CÂMARA DOS DEPUTADOS Emagrecedores JÔ MORAES Deputada Federal - PCdoB / MG Brasília, Novembro 2011 CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. SUMÁRIO 1. ORIGEM E OBJETO DO GRUPO DE TRABALHO ......................................................... 2 1.1 Nota Técnica da Anvisa ....................................................................................... 2 1.2 Uso de Inibidores de apetite no Brasil ................................................................ 2 1.3 Debate ampliado sobre o tema .......................................................................... 3 2. ATIVIDADES REALIZADAS.......................................................................................... 4 2.1 Audiência Pública promovida pela Anvisa e 23 de fevereiro de 2011 ................... 4 2.2 Audiência Pública feita pela Comissão de Seguridade Social e Família ................. 4 2.3 Aprovação da criação do Grupo de Trabalho pela CSSF com objetivo de acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa .......................... ....................... 4 2.4 Audiência do Grupo de Trabalho da CSSF, destinado a debater a Nota Técnica da Anvisa, com o diretor-presidente da agência reguladora, Dirceu Barbano em 25 de maio de 2011 ....................................................................................... 5 2.5 Painel Técnico Internacional sobre Eficácia e Segurança dos medicamentos inibidores de apetite da Anvisa, em 14 de junho de 2011 ..................................... 5 2.6 Reunião final da Diretoria Colegiada da Anvisa sobre inibidores de apetite ....... 5 3. DECISÃO FINAL DA ANVISA SOBRE INIBIDORES DE APETITE ..................................... 6 3.1 Proibição dos medicamentos à base de anfetamina ............................................ 6 3.2 Permissão para continuidade do uso da Sibutramina .......................................... 6 4. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 7 5. OBESIDADE ............................................................................................................. 8 6. ANEXOS ................................................................................................................. 9 CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. Emagrecedores É preciso deflagrar uma campanha educativa voltada à implementação de hábitos saudáveis no cotidiano das famílias. Esta é a forma mais eficaz de revertermos os altos índices de sobrepeso e obesidade apresentados pelos brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que mais da metade da população adulta do País está com sobrepeso. Problema que atinge 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas na faixa etária de 5 a 9 anos. Já 20% dos adolescentes entre 10 e 19 anos estão com excesso de peso. O Brasil também é um dos maiores consumidores de medicamentos para emagrecer – os inibidores de apetite. Na maioria das vezes, comprados e consumidos sem orientação e acompanhamento médico, embora possam causar dependência e até mortes. Na Câmara dos Deputados, coordeno o Grupo de Trabalho que acompanhou e discutiu a Nota Técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que previa o banimento dos RELATÓRIO FINAL medicamentos inibidores de apetite. Das discussões que envolveram representantes da sociedade organizada – entidades médicas, farmacêuticas, comunidade cientifica – em audiências públicas, reuniões ordinárias da Comissão de Seguridade Social e Família e com os representantes da Agência, finalmente se chegou a um resultado. No dia 4 de outubro, a Diretoria Colegiada da Anvisa se reuniu e analisou o relatório final, com quase 700 páginas com opiniões e apresentações sobre os inibidores de apetite. Em sua decisão, a Anvisa deliberou pela proibição dos medicamentos à base de anfetamina, apontando evidências de eventos adversos graves, associados à ausência de dados confiáveis de segurança que justificaram a decisão dos seus diretores de proibir os anfetamínicos femproporex; mazindol e anfepramona. Quanto à permanência da sibutramina no mercado, o colegiado se dividiu e com isso prevaleceu a vontade da maioria que votou pela manutenção da comercialização da droga, mas com novas regras e restrições para seu uso. Ficou acertado que dentro de um ano, nova análise definirá se ela continuará sendo permitida no mercado nacional. Enfim, prevaleceu a decisão mediana, de se proibir os medicamentos à base de anfetamina, mas manter o registro da sibutramina. Resta o controle rigoroso do uso dessa medicação nos próximos 12 meses, mas o fundamental é a ação que será priorizada por nosso Grupo de Trabalho na Câmara. Ou seja, o de viabilizar campanhas nacionais envolvendo os três níveis de poder e a sociedade civil para uma mudança de hábito. O propósito é o de tornar mais saudável nosso dia-a-dia não só em relação à alimentação, mas combinando práticas esportivas, caminhadas e outros gestos simples mas com grande repercussão em nossa saúde, em nosso presente e futuro. Jô Moraes Deputada Federal CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 2 1.ORIGEM E OBJETO DO GRUPO DE TRABALHO 1.1 - Nota Técnica da Anvisa Em fevereiro de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica recomendando a proibição de quatro inibidores de apetite, sob a alegação de que os mesmos apresentam riscos para a saúde da população brasileira que superam os possíveis benefícios. A orientação da agência reguladora partiu do princípio de que não há comprovação de que o uso da sibutramina ou dos anoréxicos anfepramona, femproporex e mazindol provoca a diminuição do peso corporal a longo prazo. Além disso, segundo técnicos da área de Farmacovigilância e da gerência de Medicamentos da Anvisa, estudos feitos na Europa indicam que a utilização dos medicamentos pode contribuir para uma possível elevação do risco cardiovascular dos pacientes (no caso da sibutramina) e de riscos cardiopulmonares e também de complicações relacionadas ao sistema nervoso central (quando associado ao consumo dos anoréxicos). Foto: Luiz Alves - SECOM A Agência Nacional de Vigilância Sanitária levou em consideração, ainda, o fato de que a Agência Européia de Medicamentos (EMA) suspendeu, em 2010, a venda da sibutramina por conta de uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine que ligou o uso do remédio ao aumento do risco cardíaco em pessoas propensas. O estudo mostrou que apenas 30,4% dos pacientes que utilizaram a sibutramina perderam menos de 5% do seu peso corporal em três meses; ao mesmo tempo em que foi constatado um aumento de 16% do risco CV - como Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral. A medida foi seguida nos Estados Unidos - onde a Food and Drug Administration decidiu pela retirada da sibutramina do mercado - e por países como Canadá e Austrália. Outra questão avaliada pela agência se refere ao fato de que a venda em países desenvolvidos de anfetamínicos (como anfepramona, femproporex e mazindol) não é permitida há muitos anos – processo que começou desde que houve uma epidemia de Hipertensão Pulmonar Primária (HPP) associada a este tipo de medicamento no fim dos anos 1960. O Comitê Europeu de Medicamentos, por exemplo, proibiu os anorexígenos, tipo anfetamínicos, em 1999. 1.2- Uso de Inibidores de Apetite no Brasil Apesar da Anvisa ter adotado, nos últimos anos, medidas de controle e restrição ao uso dos quatro medicamentos mencionados neste documento; ainda assim um parecer técnico do órgão questionou a eficácia e segurança dos inibidores de apetite – avaliando que há um risco sanitário iminente no país. Dados da própria Anvisa apontam que em 2010 4,4 milhões de receitas de anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina foram prescritas no Brasil. Outra informação que chama a atenção é que entre os dez maiores prescritores de medicamentos em 2009 e 2010 para o uso de femproporex, houve considerável aviamento de receita por parte de pediatras – sendo que o medicamento não é indicado para menores de 18 anos. Já a medicina do tráfego aparece como um dos dez maiores prescritores da sibutramina. Em março de 2010, a Anvisa aumentou o rigor no controle destes medicamentos, passando a exigir a receita azul (de controle especial) para a sua venda. Mas o debate aprofundado se deu por questionamentos sobre a real Reunião ordinária da Comissão de Seguridade Social e Família RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. eficácia do medicamento para a perda de massa corporal e, ainda, por temor de que poderia estar ocorrendo abuso na utilização dos remédios, já que o Brasil lidera no consumo de anorexígenos. Em 2009, foram consumidas quase duas toneladas de sibutramina, três toneladas de anfepramona, uma tonelada de femproporex e dois quilos de mazindol, de acordo com dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. Pesquisas apontam que 49% da população brasileira acima de 20 anos está acima do peso. E, enquanto a indicação dos inibidores de apetite deveria ser feita, sobretudo, para pacientes com obesidade mórbida, diante dos números expressivos de consumo, a Anvisa começou a analisar em que dimensão esses remédios poderiam estar sendo desviados do correto uso clínico para uma utilização voltada para fins de recreação e doping em esportes. 