FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Enfermagem CONHECIMENTO DAS GESTANTES ASSISTIDAS PELA CLÍNICA DA MULHER DE PARACATU/MG EM RELAÇÃO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Alline Barbosa de Brito Paracatu 2010 Alline Barbosa de Brito CONHECIMENTO DAS GESTANTES ASSISTIDAS PELA CLÍNICA DA MULHER DE PARACATU/MG EM RELAÇÃO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pelo professor Geraldo Benedito Batista de Oliveira como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora Temática: Cassuci Arantes Paracatu 2010 MSc. Rosalba BRITO, Alline Barbosa de, 1988Conhecimento das gestantes assistidas pela clínica da mulher em relação ao pré-natal de alto risco / Alline Barbosa de Brito. - 2010. 90 f. : Il. color. Orientadora: MSc. Rosalba Cassuci Arantes. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade Tecsoma. Curso de Enfermagem, 2010. 1. Pré-natal de alto risco. 2. Doenças Obstétricas. 3. Educação em Saúde. I. Arantes, Rosalba Cassuci. II. Faculdade Tecsoma. Curso de Enfermagem. III. Título. CDU: 618.3 Alline Barbosa de Brito CONHECIMENTO DAS GESTANTES ASSISTIDAS PELA CLÍNICA DA MULHER EM RELAÇÃO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Tecsoma. _______________________________________________ Rosalba Cassuci Arantes - FATEC Orientadora Temática _______________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira - FATEC Orientador Metodológico Paracatu, 18 de Junho de 2010. Dedico este trabalho aos meus pais, por não medirem esforços para realizar todos os meus sonhos. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por me dar saúde e força para encarar os desafios da vida. Aos meus pais Maura e Ataides pelo exemplo, educação, amor e princípios de caráter que me fizeram crescer com retidão e honestidade. A minha irmã Thais companheira de sempre. Ao meu namorado Daniel por sua paciência, compreensão e carinho durante o desenvolvimento deste trabalho. A todos os meus amigos e familiares que demonstraram apoio e incentivo nas minhas decisões. À minha orientadora, Rosalba Cassuci, pela dedicação demonstrada durante as orientações, sempre mostrando o caminho correto para a elaboração deste trabalho. Ao professor Geraldo pela ajuda e disponibilidade. Agradeço também aos demais professores, que com a arte de lecionar, com o carinho e a atenção constante, muitas vezes com nobres gestos como incluir frases e poesias junto com as tarefas, me deram inspiração e incentivo para a conclusão deste trabalho. Aos colegas de curso pela aprendizagem coletiva, cooperativa e colaborativa. Destes, em especial agradeço a Renata Santos por sempre se mostrar disponível e atenciosa. E a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização desta grande realização pessoal e profissional. “Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ONTEM e o outro AMANHÃ. Portanto, HOJE é o dia certo para amar, acreditar, fazer, e, principalmente, viver.” Dalai Lama RESUMO Este estudo teve como objetivo, identificar o conhecimento das gestantes assistidas pela Clínica da mulher e da criança em relação ao pré-natal de alto risco. Tratou-se de um estudo quantitativo do tipo exploratório, de natureza descritiva. A coleta de dados foi realizada no mês de maio de 2010, através de formulários aplicados pela pesquisadora nos domicílios das entrevistadas. A amostra foi composta por cinco gestantes de alto risco, assistidas pela Clínica da mulher e da criança de Paracatu/MG. Através da realização deste estudo foi possível identificar o perfil sociodemográfico, onde, a maioria das entrevistadas encontra-se na faixa etária de 31 a 35 anos, possuem baixa escolaridade, renda mensal acima de 1 salário mínimo e são casadas. Em relação aos antecedentes obstétricos as entrevistadas informaram até três filhos, destas 60% relataram que a gestação foi a termo e o restante são primígestas. Quanto à história atual da gestação o universo total das entrevistadas referiu como complicação do risco gestacional a Doença Hipertensiva Específica da Gestação, sendo que a maioria desenvolveu a patologia no 1° trimestre da gestação. Em relação às ações educativas/ informativas por parte dos profissionais de saúde sobre a patologia, sinais e sintomas, complicações e condutas para amenizá-los as entrevistadas informaram terem recebido tais informações e possuírem tais conhecimentos. Em relação aos fatores sociodemográficos e aos antecedentes obstétricos foi possível concluir que alguns contribuem, outros dificultam a condução da gestação de alto risco. Quanto à assistência pré-natal prestada, esta está sendo desenvolvida de forma integral, onde estão sendo oferecidas atividades assistenciais e educativas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida do binômio mãe/filho e conseqüentemente dos indicadores de saúde. Palavras-chave: Pré-natal de alto risco. Doenças Obstétricas. Educação em Saúde ABSTRACT This study aimed to identify the knowledge of pregnant women attended the clinic the woman and child in relation to prenatal high risk. This was a quantitative study is an exploratory, descriptive in nature. Data collection was performed in May 2010, using forms used by the researcher in the homes of interviewees. The sample was composed of five high-risk pregnant women were enrolled in the Clinic of women and children Paracatu / MG. Through this study it was possible to identify the sociodemographic profile, where most subjects is in the age group 31-35 years, have low education, monthly income above a minimum wage and are married. In relation to obstetric interviewees reported to three children, of these 60% reported that pregnancy was full term and the remainder are primiparous. As for the current history of pregnancy the total universe of the women had complications like gestational risk PE, most of which developed the disease in the 1st trimester of pregnancy. Regarding educational / informational part of health professionals on the pathology, signs and symptoms, complications and pipelines to mitigate them women interviewed reported having received such information and have such knowledge. In relation to sociodemographic and obstetric history was possible to conclude that some help, others hinder the conduct of high-risk pregnancy. As for prenatal care provided, this is being developed comprehensively, where they are being offered assistance activities and education, thus contributing to improving the quality of life of the mother / child and consequently of health indicators. Keywords: Prenatal high risk. Obstetric Diseases. Health Education LISTAS DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Distribuição da quantidade de filhos das entrevistadas. Paracatu/MG 2010 .................................................................................................................... 69 GRÁFICO 2 Distribuição das entrevistadas em relação a duração da gestação. Paracatu/MG - 2010 ............................................................................................. 70 GRÁFICO 3 Distribuição das entrevistadas em relação ao período da gestação em que desenvolveu a complicação. Paracatu/MG - 2010 ........................................ 71 LISTAS DE TABELA TABELA 1 Perfil sociodemográfico das entrevistadas. Paracatu/MG - 2010 ..... 68 LISTAS DE SIGLAS CIR - Crescimento intra-uterino restrito DHEG - Doença hipertensiva especifica da gestação DMG – Diabetes mellitus gestacional DPP – Descolamento prematuro da placenta FATEC – Faculdade Tecsoma IIC - Incompetência istmo-cervical MH – Mola hidatiforme HELLP – É uma síndrome que ocorre à gestante com pré-eclampsia, devido a alterações laboratoriais com clínicas compatíveis com hemólise, alterações das enzimas e diminuição das plaquetas SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 1.1 Justificativa .................................................................................................. 14 1.2 Objetivos ...................................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 17 2.1 Assistência Pré-Natal de Alto-Risco ........................................................... 17 2.2 Doenças Obstétricas Prevalentes na Gestação de Alto Risco ................ 19 2.2.1 Diabetes Mellitus Específico em Gestantes ........................................... 19 2.2.2 Hipertensão Específica da Gestação ....................................................... 21 2.2.3 Pré-Eclâmpsia ........................................................................................... 23 2.2.4 Eclâmpsia .................................................................................................. 25 2.2.5 Síndrome de Hellp na Gestação .............................................................. 26 2.2.6 Abortamento Espontâneo ........................................................................ 28 2.2.7 Abortamento Habitual .............................................................................. 29 2.2 8 Gravidez Ectópica .................................................................................... 30 2.2.9 Mola Hidatiforme ...................................................................................... 32 2.2.10 Placenta Prévia ....................................................................................... 34 2.2.11 Deslocamento Prematuro da Placenta ................................................. 36 2.2.12 Rotura Uterina ........................................................................................ 38 2.2.13 Crescimento Intra-Uterino Restrito ....................................................... 40 2.2.14 Macrossomia Fetal ................................................................................. 42 2.2.15 Incompetência do Istmo-Cervical ......................................................... 45 2.2 16 Gestação Prolongada ............................................................................. 