saturados provocam um aumento na expressão das interleucinas pró-inflamatórias IL-1 e fator de necrose tumoral α (TNFα)74. Já o ácido oléico, que é um ácido graxo monoinsaturado encontrado no azeite de oliva e em alguns frutos secos, apresenta comportamento contrário aos ácidos graxos saturados. Estudos demonstram que o aumento do consumo do azeite de oliva reduz a expressão de TNFα75. - Compostos voláteis e óleos essenciais O sabor de um alimento é a resposta ao somatório das características do gosto (doce, 38 amargo, ácido, salgado e umami)76, sendo o aroma obtido pela presença de compostos voláteis. Os óleos essenciais são substâncias voláteis contidas em várias partes da planta, sendo assim denominados por apresentarem composição lipofílica77, e desta forma, serão tratados em conjunto neste item. Existem trabalhos na literatura que afirmam que alguns compostos voláteis e óleos essenciais possuem propriedades terapéuticas e ação antiinflamatória, como é o caso da selina-1,3,7 (11)-trien-8-ona78 que é encontrada nas folhas, no fruto e no óleo essencial de pitanga79-80, do 1,8-cineol, borneol, cânfora e α-/β-thujone provenientes da Salvia officinalis L25. As folhas da goiaba (Psidium guajava) são utilizadas na medicina popular como agente antiinflamatório e antibacteriano81. O efeito antiinflamatório do extrato alcoólico das folhas de goiaba, do seu óleo essencial e de duas espécies de araçá foi comprovado em camundongos e cobaias pelos trabalhos de Olajide et al.82, Meckes et al.83 e Santos et al.84, respectivamente. Exemplos de produtos de origem vegetal como fontes de compostos antiinflamatórios O açaí (Euterpe oleracea) é uma fruta típica da Amazônia que vem recebendo atenção devido a sua elevada atividade antioxidante. Além desta elevada atividade antioxidante, estudos recentes têm demonstrado o efeito antiinflamatório potencial deste fruto o qual é associado à ação das antocianinas, como a cianidina e à vitamina E85-86. O pequi (Caryocar coriaceum Wittm.) exibe perfil semelhante de atividade antiin- SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. flamatória tópica ao de compostos antiinflamatórios comerciais, sendo seu uso indicado contra doenças inflamatórias da pele. Os óleos essenciais deste fruto são os compostos associado à atividade antiinflamatória que ele apresenta87. A fruta cítrica Citrus sulcata, uma espécie de limão nativo do Taiwan, teve seu efeito antiinflamatório comprovado no trabalho de Wang et al.49. Os referidos autores observaram que este fruto reduz a expressão dos marcadores inflamatórios fator nuclear kappaB (NFkB) e IkBa fosforilada em células de carcinoma pulmonar humana através da atividade antiinflamatória da vitamina C. Outros frutos como morango e amora, fontes ricas em flavonóides com atividade antiinflamatória, também já foram identificados como frutos com propriedades antiinflamatórias por inibirem a liberação de interleucinas pró-inflamatórias88-89. Frontela-Saseta et al.90 estudaram o efeito antiinflamatório dos sucos de abacaxi e de frutas vermelhas (preparado com uva vermelha, cereja, framboesa, amora-preta e groselha), enriquecidos ou não com o extrato da casca de pinheiro, no epitélio intestinal humano antes e após a digestão. Após a digestão dos sucos de abacaxi e de frutas vermelhas houve redução da produção de IL-8 e de NO, caracterizando um efeito antiinflamatório dos sucos. Os referidos autores indicam a necessidade da realização de mais estudos sobre a biodisponibilidade dos compostos testados para avaliar corretamente a eficiência desses compostos para o tratamento de inflamação no intestino. Em outro estudo realizado com o abacaxi, Errasti et al.91, avaliaram a ação antiinflamatória do extrato parcialmente purificado Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal de Pseudananas (Morr.) Harms (Bromeliaceae), cujos componentes principais são endopeptidases cisteína e como resultado observaram que a atividade proteolítica da bromelina produziu respostas antiinflamatórias, apoiando a hipótese de que a atividade proteolítica pode ser responsável pela ação antiinflamatória de algumas frutas. Mueller et al.9, estudando a atividade antiinflamatória de frutas, ervas e especiarias, observaram que os componentes de alguns vegetais como a apigenina, capsaicina, luteolina, naringenina, quercetina e resveratrol reduzem a secreção da interleucina pró-inflamatória IL-6, enquanto que o cortisol aumenta a secreção da interleucina antiinflamatória IL-10 e reduz a secreção da IL-6. Os referidos autores observaram que dentre as amostras testadas, a pimenta é a que apresenta o maior potencial anti-inflamatório. Tratamento com extratos de morango (Fragaria ananassa), nêspera (Eriobotrya japonica), amoreira (Morus alba) e suco de melão amargo (Momordica charantia) em macrófagos estimulados por LPS reduz a liberação interleucinas pró-inflamatórias de IL-6 e IL-1b e regula a liberação da interleucina antiinflamatória IL-1092. A atividade antiinflamatória destes extratos é devido a presença de flavonoides nos frutos em questão. Os frutos das famílias Hymenaea spp. (jatobá e jataí), Theobroma cacao L. (cacau) e Solanum lycocarpum (fruta-do-lobo) possuem efeito antiinflamatório como relatado por Jayaprakasam et al.93, Oliveira et al.94 e Vieira et al.95, respectivamente. O trabalho realizado por Yang et al.96 mostraram que o extrato preparado com a semente da uva exerce efeito protetor na pele de camundongos, o que ocorreu pos- 39 Denise Josino Soares et al. sivelmente devido a supressão da resposta inflamatória nos mesmos provocada pelos compostos com propriedades antiinflamatórias (polifenóis) presentes na semente. A Muntingia calabura (cereja jamaicana), popularmente utilizada como anti-séptico no tratamento de câimbras abdominais e espasmos teve seus benefícios para o organismo estudados por Preethi et al.96. Os resultados deste estudo mostram que esta fruta reduz o edema induzido na pata traseira de ratos machos adultos em 3 horas, indicando que o fruto possui potente atividade antiinflamatória, apoiando claramente sua aplicação farmacológica pela população. Conclusões magnésio, o cálcio e os ácidos graxos oleico e ômega 3 e alguns compostos voláteis possuem efeito antiinflamatório conforme apresentado na literatura. Diante deste fato, o consumo dos alimentos fontes destes compostos deve ser considerado como uma estratégia dietética para o controle das doenças inflamatórias. Entretanto, mais estudos sobre o efeito in vivo, provocado por estes compostos, de acordo com a dose ingerida, a biodisponibilidade e a forma de consumo devem ser realizados. Conflito de Interesse Os autores declaram não haver qualquer potencial conflito de interesse. Alguns flavonóides, a quercetina, a catequina, as vitaminas C, D e E, o selênio, o Referências 1. Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF). Fruticultura, 2009. [acesso 04/12/2013]. Disponível <http://www.ibraf.org.br/estatisticas/est_frutas.asp>. 2. Jaime PC, Machado FMS, Westphal MF, Monteiro CA. Educação nutricional e consumo de frutas e hortaliças: ensaio comunitário controlado. Rev Saude Publica 2007; 41:1.154-7. 3. Levy-Costa RB, Sichieri R, Monteiro CA. Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil: distribuição e evolução (1974-2003). Rev Saude Publica 2005; 39:4.530-40. 4. Monteiro CA. Setting up a fruit and vegetable promotion initiative in a developing country. In: WHO. Fruit and vegetable promotion initiative – report of the meeting. Geneva; 2003. 5. World Health Organization (WHO). The world health report 2002: reducing risks, promoting healthy life. Geneva; 2002. 