1.3 – Debate Ampliado sobre o tema A Nota Técnica da Anvisa causou polêmica e exigiu a ampliação do debate sobre o tema entre a sociedade civil, órgãos públicos, entidades médicas e, principalmente, o Congresso Nacional. O presidente da Comissão de Comunicação Social da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Ricardo Meirelles defendeu que nenhum inibidor de apetite deve ser retirado do mercado e, também, que nenhum tipo de controle especial – diferente de outros medicamentos – é justificado. Segundo ele, os possíveis efeitos adversos e contra-indicações da sibutramina, por exemplo, não são mais graves do que os de diversos outros remédios comercializados normalmente. Ele entende, ainda, que o receituário B2, atualmente em uso, já permite um controle mais detalhado da prescrição e venda desses produtos. A Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) também se posicionou pela utilização dos inibidores de apetite. A presidente da associação, Rosana Radominski, destacou que a perda de RELATÓRIO FINAL 3 peso provocada pela sibutramina também proporciona a redução do risco de outras doenças, como gota e câncer e, portanto, é importante para a redução da morbidade. Já para os especialistas Flavio Danni Fuchs, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, e Francisco Paumgartten, da Fundação Oswaldo Cruz, não existem evidências dos benefícios na utilização dos anorexígenos anfetamínicos no controle da obesidade. Ao mesmo tempo, o promotor Diaulas Costa Ribeiro, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), defendeu a manutenção dos anorexígenos no mercado brasileiro – argumentando que a proibição da venda dos medicamentos pode transformar a pessoa comum em traficante; em criminosa. De acordo com ele, a proibição dos inibidores de apetite pode, ainda, aumentar o comércio ilegal dos medicamentos, já que eles passarão a ser importados clandestinamente. A principal preocupação apresentada pelo promotor é que a decisão da Anvisa pode deixar as pessoas sem o medicamento e sem assistência médica necessária para o tratamento com esses remédios. Na Câmara Federal, o debate sobre a possível proibição dos inibidores de apetite aflorou na deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) a necessidade de aprofundar os debates sobre o tema, a fim de sanar dúvidas e encontrar uma possível solução para homens e mulheres que serão atingidos diretamente por uma possível decisão da Anvisa. Desta forma, juntamente com a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), Jô Moraes apresentou um requerimento para a realização de uma Audiência Pública para debater a Nota Técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O debate ocorreu no dia 05 de abril de 2011. Jô Moraes também propôs a criação de uma Subcomissão Especial destinada a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa. A proposição foi aprovada pela Comissão de Seguridade Social e Família com alteração em 06 de abril de 2011, com a criação de um Grupo de Trabalho com o mesmo objetivo. A coordenação ficou a cargo da deputada Jô Moraes, que se empenhou na proposição e acompanhamento das atividades relacionadas na seqüência, no item 2. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 4 2. ATIVIDADES REALIZADAS 2.1 – Audiência Pública da Anvisa Depois da divulgação da Nota Técnica que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite, a Anvisa realizou no dia 23 de fevereiro de 2011 uma Audiência Pública no auditório do órgão com a presença de 300 inscritos, entre médicos, especialistas, membros de comunidades científicas, representantes do poder judiciário, sociedade civil e imprensa. 2.2 – Audiência Pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal A Audiência Pública na Câmara foi realizada no dia 05 de abril de 2011, com base no requerimento das deputadas Jô Moraes (PCdoB-MG) e Alice Portugal (PCdoB-BA), e teve por objetivo o aprofundamento do debate sobre o tema. Foram convidados para participar do debate: ? Diretor-Geral da Anvisa, Dr. Dirceu Raposo de Mello; ? Presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Roberto Luiz d Ávila; ? Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Dr. Jaldo de Souza Santos; ? Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Dr. José Miguel do Nascimento Júnior; ? Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Dra. Célia Chaves; ? Presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, Dra. Maria do Carmo Garcez. Durante a audiência pública, a chefe do Núcleo de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária (NUVIG), Maria Eugênia Cury, representou a Anvisa e afirmou, na ocasião, que a Nota Técnica da agência faz um alerta à sociedade de que existem problemas de eficácia e RELATÓRIO FINAL segurança associados ao uso dos inibidores de apetite e destacou que apesar do arsenal de remédios disponíveis, os índices de obesidade têm crescido no país. Também estiveram presentes no debate representantes de várias entidades médicas, farmacêuticas e da comunidade científica como Ricardo Meirelles, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), que destacou que a suspensão dos medicamentos pode colocar em risco a vida de milhares de pacientes uma vez que nem todos vão conseguir aderir a um programa de modificação de hábitos de vida, que inclui reeducação alimentar e atividade física. Outro presente no debate, o secretário-geral da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), Ivan da Gama Teixeira, argumentou que o Brasil já faz um controle rigoroso na manipulação desses remédios. A audiência pública na Câmara Federal teve um papel fundamental para aprofundar o debate sobre o tema. 2.3 – Aprovação de um Grupo de Trabalho, pela Comissão de Seguridade Social e Família, para acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite O requerimento nº 28/11 da deputada Jô Moraes que solicitava a criação de uma Subcomissão Especial destinada a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que trata do banimento dos medicamentos inibidores de apetite, foi aprovado com alteração, no dia 06 de abril de 2011 durante Reunião Ordinária da Comissão de Seguridade Social e Família. Em votação, o requerimento foi aprovado com a criação de um grupo de trabalho com o mesmo objetivo. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. Medicamentos Inibidores de Apetite. Primeiro, na parte da manhã, os debatedores se debruçaram sobre as questões envolvendo a utilização da sibutramina. À tarde, o foco das conversas girou em torno dos outros três inibidores de apetite citados na Nota Técnica da agência: anfepramona, femproporex e mazindol. De acordo com a Anvisa, as opiniões e apresentações dos participantes foram decisivas para a elaboração do relatório final da agência sobre o assunto. Foto: Wilson Dias/ABr 2.4 – Audiência do Grupo de Trabalho da Comissão de Seguridade Social e Família destinado a debater a Nota Técnica da Anvisa com o diretor-presidente da agência reguladora, Dirceu Barbano 5 No dia 25 de maio de 2011, as deputadas Jô Moraes e Nilda Gondim, que compõem o Grupo de Trabalho mencionado, foram recebidas em audiência na sede da Anvisa em Brasília, pelo diretor-presidente da agência reguladora e também pela Chefe do Núcleo de Gestão de Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária (NUVIG), Maria Eugênia Cury. O objetivo da reunião foi tratar das divergências, discussões e críticas envolvendo a Nota Técnica da Anvisa recomendando a proibição dos medicamentos sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol. O diretor-presidente da Anvisa enfatizou que, quanto às alternativas viáveis ou possíveis substitutos para os medicamentos inibidores de apetite que podem ser, de fato, banidos do mercado brasileiro, que este debate não é de responsabilidade da agência reguladora. Mas, diante da crescente polêmica, na ocasião, Dirceu Barbano informou às parlamentares sobre a realização de um Painel Técnico no dia 14 de junho de 2011, preparado por um grupo integrado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Associação Brasileira de Psiquiatria, Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e outras drogas, Comissão Técnica de Medicamentos e, ainda, um grupo de técnicos da Anvisa. 