46 2.2.17 Trabalho de Parto Prematuro ................................................................ 48 2.2.18 Oligoâmnio ou Oligoidramnia ............................................................... 50 2.2.19 Polidramnia ou Polidrâmnio .................................................................. 52 2.2.20 Êmese e Hiperêmese .............................................................................. 54 2.2.21 Gestação Múltipla ................................................................................... 56 2.2.22 Amniorrexe Prematura ou Rotura Prematura das Membranas .......... 58 2.2.23 Corioamnionite ....................................................................................... 60 2.2 24 Óbito Fetal ............................................................................................... 61 2.2.25 Isoimunização Materno Fetal ................................................................ 62 3 METODOLOGIA .............................................................................................. 65 3.1 Tipo de Estudo ............................................................................................ 65 3.2 Local do Estudo .......................................................................................... 65 3.3 Público Alvo ................................................................................................. 65 3.4 Instrumento Utilizado .................................................................................. 66 3.5 Aspectos Éticos .......................................................................................... 66 3.6 Desenvolvimento do Estudo ...................................................................... 66 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 68 4.1 Caracterização Sociodemográfica das Entrevistadas ............................. 68 4.2 Antecedentes Obstétricos .......................................................................... 69 4.3 História da Gravidez Atual .......................................................................... 70 4.4 Conhecimento e Informações em Relação às Doenças Obstétricas ...... 71 5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 74 APÊNDICE 13 1 INTRODUÇÃO A gestação é descrita como um fenômeno fisiológico e, por isso, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. No entanto, há pequena parcela das gestantes que, por terem características específicas, ou por sofrerem alguma patologia, pode apresentar maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para elas. Essa parcela constitui o grupo chamado de gestante de alto risco. (BRASIL, 2000). Para Ores e outros (2005) a gravidez pode ser considerada como de alto risco quando o feto e/ou a mulher estão em risco em função de uma doença orgânica crônica ou aguda, afetando negativamente o resultado da gravidez. A assistência pré-natal é reconhecida como um componente essencial para a redução significativa da taxa de mortalidade materna e perinatal, sendo esses coeficientes importantes indicadores da qualidade da assistência existente em uma comunidade. As gestações de alto risco têm se constituído em um problema de saúde pública a que tem merecido a busca de estratégias de manejo visando a diminuição dos indicadores de morbimortalidade associados (ORES et al., 2005). De acordo com o Ministério da Saúde, a assistência pré-natal é prestada considerando as necessidades de saúde do grupo, onde as classificadas como de baixo risco são resolvidas, de maneira geral, com procedimentos simples (primeiro nível de assistência). As do grupo de alto risco geralmente requerem técnicas mais especializadas. Ainda que alguns casos possam ser solucionados no primeiro nível de assistência, outros necessitarão um segundo nível, com pessoal e equipamento mais sofisticado. (BRASIL, 2000). Para ser efetivo, o serviço deve propiciar assistência eficaz às gestantes, sendo indispensável que toda equipe conheça as normas e rotinas do serviço. A assistência pré-natal inclui as ações de educação em saúde na rotina da assistência integral, buscando conhecer os aspectos sociais, econômicos e culturais, devendo ser desenvolvidas pelos profissionais que assistem as mulheres grávidas, visando entendê-las no contexto em que vivem, agem e reagem. O conhecimento das gestantes torna-se uma ferramenta para a organização das ações em saúde. (SEBASTIÃO et al., 2008). 14 A educação em saúde tem como objetivo, garantir que as pessoas sejam bem informadas sobre questões de saúde, tenham habilidade para fazer escolhas sobre sua saúde e estilos de vida, capacitando-as para implementarem ações, desenvolverem comportamentos para perseguirem suas escolhas. (BRASIL, 2001). 1.1 Justificativa A gravidez é um momento especial na vida da mulher o que a torna realizada. Durante a assistência pré-natal a mulher deverá receber orientações e informações que a auxilie a compreender as modificações pelas quais seu organismo será submetido, e assim vivenciar a gravidez com maior satisfação, além, de receber acompanhamento e a devida avaliação da evolução de sua gestação. (PAES; MATTIONI; SILVA, 2008). A assistência pré-natal precisa atender às reais necessidades do binômio mãe/bebê devendo propiciar o desenvolvimento de atividades educativas, não esquecendo que a gravidez e todas as modificações fisiológicas, emocionais e psicológicas ligadas a ela são vivenciadas pela mulher e por seus familiares. Levando também uma reflexão dos profissionais de saúde, para que esses repensem sua prática do cuidado na atenção da gestante na sua integralidade. (BATISTA; SOUZA, 2008). Educar para a saúde implica dar prioridade a intervenções preventivas e promocionais, em espaços coletivos, como por exemplo, os grupos educativos ou em espaços individuais como nas consultas. (NETO; BATISTA, 2007). A educação em saúde apresenta-se como uma ferramenta instigadora do cuidado integral e de empoderamento à mulher gestante e sua família, uma vez que, permite uma aproximação do conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde com a vida cotidiana das pessoas, oferecendo dessa forma subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas em saúde. (PAES; MATTIONI; SILVA, 2008). Na gestação de alto risco os profissionais de saúde devem olhar para a gestante de modo ampliado, direcionando-lhe um enfoque de cuidado voltado à 15 compreensão do sentido atribuído por este ser gestante sobre a experiência de esperar por um bebê em uma situação tão adversa. (BATISTA; SOUZA, 2008). O interesse por desenvolver este estudo partiu do confronto dos conceitos aprendidos na Disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher e da observação durante as atividades de Ensino Clinico realizada na Clinica da Mulher no município de Paracatu, unidade de referencia para atendimento a gestantes de alto risco, onde a assistência pré-natal era restrita ao acompanhamento e evolução da gravidez, não sendo desenvolvidas atividades de cunho educativo. Considerando o exposto acima o presente estudo tem por finalidade descrever o conhecimento sobre o pré-natal de alto risco sob o ponto de vista das gestantes, em relação aos seus sinais, sintomas e cuidados gerais. Considerando ser de suma importância para as gestantes o esclarecimento quanto às questões de possíveis complicações que podem afetar a saúde do binômio mãe/filho, visando assim contribuir para a melhoria da qualidade de vida e conseqüentemente redução dos indicadores de morbimortalidade perinatal. 16 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Identificar o conhecimento das gestantes assistidas pela Clínica da Mulher em relação ao pré-natal de alto risco. 1.2.2 Objetivos Específicos Conhecer o perfil sóciodemográfico e de saúde do público em estudo; Identificar o conhecimento das gestantes em relação aos sinais e sintomas das patologias associadas ao pré-natal de alto risco; Identificar as fontes de informação referentes ao pré-natal de alto risco no público em estudo. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Assistência Pré-Natal de Alto-Risco Apesar de a gestação ser um fenômeno fisiológico, existem mulheres que desenvolvem patologias associadas ao período gestacional, caracterizando-as como gravidez de alto risco. (VIEIRA, 2002) Para Almeida e outros (1975) a associação de vários fatores, mesmo que de pequena importância, podem levar a uma gestação de alto risco. O risco gravídico deve ser encarado sob dois aspectos, o risco materno e o fetal. A gestação de alto risco ocorre quando existe alguma doença na gestante ou qualquer outra condição sócio-biológica que possa prejudicar a sua evolução. (ABICALAFFE; AMARAL; DIAS, 2009). Os grupos de fatores de risco para identificação do alto risco estão divididos em sócios econômicos, comportamentais, biológicos, história ginecológica e obstétrica pregressa, intercorrências obstétricas e intercorrências clínicas. (CARVALHO, 2007). Dentro das patologias que se manifestam ou se agravam na gestação, a hipertensão e a diabetes são as mais freqüentes na gravidez de alto risco. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A importância do estudo das gestações de risco decorre do fato de estarem relacionadas com uma maior morbi-mortalidade materna e perinatal. E que uma vez identificadas algumas condições de risco podem ser tratadas e eliminadas, enquanto outras podem ser controladas. (PEIXOTO; MARTINEZ; VALE, 2008). De acordo com o Ministério da Saúde, a cada hora, morrem duas mulheres no Brasil acometidas por patologias relacionadas à gestação. (BRASIL, 2000). A vivência da gestação de alto risco é uma experiência única, que se estende ao companheiro, família e sociedade, uma vez que envolve transformações fisiológicas, psicológicas, sociais, econômicas, culturais, espirituais e alterações de papéis, implicando na aceitação ou não da gravidez. (ZIEGEL; CRANLEY, 1985). 