6. World Health Organization (WHO). Diet, nutrition and prevention of chronic diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation. Geneva; 2002 (WHO Technical Report Series, 916). [acesso 01/06/2014). Disponível: <http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_916.pdf>. 7. Giugliano D, Ceriello A, Esposito K. The effects of diet on inflammation. Emphasis on the metabolic syndrome. J American College Cardiology 2006; 48:4.677-85. 8. Prior RL, Gu L. Occurrence and biological significance of proanthocyanidins in the American diet. Phytochem 2005; 66:18.2264-80. 9. Mueller M, Hobiger S, Jungbauer A. Anti-inflammatory activity of extracts from fruits, herbs and spices. Food Chem 2010; 122:4.987-96. 40 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. 10. Calder PC, Albers R, Antoine JM, Bourdet-Sicard R, Ferns GA, Folkerts G et al. Inflammatory disease processes and interactions with nutrition. British J Nutrition 2009; 101(Suppl 1):1-45. 11. Reife RA, Shapiro RA, Bamber BA, Berry KK, Mick GE, Darveau RP. Porphyromonas gingivalis lipopolysaccharide is poorly recognized by molecular components of innate host defense in a mouse model of early inflammation. Infection Immunity 1995; 63:12.4686-94. 12. Rotelli AE, Guardia T, Juárez AO, Rocha NE de la, Pelzer LE. Comparative study of flavonoids in experimental models of inflammation. Pharmacol Res 2003; 48:6.601-6. 13. Nardi GM, Siqueira Junior JM, Monachec FD, Pizzolatti MG, Ckless K, Ribeiro-do-Valle RM. Antioxidant and anti-inflammatory effects of products from Croton celtidifolius Bailon on carrageenan-induced pleurisy in rats. Phytomed 2007; 14:2-3.115-22. 14. Menichini F, Loizzo MR, Bonesi M, Conforti F, de Luca D, Statti GA et al. Phytochemical profile, antioxidant, anti-inflammatory and hypoglycemic potential of hydroalcoholic extracts from Citrus medica L. cv Diamante flowers, leaves and fruits at two maturity stages. Food Chem Toxicol 2011; 49:7.1549-55. 15. Víctor VM, Minano M, Guayerbas N del Rio M, Medina S, De La Fuente M. Effects of endotoxic shock in several functions of murine peritoneal macrophages. Molecular Cell Biochem 1998; 189:1-2.25-31. 16. Roome T, Dar A, Ali S, Naqvi S, Choudhary MI. A study on antioxidant, free radical scavenging, anti-inflammatory and hepatoprotective actions of Aegiceras corniculatum (stem) extracts. J Ethnopharmacol 2008; 118:3.514-21. 17. Balkwill F, Charles KA, Mantovani A. Smoldering and polarized inflammation in the initiation and promotion of malignant disease. Cancer Cell 2005; 7:3.211-7. 18. Terao J. Dietary flavonoids as antioxidants. Forum Nutritional Basel 2009; 61:87-94. 19. Naoum PC. Citocinas e interleucinas. Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto – SP. 2009. [acesso 2012 Fev 17]. Disponível em: http://www.ciencianews.com.br/cien-news/ citocinas.pdf 20. Held S, Schieberle P, Somoza V. Characterization of α-terpineol as an anti-inflammatory component of orange juice by in vitro studies using oral buccal cells. J Agric Food Chem 2007; 55:20.8040-6. 21. Barton BE. Interleukin-6 and new strategies for the treatment of cancer, hyperproliferative diseases and paraneoplastic syndromes. Expert Opinion Therapeutic Targets 2005; 9:4.737-52. 22. Kaiser P, Rothwell L, Avery S, Balu S. Evolution of the interleukin. Developmental Comparative Immunol 2004; 28:375-94. 23. Nmorsi OPG, Isaac C, Ukwandu NCD, Ohaneme BA. Pro-and anti-inflammatory cytokines profiles among Nigerian children infected with Plasmodium falciparum malaria. Asian Pacific J Tropical Medicine 2010; 3:1.41-4. 24. Walker JM, Maitra A, Walker J, Ehrnhoefer-Ressler MM, Inui T, Somoza V. Identification of Magnolia officinalis L. bark extract as the most potent anti-inflammatory of four plant extracts. American J Chinese Medicine 2013; 41:3.531-44. 