2.5 – Painel Técnico da Anvisa No dia 14 de junho de 2011, a Anvisa realizou o Painel Técnico Internacional sobre Eficácia e Segurança dos RELATÓRIO FINAL 10ª Reunião Pública da Anvisa, analisa e vota o Relatório sobre os Medicamentos Inibidores de Apetite 2.6 – Reunião final da Diretoria Colegiada da Anvisa sobre inibidores de apetite No dia 04 de outubro de 2011, a Diretoria Colegiada da Anvisa se reuniu para analisar o relatório final, com quase 700 páginas, sobre os medicamentos inibidores de apetite e decidiu pela retirada do mercado dos remédios do tipo anfetamínico – e pela manutenção da sibutramina, porém com novas restrições. Ficou, portanto, proibida a produção, comercialização e manipulação, bem como o uso, dos medicamentos femproporex, mazindol e anfepramona, com a determinação de que os mesmos terão seus registros cancelados. Na seqüência, no item 3, os detalhes da decisão da Anvisa. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 6 3.DECISÃO FINAL DA ANVISA SOBRE INIBIDORES DE APETITE 3.1 – Proibição dos medicamentos à base de anfetamina 3.2 – Permissão para continuidade do uso da Sibutramina O relatório analisado pela Diretoria Colegiada da Anvisa mostrou que o uso dos anfetamínicos está baseado na prática clínica - tipo de evidência menos consistente e menos, segura segundo os padrões atuais para registro de medicamentos. O texto informa, ainda, que há evidências de eventos adversos graves, que associadas à ausência de dados confiáveis de segurança justificaram a decisão dos diretores de proibir os anfetamínicos femproporex, mazindol e anfepramona. O uso da sibutramina foi liberado pela diretoria da Anvisa para o tratamento de obesidade desde que o paciente apresente sobrepeso significativo – com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, e não tenha problemas cardíacos. Durante a reunião, três integrantes da Diretoria Colegiada votaram pela manutenção da sibutramina no mercado; enquanto apenas um membro votou contra. Porém, ficou explícita a determinação quanto à inclusão de novas exigências e restrições para o uso do produto. De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, as farmácias e drograrias terão o prazo de dois meses para retirar os produtos das prateleiras. A decisão da Anvisa gerou polêmica e desagradou, principalmente, as entidades médicas. Para o Conselho Federal de Medicina, os remédios auxiliam no combate à obesidade e, se banidos, reduzem as possibilidades de tratamento para quem precisa perder peso. Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia lançaram um abaixo-assinado contra o banimento dos medicamentos. Segundo as organizações, quando prescritos de forma correta, os remédios contribuem para redução do peso. As entidades ressaltam que os médicos têm conhecimento das contra-indicações dos anfetamínicos e, portanto, prescrevem os remédios com responsabilidade. RELATÓRIO FINAL Com as mudanças nas regras, para liberar o uso do remédio, paciente e médico terão que assinar um termo de responsabilidade sobre os riscos à saúde. No momento da compra do remédio, o paciente terá que apresentar o documento assinado junto com a receita médica. Além disso, o uso da substância ficará sob monitoramento da vigilância sanitária. O objetivo da medida é garantir que o usuário do medicamento recebeu do médico os esclarecimentos sobre os benefícios e os riscos à saúde decorrentes do tratamento de obesidade com a sibutramina. O prazo de validade da receita também mudou. Antes, a prescrição valia por 60 dias. A diretoria decidiu reduzir para 30 dias. Desde março de 2010, é obrigatória a venda da sibutramina com a apresentação da receita azul (que é numerada pela vigilância sanitária) e as embalagens têm tarja preta - medida que continua vigorando. Outras normas definidas pelos diretores da Anvisa estipulam que os médicos serão obrigados a notificar à agência reguladora casos de pacientes com reações adversas à sibutramina. Os laboratórios terão, ainda, que apresentar um plano para redução dos riscos do emagrecedor à saúde, como orientações aos médicos de como proceder em casos de efeitos colaterais graves. As empresas têm dois meses para encaminhar o plano, a partir da publicação oficial da regra pela Anvisa. A medida vale para os laboratórios que já detêm registros de remédios com sibutramina e para aqueles que pretendem solicitar a permissão. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 7 4. CONCLUSÕES Também ficou claro o direcionamento da agência reguladora para que dentro de um ano seja feita uma nova análise para definir se a sibutramina continuará com a venda permitida no mercado brasileiro. A atitude da Anvisa de optar por uma decisão mediana – de proibir os medicamentos à base de anfetamina mas, ao mesmo tempo, de manter o registro da sibutramina foi considerada acertada pela deputada Jô Moraes. Segundo ela, o próximo passo agora é acompanhar o rigor impostoz ao controle do uso da medicação neste prazo de 12 meses – e também manter o diálogo aberto com a sociedade e as entidades médicas, além da Anvisa, para o debate que será feito no ano que vem sobre a permanência ou não da sibutramina nas farmácias do país. Foto: Daiane O ponto decisivo da discussão que deve ser priorizada daqui para a frente na Câmara Federal é quanto às Audiência Pública da Nota Técnica da Anvisa RELATÓRIO FINAL alternativas viáveis e eficazes para o controle da obesidade no Brasil – índice que vem aumentando e se tornando um fator preocupante no tema saúde pública. Jô Moraes ressalta que numa sociedade cada vez mais atarefada, com rotinas estressantes e apelos de marketing ao corpo perfeito, é imperioso que se façam campanhas amplas, envolvendo a sociedade civil, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, no sentido de iniciar um processo Foto: Marcello Casal Jr/ABr Leonardo Prado - SECOM A proposta original da Anvisa, quando o debate sobre inibidores de apetite foi iniciado, era vetar todos os emagrecedores - tanto os feitos com anfetamina como aqueles à base de sibutramina, seguindo o exemplo dos Estados Unidos e da União Européia. Após vários meses de debate, o relatório final manteve a proposta de vetar os anfetamínicos, mas decidiu manter a liberação da sibutramina por conta, sobretudo, da comprovação de que ela ajuda a reduzir o peso entre 5% e 10% em um prazo de quatro semanas. Deputada federal Jô Moraes, coordenadora do grupo de trabalho, discursa na Comissão de Seguridade Social e Família pedagógico intenso capaz de promover a mudança de hábitos necessária para a população que está acima do peso – de forma a obter resultados concretos e definitivos. A proposta que se pretende levar adiante é de ampliar a discussão com as associações e conselhos de saúde, movimento de mulheres, escolas, ONGs e outras representações da sociedade civil para, à partir do cotidiano das pessoas, criar uma nova visão de vida saudável que possa ser implementada com sucesso – e cujos resultados possam ser mensurados e seguidos pelas próximas gerações. Outro ponto que requer atenção especial é quanto a uma ação integrada da Polícia Federal, com vasto rigor, a fim de evitar que os três medicamentos à base de anfetamina que foram proibidos não sejam importados ilegalmente e comercializados no mercado clandestino – o que poderia causar um dano incalculável para as pessoas que estariam vulneráveis a este tipo de remédio mas sem o acompanhamento médico devido. