SEMIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO Profª Ms. Paula R. Galbiati Terçariol “Com um exame físico adequado e, logicamente, boa experiência, 85% das alterações cardíacas podem ser diagnosticadas.” Robert Hamlin Veia Cava Cranial Artéria Aorta Veias Pulmonares Artéria Tronco Pulmonar Valva Mitral Valva Tricúspide Veia Cava Caudal PRGT PRGT INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC). A insuficiência cardíaca é decorrente da incapacidade do coração ejetar sangue adequadamente, por insuficiência sistólica, diastólica ou ambas e por enchimento ventricular inadequado, resultando em diminuição do débito cardíaco e pressão arterial mesmo em repouso. SINAIS CLÍNICOS DE ICC. A princípio muito dos sinais assemelham a outros sistemas. clínicos se ICCE – Congestão venosa pulmonar - circulação pulmonar, tosse, e/ou dispnéia, taquipnéia, ortopnéia, cianose, levando em edema pulmonar. ICCD – Congestão venosa da grande circulação, coleções de líquidos – fraqueza, cansaço, ascite, diferenciar de problemas hepáticos. DISPNÉIA E TAQUIPNÉIA Taquipnéia – aumento da frequência respiratória. Dispnéia inspiratória – vias aéreas superiores. Dispnéia expiratória – doenças pulmonares, bronquiais, alveolares ou edema pulmonar. Dispnéia mista – ICC com efusão pleural. Posição ortopnéica - Expressão de angústia respiratória, este quadro representa grave congestão pulmonar. TOSSE Ato reflexo produzido pela estimulação da faringe ao diafragma, que pode resultar em causas respiratórios e cardíacas. Tosse cardíaca é seca e ruidosa. Animal pode estar em repouso ou em atividade física, com maior intensidade a noite. I. Aumento do átrio E – degeneração mixomatosa da valva, comprime brônquio principal E. II. Insuficiência ventricular E – aumento da pressão venosa pulmonar = edema pulmonar. III. Dirofilariose canina = injúria e inflamação pulmonar e vascular. Radiografia torácica de cão com endocardiose de mitral demonstrando aumento de átrio esquerdo. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA ASCITE Acúmulo de líquido livre no abdome, indica grave disfunção do coração D (miocardiopatia dilatada da tricúspide). O acúmulo de líquido na doença cardíaca é lento e crônico. Pacientes com ascite grave demonstram taquipnéia e dispnéia, devido à pressão que exerce o líquido abdominal sobre o diafragma. Cão com cardiomiopatia dilatada apresentando ascite e caquexia. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA SÍNCOPE - - É a perda súbita e transitória da consciência e do tônus postural devido ao fornecimento insuficiente de substrato energético e oxigênio ao cérebro. Cardíacas: Estenose subaórtica, estenose pulmonar e a tetralogia de fallot, miocardiopatia dilatada canina, arritmias cardíacas. Extra-cardíacas: colapso de traquéia, distúrbios neurológicos, hemorragias, anemia, hipertensão pulmonar. PERDA DE PESO Na cardiopatia crônica os pacientes são magros ou caquéticos, principalmente pelas alterações metabólicas nas quais se observa aumento notável do catabolismo. AVALIAÇÃO DA FC ESPÉCIE bpm CÃES 60 a 160 GATOS 120 a 240 EQUINOS 28 a 40 BOVINOS 60 a 80 CAPRINOS 95 a 120 OVINOS 90 a 115 RESENHA Espécie cães – miocardiopatia dilatada endocardiose. gatos – miocardiopatia hipertrófica. congestiva idiopática, Idade filhote com sopro - cardiopatia congênita. adulto - cardiopatia adquirida. Raça Grandes X Pequenas - miocardiopatia dilatada idiopática X degeneração mixomatosa da valva mitral. Sexo Meio ambiente – regiões endêmicas de dirofilariose. EXAME FÍSICO GERAL Anamnese e Exame Físico: diminuição da atividade física, intolerância ao exercício, letargia e sonolência. Sinais como postura, edema periférico, ascite, taquipnéia, dispnéia, tosse. Inspeção: avaliação geral da mucosas, TPC, cabeça, pescoço, tórax e abdome. Membros torácicos abduzidos e o pescoço estendido (para facilitar a ventilação), inchaço do tórax (gás no TGI, aumento de órgãos abdominais, edema de membros e prepúcio). SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA Inspeção do pulso jugular com auxílio de algodão umedecido com álcool para uma melhor visualização. