Comunicação Oral APRENDENDO GEOMETRIA COM AUXILIO DOS FRACTAIS Andressa Franco Vargas1 *Bianca Bitencourt da Silva2 Clarissa Gonçalves Lira 3 Fabielli Vieira de July 4 Gabriel Prates Brenner 5 Tanara da Silva Dicetti6 Jussara Aparecida da Fonseca 7 Maurício Ramos Lutz 8 Eixo Temático: A docência na escola e a formação de professores Resumo: O presente trabalho apresenta um relato de uma atividade que foi realizada no primeiro semestre de 2015 pelos alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal Farroupilha – Campus Alegrete/RS. Tal atividade tinha como título: “Aprendendo Geometria com Auxilio dos Fractais”, onde foi abordada em turmas do 8º e 9º ano do Instituto Estadual Oswaldo Aranha em Alegrete/RS. O objetivo deste trabalho foi abordar a Geometria Fractal de forma diferenciada, pois é um conteúdo não trabalhado na Educação Básica, envolvendo o conteúdo de cálculo de áreas de triângulos. Este ramo da matemática é pouco explorado em sala de aula, apesar de ser um conteúdo interessante e que possibilita a aproximação do tema com a realidade dos educandos. É de grande importância que os educandos possam observar que a matemática está presente também na natureza, assim como em vários ambientes que os cercam. A oficina foi realizada em seis momentos, afim de se ter um diálogo sobre o que os alunos estavam entendendo e 1 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 3 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 4 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 5 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 6 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 7 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected]. 8 Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, [email protected].. 2 Comunicação Oral pensando a respeito do conteúdo a ser trabalhado. No primeiro momento fizemos um questionário e dialogamos sobre a matemática existente na natureza; no segundo momento foi visto um pouco da história da geometria euclidiana bem como o surgimento da geometria fractal; no terceiro momento revisamos as áreas de figuras geométricas com uma atenção maior para a área de triângulos; para então, em um quarto momento estudamos os fractais triângulo e o tapete de Sierpinski; no quinto momento realizamos atividades envolvendo o cálculo de área de um fractal envolvendo áreas de triângulos e por fim, confeccionamos um fractal utilizando papel e tesoura. Sendo assim, foi interessante realizar uma aproximação deste tema com a realidade do aluno, de modo que este perceba que a matemática está presente no seu dia-a-dia, sendo possível ressaltar que quando há a contextualização das atividades envolvendo a realidade, obtém-se um aluno mais interessado, participativo e questionador. Além de estimular a criatividade e o raciocínio, a Geometria Fractal é uma forma de motivar os educandos a aprender matemática. Palavras-chave: PIBID, geometria fractal, ensino e aprendizagem, cálculo de áreas. Introdução As ciências exatas em geral apresentam grandes índices de reprovação e o educador tem isso como grande desafio. Pode-se dizer que o Ensino de Matemática em sua grande maioria sempre foi voltado para aprendizagem dos conteúdos de maneira formal, restrito a resolução de problemas e aplicação de fórmulas, gerando certo distanciamento dessa matéria perante a realidade vivenciada pelos educandos. A aproximação destes conteúdos com a realidade do aluno é de grande valia para estimular a aprendizagem e o interesse dos mesmos, fazendo-os perceber que a matemática está presente no seu cotidiano. Sendo assim, o presente trabalho visa trabalhar a Geometria Fractal no Ensino Fundamental, mostrando um pouco do universo dos fractais juntamente com os conteúdos da Matemática O objetivo deste trabalho é abordar a Geometria Fractal de forma diferenciada, envolvendo o conteúdo de cálculo de áreas de triângulos, para tanto foi aplicado ao alunos do 8° e 9° anos do Ensino Fundamental do Instituto Estadual de Educação Oswaldo Aranha. Este ramo da matemática é pouco explorado em sala de aula, apesar de ser um conteúdo interessante e que possibilita a aproximação do tema com a realidade dos educandos. É de grande importância que os educandos possam observar que a matemática está presente também na natureza, assim como em