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 8 Obesidade Houve um aumento alarmante das doenças nãotransmissíveis no mundo. Ao que se atribui o recrudescimento da mortalidade, morbidade e incapacidade. Entre estas doenças está a obesidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que uma alimentação saudável e a realização de atividade física contribui para melhorar a saúde da pessoa e aprovou em 2002 a Estratégia Mundial sobre alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde. A causa da obesidade é complexa e tem vários fatores como: interação de genes, ambiente, modo de vida e emocional. E, conforme orientação da OMS, o Ministério da Saúde criou diretrizes para incentivar a vida saudável, recomendando algumas atitudes em relação á alimentação, que auxilia a prevenção da obesidade. 1. Aumentar e variar o consumo de frutas, legumes e verduras, consumir ao menos 5 vezes por dia - comprar as que estão na safra, além de serem mais baratas, são mais nutritivas; 2. Comer feijão uma vez por dia, quatro vezes por semana - preparar o feijão apenas com alho, cebola e louro; 3. Diminuir o consumo de alimentos e preparações gordurosas, como carnes com gordura aparente, salsicha, mortadela, linguiça, frituras, salgadinhos. No máximo uma vez por semana; 4. Reduzir o consumo de sal. Retire o saleiro da mesa e evite alimentos enlatados e embutidos; 5. Fazer pelo menos 3 refeições por dia ( café da manhã, almoço e jantar) e 2 lanches saudáveis. Não pule as refeições, alimente-se em intervalos de 3 em 3 horas. Evitar beliscar - utilizar frutas como sobremesa e evitar beber refrigerante e bebidas industrializadas no almoço e no jantar; RELATÓRIO FINAL 6. Diminuir o consumo de doces, bolos, biscoitos recheados e outros alimentos ricos em açúcar, ingerir no máximo 2 vezes por semana; 7. Evitar consumir álcool e refrigerantes diariamente; 8. Apreciar a refeição, comer e mastigar bem os alimentos - evitar alimentar-se em frente à televisão; 9. Acompanhar seu peso, manter dentro de limites saudáveis - serve como indicador o índice de massa corporal (IMC), que deve estar entre 18,5 e 24,9 Kg/m2, a formula é peso / (altura)2; 10. Fazer atividade física, não seja sedentário - fazer ao menos 30 minutos de atividade física todos os dias. Alimentação saudável alimentos mais saudáveis e naturais contribuição para a sustentabilidade qualidade de vida e bem estar Marlete Pereira da Silva Nutricionista do HUCCF/UFRJ Fontes: Informe sobre a saúde no mundo 2002: reduzir os riscos e promover uma vida saudável. Genebra, Organização Mundial de Saúde, 2002. Guia prático do cuidador / Brasília: Ministério da Saúde, 2008. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) Diretrizes Brasileiras de Obesidade - Associação Brasileira de Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, 2009. CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 9 6. ANEXOS Anvisa propõe banir inibidores de apetite Audiência dos anorexígenos mobiliza profissionais de saúde Audiência pública da Anvisa dá voz à sociedade Inibidores de apetite: audiência pública na Câmara dos Deputados discute proposta da Anvisa Requerimento das deputadas Jô Moraes e Alice Portugal para realização da Audiência Pública para debater a Nota Técnica da Anvisa Ata da 7ª Reunião Ordinária da Comissão de Seguridade Social e Família que aprovou, com alteração, o requerimento da deputada Jô Moraes estabelecendo a criação de um Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa. Reunião pública: diretoria analisa contribuições sobre inibidores de apetite Grupo de trabalho sobre a proibição de medicamentos de inibidores de apetite - Reunião na Anvisa Riscos X benefícios. Especialistas discutem perfil de segurança da Sibutramina Decisão sobre inibidores de apetite será tomada em reunião pública Medicamentos tipo anfetamínicos Anvisa mantém registro da sibutramina e cancela anfetamínicos CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 10 Anvisa propõe banir inibidores de apetite A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza, na próxima quarta-feira (23/2), audiência pública para discutir o cancelamento do registro dos medicamentos que contém sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). Os produtos à base dessas quatro substâncias atuam como inibidores de apetite e devem ser retirados do mercado brasileiro devido aos altos riscos à saúde que podem acarretar. A indicação da Anvisa está baseada em estudos científicos e no parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) de 26 de outubro de 2010. No documento, o órgão recomenda o cancelamento dos medicamentos por apresentarem riscos que superam seus benefícios. Segundo nota técnica da área de Farmacovigilância e da gerência de Medicamentos da Anvisa, a sibutramina apresenta baixo coeficiente de efetividade de redução de peso e pouca manutenção de redução de peso em longo prazo. Além disso, estudos indicam possível aumento de risco cardiovascular entre todos os usuários. Os medicamentos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol, por sua vez, apresentam graves riscos cardiopulmonares e do sistema nervoso central. Esses fatores tornam insustentável a permanência destes produtos no mercado, mesmo se forem consideradas as melhorias já implantadas no processo de controle da venda destes medicamentos. A nota técnica da Anvisa destaca, ainda, que esses medicamentos não são comercializados em diversos países desenvolvidos por serem considerados medicamentos obsoletos e de elevado risco aos usuários. As novas evidências científicas, aliadas aos dados obtidos por meio das ações de vigilância pós-mercado da Anvisa, apontam para a necessidade de retirada dos inibidores de apetite do mercado brasileiro, não havendo justificativa para a permanência destes produtos no país. Fonte: http://portal.anvisa.gov.br 16 de fevereiro de 2011 Audiência dos anorexígenos mobiliza profissionais de saúde Médicos e farmacêuticos ocuparam a maioria dos lugares do auditório da Anvisa na audiência pública que discutiu a proposta de retirar do mercado brasileiro os inibidores de apetite, a exemplo da decisão tomada pela União Europeia e Estados Unidos. O debate começou às 9h30 da manhã desta quarta-feira (23/2), na sede da Agência, em Brasília, e durou quatro horas e meia. A reunião tomou como base nota técnica, divulgada no site da Anvisa, com o parecer da área de Farmacovigilância da Agência sobre o tema. Medicamentos à base de sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos - anfepramona, femproporex e mazindol podem ter seu registro cancelado devido a estudos recentes, que associam seu consumo a doenças cardiovasculares e a distúrbios comportamentais. A população brasileira lidera o mercado mundial em consumo de anorexígenos. No ano de 2009, foram vendidos no país três toneladas de anfepramona, 1,8 toneladas de sibutramina, uma tonelada de femproporex e dois quilos de mazindol. RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 11 O diretor presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano, resumiu os próximos passos da Anvisa a partir da discussão. "Vamos consolidar e analisar as contribuições e abordar o assunto nas próximas reuniões da Diretoria Colegiada", comentou. Barbano ressaltou, ainda, a responsabilidade da Anvisa: "O Estado tem o dever de garantir à população a segurança e a eficácia dos medicamentos que têm sua chancela para estar no mercado". Fonte: http://portal.anvisa.gov.br 23 de fevereiro de 2011 Audiência pública da Anvisa dá voz à sociedade A audiência pública para discutir proposta de retirada dos inibidores de apetite, realizada na manhã e parte da tarde desta quarta-feira (23/02), no auditório da Anvisa, contou com a presença de mais de 300 inscritos, entre médicos, especialistas, membros de diversas sociedades Científicas, cidadãos, promotores e imprensa. Os inscritos apresentaram argumentos contundentes para que a agência reguladora reconsidere a intenção de cancelar o registro de medicamentos que contenham a substância sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). Representando a SBEM e a Associação Médica Brasileira, Dr. Ricardo Meireles, presidente da entidade, falou sobre a importância da manutenção dos anorexígenos no tratamento da obesidade. Segundo ele, uma perda pequena de peso já pode ser considerada representativa, uma vez que diminui o risco de desenvolvimento de outras doenças, como