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA EXAME FÍSICO GERAL Palpação: Traquéia (reflexo de tosse). Abdome: ascite, hepatomegalia, massas, efusões. Pele: edema subcutâneo, abdome, submandibular, extremidades. Palpar artéria femoral, FC. Tórax (PIM - Ponto de Máxima Intensidade) – CHOQUE PRECORDIAL – palpável 5º EIC, lado E e no 4º EIC lado D - deslocamento; intensidade; frêmito. Palpação da traquéia objetivando avaliar o reflexo de tosse. Palpação do tórax objetivando encontrar a presença de aumento de volume, fraturas ou enfisema. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA EXAME FÍSICO GERAL • • Percussão: para definir as áreas cardíaca e pulmonar. Hipertrofia ou dilatação cardíaca: miocardite e endocardite. Acúmulo de líquido no saco pericárdico. Percussão torácica dígito-digital objetivando determinar, a partir dos sons, as áreas das estruturas torácicas como também a presença de efusões, massas, etc. EXAME FÍSICO GERAL Ausculta cardíaca: identifica paciente cardiopata, FC, presença de sopros, intensidade e focos de origem. (silencio na sala, fechar boca e/ou narina do animal). Ausculta cardíaca objetivando avaliar outros focos cardíacos com o cão em posição quadrupedal. Ausculta torácica objetivando avaliar os ruídos respiratórios. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA LADO E = PAM – 345 AE AD VE VD LADO D = TRICÚSPIDE 4 SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA BULHAS CARDÍACAS: S1 ou 1º bulha – fechamento atrioventriculares mitral e tricúspide. RUIDO SISTÓLICO. valvas S2 ou 2 º bulha – fechamento das valvas semilunares aórtica e pulmonar. RUIDO DIASTÓLICO. BULHAS CARDÍACAS: Entre 1º e a 2º bulha pequeno silêncio – corresponde a fase sistólica ventricular do batimento cardíaco. Entre 2º e a 1º bulha grande silêncio – corresponde a fase diastólica. BULHAS CARDÍACAS: S3 ou 3º bulha – pouco audível, vibração do enchimento ventricular rápido. S4 ou 4º bulha – vibração da sístole atrial – FC aumentada – fibrilação atrial. Difícil de auscultar em pequenos animais, sugestivo de miocardiopatia dilatada congestiva idiopática. Som de galope. SOPRO CARDÍACO Som causado por uma turbulência durante o ciclo cardíaco. Grau I – sopro muito suave. Grau 2 – sopro suave. Grau 3 – sopro de intensidade leve a moderada. Grau 4 – sopro de intensidade moderada a grave. Grau 5 – sopro claro à ausculta, com um frêmito palpável, não detectado ao afastar o estetoscópio. Grau 6 – sopro grave à ausculta, com um frêmito detectável e auscultado mesmo ao afastar o estetoscópio. BULHAS CARDÍACAS: FONESE DE BULHA Normofonese Hipofonese Hiperfonese RITMO CARDÍACO Ritmo sinusal Arritmia sinusal Arritmias Sempre que realizar a auscultação, aferir simultaneamente o pulso femoral (artéria femoral). PULSO: Frequência: ◦bradisfigmia, normosfigmia, taquisfigmia Ritmo: ◦regular, irregular, intermitente Amplitude: ◦pequeno, normal, amplo EXAMES COMPLEMENTARES DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (PA). Invasivo – cateter heparinizado em uma artéria periférica. Não invasivo – Doppler, oscilométrico, fotopletismografia (raios infravermelhos). Aparelho Doppler para aferição de pressão arterial não invasiva Aparelho oscilométrico para aferição de pressão arterial não invasiva. SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA EXAMES COMPLEMENTARES ELETROCARDIOGRAFIA SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA EXAMES COMPLEMENTARES RADIOLOGIA CARDÍACA - posição L-L e a posição D-V SEMIOLOGIA VETERINÁRIA - FEITOSA EXAMES COMPLEMENTARES ECOCARDIOGRAFIA EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES LABORATORIAIS CK – enzima creatina cinase . LDH – enzima lactato desidrogenase. Ambas aumentam em casos de lesão muscular, ao serem dosadas podem avaliar se há ou não lesão das fibras musculares cardíacas. Ex. isquemia cardíaca. CASO CLÍNICO 1. Fifi é levada a clínica para atendimento e apresenta poliúria, polidipsia, hipertermia, vômitos agudos, não apresenta diarréia, apatia, dor abdominal na região mesogástrica, com relação a estes sintomas responda: a) Qual é a sequência de exame clínico? b) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? d) Delimite a região mesogástrica? CASO CLÍNICO 2. Um cão, boxer de 7 anos, apresentando episódios de síncope, intolerância ao exercício, letargia, chega a sua clínica para consulta. Seguindo o exame clínico responda. a) Que perguntas você faria ao proprietário? b) Explique como faria o exame físico deste animal? c) O que pode ser observado na inspeção? d) O que pode ser observado na palpação? e) O que pode ser observado na auscultação? f) O que pode ser observado na percussão? g) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? h) Quais exames complementares devo solicitar para diferenciar a intolerância a exercícios e a síncope com outras doenças? CASO CLÍNICO 3. Um cão, macho, 10 anos, raça Pastor alemão, chegou a clínica deprimido, magro inapetente, possível esteatorréia, com relação a estes sintomas responda: a) Que anamnese você faria ao proprietário? b) Explique como faria o exame físico deste animal? c) O que pode ser observado na inspeção? d) O que pode ser observado na palpação? e) O que pode ser observado na auscultação? f) O que pode ser observado na percussão? g) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? CASO CLÍNICO 4. Bella, espécie felina, de 9 anos, apresenta síncope, cansaços, vomitos, anorexia, diarréia, com relação a estes sintomas responda: a) Que anamnese você faria ao proprietário? b) Explique como faria o exame físico deste animal? c) O que pode ser observado na inspeção? d) O que pode ser observado na palpação? e) O que pode ser observado na auscultação? f) O que pode ser observado na percussão? g) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? h) Quais exames complementares devo solicitar para diferenciar a síncope com outras doenças? CASO CLÍNICO 5. Nina, uma Border Collie, de 6 anos, apresenta poliúria, polidipsia, ascite, cansaço, vômitos, anorexia e fezes acólicas, com relação a estes sintomas responda: a) Que anamnese você faria ao proprietário? b) Explique como faria o exame físico deste animal? c) O que pode ser observado na inspeção? d) O que pode ser observado na palpação? e) O que pode ser observado na auscultação? f) O que pode ser observado na percussão? g) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? h) Quais exames complementares devo solicitar para diferenciar a ascite com outras doenças? CASO CLÍNICO 6. Luna, espécie canina, de 5 anos, inapetência, edema de membros, sonolência e vômitos esporádicos, com relação a estes sintomas responda: a) Que anamnese você faria ao proprietário? b) Explique como faria o exame físico deste animal? c) O que pode ser observado na inspeção? d) O que pode ser observado na palpação? e) O que pode ser observado na auscultação? f) O que pode ser observado na percussão? g) Com relação aos exames complementares, diga quais procedimentos poderiam ser realizados e por quê? h) Quais exames complementares devo solicitar para diferenciar a intolerância a exercícios e a síncope com outras doenças?