18 Para Benson (1991) esta vivência é uma experiência estressante em razão dos riscos a que estão submetidos o feto e a mãe, os quais comprometem o curso normal da gravidez e repercutem em todo o contexto familiar. A mulher que tem conhecimento de pertencer a um grupo de alto risco também está propensa a desenvolver um perigoso desgaste psicológico. Este desgaste ou estresse psicológico advém do medo ou ansiedade e das incertezas do dia-a-dia. (SOIFER, 1992). A cobertura do pré-natal consiste num dos principais indicadores do Pacto da Atenção Básica do SUS, sendo que a assistência prestada envolve toda a cadeia de procedimentos que os serviços devem realizar para outras ações de atenção básica. (GONÇALVES et al., 2008). Segundo Corrêia (1994) são finalidades do pré-natal, diagnosticar ou confirmar enfermidades maternas pré-existentes. Acompanhar a gestação observando as condições intra-uterinas do feto. Diagnosticar e tratar problemas que surjam no decurso da gravidez. Adotar medidas preventivas recomendadas. A assistência pré-natal oferece oportunidade única para observar e tratar a gestante por um período que pode ir além de seis meses. Supervisionar e manter a normalidade da gestação, evitar e controlar riscos. Dar apoio e educar as pacientes representam os alicerces da boa assistência pré-natal. (CANDEIAS et al., 1980). Para Linhares e outros (2009) a assistência pré-natal não deve se restringir às ações clínico-obstétricas, mas incluir as ações de educação em saúde na rotina da assistência integral. Carvalho e Araújo (2007) ressaltam, ainda, que as ações de saúde precisam estar voltadas para cobertura de toda a população alvo da área de abrangência da unidade de saúde, assegurando a continuidade no atendimento, o acompanhamento e a avaliação dessas ações sobre a saúde materna-perinatal. A assistência prestada no pré-natal é um instrumento eficaz que pode ser usado para envolver a mulher no intuito de torná-la uma mãe saudável, com a possibilidade de dar a luz a uma criança sadia, bem como favorecer maior integração familiar. (MOREIRA, 2005). As gestantes, por sua vez, sentem a necessidade de buscar informações sobre seu estado de saúde e, sobre as mudanças que estão ocorrendo em seu corpo e principalmente se podem identificar e corrigir precocemente pequenas 19 atitudes que poderão comprometer o final de sua gestação. (ABICALAFFE; AMARAL; DIAS, 2009). Os profissionais de saúde devem dar maior ênfase aos aspectos preventivos do cuidado, motivando a mulher ao autocuidado e a comunicação de alterações precocemente. (BRASIL, 1998). Para proteger a saúde materno-infantil é preciso que a gestante saiba o que está ocorrendo consigo própria e com o feto, quais as medidas a tomar e o significado destas. Nesse período, a educação em saúde adquire especial relevância. (CANDEIAS et al., 1980). 2.2 Doenças Obstétricas Prevalentes na Gestação de Alto Risco 2.2.1 Diabetes Mellitus Específico em Gestantes Conceitua-se diabetes mellitus gestacional (DMG) a intolerância à glicose em graus variáveis de intensidade, com início ou reconhecimento pela primeira vez durante a gestação e que pode ou não persistir depois do parto. Este diagnóstico não exclui a possibilidade de ter existido diabetes não reconhecido antes da gravidez. (SOUSA; DIAS, 2008). As mulheres com diabetes na gravidez podem ser divididas em dois grupos: as com diabetes diagnosticado antes da gravidez (diabetes pré-gestacional) e aquelas com intolerância aos carboidratos diagnosticada durante a gestação (diabetes gestacional); esta última pode representar o primeiro sinal de diabetes franco. (CARVALHO et al., 2000). No Brasil, a prevalência do diabetes gestacional em mulheres com mais de 20 anos, atendidas no Sistema Único de Saúde, é de 7,6 por 1.000 conforme critério da Organização Mundial da Saúde, 94% dos casos apresentando apenas tolerância diminuída a glicose e 6%, hiperglicemia no nível de diabetes fora da gravidez. (BRASIL, 2000). As morbimortalidades materna e fetal, aumentadas em gestantes com diabetes mellitus têm sido associadas a fatores como hiperinsulinemia, presença de 20 comorbidades, complicações agudas e crônicas do diabetes e hiperglicemia. (VALLADARES; KOMKA, 2008). A mulher que desenvolve DMG é aquela que aumenta desproporcionalmente a resistência insulínica durante a gravidez e ou apresenta disfunção de célula beta pancreática. (SOUSA; DIAS, 2008). Como nos outros tipos de diabetes, a causa exata do DMG é desconhecida. (MENICATTI; FREGANESI, 2006). Para Reis e outros (2006) sua fisiopatologia é explicada pela elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes (genéticos ou ambientais). O principal hormônio relacionado com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lactogênico. São considerados fatores de risco para DMG a idade superior a 25 anos, deposição central excessiva de gordura, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez em curso, história familiar de diabetes mellitus em parentes de primeiro grau e baixa estatura (< 1,51m) 2. (DODE; SANTOS, 2009). O sucesso da detecção do diabetes depende do diagnostico o mais precoce possível, a fim de que a paciente e o feto possam se beneficiar do tratamento. (VALLADARES; KOMKA, 2008). Para Corrêia (1994) uma determinação de glicemia plasmática em jejum superior a 140mg% ou pós-prandial superior a 200 mg% sugere diabetes e dispensa investigação adicional. A determinação de glicose plasmática no laboratório com utilização de métodos enzimáticos é necessária. O DMG costuma aparecer por volta da 26ª semana de gravidez, quando a placenta começa a produzir maior quantidade de hormônios. (MENICATTI; FREGANESI, 2006). Rastreamento com glicemia uma hora após 50g de dextrosol, via oral, deve ser realizado na primeira consulta e entre a 24ª e 26ª semanas de gestação. Tendo também como conduta repetir o rastreamento entre a 32ª e 34ª semanas. (CORRÊIA, 1994). O esquema terapêutico na paciente com DMG tem três pontos fundamentais: monitorização glicêmica, orientação nutricional e insulinoterapia. Essa fica restrita a um menor número de casos, em que não se obtém o controle glicêmico adequado com a dietoterapia isoladamente. (MONTENEGRO et al., 2000). 21 O DMG pode ser controlado através de dieta, controle médico e pela atividade física, deixando baixo o nível glicêmico e outras manifestações clínicas do diabetes. (MENICATTI; FREGANESI, 2006). Objetivo básico da dieta é evitar a cetose, que advém de longos períodos sem alimentação e a hiperglicemia pós-prandial, que ocorre quando grande quantidade de alimento é integrada. O ideal é fazer pequenas refeições várias vezes ao dia. Considera-se aceitável um ganho de peso de 10-15 kg na gestação. (CORRÊIA, 1994). Atividade física leve a moderada, em pacientes sem contra-indicações clínicas ou obstétricas, contribuem para a redução e o controle da glicemia. Contra indicado na paciente hipertensa, ou naquela portadora de doença macro ou microvascular e neuropatia. (REIS et al., 2006). Os hipoglicemiantes orais estão formalmente contra-indicados na gestação porque atravessam a barreira placentária e provocam hiperinsulinemia fetal. (CORRÊIA, 1994). No tratamento a insulina está indicada apenas quando os objetivos do tratamento não são atingidos com as medidas não medicamentosas. Cerca de 20% das mulheres com DMG passam a necessitar de insulina durante a gravidez, diminuindo o risco de macrossomia fetal e morbidade perinatal. (MENICATTI; FREGANESI, 2006). Para Montenegro e outros (2000) há maior freqüência de complicações fetais tais como malformações, macrossomia, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, policitemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, cardiomiopatia hipertrófica e síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido. As complicações maternas mais frequentes na gestação diabética são: polidrâmnios, pré-eclâmpsia, infecção urinária e parto distócico. (CARVALHO, 2007). 2.2.2 Hipertensão Específica da Gestação A doença hipertensiva especifica da gestação (DHEG) é uma enfermidade exclusiva do período gestatório, inicia-se, manifesta-se, agrava-se, complica-se 22 durante a gravidez, desaparecendo completamente após o parto. Na suas formas puras e bem conduzidas, não deixa seqüelas. (CORRÊIA, 1994). A DHEG é uma patologia obstétrica que surge após a vigésima semana de gestação, sendo mais freqüente no terceiro trimestre e estendendo-se até o puerpério. Podendo culminar com convulsões e coma. (BRASIL, 2000). A hipertensão arterial é a doença que mais freqüentemente que complica a gravidez, presente em 5 a 10 % das gestantes, sendo responsável pelo maior índice de morbidade e mortalidade materna e perinatal. (PEIXOTO; MARTINEZ; VALE, 2008). Para Carvalho (2007) a DHEG pode ser definida como uma manifestação clínica e laboratorial resultante do aumento dos níveis pressóricos de uma gestante, previamente normotensa. A hipertensão arterial grave está associada também, à insuficiência cardíaca esquerda, convulsões, insuficiência renal, coagulação intravascular e em 5 a 10% dos casos ocorre o descolamento prematuro da placenta no terceiro trimestre da gestação. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Segundo Bezerra e outros (2005) os distúrbios hipertensivos são as complicações médicas de maior relevância durante o período gravídico-puerperal. O termo "hipertensão na gravidez" é usualmente utilizado para descrever desde pacientes com discreta elevação dos níveis pressóricos, até hipertensão grave com disfunção de vários órgãos. Sua evolução clínica é variável e imprevisível. Algumas vezes é lenta e gradual, com pequenas repercussões sobre a gestante e sobre o feto, permitindo que a gravidez alcance o termo. (CORRÊIA, 1994). A etiologia da DHEG está relacionada a fatores extrínsecos: raça, idade, nível sócio econômico, obesidade, hipertensão arterial, principalmente nas nefropatas. Também fatores intrínsecos ou obstétricos: primiparidade, gestações com maior massa placentária, sobredistensão uterina e gravidez ectópica avançada. Pode ocorrer oligúria (diurese inferior a 400 ml por dia), cefaléia, dor epigástrica, cianose ou edema pulmonar, dor no hipocôndrio direito, trombocitopenia grave, anemia hemolítica microangiopática: (hemólise, icterícia e/ou elevação das enzimas hepáticas), e crescimento intra-uterino retardado. (PEIXOTO; MARTINEZ; VALE, 2008). 