diabetes, problemas cardiovasculares e hipertensão. "A perda de peso é eficaz quando é maior ou igual a 1% ao mês ou pelo menos 5% de três a seis meses. Vale lembrar que o tratamento da obesidade não visa levar o indivíduo a seu peso ideal e sim em reduzir seu peso para que ele possa ter benefícios e evitar o aparecimento de comorbidades", disse o especialista. A deputada Federal, Alice Portugal, também foi bem incisiva em seu discurso e ressaltou que qualquer decisão a ser tomada deve ter como principal beneficiário o paciente. "Precisamos auxiliar o prescritor e garantir que o paciente terá acesso ao bom uso do medicamento", disse a deputada. Ela garantiu que levará ao Congresso o tema dos anorexígenos e obesidade. Dr. Lázaro Fernandes de Miranda, da Sociedade Brasileira de Cardiologia comentou que é preciso haver mais diálogo entre os profissionais da saúde e as agências reguladoras, para que o paciente não seja prejudicado. "Essa queda de braço entre órgão regulador e os profissionais que lidam com o paciente deve acabar", disse. Os debates não foram conclusivos e devem continuar. Em paralelo à audiência, a SBEM realizou um abaixo assinado online, que ganhou o apoio de mais de 500 assinaturas. Muitas foram as mobilizações online para que a Anvisa adote medidas que contribuam não para a proibição, mas sim para o controle e uso adequado de tais medicamentos. No Twitter da SBEM-SP, você acompanha os tweets com as principais declarações dos inscritos. www.twitter.com/sbemsp Fonte: http://sbemsp.org.br/blog/?p=1072 RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 12 Inibidores de apetite: audiência pública na Câmara dos Deputados discute proposta da Anvisa A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esteve presente na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos relativos à proposta, anunciada em fevereiro deste ano, de cancelamento dos registros dos medicamentos inibidores de apetite no país. Maria Eugênia Cury, chefe do Núcleo de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária (Nuvig), representou a Agência na audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família, nesta terça-feira (5/4). Maria Eugênia Cury ressaltou que a nota técnica da Anvisa faz um alerta à sociedade de que existem problemas de eficácia e segurança associados ao uso destes medicamentos. "A população precisa refletir sobre os riscos inerentes à manutenção destes produtos no mercado. Apesar de todo o arsenal medicamentoso de que dispomos, os índices de obesidade tem crescido no país", destacou. Além da Anvisa, participaram do debate representantes dos setores médico e farmacêutico, que sugerem medidas mais restritivas para o comércio dos anorexígenos e não apoiam a proposta da Agência de suspensão destes produtos. "A retirada do mercado vai deixar sem alternativa terapêutica uma grande quantidade de pacientes obesos e estimulará o mercado negro de medicamentos. O uso indiscriminado deve ser combatido, com maior controle sobre a prescrição inadequada", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles. A deputada Alice Portugal defendeu o envolvimento do poder legislativo na discussão: "A banalização do uso de anorexígenos é um problema que não pode ser desconsiderado, mas também não podemos deixar de ouvir o apelo de endocrinologistas para que pacientes não percam essas alternativas terapêuticas". A deputada propôs a formação de uma subcomissão para tratar do tema. A Anvisa prepara um novo documento, com as contribuições recebidas durante a audiência pública realizada em fevereiro, que será apreciado pela Diretoria Colegiada do órgão na próxima reunião pública. "O que a Agência quer é ampliar o debate público sobre essas questões de forma transparente e responsável. O tema é complexo e nenhuma decisão será tomada de forma arbitrária", afirmou a chefe do Nuvig, Maria Eugênia Cury. Fonte: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/anorexigenos/pdf/Inibidores%20de%20apetite%20Camara.pdf Vanessa Amaral – Imprensa/ANVISA Foto: Wilson Dias/ABr A técnica da (Anvisa), Maria Eugênia Cury, autora do Relatório Integrado sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite. RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 13 CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADA FEDERAL ALICE PORTUGAL - PCdoB/BA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA Requerimento Nº , de 2011. (Das Sras. Alice Portugal e Jô Moraes) Requer a realização de Audiência Pública para debater a Nota Técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. Senhor Presidente, A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende tirar do mercado os edicamentos inibidores de apetite. A proposta da Anvisa é proibir a venda da sibutramina e dos norexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). Hoje, essas substâncias têm a venda controlada. Isto não só quer dizer que só podem ser vendidos sob prescrição, como também que todo estabelecimento que os vende tem que enviar relatórios para a Anvisa com os nomes do médico e do paciente. De acordo com o relatório técnico feito pela agência, a sibutramina aumenta o risco ardiovascular e é pouco efetiva na manutenção da redução do peso a longo prazo. Já os anorexígenos trazem riscos cardiopulmonares e ao sistema nervoso central. Em ambos os casos, os técnicos da Anvisa - uma equipe formada por médicos e farmacêuticos de diversas formações - consideraram que os riscos superam os benefíciose sugeriram a proibição. Outro argumento utilizado foi o recente banimento dessas substâncias nos EUA e na Europa. Participei da consulta pública promovida pela ANVISA no último dia 23 de fevereiro para debater a nota técnica da Agência que defende o banimento dos medicamentos inibidores de apetite do mercado farmacêutico brasileiro. A audiência, com ampla participação, contou com entidades de especialistas em Endocrinologia e metabologia, da Associação Brasileira de Obesidade, da ANFARMAG (Associação das Farmácias Magistrais), Associação Médica Brasileira, dentre outras. O posicionamento majoritário destas entidades foi contra o banimento e pelo aumento do rigor na fiscalização do uso destes medicamentos. Farmacêutica e bioquímica por formação, tenho a opinião de que a obesidade é uma doença crônica, multifatorial, geradora de danos irreversíveis à saúde. Não se deve desconhecer a situação do doente obeso que não responde ao tratamento via reeducação alimentar e de novos hábitos de vida, para os quais, o endocrinologista faz a opção do apoio medicamentoso. Creio que precisamos discutir mecanismos seguros desde a prescrição até a dispensação destes medicamentos, de janela terapêutica estreita, com efeitos colaterais largamente conhecidos, RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 14 CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADA FEDERAL ALICE PORTUGAL - PCdoB/BA mas que se tirados abruptamente dos que se tratam, o mercado paralelo, ilegal, fará de todo paciente um contraventor. Ante o exposto, levando em consideração a importância desse tema para a saúde pública brasileira, para um vasto contingente da população e para grande número de profissionais de saúde, requeiro a Vossa Excelência a realização de Audiência Pública da Comissão de Seguridade Social e Família destinada a discutir este controverso tema. Requeiro ainda que sejam convidados para participar desta Audiência Pública as seguinte autoridades e representantes de entidades: 1- Diretor-Geral da ANVISA, Dr. Dirceu Raposo de Mello; 2- Presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Roberto Luiz d´Avila; 3- Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Dr. Jaldo de Souza Santos; 4- Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Dr. José Miguel do Nascimento Júnior; 5- Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Dra. Célia Chaves; 6-Presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, Dra. Maria do Carmo Garcez. Sala da Comissão, Alice Portugal Deputada Federal RELATÓRIO FINAL em de março de 2011. Jô Moraes Deputada Federal CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 15 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA 54ª Legislatura - 1ª Sessão Legislativa Ordinária ATA DA 7ª REUNIÃO ORDINÁRIA Realizada em 6 de abril de 2011. Às dez horas e um minuto do dia seis de abril de dois mil e