25. Ehrnhöfer-Ressler MM, Fricke K, Pignitter M, Walker JM, Walker J, Rychlik M et al. Identification of 1,8-cineole, borneol, camphor and thujone as anti-inflammatory compounds in a Salvia officinalis L. infusion using human gingival fibroblasts. J Agric Food Chem 2013; 61:14.3451-9. 26. Yoon JH, Baek SJ. Molecular targets of dietary polyphenols with anti-inflammatory properties. Yonsei Medical J 2005; 46:5.585-96. 27. Krishnaswamy K. Traditional Indian spices and their health significance. Asia Pacific J Clinical Nutrition 2008; 17(Suppl 1):265-8. Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal 41 Denise Josino Soares et al. 28. Chien TY, Chen LG, Lee CJ, Lee FY, Wang CC. Antiinflammatory constituents of Zingiber zerumbet. Food Chem 2008; 110:3.584-9. 29. García-MediaVilla V, Crespo I, Collado PS, Esteller A, Sánchez-Campos S, Tuñón MJ et al. The anti-inflammatory flavones quercetin and kaempferol cause inhibition of inducible nitric oxide synthase, cyclooxygenase-2 and reactive C-protein, and down-regulation of the nuclear factor kappaB pathway in Chang liver cells. European J Pharmacol 2007; 557:2-3.221-9. 30. Hämäläinen M, Nieminen R, Vuorela P, Heinonen M, Moilanen E. Anti-inflammatory effects of flavonoids: Genistein, kaempferol, quercetin, and daidzein inhibit STAT-1 and NF-kappaB activations, whereas flavone, isorhamnetin, naringenin, and pelargonidin inhibit only NF-kappaB activation along with their inhibitory effect on iNOS expression and NO production in activated macrophages. Mediators Inflammation 2007; 1-10. 31. Angelo PM, Jorge N. Compostos fenólicos em alimentos – Uma breve revisão. Rev IAL 2007; 66:1.1-9. 32. King A, Young G. Characteristics and occurrence of phenolic phytochemicals. J American Dietetic Association 1999; 99:2.213-8. 33. Li C, Du H, Wang L, Shu Q, Zheng Y, Xu Y et al. Flavonoid composition and antioxidant activity of tree peony (Paeonia Section Moutan) yellow flowers. J Agric Food Chem 2009; 57:18.8496-503. 34. Leong ACN, Kinjo Y, Tako M, Iwasaki H, Oku H, Tamaki H. Flavonoid glycosides in the shoot system of Okinawa Taumu (Colocasia esculenta S.). Food Chem 2010; 119:2.630-5. 35. Lima LRP, Oliveira TT, Nagem TJ, Pinto AS, Stringheta PC, Tinoco ALA et al. Bixina, norbixina e quercetina e seus efeitos no metabolismo lipídico de coelhos. Braz J Vet Res Anim Sci 2001; 38:4.196-200. 36. Lopes RM, Oiveira TT de, Nagem TJ, Pinto A da S. Flavonóides. Rev Biotecnol, Cienc Desenvolvimento 2000; 18-22. 37. Silva RR da, Oliveira TT de, Nagem TJ, Leão MA. Efeito de flavonóides no metabolismo do ácido araquidônico. Medicina 2002; 35:127-33. 38. Kim HP, Son KH, Chang HW, Kang SS. Anti-inflammatory plant flavonoids and cellular action mechanisms. J Pharmacol Sc 2004; 96:229-45. 39. Lee JH, Zhou HY, Cho SY, Kim YS, Lee YS, Jeong CS. Anti-inflammatory mechanisms of apigenin: inhibition of cyclooxygenase-2 expression, adhesion of monocytes to human umbilical vein endothelial cells, and expression of cellular adhesion molecules. Arch Pharmacol Res 2007; 30:10.1318-27. 40. Tsuda T, Horio F, Kitoh J, Osawa T. Protective effects of dietary cyanidin 3-O-glucoside on ischemia-reperfusion injury in rats. Arch Biochem Biophys 1999; 368:2.361-6. 41. Vinson JA, Jang J, Yang J, Dabbagh Y, Liang X, Serry M et al. Vitamins and especially flavonoids in common beverages are powerful in vitro antioxidants which enrich lower density lipoproteins and increase their oxidative resistance after ex vivo spiking in human plasma. J Agric Food Chem 1999; 47:7.2502-4. 42. Sójka M, Guyot S, Kołodziejczyk K, Król B, Baron A. Composition and properties of purified phenolics preparations obtained from an extract of industrial blackcurrant (Ribes nigrum L.) pomace. J Horticultural Science Biotechnol 2009; 100-6. 