23 Para Angonesi (2007) a DHEG classifica-se em duas formas básicas, préeclâmpsia forma não convulsiva marcada pelo inicio da hipertensão e eclampsia, que se caracteriza pelos episódios convulsivos conseqüentes a efeitos cerebrais profundos da pré-eclâmpsia. Considera-se como hipertensão arterial, na gravidez, a constatação de uma PA sistólica, de pelo menos, 140 mmHg; e PA diastólica, de pelo menos, 90 mmHg. Também é considerada hipertensão arterial a elevação de 30 mmHg ou mais nos níveis habituais e sistólica e elevação de 15 mmHg ou mais nos níveis habituais. (PEIXOTO; MARTINEZ; VALE, 2008). As complicações da DHEG afetam muitos sistemas orgânicos, cardiovasculares, renais, hematológicos, neurológicos, hepáticos e uteroplacentario, causando o descolamento da placenta, prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, morte materno-fetal, oligúria e entre outros. (ANGONESI, 2007). Para Corrêia (1994) sua prevenção indiscutível é evitar-se a gravidez. Provavelmente a doença começa com a implantação do trofoblasto. As medidas preventivas usadas no passado foram infrutíferas. As atualmente empregadas podem, no máximo, evitar o aparecimento das formas graves da doença. De diagnóstico retrospectivo, a pressão arterial volta ao normal cerca de 12 semanas após o parto. Pode ocorrer nas gestações subseqüentes e prediz hipertensão arterial primária futura. (PEIXOTO; MARTINEZ; VALE, 2008). O único tratamento eficaz e definitivo na DHEG é a extração do feto e de seus anexos. A época adequada para se adotar essa conduta varia de acordo com a forma clínica da doença, com a idade gestacional, com as condições intra-uterinas do feto e com o estado funcional da placenta. (CORRÊIA, 1994). 2.2.3 Pré-Eclâmpsia A pré-eclâmpsia é definida como uma doença multissistêmica peculiar à gravidez humana e caracterizada por manifestações clinicas e laboratoriais resultantes do aumento dos níveis pressóricos em uma gestante, previamente normotensa, a partir da segunda metade da gestação. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 24 A causa da pré-eclâmpsia permanece desconhecida até hoje, embora se tenha aprendido sobre a patologia. As alterações morfológicas e funcionais do organismo da gestante portadora da pré-eclâmpsia tem como causa fundamental, o espasmo arteriolar, que provoca alterações na parede. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) os principais riscos são os descolamentos prematuros da placenta, que acarreta 45% de óbito fetal e a prematuridade. Com danos principalmente para o rim, sistema nervoso central, fígado e placenta; como resultado as pacientes podem apresentar envolvimento de múltiplos órgãos com diferentes graus de gravidade. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). As incidências aumentam nas primigestas, com história familiar, com préeclâmpsia anterior e na gestante com aumento de massa tromboblástica. (CARVALHO, 2007). O diagnóstico é feito com base nos sinais fundamentais: edema, hipertensão e proteinúria. Os sintomas aparecem tardiamente durante a evolução da doença. A paciente que se apresenta com queixas de cefaléia, dor epigástrica, estomas, são sinais e sintomas de pré-eclâmpsia. (ZIEGEL; CRANLEY, 1985). Em se tratando de pré-eclâmpsia leve, para seu diagnóstico devem ser adotados os seguintes critérios: pressão arterial 140/90 mmHg ou maior após 20 semanas de gestação, proteinúria maior que 300mg em uma amostra de 24 horas e edema. (BANKOWSKI, 2006). Na pré-eclâmpsia grave, para sua confirmação os critérios são: pressão arterial em repouso no leito de 160 mmHg de sistólica ou 110 mmHg de diastólica, proteinúria maior que 5g em uma amostra de urina de 24 horas, oligúria indicada por um débito menor que 400ml. (ZIEGEL; CRANLEY, 1985). Além dos seguintes sintomas dor de cabeça, alterações visuais e cerebrais, náuseas, vômitos, falta de ar, dor pélvica, dor epigástrica ou em quadrante superior direito, sangramento vaginal, cianose e edema pulmonar, trombocitopenia grave, icterícia ou alteração da função hepática. (PORTO, 1997). A principal alterações uteroplacentárias causadas pela pré-eclâmpsia é a redução da circulação em cerca de 40 a 60%, o que explica a incidência expressiva de grandes enfartes placentários, crescimento retardado da placenta e seu deslocamento prematuro, determinantes do sofrimento fetal crônico. (CORRÊIA, 1994). 25 O tratamento clínico desta condição é empregado de forma particular a cada paciente respeitando suas características individuais, sempre se baseando em uma filosofia mais preventiva, menos complexa e menos iatrogênica possível. (BANKOWSKI, 2006). O processo só se cura com o parto mesmo com a normalização da pressão arterial, o edema e a proteinúria desaparecidos, o feto está em perigo à depuração placentária é 50% inferior a normal. (PORTO, 1997). Medidas adotadas: repouso no leito em decúbito lateral esquerdo para melhorar o fluxo sangüíneo renal e a ultraplacentário. Sedação oral com diazepínicos ou barbituricos para auxiliar no repouso. A dieta hipossódica e diurético são discutidos entre os profissionais. (CARVALHO, 2007). De acordo com Rezende e Montenegro (2006) a pré-eclâmpsia grave, a eclâmpsia e o sofrimento fetal, indicam que a prenhez há de ser terminada. Na préeclâmpsia grave, e na eclâmpsia, antes de interromper a gestação, o quadro clínico será estabilizado, o que demora em torno de 4 a 6 horas. 2.2.4 Eclâmpsia Eclâmpsia é definida pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, como manifestação do envolvimento cerebral na préaclâmpsia grave, não relacionadas a qualquer outra condição patológica, a principal causa de morte materna, com incidência de até 14% do total dos casos. (BRASIL, 2000). Para Oliveira, Rizzato e Magaldi (1983) a eclâmpsia ocorre durante a gestação, em particular no último trimestre, no parto e no puerpério, geralmente nas primeiras 48 horas. É uma das principais causas de mortalidade materna, estima-se que 5% das mulheres eclâmpticas evoluem para óbito. Em geral, a eclâmpsia é precedida por cefaléia, alterações visuais, agitação psicomotora e hiper-reflexia, podendo estar associada a outras queixas, como dor epigástrica, náuseas e vômitos (síndrome HELLP). (BRASIL, 2000). 26 De acordo com Peraçoli e outros (1998) em média, a incidência de eclâmpsia em cada 1.000 partos é de 1,3 nos países em geral, com valor de 0,6 nos países desenvolvidos e 4,5 nos países em desenvolvimento. Conforme Brasil (2000) o sulfato de magnésio constitui o agente isolado mais valioso no tratamento da pré-eclâmpsia grave. Um total de 10g de uma solução de sulfato de magnésio a 5% (5g injetado profundamente, intramuscular, em cada nádega), ou duas gramas a 10% injetado lentamente na veia. Durante a administração do sulfato de magnésio deve-se monitorar: a pressão arterial de 10 em 10 minutos, controle de diurese acima de 25 ml/h, a freqüência respiratória acima de 14 – 16 mr/min, fluxo patelar antes, durante e após a administração. (CARVALHO, 2007). As convulsões ou coma não relacionadas a qualquer outra patologia evoluem para a eclâmpsia, é uma emergência que exigem hospitalização e cuidados intensivos para a redução da taxa de mortalidade. (CORRÊIA, 1994). A eclâmpsia é responsável por uma parcela significativa dos casos de mortalidade materna e perinatal sendo frequentemente associada as complicações de órgãos e sistemas vitais como o sistema nervoso central, o fígado e os rins. (ANGONESI, 2007). 2.2.5 Síndrome de Hellp na Gestação A Síndrome de Hellp e uma grave complicação da gestação caracterizada por: hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas. (ANGONESI, 2007). De acordo com Rezende e Montenegro (2006) aproximadamente 2% das mulheres com a síndrome de HELLP e 8% dos bebês morrem em decorrência da síndrome. É considerada como um outro quadro multisistêmico da pré-eclâmpsia grave, embora cerca de 15% das parturientes com HELLP não venham nunca a ter hipertensão arterial e proteinúria. Está associado a um aumento de risco de morbimortalidade materna e fetal. (NUNES et al., 2005). 27 A síndrome HELLP é o achado extremo do espectro de alterações que ocorrem na hipertensão induzida pela gestação/ pré-eclâmpsia e como seus sinais e sintomas são confundidos com os da pré-eclâmpsia grave. (PERAÇOLI et al., 1998). Para Carvalho (2007) as manifestações clínicas da síndrome HELLP podem ser imprecisas, sendo comuns sintomas como: dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é eminentemente laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas gestantes com suspeitas de préeclâmpsia ou de eclâmpsia. O diagnóstico do quadro avançado é alteração de comportamento, possibilidade de eclâmpsia, gengivorragia, hematúria e/ ou oligúria, icterícia, distúrbios visuais, hemorragia vítrea, hipoglicemia, hiponatremia, diabetes insípido, nefrogênico. (BRASIL, 2000). A conduta básica nas pacientes com síndrome HELLP visa evitar a morte materna e consiste na interrupção da gestação, depois de avaliada e corrigida a plaquetopenia e o déficit em fatores de coagulação, ambos responsáveis pelo obituário materno. (CARVALHO, 2007). Todas as pacientes com suspeita de HELLP devem ter uma avaliação hepática por ultra-sonografia ou tomografia computadorizada, com o objetivo de excluir a presença de um hematoma hepático. (BRASIL, 2000). Uma complicação grave das pacientes com síndrome HELLP é a ruptura de um hematoma hepático, com choque hipovolêmico é óbito (60% de mortalidade materna). A presença de dor no hipocôndrio direito ou epigastralgia intensa (distensão a cápsula hepática) é sugestiva de hematoma. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Sua profilaxia é a administração, sob injeção intramuscular, de 250 a 300 mg de imunoglobulina anti-Rho, até 72 horas após abortamento ou parto, previne a isoimunização, impedindo a doença hemolítica do recém-nascido em gestações posteriores. (CARVALHO, 2007). O tratamento médico básico consiste na interrupção da gravidez, quando houver comprometimento fetal grave, o que deverá ser diagnosticado através de análises do liquido amniótico. O objetivo é retirar o feto pouco anêmico e com maturidade suficiente para sobreviver extra-uterinamente. (CORRÊIA, 1994). 28 2.2.6 Abortamento Espontâneo No Brasil, a discussão do aborto vem acontecendo com maior ênfase a partir das décadas de 70 e 80. É na década de 90 que se inicia a busca das causas determinantes do aborto espontâneo. Em relação ao aborto provocado, que ocorre em decorrência da gravidez indesejada. (NERY et al., 2006). De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a incidência de óbitos por complicações do aborto oscila em torno de 12,5%, ocupando o terceiro lugar entre as causas de mortalidade materna com variações entre os estados brasileiros. (DOMINGOS; MERIGHI, 2010). De acordo com Rezende e Montenegro (2006) é considerado aborto espontâneo a expulsão de todo o produto da concepção sem que haja interferência externa, isto é, ocorre por conseqüência de fatores de ordem natural, sendo bastante comum na primeira gestação. Na maioria dos casos é em decorrência de anormalidades do feto. A etiologia do abortamento espontâneo é heterogênea e inclui fatores genéticos e ambientais. As principais causas são anomalias cromossômicas no concepto. (NERY et al., 2006). Para Rodini e outros (2004) aproximadamente 50% das mortes fetais durante o primeiro trimestre resultam de alterações cromossômicas; embora vários outros fatores podem resultar ou influenciar no abortamento espontâneo, sendo a maioria deles, de origem materna como doenças crônicas e infecciosas. O abortamento espontâneo, na grande maioria das vezes, não causa problemas sérios. O mesmo não ocorre com os provocados, quase sempre realizado fora de ambiente hospitalar que, determinam complicações graves, decorrentes, sobretudo, de infecções. (CORRÊIA, 1994). Os principais sinais e sintomas de abortamento espontâneo são caracterizados por sangramento vaginal, acompanhado por dor abdominal. Porém, para ter certeza de abortamento são necessários exames laboratoriais, ultrasonografia e avaliação da história clínica da paciente. (GOLDMAN, 2006). Para Nery e outros (2006) ocorre antes da 20ª semana de gestação, ou com peso inferior à 500g. Muitas vezes acontece o abortamento sem que a mulher perceba que esteja grávida, e o único sintoma pode ser o atraso na menstruação. 29 Todo sangramento durante a gestação é anormal. Identificar sua origem é o primeiro passo para se estabelecer a conduta adequada. (CORRÊIA, 1994). Para Berkow e Fletcher (1995) o aborto pode ser classificado como precoce (até a 12ª semana de gestação) ou tardio (entre a 12ª e 20ªsemana). Essa classificação é feita, pois o tratamento do aborto tardio apresenta maiores dificuldades; a cavidade do útero está obliterada e as possibilidades de perfurá-lo com a instrumentação são maiores. Quando existe a interrupção do curso natural da gravidez, por sangramentos ou dor abdominal sem modificação cervical, é um indicio de ameaça de abortamento. (GOLDMAN, 2006). De acordo com Rezende e Montenegro (2006) o sangramento vaginai é mais abundante que na fase de ameaça de aborto, é o sangue é de cor viva. O quadro clínico não necessita de exames complementares. É denominado aborto incompleto, quando partes do produto da concepção é eliminado. Com isso, a hemorragia não cessa e as cólicas permanecem, porque os restos ovulares impedem o útero de contrair-se adequadamente. No final, é revelada a expulsão de uma massa carnosa, dificilmente identificável. 2.2.7 Abortamento Habitual A definição de abortamento habitual comumente aceita é a de três ou mais abortos espontâneos consecutivos, embora, na prática, já se adote critério menos rigoroso de dois ou mais abortos para iniciar a propedêutica. (MATTAR; CAMANO, 2003). Para Rezende e Montenegro (2006) é condição relativamente rara, com freqüência estimada entre 0,3 e 0,8% de todas as gestações. Tendo como etiologia, praticamente os mesmos fatores responsáveis pelo abortamento em geral, ou seja, incompetência cervical, miomas, cistos ovarianos, anormalidades no útero (hipoplasia, septo, sinéquias, malformações, tumores), insuficiência lútea e distúrbios endócrinos. (CORRÊIA, 1994). Será definido como primário, quando o abortamento não for procedido de gestação de normal evolução e secundário, se o número de acidentes suceder a 30 uma ou mais gestações chegadas ao termo. Para um melhor diagnóstico devem ser pesquisados o hormônio estimulante da tireóide, tirotrofina (TSH) e a prolactina, realizar biópsia e exame de ultra-som. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Corrêia (1994) para seu diagnóstico, considerando sua importância (perda consecutiva das prenhezes), torna-se indispensável uma investigação acurada das condições da paciente, precedendo nova gestação. Essa certeza diagnóstica fundamenta-se na anamnese bem conduzida e no exame ginecológico completo. Raramente necessita-se recorrer a testes complementares Em principio toda gestante com sangramento genital só deverá ser examinada em ambiente hospitalar. (CARVALHO, 2007). O tratamento para as formas clínicas do aborto, classificação e conduta conforme o tipo de abortamento e de acordo com os sintomas apresentados pelas mulheres, tais como uso de medicamentos, aspiração manual intra-uterina nos casos de abortamento até 12 semanas, dilatação do canal cervical, curetagem uterina. (DOMINGOS; MERIGHI, 2010). 2.2.8 Gravidez Ectópica Gravidez ectópica é aquela gestação que se caracteriza pela implantação do ovo fora da cavidade uterina, pode acontecer numa das trompas, na cavidade abdominal, dentro de um dos ovários, no corno rudimentar de um útero anômalo ou num dos ligamentos uterinos. (CORRÊIA, 1994). Gravidez ectópica é um quadro raro, caracterizado pelo sincronismo de uma gestação intra e uma gestação extra-uterina (principalmente na tuba), com um difícil diagnóstico pré-operatório, potencialmente perigoso para a gestante e para a gravidez intra-uterina. (PIZZATO; JULIANO; FIALHO, 2004). De acordo com Almeida e outros (2008) em relação à incidência da gravidez ectópica, existe uma variação de 0,64% a 3% dos casos de gravidez. Dentre as ocorrências, há uma prevalência da gravidez ectópica do tipo tubária de 96% dos casos. Apesar da mortalidade ter diminuído ao longo da última década, através do diagnóstico precoce, ainda a gravidez ectópica tem sido responsabilizada por 9% 31 das mortes no primeiro trimestre da gestação. No Brasil, a mortalidade por gestação ectópica insere-se entre as causas hemorrágicas. (FERNANDES et al., 2004). De acordo com Barbosa e outros (2004) sua incidência vem crescendo nas últimas décadas, em virtude do aumento dos fatores de risco que a predispõem, sendo estes, antecedentes de doença inflamatória pélvica, de cirurgias tubárias e prenhez ectópica prévias, gravidez após falha de dispositivo uterino ou minipílula, endometriose e gravidez após reprodução assistida. Pela sua freqüência se constitui na segunda causa de sangramento genital, na primeira metade da gestação. A mais comum é a rotura da prenhez quando há um quadro de abdômen agudo hemorrágico. (CORRÊIA, 1994). O desenvolvimento e a disponibilidade de métodos mais sensíveis para diagnóstico desta manifestação com a ultra-sonografia transvaginal, o dopplerfluxometria colorida, a radioimunoensaio para hormônio gonadotrófico coriônico e laparoscopia tornou possível à detecção e intervenção precoces. (BARBOSA et al., 2004). Com relação ao quadro clínico de prenhez ectópica, a maioria dos sinais e sintomas são: dores abdominais, atraso menstrual, sangramento vaginal, dor à mobilização do útero, abaulamento de fundo de saco, choque hipovolêmico em tumor anexial e distensão abdominal. (CARVALHO, 2007). Para Corrêia (1994) as causas da gestação ectópica são, alterações no trajeto tubário, anormalidades no ovo, transmigração (externa/interna) e endometriose. Predominam alterações do trajeto tubário e anormalidades no ovo. Na vigência de prenhez tubária, o tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, através do uso de metotrexato sistêmico ou local. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A paciente com este diagnóstico deve ser tratada cirurgicamente de maneira conservadora, na tentativa de preservar a função tubária. A via cirúrgica para o tratamento da prenhez ectópica pode ser a convencional, laparotômica ou a via laparoscópica; sendo que ambas apresentam resultados semelhantes. (BARBOSA et al., 2004). O atraso no diagnóstico, além de demandar o tratamento cirúrgico, na maioria das vezes com amputação da tuba ou do anexo, aumenta o período de internação e as complicações elevam a morbidade e a mortalidade. (FERNANDES et al., 2004). 32 A prenhez ectópica abdominal é muito rara, freqüentemente acompanha-se de complicações. Pode ser primária, quando o óvulo é fecundado na própria cavidade abdominal, e secundária, quando, após um abortamento tubário, o ovo prossegue na ovulação em alguma região do abdome materno. (CORRÊIA, 1994). A prenhez abdominal constitui cerca de 1% das ectópicas. Dando maior precisão nos Estados Unidos há 10,8 para cada 100.000 partos das ectópicas são abdominais. É o risco de morte materna 7,7 vezes superior ao da prenhez tubária e 90 vezes mais elevada do que na gestação uterina. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Carvalho (2007) pode o ovo implantar-se em qualquer ponto do abdômen e nos diferentes órgãos que o peritônio visceral reveste. O diagnóstico da prenhez ectópica abdominal é realizado por sinais clínicos, e ultra-sonografia transvaginal. (ALMEIDA et al., 2008). Dentre os sinais e sintomas clínicos, podemos citar, dor abdominal agravada pelos movimentos fetais, náuseas, vômitos, alterações do trânsito intestinal, partes fetais facilmente palpáveis com dificuldade e dor nas tentativas de mobilização fetal; o colo apresenta-se muito elevado ou retropúbico. (CARVALHO, 2007). Para Corrêia (1994) excepcionalmente a gravidez abdominal evolui até a maturidade fetal e, se isso acontece, quase sempre o concepto apresenta algum tipo de malformação. O tratamento dependerá da idade e vitalidade fetal. Se o feto estiver vivo, pode-se optar por atitude conservadora, aguardando a maturidade fetal. Nesse caso, pratica-se a laparotomia e o momento crucial dessa intervenção é a extração da placenta, pois o descolamento da mesma pode provocar lesões. (ALMEIDA et al., 2008). 2.2.9 Mola Hidatiforme A mola hidatiforme (MH) é uma complicação da gravidez com potencial para evolução para doença com comportamento maligno e que ocorre, no ocidente, numa proporção de um caso para 1.000 a 2.000 gestações, sendo a doença trofoblástico gestacional mais freqüente. (ANDRADE et al., 2009). 33 Para alguns autores as lesões degenerativas do estroma das vilosidades antecedem as do revestimento trofoblástico: tudo decorre da ausência de circulação vilositária ou de seus distúrbios por causas diversas (deficiência do meio, determinismo genético etc.). Não se há de omitir, antes se fará realçar, os caracteres invasores do trofoblasto e a possibilidade de sua transformação em coriocarcinoma. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006, p. 271). Para Brasil (2000) sua incidência ocorre grandes variações de país a pais e é indiscutível a relativa banalidade da mola no Oriente. A incidência oscila entre 1:80 a 1:2000 gestações, maior na população pobre, onde prevalece a má nutrição, fator que pode estar em jogo na gênese da doença. São gestações potencialmente molares, mas que terminam em abortamento antes de ocorrer, o desenvolvimento neoplásico completo. Macroscopicamente exibe a mola hidatiforme, pequenas vesículas translúcidas, cheias de líquido claro, semelhando cachos de uva ou hidátides. (CORRÊIA, 1994). Existem dois tipos de mola a completa e parcial. A mola completa a mais encontrada na prática clinica, apresenta grandes vesículas ausência de feto e de âmnio. Em 90% das vezes ela é de cariótipo 46XX (fertilização de óvulo por espermatozóide 23X, com duplicação do genoma “vazio” (masculino), ausência de embrião, edema generalizado das vilosidades, hiperplasia trofoblástica grosseira, níveis elevado de hCG- beta e maior probabilidade de transformação em coriocarcinoma (2,5%). (REZENDE; MONTENEGRO, 2006 p. 272). Para Corrêia (1994) a mola parcial, com um feto – 69XXY (óvulo normal com 23X é fertilizado por dois espermatozóides independentes) – e quando se submete todo o produto abortado ao exame citogenético, do ponto de vista clínico menos comum. Com presença de pequenas vesículas hidrópicas (até 5mm), raramente envolve para forma maligna. Em princípio, assemelha-se a uma gestação normal atraso menstrual, náuseas, vômitos e crescimento uterino. Ameaçada pelas perdas hemorrágicas exageradas, também certos distúrbios gravídicos (náuseas, vômitos, sialorréia), corrimento, emissão de vesículas, anemia, crescimento uterino exagerado, toxemia. (CARVALHO, 2007). Seu diagnóstico é difícil pelo simples fato de sua sintomatologia assemelharse a outros problemas obstétricos. No inicio confunde-se com ameaça de 34 abortamento, mais tarde na mola parcial, pode-se pensar em gestação múltipla. (CORRÊIA, 1994). Para seu diagnóstico de certeza da mola, em suas fases iniciais, exige, na maioria das vezes, exames complementares como, a ultra-sonografia, a dosagem de gonadotrofina coriônica, e a amniografia. (ANDRADE et al., 2009). No prognóstico, cerca de 80% deles são de evolução benigna os restantes 20% se malignizam. 18% se transformam em corioadenoma destruens e 2,0% sofrem degeneração coriocarcinomatosa. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Conforme Carvalho (2007) o tratamento é dilatação e esvaziamento, quimioterapia quando indicada, tratamento de rotina e histerectomia quando presente grande tumor uterino, aneos palpáveis, sepse ou intensa hemorragia. 2.2.10 Placenta Prévia Placenta prévia é a causa mais comum de hemorragia no último trimestre. Nesta condição, ao invés de se implantar na parte superior do útero, como normalmente, a placenta está implantada no segmento uterino inferior e cobrindo parcialmente ou totalmente e o orifício cervical interno. (CARVALHO, 2007). De acordo com Farias e Nóbrega (2000) a cérvix, no terceiro trimestre de gestação, modifica-se intensa e gradualmente, ocasionando hemorragia placentária. Placenta prévia é uma das principais patologias determinantes de morte materna, tendo em vista a hemorragia que proporciona. Está associada às infecções e a toxemia, é responsável por 50% das mortes maternas em todo o mundo, sendo passíveis de prevenção primária. (CORRÊIA, 1994). A placenta prévia incide em 0,5 a 1,0% das gestações, e sua frequência está vinculada assim á paridade (1:1,500 nas primigrávidas, 1:20 nas pluríparas), como à idade da paciente (é ascendente a curva de incidência até o fim da 4.ª década de vida). (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Quando o diagnóstico é feito precocemente (antes de 20 semanas) pode ser modificado com tempo pela alta probabilidade de “migração placentária”. (BRASIL, 2000). 35 Na placenta prévia os cuidados devem ser intensificados e monitorizados, pois este diagnóstico é um dos principais fatores de prematuridade e letalidade materna. (FARIAS; NÓBREGA, 2000). Para Carvalho (2007) sua classificação os três tipos de placenta são, a placenta prévia total (onde a placenta cobre totalmente o orifício cervical interno). A placenta prévia Parcial (onde a placenta cobre parcialmente o orifício cervical interno) e a placenta marginal onde à placenta alcança somente a borda do orifício cervical interno. Entre os fatores de risco realçados em todas as estatísticas encontra-se a paridade, ainda mais expressiva se associada à idade avançada da paciente. Há outras condições predisponentes; como a história de abortamentos, cesariana e operações ginecológicas anteriores, prenhez gemelar e malformações fetais. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Sua manifestação clínica é hemorragia vaginal indolor sendo seu principal sintoma. Pode começar com uma hemorragia difusa, causada pela separação da placenta, como resultado das alterações que ocorrem no segmento uterino inferior nos últimos meses da gravidez. (CARVALHO, 2007). Conforme Brasil (2000) placentas prévias aderidas ao miométrio (acretas) podem não sangrar, não, sendo, por isso, menos grave. A separação abre os vasos uterinos dando origem ao sangramento. A dilatação do orifício cervical interno provoca laceração, também causando sangramento. Cada hemorragia costuma ser maior que a anterior. Ocorre com mais freqüência após o 7º mês de gestação. (CARVALHO, 2007). O diagnóstico é feito pelo quadro clínico e exame ultra-sonográfico. Frente a um diagnóstico de placenta prévia por ultra-som, é necessário, principalmente em casos de pacientes com cicatrizes uterinas, solicitar avaliação sobre a existência ou não de acredismo placentário. (BRASIL, 2000). Ao exame físico a palpação identificará a estática fetal alterada, situação oblíqua e transversa (15%), apresentação pélvica (16%) e as cefálicas altas, por motivo de interposição da placenta entre a cabeça e o andar superior da bacia. Na auscultação do ventre revela batimentos cardiofetais. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). De acordo com Farias e Nóbrega (2000) o caminho para a prevenção seria o engajamento e a prática do autocuidado, tendo por base o conhecimento da 36 gestante acerca do seu problema, e fatores determinantes e preditivos a ele associados, onde se acredita que seja possível de ser alcançado através da operacionalização do processo de enfermagem. (FARIAS; NÓBREGA, 2000). Conforme Corrêia (1994) tratamento da placenta prévia, contemporização e intervenção, aquela indicada antes da maturidade do feto (37 semanas), essa uma vez assegurada a sua vitabilidade. Tratamento expectante (antes da 37 semanas), é a perda inicial de sangue habitualmente de pequena monta, permitindo esperar pelo amadurecimento do produto, a hospitalização é importante. Já no tratamento ativo (neste mesmo período gestacional) torna-se compulsória a interrupção imediata a prenhez. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). No seu prognóstico a adoção do tratamento expectante e a cesariana, considerando os cuidados dispensados aos prematuros e a facilidade de hemotrasfusão. (CORRÊIA, 1994). 