onze, reuniu-se a Comissão de Seguridade Social e Família, no Anexo II, Plenário 07 da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados Saraiva Felipe Presidente; Padre João e Professora Marcivania - Vice-Presidentes; Amauri Teixeira, André Zacharow, Antonio Brito, Benedita da Silva, Celia Rocha, Chico D'Angelo, Darcísio Perondi, Eduardo Barbosa, Elcione Barbalho, Eleuses Paiva, Givaldo Carimbão, Jandira Feghali, Jhonatan de Jesus, João Ananias, José Linhares, Lael Varella, Mandetta, Marcus Pestana, Nilda Gondim, Raimundo Gomes de Matos, Rogério Carvalho, Rosinha da Adefal, Sueli Vidigal e Teresa Surita - Titulares; Antonio Bulhões, Arlindo Chinaglia, Arnaldo Faria de Sá, Cesar Colnago, Cida Borghetti, Danilo Forte, Dr. Aluizio, Eros Biondini, Flávia Morais, Geraldo Resende, Jô Moraes, João Campos, Marllos Sampaio, Pastor Eurico, Pastor Marco Feliciano , Raimundão, Roberto de Lucena, Ronaldo Caiado, Ságuas Moraes e Salvador Zimbaldi Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Alexandre Roso, Aline Corrêa, Dr. Jorge Silva, Dr. Paulo César, Henrique Afonso e Osmar Terra. ABERTURA: Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou à apreciação as Atas das 3ª, 4ª e 5ª reuniões, realizadas nos dias vinte e três; e vinte e nove de março de dois mil e onze, respectivamente. Em votação, as Atas foram aprovadas. EXPEDIENTE: O Senhor Presidente comunicou aos membros da Comissão que conforme determina o Artigo 46, § 1º combinado com o Artigo 29, § 3º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, os horários das Reuniões das Subcomissões não poderiam coincidir com os horários da Reuniões Ordinárias dessa Comissão. ORDEM DO DIA: O Senhor Presidente leu o Ato da Presidência de constituição e instalação, no âmbito da Comissão, da "Subcomissão Especial de Desenvolvimento Industrial em Saúde, Produção de Fármacos, Equipamentos e Outros", no campo da atuação temática deste órgão, determinando o prazo de conclusão dos trabalhos em noventa dias, podendo ser prorrogado por mais noventa dias, e nomeando os seguintes Senhores Deputados como membros Titulares: Amauri Teixeira, Dr. Paulo César, Elcione Barbalho, Jandira Feghali, José Linhares e Rosinha da Adefal; e como membros Suplentes, os Senhores Deputados: André Zacharow, Jhonatan de Jesus, João Ananias, Rogério Carvalho, Eleuses Paiva e Raimundo Gomes de Matos. 1 - REQUERIMENTO Nº 19/11 - da Sra. Benedita da Silva. 12 - REQUERIMENTO Nº 28/11 - da Sra. Jô Moraes - que "requer a criação de Subcomissão Especial destinada a acompanhar e discutir a Nota Técnica da ANVISA que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite". EM VOTAÇÃO, O REQUERIMENTO FOI APROVADO COM A CRIAÇÃO DE UM GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A ACOMPANHAR E DISCUTIR A NOTA TÉCNICA DA ANVISA, QUE PREVÊ O BANIMENTO DOS MEDICAMENTOS INIBIDORES DE APETITE ENCERRAMENTO: Às doze horas e cinquenta e sete minutos, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos, antes convocando os membros da Comissão para Reunião de Audiência Pública a realizar-se na próxima quinta-feira, dia sete de abril, às nove horas e trinta minutos, neste mesmo Plenário, para debater a comercialização, fiscalização e utilização de agrotóxicos nas lavouras do País e a consequente contaminação dos alimentos e demais produtos agrícolas. O inteiro teor desta reunião foi gravado passando o arquivo de áudio a integrar o respectivo acervo documental, para degravação mediante solicitação. E, para constar, eu ______________________, Lin Israel Costa dos Santos, lavrei a presente Ata, que por ter sido lida e aprovada, será assinada pelo Presidente, Deputado Saraiva Felipe ______________________, e publicada no Diário da Câmara dos Deputados RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 16 Reunião pública: diretoria analisa contribuições sobre inibidores de apetite Na reunião pública da próxima terça-feira (12/4), a Diretoria Colegiada da Anvisa apreciará novo relatório da área técnica da Agência sobre os medicamentos inibidores de apetite. O documento contempla as contribuições coletadas durante a audiência pública, realizada no dia 23 de fevereiro, e é mais uma etapa do processo de discussão sobre o tema. O parecer apresentado pela Anvisa em fevereiro apontava para a retirada do dos medicamentos à base de Sibutramina e dos anorexígenos do tipo anfetamínicos (anfepramona, fempropores e mazindol) do mercado brasileiro. Estudos científicos demonstram que os produtos geram risco cardiovascular e alterações de comportamento. É expressivo o volume de venda dos medicamentos anorexígenos no mercado brasileiro. Em 2009, foram consumidas 1,9 toneladas de sibutramina, três toneladas de anfepramona, uma tonelada de femproporex e dois quilos de mazindol, de acordo com dados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Os diretores da Anvisa decidirão também sobre a resolução que revisa a RDC 44, de 2010, que trata do controle dos antimicrobianos. Publicada em outubro do ano passado, a Resolução modificou o controle sobre a venda de antibióticos no país, tornando mais rigorosa a exigência da receita médica. A RDC 44/2010 integrou um conjunto de decisões anunciadas pela Anvisa para enfrentar surtos de organismos multiresistentes em hospitais e clínicas. Os diretores começam a reunião a partir das 14h30, da próxima terça-feira (12/4), no auditório da Agência, em Brasília. Toda a reunião poderá ser acompanhada em tempo real pela internet. Confira a pauta da reunião pública. Ana Júlia Pinheiro - Imprensa/ANVISA Fonte: http://portal.anvisa.gov.br Grupo de trabalho sobre a proibição de medicamentos de inibidores de apetite - Reunião na Anvisa Reunião na Anvisa em 25 de maio de 2011, com o seu Diretor Presidente da Anvisa Dr. Dirceu Brás Aparecido Barbano e com a Sra. Maria Eugênia Cury, Chefe do Núcleo de Gestão de Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária-NUVIG. A reunião contou com a presença da Deputada Jô Moraes, da Deputada Nilda Gondim e sua Consultora Legislativa Nágila Santos e do Coordenador de Assuntos Parlamentares da Anvisa Marcos Paulo Rodrigues. As deputadas são membros do Grupo de Trabalho criado em 04 de maio último pela Comissão de Seguridade Social e Família, destinado a debater a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite no país. O objetivo principal da reunião se deu em razão das divergências, discussões e críticas que têm sido geradas desde a emissão da citada Nota Técnica em fevereiro deste ano. RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 17 A possibilidade de proibir o uso de 4 inibidores de apetite(sibutramina, anfepramona, fiemproporex e mazindol) tem sido estudada por técnicos e cientistas da Anvisa, cujos estudos apontam que o uso desses produtos não é seguro, observados os grupos que o utilizam. No caso dos obesos mórbidos, por exemplo, mesmo a estes não há garantia segura e precisa, se os inibidores lhe farão bem o mal, pois não se pode afirmar a sua eficácia para solução dos problemas que envolvem ou levam alguém à obesidade mórbida, devendo ser observados conjuntamente muitos aspectos e fatores contributivos para o quadro e os mais diversos riscos que podem direta ou indiretamente afetar o usuário desses produtos, como por exemplo, o aumento considerável de problemas cardiovasculares, psicológicos, dentre outros. Enfim, por não haver nenhum estudo técnico e científico que comprove eficiente benefício do uso de produtos inibidores de apetite, se estes podem trazer maior segurança ao usuário, do que riscos à sua saúde. Assim, a Anvisa emitiu a Nota Técnica objetivando vedar o uso dos quatro produtos, alegando tal imprecisão e por ser estes apenas adjuvantes e não uma solução plena para a questão de redução de peso. Quanto às alternativas ou substitutos dos produtos, o Dr. Dirceu Barbano informou que não é de responsabilidade da ANVISA uma posição sobre esse aspecto. No entanto, devido a essas e várias polêmicas, criticas e discussões que giram em torno do assunto a Anvisa fará uma audiência pública convocada pelo Senado Federal e programou um Painel Técnico que está sendo preparado por um grupo integrado por: Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Associação Brasileira de Psiquiatria, Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e outras drogas, Comissão Técnica de Medicamentos, Grupo