43. Aaby K, Ekeberg D, Skrede G. Characterization of phenolic compounds in strawberry (Fragaria ananassa) fruits by different HPLC detectors and contribution of individual compounds to total antioxidant capacity. J Agric Food Chem 2007; 55:11.4395-406. 44. Prior RL, Lazarus SA, Cao G, Muccitelli H, Hammerstone JF. Identification of procyanidins and anthocyanins in blueberries and cranberries (Vaccinium spp.) using high-performance liquid chromatography/mass spectrometry. J Agric Food Chem 2001; 49:3.1270-6. 42 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. 45. Oliveira LS, Moura CFH, Brito ES, Mamede RVS, Miranda MRA. Antioxidant metabolism during fruit development of different acerola (Malpighia emarginata D.C) clones. J Agric Food Chem 2012; 60:32.7957-64. 46. Tsuda T, Horio F, Osawa T. Cyanidin 3-O-glucoside suppresses nitric oxide production during a zymosan treatment in rats. J Nutritional Science Vitaminol 2002; 48:4.305-10. 47. Desjardins J, Tanabe S, Bergeron C, Gafner S, Grenier D. Anthocyanin-rich black currant extract and cyanidin-3-O-glucoside have cytoprotective and anti-inflammatory properties. J Medicinal Food 2012; 15:12.1045-50. 48. Hassimotto NMA, Moreira V, Nascimento NG, Souto PCMC, Teixeira C, Lajolo FM. Inhibition of carrageenan-induced acute inflammation in mice by oral administration of anthocyanin mixture from wild mulberry and cyanidin-3-glucoside. BioMed Res Internat 2013; 1-10. 49. Wang AY, Zhou MY, Lin WC. Antioxidative and anti-inflammatory properties of Citrus sulcata extracts. Food Chem 2010; 124:3.958-63. 50. Nijveldt RJ, Van Nood E, Van Hoorn DE, Boelens PG, Van Norren K, Van Leeuwen PA. Flavonoids: a review of probable mechanisms of action and potential applications. American J Clinical Nutrition 2001; 74:4.418-25. 51. Guardia T, Rotelli AE, Juarez AP, Pelzer LE. Anti-inflammatory properties of plant flavonoids. Effects of rutin, quercetin and hesperidin on adjuvant arthritis in rat. Il Farmaco 2001; 56:9.683-7. 52. Yang T, Luo F, Shen Y, An J, Li X, Ying B et al. Quercetin attenuates airway inflammation and mucus production induced by cigarette smoke in rats. Internat Immunopharmacol 2012; 13:1.73-81. 53. Schmitz W, Saito AY, Estevão D, Saridakis H. O. O chá verde e suas ações como quimioprotetor. Semina: Cienc Biologicas Saude 2005; 26:2.119-30. 54. Hong J, Smith TJ, Ho CT, August DA, Yang CS. Effects of purified green and black tea polyphenols on cyclooxygenase- and lipoxygenase-dependent metabolism of arachidonic acid in human colon mucosa and colon tumor tissues. Biochem Pharmacol 2001; 62:9.1175-83. 55. Adcocks C, Collin P, Butlle DJ. Catechins from green tea (Camellia sinensis) inhibit bovine and human cartilage proteoglycan and type II collagen degradation in vitro. J Nutrition 2002; 132:3.341-6. 56. Correia LFM, Faraoni AS, Pinheiro-Sant’ana HM. Efeitos do processamento industrial de alimentos sobre a estabilidade de vitaminas. Alimentos Nutrição 2008; 19:1.83-95. 57. Singh U, Devaraj S. Vitamin E: inflammation and atherosclerosis. Vitamins Hormones 2007; 76:519-49. 58. Jiang Q. Natural forms of vitamin E: metabolism, antioxidant, and antiinflammatory activities and their role in disease prevention and therapy. Free Radical Biol Medicine 2014; 72:76-90. 59. Spillert CR, Spillert KR, Hollinshead MB, Lazaro EJ. Inhibitory effect of high dose ascorbic acid on inflammatory edema. Agents Actions 1989; 27:3-4.401-2. 60. Scichieri R, Coitinho DC, Monteiro JB, Coutinho WF. Recomendações de alimentação e nutrição saudável para a população brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab 2000; 44:3.227-32. 61. Xu L, Lee M, Jeyabalan A, Roberts JM. The relationship of hypovitaminosis D and IL-6 in preeclampsia. American J Obstetrics 2014; 210:2.1-7. 