vários ambientes que os cercam. O PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) do Instituto Federal Farroupilha – Câmpus Alegrete, atualmente conta com doze bolsistas, distribuídos em duas escolas públicas estaduais do município de Alegrete/RS. Desenvolvimento Com o passar dos anos a tecnologia começou a ganhar espaço quando se fala em educação. Logo “Das discussões atuais dentro da educação matemática, o uso de tecnologias como auxilio a aprendizagem, tem ganhado ênfase.” (SOARES, 2008, p. 32), esta vem se mostrando uma forma inovadora de se trabalhar conteúdos que muitas vezes são de difícil entendimento e pouco atrativos. A tecnologia no ensino vem para mudar este pensamento e trabalhar conteúdos de matemática de maneira diferenciada e lúdica podendo assim despertar em sala de aula assuntos que estão presentes no dia-a-dia. Proporcionando assim uma aprendizagem significativa, onde: Comunicação Oral A aprendizagem significativa , que é o conceito central da teoria de Ausubel (1968) e que foi aprofundada pelo próprio Ausubel, Novak e Hanesian (1980), é definida como a aprendizagem que ocorre quando as ideias novas estão ligadas a informações ou conceitos já existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. Ou seja, a aprendizagem significativa só ocorrerá quando uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um aspecto da base de formação conceitual do educando. (SOARES, 2008, p. 53) Sem dúvida esta aprendizagem é de grande valia tanto para os professores quanto para os alunos, isto é, as ferramentas utilizadas na prática escolar permitem que o educador consiga apresentar de forma atraente e produtiva, questionar e relacionar estes conceitos. Logo, fazendo com que a matemática desperte assim uma visão crítica, sabendo que “fornece ao matemático, ao professor, e é bom que ofereça ao educando, prazeres oriundos de várias formas de pensar e ver, ou de suas próprias ações.” (BARBOSA, p.13, 2002) Pensando em uma proposta diferenciada, podemos destacar a Geometria Fractal, sendo que esta abrange conteúdos de matemática em seu vasto campo, possibilitando a utilização de conceitos de potências e áreas de triângulos, em vista de possibilitar o aluno uma aplicação de conteúdos já estudados, utilizando métodos diferentes. Contudo, acredita-se que o aluno tem uma aprendizagem significativa quando for deparado com o estudo e resolução de problemas do seu cotidiano. A atividade foi ministrada em uma turma de alunos do 8º e 9º anos do Instituto Estadual de Educação Oswaldo Aranha, no primeiro semestre de 2015, utilizando o tempo de duas horas, sendo organizada da seguinte forma: a) Primeiro momento Foi realizada uma pesquisa qualitativa a fim de avaliar os conhecimentos prévios dos alunos em questão, com o intuito de despertar a curiosidade sobre os assuntos matemáticos. b) Segundo momento Foi feita uma síntese do assunto a ser trabalhado, utilizando recurso digital; Com isto abordamos a história da Geometria Fractal e sua relação com a Geometria Euclidiana. A geometria Euclidiana que é a geometria que conhecemos e que forma quase tudo que vemos ao nosso redor acredita-se que nasceu no Egito nas margens do rio Nilo, quando este estava em época de enchentes e era preciso medir o quanto tamanho era as inundações. Porém foi Euclides de Alexandria que viveu por volta de 300 a.C. que foi seu maior percursor de seus axiomas e postulados. Mas com o tempo essa geometria não conseguia estudar alguns fenômenos existentes na natureza e sem forma aos olhos da geometria Euclidiana, foi então que assim surgiu a Geometria Fractal. Segundo Sallum (2005, p.1): “Um fractal é uma figura que pode ser quebrada em pequenos pedaços, sendo cada um desses pedaços uma reprodução do todo.” Um fractal não pode ser visto porque é uma figura limite, porém, podemos ver as etapas de sua construção possibilitando uma ideia da figura toda. Seu maior percussor foi Benoit Mandelbrot o mesmo que nomeou tal geometria. c) Terceiro momento Foi feita uma breve revisão referente aos conteúdos de áreas de quadrado, retângulo e triângulo equilátero, e o cálculo de potências quadradas e cúbicas. No decorrer desta revisão pode ser observado que os alunos apresentaram dificuldades no entendimento desses conteúdos. Comunicação Oral d) Quarto momento Foi mostrado