de Técnicos da Anvisa, prevista para o dia 14 de junho próximo. Os dois eventos serão de suma importância para a definição e conduta final a ser adotada pela Anvisa acerca do banimento dos medicamentos inibidores de apetite. Frisando por oportuno, que a audiência foi bastante proveitosa e de grande contribuição para maior discernimento das razões que levaram a Agência de Vigilância Sanitária a emitir a mencionada Nota Técnica. Riscos X benefícios. Especialistas discutem perfil de segurança da Sibutramina O Brasil é responsável pelo consumo de cerca de 50% da Sibutramina vendida em todo o mundo, além de ocupar o terceiro lugar no ranking dos países que mais consomem derivados anfetamínicos. Os dados citados pelo diretorpresidente da Anvisa, Dirceu Barbano, durante a abertura do Painel Técnico Internacional sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite, evidenciam uma contradição. Se os índices de obesidade têm crescido no Brasil nos últimos anos, qual a eficácia da utilização dos anorexígenos no tratamento da obesidade? Esse e outros questionamentos norteiam o Painel Internacional promovido pela Anvisa, que acontece nesta terçafeira (14\6), em Brasília. O objetivo é identificar o perfil de segurança e eficácia dos medicamentos inibidores de apetite com a finalidade de dar subsídios à tomada de decisão da Diretoria Colegiada da Anvisa sobre a retirada ou manutenção destes medicamentos no mercado farmacêutico brasileiro. Durante o período da manhã, o debate se concentrou na análise dos prós e contras do uso da Sibutramina, com base nas evidências científicas disponíveis, em especial no mais recente estudo realizado com o medicamento, o estudo SCOUT. A pesquisa em questão foi realizada em 16 países, com 10.744 mil pacientes, e indicou um aumento significativo do risco cardiovascular em pacientes com histórico de problemas cardiovasculares. Segundo o parecer técnico da Anvisa, os riscos da utilização da Sibutramina superam os benefícios. “Os fatores de risco cardiovascular se misturam com a obesidade por si só, sendo difícil separar grupos de pacientes para os quais a utilização do medicamento apresentaria margem de segurança aceitável”, afirmou Laís França, do RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 18 Núcleo de Investigação em Vigilância Sanitária da Anvisa. Entre as reações adversas destacadas pela técnica, estão: elevação da pressão arterial, arritmias, acidente vascular cerebral hemorrágico, convulsões e depressão. Representante do comitê do estudo SCOUT, o dinamarquês Christian Pedersen fez uma breve exposição sobre o estudo, apresentando a metodologia utilizada e as conclusões obtidas durante os seis anos de pesquisa. Pedersen ressaltou que os níveis de consumo da Sibutramina no Brasil não são razoáveis, mas afirmou que o medicamento pode ser uma alternativa terapêutica eficaz para alguns grupos de pacientes. “A sibutramina não deve ser prescrita irrestritamente. Os médicos precisam avaliar cuidadosamente todas as alternativas terapêuticas e utilizar primeiro as mais seguras, mas há casos para os quais os benefícios da Sibutramina são inquestionáveis, como, por exemplo, no caso de pacientes com problemas nas articulações, com dificuldade para fazer exercícios diariamente”, exemplificou Pedersen. Segundo o especialista, os medicamentos tipo anfetamínicos, por sua vez, cujos riscos de provocar dependência e problemas psíquicos são amplamente conhecidos, não deveriam ser utilizados como alternativa terapêutica para a obesidade. Para Ricardo Meirelles, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e professor da PUC-Rio, o uso da Sibutramina é benéfico, desde que obedecidas algumas condições. “A eficácia do medicamento é real desde que o paciente apresente perda de peso e desde que o produto seja utilizado em conjunto com aconselhamento nutricional”, detalhou. Para o professor, a retirada do medicamento do mercado vai deixar os médicos com poucas alternativas terapêuticas para o tratamento da obesidade. O professor Francisco José Roma, da Fundação Oswaldo Cruz, manifestou-se contrariamente a este argumento e afirmou que a falta de opção terapêutica não pode ser justificativa para manutenção de tratamentos ineficazes. “A relação de consumo de medicamentos é uma relação complexa, com uma série de interesses comerciais que conflitam com o interesse dos usuários. Neste contexto, a Anvisa atua para proteger a população e tem a missão de assegurar que apenas medicamentos benéficos para a população sejam mantidos no mercado. Essa decisão é responsabilidade da autoridade sanitária e não fere, de maneira alguma, a autonomia do médico”, defendeu Roma. O diretor-presidente da Anvisa destacou a relevância do debate para a tomada de decisão e ressaltou a necessidade de que as entidades que defendem o uso dos anorexígenos apresentem os perfis de pacientes para os quais esses medicamentos devam ser indicados. O Painel Técnico Internacional sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite continua nesta terça-feira (14\6), até as 18h. Todas as contribuições e informações debatidas serão avaliadas pela Diretoria Colegiada da Anvisa para a tomada de decisão sobre os medicamentos que estão em análise. Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/anvisa/imprensa RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 19 Decisão sobre inibidores de apetite será tomada em reunião pública Em reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol), os diretores discutiram o Relatório Integrado sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite, apresentado nesta quinta-feira (31/8) pela área técnica da Agência. Seguindo recomendação do diretor-presidente, Dirceu Barbano, a Dicol decidiu que o relatório será votado em sua próxima reunião pública, em data a ser definida, com transmissão ao vivo no portal da Anvisa. A intenção da Diretoria é mostrar a transparência do processo de tomada de decisão da Anvisa e dar amplo conhecimento ao relatório, que tem cerca de 700 páginas. O diretor-presidente da Anvisa explicou os principais pontos do documento aos jornalistas que aguardavam o fim da reunião. De acordo com Dirceu Barbano, o relatório propõe a retirada, do mercado, de todos os derivados anfetamínicos e permite a manutenção da sibutramina com diversas restrições sanitárias. Barbano salientou que os técnicos da Anvisa sugerem a permanência da sibutramina devido a sua comprovada eficácia, que é a perda de 5 a 10% de peso em um período de quatro semanas em pacientes obesos e com o perfil recomendado para o uso do medicamento: ter Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30% e não ser portador de cardiopatia diagnosticada. As demais restrições sanitárias sugeridas para o uso da sibutramina são: uso da medicação apenas em paciente com o perfil indicado; notificação de receita pelo médico; assinatura de um termo de responsabilidade pelo médico, paciente e farmácia de manipulação; avaliação mensal do paciente e notificação compulsória, pelo médico, de reação adversa no paciente. Carlos Augusto Moura - Imprensa/Anvisa 31 de agosto de 2011 Medicamentos tipo anfetamínicos Os medicamentos anfepramona, femproporex e mazindol estão no mercado brasileiro há mais de 30 anos. Como anorexígenos, deveriam ser indicados apenas como coadjuvantes ao tratamento da obesidade, que inclui restrição calórica, exercícios e modificação do comportamento. No entanto, por serem estimulantes, esses produtos têm sido desviados de seu uso clínico para uso recreacional e para doping em esportes. O acompanhamento da Anvisa tem demostrado, também, que existe grande potencial de uso abusivo dessas substâncias , apesar das inúmeras advertências sobre seus riscos. "Não existem evidências científicas sobre o valor da utilização dessas substâncias em longo prazo. Seu consumo elevado no Brasil pode demonstrar que suas indicações clínicas e seu acesso, em farmácias de manipulação e drogarias, estão muito distantes das preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e pelos órgãos sanitários", explica o diretor-presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano. No final dos anos 1960, uma epidemia de Hipertensão pulmonar primária (HPP) ocorreu na Europa, após a introdução de um anorexígeno denominado fumarato de aminorex. A partir desse achado, foi também documentada