62. Miller RR, Hicks GE, Shardell MD, Cappola AR, Yu-Yahiro JA, Keegan A et al. Association of serum vitamin D levels with inflammatory response following hip fracture: the Baltimore hip studies. J Gerontology Series A: Biological Science 2007; 62:12.1402-6. 63. Bressan J, Hermsdorff HHM, Zulet MA, Martínez JA. Impacto hormonal e inflamatório de diferentes composições dietéticas: ênfase em padrões alimentares e fatores dietéticos específicos. Arq Bras Endocrinol Metab 2009; 53:5.572-81. Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal 43 Denise Josino Soares et al. 64. Vunta H, Belda BJ, Arner RJ, Channa Reddy C, Vanden Heuvel JP, Sandeep Prabhu K. Selenium attenuates pro-inflammatory gene expression in macrophages. Molecular Nutrition Food Res 2008; 52:11.1316-23. 65. Hermsdorff HH, Zulet MA, Puchau B, Bressan J, Martinez JA. Association of retinol-binding protein-4 with dietary selenium intake and other lifestyle features in young healthy women. Nutrition 2009; 25:4.392-9. 66. Zulet MA, Puchau B, Hermsdorff HH, Navarro C, Martinez JA. Dietary selenium intake is negatively associated with serum sialic acid and metabolic syndrome features in healthy young adults. Nutrition Res 2009; 29:1.41-8. 67. Lin CY, Tsai PS, Hung YC, Huan CJ. L-type calcium channels are involved in mediating the antiinflammatory effects of magnesium sulphate. British J Anesthesia 2010; 104:1.44-51. 68. Chmielinska JJ, Tejero-Taldo MI, Mak IT, Weglicki WB. Intestinal and cardiac inflammatory response shows enhanced endotoxin receptor (CD14) expression in magnesium deficiency. Molecular Cell Biochem 2005; 278:1-2.53-7. 69. Karnad AS, Patil PA, Majag SI. Calcium enhances antiinflammatory activity of aspirin in albino rats. Indian J Pharmacol 2006; 38:6.397-402. 70. Farré AL, Macaya C. Efectos antitrombóticos y antiinflamatórios de los ácidos grasos omega-3. Rev Española Cardiología Suplementos 2006; 6:4.31-7. 71. Rallidis LS, Paschos G, Liakos GK, Velissaridou AH, Anastasiadis G, Zampelas A. Dietary alpha-linolenic acid decreases C-reactive protein, serum amyloid A and interleukin-6 in dyslipidaemic patients. Atherosclerosis 2003; 167:2.237-42. 72. Arita M, Bianchini F, Aliberti J, Sher A, Chiang N, Hong S et al. Stereochemical assignment, antiinflammatory properties, and receptor for the omega-3 lipid mediator resolvin E1. J General Physiol 2005; 201:5.713-22. 73. Yates CM, Calder PC, Ed Rainge G. Pharmacology and therapeutics of omega-3 polyunsaturated fatty acidsin chronic inflammatory disease. Pharmacol Therapeutics 2014; 141:3.272-82. 74. Kennedy A, Martinez K, Chuang CC, Lapoint K, Mcintosh M. Saturated fatty acid-mediated inflammation and insulin resistance in adipose tissue: mechanisms of action and implications. J Nutrition 2009; 139:1.1-4. 75. Serrano-Martínez M, Palacios M, Martinez-Losa E, Lezaun R, Maravi C, Prado M et al. A Mediterranean dietary style influences TNF-alpha and VCAM-1 coronary blood levels in unstable angina patients. European J Nutrition 2005; 44:6.348-54. 76. Janzantti NS, Franco MRB, Wosiacki G. Efeito do processamento na composição de voláteis de suco clarificado de maçã Fuji. Cienc Tecnol Alimentos 2003; 23:3.523-8. 77. Siani AC, Sampaio ALF, Sousa MC de, Henriques M das GMO, Ramos MF de S. Óleos essenciais: Potencial ant-inflamatório. Rev Biotecnol, Cienc Desenvolvim 2000; 3:38-43. 78. Kanazawa A, Patin A, Greene AE. Efficient, highly enantioselective synthesis of selina-1,3,7,(11)trien-8-one, a major component of the essential oil of Eugenia uniflora. J Natural Products 2000; 63:9.1292-4. 79. Ogunwande IA, Olawore NO, Ekundayo O, Walker TM, Schmidt JM, Setzer WN. Studies on the essential oils composition,antibacterial and cytotoxicity of Eugenia uniflora L. Internat J Aromatherapy 2005; 15:3.147-52. 