o fractal Triângulo de Sierpinski e suas dimensões bem como suas fases. O triângulo de Sierpinski é um fractal com forma de triangulo equilátero, no qual a cada nível que ele se forma ele origina outros três triângulos equiláteros, conforme é apresentado na figura 1. Figura 1 – Triângulo de Sierpinski. Fonte: Os autores. O Triangulo de Sierpinsk é divido em níveis, no quadro 1, pode-se ver o número de triângulos, a área de cada triângulo e a área total para cada nível. Quadro 1 – Triângulo de Sierpinski e seus níveis. Nível .......... N° de triângulos .......... Área de cada triângulo .......... Área total .......... Fonte: Os autores. e) Quinto Momento Foram realizadas atividades para calcular diferentes áreas em diversos níveis afim de compreender o crescimento da área de um fractal. f) Sexto Momento Utilizando folha A4, tesoura e régua, foram confeccionados fractais, para contato mais lúdico onde o aluno possa interagir com a progressão de um fractal com a figura. Como pode ser visto na figura 2. Comunicação Oral Figura 2 – Alguns fractais construídos pelos alunos. Fonte: Os autores. g) Sétimo Momento Foi realizado um questionário com o intuito de avaliar e analisar oque se foi aprendido em sala de aula. Discussão dos Resultados Tendo como ideia principal, a utilização da Geometria Fractal como aliado para o ensino do cálculo de áreas, a fim de despertar o interesse e provocar a curiosidade do aluno, foram alcançados os objetivos propostos, isto pode ser observado através da participação dos alunos no momento da realização das atividades e também com as respostas dadas aos questionários investigativos. No decorrer da atividade pode-se concluir que os alunos apresentaram dificuldades em operações básicas da matemática, e também no cálculo de áreas, o que dificultou o andamento da oficina. Contudo a parte de maior interação foi o momento da confecção de um fractal, os educandos foram participativos e cada um pode construir seu próprio fractal seguindo passo a passo as orientações dos bolsistas. Desta forma cada um pode perceber e ter contato com os fractais, de certa maneira é importante trazer para a sala de aula estas atividades diferenciadas, pois assim o aluno pode ter contato e por si mesmo manipular estes objetos tornando assim o processo de aprendizagem mais participativo e interessante. Após a realização de todas as atividades planejadas, foi distribuído o questionário, que continha três perguntas com a finalidade de investigar se a aula foi compreendida e o que o aluno pode aprender por meio desta atividade. Primeiramente foi perguntado qual foi a compreensão que se pode formar em relação aos fractais: muitos definiram o fractal como uma forma que não se modifica, ou seja, começam em um formato e terminam no mesmo, outros relataram que puderem entender melhor o conteúdo de áreas. Pode-se notar também que até quem não tinha afinidade com a matemática acabou se mostrando interessado pelas atividades, como apresentado na figura 3. Comunicação Oral Figura 3 – Resposta do aluno A Fonte: Os autores Com isso, podemos perceber que os métodos diferenciados podem tornar a aula bem mais agradável. Na pergunta dois, pedimos para os alunos citar algum lugar da natureza que eles acreditavam que existisse um fractal, as respostas foram variadas, desde plantas, legumes e frutas até vidraças de igreja e arco-íris. Sendo assim, foi interessante realizar uma aproximação deste tema com a realidade do aluno, de modo que este perceba que a matemática esta presente no seu dia-a-dia, sendo possível ressaltar que quando há a contextualização das atividades envolvendo a realidade, obtém-se um aluno mais interessado, participativo e questionador. Os resultados obtidos foram satisfatórios e aulas como essa possuem diversos benefícios para o educando. Além de estimular a criatividade e o raciocínio, a Geometria Fractal é uma forma de motivar os educandos a aprender matemática. Referências BARBOSA, R. M. Descobrindo a Geometria Fractal – para a sala de aula. Belo Horizonte. Editora Autêntica, 2002 SALLUM, Élvia Mureb. Fractais no ensino médio. Revista do Professor de Matemática. Nº 57, 2ºquadrimestre, 2005. SOARES, L.H. Aprendizagem significativa na Educação Matemática: Uma proposta para aprendizagem da geometria básica. UFPB, João Pessoa, 2008.