a associação entre desenvolvimento de HPP e uso de fenfluramina e dexfenfluramina. Com isso, muitos países determinaram a retirada do produto do mercado. Após a associação dos medicamentos anfetamínicos com HPP, outros medicamentos anorexígenos passaram a ser questionados quando a segurança pulmonar e outros riscos. Por isso, a maioria dos países desenvolvidos RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 20 não registra medicamentos tipo anfetamínicos (como anfepramona, femproporex e mazindol) há muitos anos. Sibutramina A sibutramina recebeu seu registro no Brasil em março de 2008. O medicamento atua como inibidor seletivo da recaptação da Serotonina, promovendo o aumento da saciedade no paciente. A partir de suspeitas relativas ao risco cardiovascular, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) solicitou ao fabricante Abbott um estudo em que fosse avaliado o risco da sibutramina entre os usuários obesos que apresentavam um risco prévio cardiovascular. O estudo, denominado SCOUT, durou 6 anos, e seu relatório final foi publicado em setembro de 2010, no New England Journal of Medicine. Entre as conclusões do artigo, destacam-se: - apenas 30,4% dos pacientes tratados com sibutramina perderam pelo menos 5% do seu peso corporal em 3 meses; - aumento de eventos adversos não fatais cardiovasculares nos pacientes tratados com sibutramina com conhecida doença cardiovascular subjacente (diagnosticada por médico); - 16% de aumento do risco CV (como Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral) entre usuários de sibutramina (p=0,016). Em janeiro de 2010, a EMA determinou o cancelamento do registro da sibutramina na Europa devido aos riscos cardiovasculares demonstrados pelo estudo SCOUT. O FDA (Food and Drug Administration), em outubro de 2010, anunciou que a empresa retiraria voluntariamente a sibutramina dos Estados Unidos. A mesma medida foi tomada no Canadá e Austrália. No Brasil, em março de 2010, a Anvisa alterou a forma de controle da sibutramina, remanejando a substância da lista C1 para a Lista B2 dos medicamentos sujeitos à controle especial (Portaria 344/98). Com a mudança, a sibutramina passou a ser classificada como psicotrópico anorexígeno e a tarja do medicamento mudou de vermelha para preta. A nova norma passou a exigir, também, que esses medicamentos sejam vendidos com receituário azul (em que a numeração é fornecida pela vigilância sanitária). Até então, a sibutramina era comercializada com receita branca, que não é numerada pela autoridade sanitária. No dia 1º de julho, a Anvisa publicou, também, a RDC no 25/2010 que estabeleceu a Dosagem Diária Máxima de 15 mg para a sibutramina, visando a promoção do uso seguro e racional do produto. Dados de Consumo no Brasil Em 2007, após introdução do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) foi identificado que, entre os produtos controlados pela Portaria 344/98, os medicamentos mais consumidos foram: anfepramona (3 toneladas), sibutramina (1,8 tonelada), femproporex (1,04 tonelada) e mazindol (2 kg). Os dados são relativos às informações repassadas por 38.500 estabelecimentos farmacêuticos, cerca de 62% da rede privada do país no ano de 2007. Em março de 2010, a Anvisa divulgou novo relatório do SNGPC, relativo ao ano de 2009. Fonte: SNGPC/ANVISA http://medicinaeciencia.med.br/medicina/consumodemedicamentosparaemagrecer.PDF RELATÓRIO FINAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Comissão de Seguridade Social e Família Grupo de Trabalho destinado a acompanhar e discutir a Nota Técnica da Anvisa, que prevê o banimento dos medicamentos inibidores de apetite. 21 Anvisa mantém registro da sibutramina e cancela anfetamínicos A Diretoria Colegiada da Anvisa decidiu, nesta terça-feira (4/10), pela retirada dos medicamentos inibidores de apetite do tipo anfetamínico do mercado e pela manutenção da sibutramina como medicamento para o tratamento da obesidade, com a imposição de novas restrições. De acordo com a decisão dos diretores, os medicamentos femproporex, mazindol e anfepramona terão seus registros cancelados, ficando proibida a produção, o comércio, a manipulação e o uso destes produtos. Esses três medicamentos são do grupo denominado inibidores de apetite do tipo anfetamínico. O relatório apresentado durante a reunião mostra que o uso dos anfetamínicos está baseado na prática clínica, que é o tipo de evidência menos consistente e menos segura segundo os padrões atuais para registro de medicamentos. O texto informa, ainda, que há evidências de eventos adversos graves, que associadas à ausência de dados confiáveis de segurança justificaram a decisão dos diretores. Em relação à sibutramina, a decisão da diretoria da Anvisa, por três votos a um, foi de manter o medicamento no mercado com a inclusão de novas exigências e mais restrições para o uso do produto. O relatório apresentado pelo diretor-presidente, Dirceu Barbano, informa que o perfil de segurança da sibutramina é bem identificado e conhecido, o que permite identificar pacientes que podem ter algum ganho a partir do uso da substância. Uma das restrições que será estabelecida é a descontinuidade do uso da sibutramina em pacientes que não obtiverem resultados após quatro semanas de uso do produto. Para o diretor-presidente, o debate que levou a decisão final da Anvisa foi bastante produtivo e ajudou a dar clareza sobre os dados científicos disponíveis sobre estes medicamentos e as lacunas que as pesquisas não foram capazes de responder. "A diretoria da Anvisa entendeu que a sibutramina pode ser utilizada em determinadas situações e com um monitoramento rigoroso", explicou Barbano. No processo de 643 páginas, elaborado ao longo dos últimos oito meses, os técnicos da Anvisa reuniram todos os dados disponíveis de estudos sobre os medicamentos do tipo anfetamínico e a sibutramina. Histórico Em outubro do ano passado, a Câmara Técnica de Medicamentos, uma instância consultiva, sugeriu à Anvisa a retirada dos inibidores de apetite do mercado. Em fevereiro deste ano, a Agência realizou uma audiência pública para discutir o risco e a eficácia desses medicamentos inibidores de apetite. Desde então foram realizadas duas audiências públicas no Congresso Nacional e um painel técnico-científico internacional pela própria Anvisa. Além disso, a Agência realizou uma teleconferência, no último mês de setembro, com a agência para medicamentos e alimentos norte-americana, o FDA, para levantar informações sobre o uso da sibutramina naquele país e sua posterior proibição. A discussão teve início por conta da publicação do estudo Scout, que trouxe novas informações sobre os riscos e a eficácia da sibutramina. Por esta razão, o país iniciou um debate sobre esse medicamento e os medicamentos do tipo anfetamínicos. Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/anvisa/imprensa 04 de outubro de 2011 RELATÓRIO FINAL COMPOSIÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO DEPUTADA JÔ MORAES (PCDOB-MG) COORDENADORA DO GRUPO Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 322 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.jomoraes.com.br DEPUTADO DR. ALUÍZIO - (PV-RJ) DEPUTADA NILDA GONDIM - (PMDB-PB) DEPUTADO AMAURY TEIXEIRA - (PT-BA) Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 371 - Anexo: III CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.draluizio.com.br Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 833 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.nildagondim.com.br Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 237 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.deputadoamauri.com.br DEPUTADA FLÁVIA MORAIS (PDT-GO) DEPUTADO ROBERTO DE LUCENA - (PV-SP) Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 738 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.depflaviamorais.com.br Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 235 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.robertodelucena.com.br DEPUTADO PAULO FOLETTO - (PSB-ES) DEPUTADO DR. PAULO CÉSAR - (PR-RJ) Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 904 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: www.drpaulocesar.com.br Praça dos Três Poderes Câmara dos Deputados Gabinete: 839 - Anexo: IV CEP: 70160-900 - Brasília - DF E-mail: [email protected] Site: blogdopaulofoletto.wordpress.com