80. Malaman FS, Moraes LAB, West C, Ferreira NJ, Oliveira AL. Supercritical fluid extracts from the Brazilian cherry (Eugenia uniflora L.): Relationship between the extracted compounds and the characteristic flavour intensity of the fruit. Food Chem 2011; 124:1.85-92. 81. Gupta MP. 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas, CYTED-SECAB: Santafé de Bogotá, 1995, pp. 413-420. 44 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 15, n. 39, p. 33-45, jan.-abr. 2015 Denise Josino Soares et al. 82. Olajide OA, Awe SO, Makinde JM. Pharmacological studies on the leaf of Psidium guajava. Fitoterapia 1999; 70:1.25-31. 83. Meckes M, Calzada F, Tortoriello J, González JL. Terpenoids isolated from Psidium guajava hexane extract with depressant activity on Central Nervous System. Phytotherapy Res 1996; 10:7.600-3. 84. Santos FA, Rao VSN, Silveira ER. Studies on the neuropharmacological effects of Psidium pohlianum essential oils. Phytotherapy Res 1996; 10:8.655-8. 85. Heinrich M, Dhanji T, Casselman I. Açai (Euterpe oleracea Mart.) – A phytochemical and pharmacological assessment of the species’ health claims. Phytochem Letters 2011; 4:1.10-21. 86. Kang J, Thakali KM, Xie C, Kondo M, Tong Y, Ou B et al. Bioactivities of açaí (Euterpe precatoria Mart.) fruit pulp, superior antioxidant and anti-inflammatory properties to Euterpe oleracea Mart. Food Chem 2012; 133:3.671-7. 87. Saraiva RA, Araruna MKA, Oliveira RC, Menezes KDP, Leite GO, Kerntopf MR et al. Topical anti-inflammatory effect of Caryocar coriaceum Wittm. (Caryocaraceae) fruit pulp fixed oil on mice ear edema induced by different irritant agents. J Ethnopharmacol 2011; 136:3.504-10. 88. Liu CJ, Lin JY. Anti-inflammatory and anti-apoptotic effects of strawberry and mulberry fruit polysaccharides on lipopolysaccharide-stimulated macrophages through modulating pro-/ anti-inflammatory cytokines secretion and Bcl-2/Bak protein ratio. Food Chem Toxicol 2012; 50:9.3032-9. 89. Liu CJ, Lin JY. Anti-inflammatory effects of phenolic extracts from strawberry and mulberry fruits on cytokine secretion profiles using mouse primary splenocytes and peritoneal macrophages. Internat Immunopharmacol 2013; 16:2.165-70. 90. Frontela-Saseta C, López-Nicolás R, González-Bermúdez CA, Martínez-Gracia C.; Ros-Berruezo G. Anti-inflammatory properties of fruit juices enriched with pine bark extract in an in vitro model of inflamed human intestinal epithelium: The effect of gastrointestinal digestion. Food Chem Toxicol 2013; 53:94-9. 91. Errasti ME, Caffini NO, Rotelli A. E. Evaluation of anti-inflammatory activity of Pseudananas macrodontes (Morr.) Harms (Bromeliaceae) fruit extract in rats. Zeitschrift für Naturforschung C 2013; 68:11-12.445-52. 92. Lin JY, Tang CY. Strawberry, loquat, mulberry, and bitter melon juices exhibit prophylactic effects on LPS-induced inflammation using murine peritoneal macrophages. Food Chem 2008; 107:4.1587-96. 93. Jayaprakasam B, Alexander-Lindo RL, Dewitt DL, Nair MG. Terpenoids from Stinking toe (Hymeneae courbaril) fruits with cyclooxygenase and lipid peroxidation inhibitory activities. Food Chem 2007; 105:2.485-90. 94. Oliveira VB, Yamada LT, Fagg CW, Brandão MGL. Native foods from Brazilian biodiversity as a source of bioactive compounds. Food Res Internat 2012; 48:1.170-9. 95. Vieira Jr G, Ferreira PM, Matos LG, Ferreira EC, Rodovalho W, Ferri PH et al. Anti-inflammatory effect of Solanum lycocarpum fruits. Phytotherapy Res 2003; 17:8.892-6. 96. Yang G, Wang H, Kanga Y, Mei-Jun Z. Grape seed extract improves epitelial structure and suppresses inflammation in ileum of IL-10-deficient mice. Food & Function 2014; 5:10.2558-63. 97. Preethi K, Premasudha P, Keerthana K. Anti-inflammatory activity of Muntingia calubura fruits. Pharmacognosy J. 2012; 4:30.51-56. Sáude em Revista Atividade antiinflamatória de produtos de origem vegetal 45