2.2.11 Deslocamento Prematuro da Placenta É definida como a separação súbita da placenta normalmente inserida no corpo uterino, após a vigésima semana de gestação. O deslocamento prematuro da placenta (DPP), também denominado abruptio placentae, representa causa importante entre as síndromes hemorrágicas da segunda metade da gestação. (MESQUITA et al., 2003). Além do termo deslocamento prematuro da placenta, o mais conhecido e usado, existe outras denominações para essa enfermidade: Abruptio Placentae, apoplexia útero – placentário, hemorragia, retroplacentária e acidente hemorrágico da gravidez. (CORRÊIA, 1994). Para Mesquita e outros (2003) o DPP é dramático evento que acomete 0,5 a 3,0% das gestações, elevando a morbidade materna, além de ser responsável por mais de um quarto de todos os óbitos perinatais. Sua incidência e severidade têm diminuído progressivamente nos últimos anos. 37 Mais comum em mulheres de paridade elevada e nas de menos de 20 anos e com história do acidente em gravidez anterior (aumento de 10 vezes). (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Sobre sua etiologia, o DPP está longe de inteiramente desvendada, em que pese o número e a seriedade dos estudos dedicados ao tema, como etiologia ainda enigmática. Algumas causas aventuadas como hipertensão, fator mecânico e fator placentário. (CORRÊIA, 1994). A probabilidade de existir lesão primária nos vasos placentários não pode ser descartada. (MESQUITA et al., 2003). Para Rezende e Montenegro (2006) a hipertensão está associada ao DPP quando a pressão diastólica é igual ou maior de 95 mmHg. A hipertensão materna (da toxemia ou crônica) é responsável por 50% dos casos de DPP. O fator mecânico é pouco freqüente, o deslocamento placentário pode decorrer de traumatismos diretos sobre o útero, especialmente se está a placenta inserida na sua parede ventral. (CARVALHO, 2007). A necrose córtico-renal bilateral aguda é a causa mais comum do DPP. Graus incompletos da afecção ou, para outros, apenas a necrose tubular aguda, levam á oligúria temporária com eventual recuperação. Formas graves, responsáveis pela anúria completa, são raras. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A probabilidade de existir lesão primária nos vasos placentários não pode ser descartada. (MESQUITA et al., 2003). Para Camano (2005) a coagulação disseminada está presente em 10% dos casos de DPP. Especialmente naqueles graves, suficientes para determinar o óbito fetal, associados à toxemia gravídica. O diagnóstico de DPP basea-se em evidências clínicas de dor abdominal súbita de intensidade variável, geralmente associado à hipertonia uterina e a sangramento vaginal ou a hemorragia oculta, com ou sem sinais de estado hipovolêmico. (MESQUITA et al., 2003). Para Corrêia (1994) de modo geral, o sangramento genital é continuo e de cor escura e com coágulos. Outras vezes, não ocorre sangramento externo. O sangue fica retido atrás da placenta e não se exterioriza. São os casos mais graves e que terminam sempre com o deslocamento total da placenta e hipertonia uterina acentuada. 38 Trata-se de um acidente agudo que leva a complicações graves e, portanto, exige diagnóstico rápido e conduta precisa. A solução final para o problema é a retirada do feto e da placenta. (CARVALHO, 2007). A complicação mais freqüente delas é o chamado Útero de Couvelaire, que surge em conseqüência da infiltração de sangue na musculatura uterina, formando pequenos hematomas e dando-lhe um aspecto marmóreo. (CORRÊIA, 1994). No prognóstico materno a mortalidade chega atingir 3% dos casos. Ensombrecem o prognóstico a postergação exagerada do parto, antecedentes toxêmicos, choque, insuficiência renal aguda. É complicação materna tardia a necrose hipofisária. Fetal, ocorre morte do produto, comumente, em 90% dos casos. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). No que diz respeito o tratamento, pode dividir-se de forma didática em clinico medicamentoso e na conduta obstétrica. (CARVALHO, 2007). No estabelecimento da conduta obstétrica o feto vivo e viável impõem resolução imediata do parto. O feto morto e/ou inviável executar de imediato aminiotomia. Após a amniotomia, administrar derivados de meperidina, que além da ação sedativa, favorecem a evolução do parto por coordenar as contrações. (CAMANO, 2005). Conforme Carvalho (2007) a cesárea no DPP com feto morto está indicada se não houver resolução do parto em cerca de 4 a 6 horas e se a hemorragia for pronunciada e a espera possa agravar sobremaneira o prognóstico materno e também se ocorrer coagulopatia. 2.2.12 Rotura Uterina Trata-se da rotura completa ou incompleta da parede uterina, que ocorre, sobretudo além da 28ª semana gestacional e durante o trabalho de parto, precedida, em sua maioria, por quadro clínico de iminência de rotura uterina, o que facilita sua prevenção. (BRASIL, 2000). De acordo com Rezende e Montenegro (2006) sua frequência é inversamente proporcional à qualidade da assistência pré-natal e, sobretudo, da dispensada 39 durante o trabalho de parto. A incidência pode assim variar de 1:415 a 1:2, em 500 partos. Os fatores predisponentes são, multiparidade, cicatriz de cesárea anterior, rotura uterina prévia, cirurgias uterinas prévias, anomalias congênitas uterinas,desproporção céfalo-pélvica, macrossomia fetal, apresentações anômalas e sobredistensão uterina. (CARVALHO, 2007). Tipos de rotura são, completos envolve todas as camadas do útero e Incompleta abrange todo miométrio, porém o peritônio visceral permanece intacto. (CORRÊIA, 1994). Classificação se dá por rotura espontânea que resultante de má assistência e negligência ao parto. Rotura traumática resultante de partos operatórios vaginais mal indicados ou mal executados. (BARRA et al., 2008). As roturas uterinas, ocorrentes no início da gravidez, têm quadro clínico igual ao da prenhez ectópica e o diagnóstico só se confirma por ocasião da laparotomia. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). No diagnóstico clínico os sinais de eminência de rotura uterina são: pacientes com contração subintrantes intensas e excessivamente dolorosas, síndrome de distensão segmentar (Bandl-Frommel). (CORRÊIA, 1994). Os sinais e sintomas de rotura uterina instalada são, dor abrupta e lancinante no hipogástrio, seguida de acalmia dolorosa transitória, hemorragia intensa e/ou externa, choque relacionado ao volume da hemorragia, irritação peritonial, paralisação do trabalho de parto, deformidades abdominais feto “superficial”. (BRASIL, 2000). Na segunda metade da prenhez, a sintomatologia é habitualmente mais discreta. A evolução da rotura é lenta, e mesmo quando completa, a extrusão do feto faz-se progressiva, no rumo da cavidade abdominal. A palpação revela a presença de duas massas distintas, a matriz e o feto, esse, geral, inaudível. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Barra e outros (2008) o prognóstico depende de vários fatores, como localização e extensão da rotura, rapidez no diagnóstico e na conduta. A mortalidade materna varia de 2 a 30 % geralmente devido ao choque hipovolêmico. A mortalidade fetal é alta , variando de 30 a 85 % , a maioria devida ao descolamento da placenta. 40 A profilaxia é avaliação correta da bacia materna; identificação da posição fetal; evitar o trabalho de parto prolongado; só induzir o parto com uma identificação precisa. (CARVALHO, 2007). O tratamento consiste em laparotomia imediata, se a paciente deseja ter mais filhos, pode-se tentar a regularização das bordas da ferida e a ulterior sutura, em dois planos, com pontos separados. Nas multíparas, pratica-se a histerectomia subtotal ou total. A antibioticoterapia e a hemotrasfusão completam. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 2.2.13 Crescimento Intra-Uterino Restrito O crescimento intra-uterino restrito (CIR) é entidade mórbida da maior importância, porquanto os conceptos incluídos nessa categoria são responsáveis por mortalidade perinatal 10 vezes maior do que aquela existente em fetos normais. Os que sobrevivem estão submetidos a maior mortalidade neonatal imediata. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Conforme Sarni e outros (2005) o crescimento fetal é mantido por complexa interação entre fatores circulatórios, endócrinos e metabólicos. Estudos na última década mostraram que, mesmo quando discretos, os agravos ao crescimento no período fetal podem levar agraves conseqüências na vida adulta. Refere-se a recém-nascido de baixo peso ou pequeno para idade gestacional, o recém-nascido com peso menor ou igual a 2.500g, independentemente da idade gestacional. Isto geralmente ocorre em virtude do funcionamento inadequado da placenta, acarretando o crescimento intra-uterino restrito. (CARVALHO, 2007). Por definição, feto com CIR é aquele que ao nascimento apresenta peso inferior ao 10º percentil para a idade gestacional. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Os fatores podem ser enquadrados em três grupos: fetal, materno e placentário. Os fatores predisponentes são, anormalidades da placenta e do leito placentário, anormalidades na circulação fetoplacentária, adaptação circulatória fetal a insuficiência placentária, anormalidades estruturais da placenta. (CORRÊIA, 1994). 41 Para Carvalho (2007) toxemia gravídica, infecções congênitas, tabagismo materno, drogas e intoxicações, alcoolismo crônico, má nutrição materna. Fato que origina a desproporção observada entre o tamanho da cabeça (que permanece com o volume das células normais) e do corpo (que sofre redução no volume celular), representado principalmente pela redução da circunferência abdominal, visto que o fígado é um dos órgãos mais afetados. (SANTOS; THOMAZ; ROCHA, 2005). Nunca é demais sinalar que 75-80% dos casos de CIR são constitucionais, sem qualquer anormalidade. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Costa e Leone (2009) decorre da observação de maior morbidade e mortalidade nesses recém-nascidos, além da maior chance de desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e doenças cardiovasculares. Os fetos que sobrevivem estão submetidos a maior morbidade neonatal imediata – hipóxia, síndrome de aspiração de mecônio, hipoglicemia. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Dividem-se os fetos com CIR em dois grupos, simétricos e assimétricos. Os assimétricos têm preservado a circunferência cefálica, mas pequena circunferência abdominal. Os simétricos têm ambas as dimensões reduzidas. (CORRÊIA, 1994). Para Rezende e Montenegro (2006) as desordens cromossomais (trissomia 13,18 e 21) e malformações estruturais têm associação forte entre CIR. Em fetos com malformações estruturais, cerca de 20% têm CIR. No total, as desordens cromossomiais e as malformações estruturais são responsáveis por, aproximadamente, 5 a 10% dos fetos com CIR. Para Corrêia (1994) placenta “pequena” (mau desenvolvimento viloso terciário), circunvalada, inserção velamentosa do cordão, corangioma ocasionam CIR. A gestação múltipla está associada ao CIR. A taxa de crescimento dos gemelares se diferencia a partir de 32 semanas e 15-30% das gestações gemelares podem causar com CIR. A nutrição intra-uterina adequada é condição ímpar para o crescimento e desenvolvimento normais do feto, constituindo fator primordial para a determinação do peso ao nascer. (SANTOS; THOMAZ; ROCHA, 2005). 42 Em gestações bem datadas o melhor critério para diagnosticar o CIR, de ambos os tipos, é através da medida da circunferência abdominal inferior ao 2,5. ° porcentil. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O diagnóstico é feito por observação clínica: como pesquisa de antecedentes; exames obstétricos regulares para controlar o desenvolvimento uterino medida da altura uterina e palpação abdominal; conhecimento exato da ultima menstruação; ultra-sonografia; radiografia abdominal; amnioscopia. (CARVALHO, 2007). O ultra-som é, e por sem dúvida, o procedimento de eleição para o diagnóstico do CIR, principalmente para separar o CIR simétrico do assimétrico. O diagnóstico clínico do CIR é precário e mesmo a mensuração do fundo uterino, incorreta em 30% dos casos. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) a conduta na CIR, os resultados perinatais relacionamse diretamente à conduta adotada no decorrer da gestação, no momento do parto e logo após o nascimento. No prognóstico os com CIR simétricos proporcional-crônico, permanecerão sempre menores do que os normais, com peso mais baixo e circunferência craniana menor. Já os CIR assimétrico desproporcional, sub-agudo, recuperam-se nos primeiros meses de vida. (CORRÊIA, 1994). O ideal seria preveni-lo. Para isso faz-se necessário melhorar as condições socioeconômicas da população e fornecer assistência pré-natal adequada. (COSTA; LEONE, 2009). O tratamento, fora do campo experimental, o que se propõe é, repouso, administração de corticóides e administração de aspirina e interrupção da gravidez. O melhor método para interromper a gestação com CIR é a operação cesariana. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 2.2.14 Macrossomia Fetal O processo do crescimento e desenvolvimento fetal envolve a mãe, a placenta e o feto e depende do aporte de nutrientes como glicose, lipídios e aminoácidos. Fatores genéticos, somados ao estado materno-fetal, também influenciam no desenvolvimento. (FIORELLI; ZUGAIB, 2007). 43 Representa risco elevado de morbimortalidade materna e perinatal. A mortalidade se associa em 0,5% e a morbidade pode atingir cifras de 11,4%. (KERCHE et al., 2005). Para Neto e outros (2009), A prevalência mundial de recém-nascidos vivos com peso superior a 4000 gramas é de aproximadamente 9% com larga variação entre países. No Brasil esta taxa foi de 5% em 2004 de acordo com os dados do DATASUS, sendo que neste ano a taxa de parto cesáreo em recém-nascidos macrossômicos foi de 49,18%. As definições mais comumente utilizadas referem-se a peso de nascimento acima de 4000 gramas, 4500 gramas ou 4536 gramas. Considera macrossomia acima de 4500 gramas devido ao aumento significativo da morbidade a partir deste peso, porém reconhece o aumento de risco quando o peso é acima de 4000 gramas. (FIORELLI; ZUGAIB, 2007). Kerche e outros (2005) classificam os recém-nascidos em pequenos, com peso inferior ao 10º percentil; adequados, peso entre o 10º e o 90º percentil, e grandes para a idade gestacional, os de peso superior ao 90º percentil. Nesta última categoria estão caracterizados os macrossômicos. Considerando estatísticas populacionais, qualquer feto com peso acima do 90º percentil para a idade gestacional pode ser considerado grande para a idade gestacional. O percentil de peso para a idade gestacional é considerado melhor para identificar fetos macrossômicos pré-termo ou a termo. (CARVALHO, 2007). Na macrossomia há visceromegalia generalizada, maior desenvolvimento da massa muscular e da adiposidade. O crescimento fetal não está alterado. O fator primário na macrossomia é a hiperinsulinemia fetal decorrente da hiperglicemia materna. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Fiorelli e Zugaib (2007) os achados epidemiológicos, clínicos e experimentais indicam que o diabetes mellitus gestacional ou pré gestacional, assim como a obesidade ou excesso de ganho de peso durante a gravidez, são fatores de risco significantes para a supernutrição fetal e a macrossomia. Outros fatores de risco para macrossomia fetal são multiparidade, idade materna avançada, antecedente de feto macrossômico, feto masculino e pósdatismo. (KERCHE et al., 2005). 44 Conforme Neto e outros (2009) os fetos macrossômicos podem ser considerados, assim, como grupo de risco. Entretanto, 50% a 60% das distócias de ombro ocorrem em fetos com menos de 4.000 g. A hipertensão gestacional, o aumento nos índices de cesárea, eletiva ou de emergência, os traumas e infecções no canal de parto, as hemorragias e as retenções placentárias, decorrentes da atonia uterina, são complicações maternas, comumente associadas à macrossomia fetal. (KERCHE et al., 2005). A hiperglicemia materna resulta em hiperglicemia fetal, com consequente aumento na produção de insulina, determinando hipertrofia e hiperplasia das células pancreáticas. (CARVALHO, 2007). O estado de hiperinsulinismo e excesso de glicose no meio intra-uterino, comum nas gestações complicadas pelo diabetes, favorecem a organomegalia e a macrossomia fetal. (CORRÊIA, 1994). No período neonatal, os macrossômicos têm frequência aumentada de hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, síndrome do desconforto respiratório e cardiomiopatia hipertrófica que, associadas à prematuridade, favorecem a morte perinatal. (KERCHE et al., 2005). As complicações maternas são: trabalho de parto prolongado, atonia uterina, parto operatório, lacerações do trato genital, ruptura uterina e as complicações fetais são: distocia de bisacromial levando a trauma de parto (lesão de plexo braquial, fratura de clavícula) e/ou asfixia. (FIORELLI; ZUGAIB, 2007). As complicações maternas mais freqüentes são lacerações do assoalho pélvico e hemorragias pós-parto (11%), além da ruptura uterina (1%). A taxa de infecção materna também é verificada. (NETO et al., 2009). Mulheres com vasculopatia, retinopatia e hipertensão preexistente têm risco elevado de pré-eclâmpsia e CIR. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Neto e outros (2009), O diagnóstico pode ser feito quando a cabeça fetal se retrai contra o períneo materno logo que a cabeça é liberada. Outro critério a ser utilizado para delinear o quadro é identificação de intervalo maior ou igual há sessenta segundos desde a saída da cabeça até a saída do resto do corpo. Como medidas preventivas no período pré-natal, ressaltam-se o controle do ganho ponderal materno, o rastreamento de diabetes gestacional, o controle da glicemia materna na confirmação do diabete e a identificação de fetos macrossômicos pelo exame clínico e ultra-sonográfico. (KERCHE et al., 2005). 45 A macrossomia fetal e precoce e exames ultra-sonográficos mostram já aumento da circunferência abdominal na gravidez de 18 semanas. A ultra-sonográfia seriada, a cada 3-4 semanas, para avaliar a circunferência abdominal rastreia a macrossomia fetal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Na vigência da distorcia de ombro, o manejo consiste, primeiramente em realizar manobras e adoções de posições maternas com o intuito de aumentar a capacidade pélvica. (NETO et al., 2009). Conforme Corrêia (1994) no tratamento, muitos indicam a interrupção da gravidez com 38 semanas. Presente a macrossomia fetal deve-se esperar 30% de distorcia dos ombros; nesse caso a cesárea seria a indicação de escolha. 2.2.15 Incompetência do Istmo-Cervical A incompetência istmo-cervical (IIC) é entendida clínica como falência do sistema oclusivo da matriz, de tal modo que a cérvice não se mantém cerrada, tornando-se incapaz de reter o produto da concepção até o final da gravidez. Sua incidência é de 1:1000 partos. (CORRÊIA, 1997). É um defeito mecânico do colo uterino que se torna, assim, incapaz de manter a gravidez até o termo. Geralmente, o abortamento ocorre no 2° trimestre da gravidez. (CARVALHO, 2007). O quadro clínico característico é a IIC, uma das principais causas de abortamento tardio ou de parto pré-termo habitual (interrupção a partir de 16 semanas). O concepto nasce vivo e morfologicamente normal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Classifica-se a IIC em primária e secundária. A primária é congênita e pode coexistir ou não com outras malformações uterinas, principalmente com o útero unicórnio, e ainda em mulheres com história de exposição ao dietilestilbestrol intrauterino durante a gestação de suas mães. (ROZAS; NETO, 2003). Para Rezende e Montenegro (2006), A IIC secundária ocorre como seqüela de trauma na região istmo-cervical, principalmente causado por dilatações intempestivas do colo, aplicação de fórcipe alto em colos não completamente dilatados e, ainda, por cirurgias do tipo amputação de colo. 46 O comprimento do canal cervical ao exame cervical permite escolher a via de abordagem de ressonância magnética é de 33,0 mm e a largura de seu orifício cirúrgica. Por outro lado, através do ultra-som interno de até 3,3 mm. (ROZAS; NETO, 2003). Decorre desse fato à interrupção da prenhez, que se processa por um ou mais dos seguintes mecanismos: a dilatação istimocervical estimula diretamente a contratilidade uterina; ficam as membranas sem anteparo; o contato direto do ovo com a cavidade vaginal e cervical leva á contaminação das membranas. (CORRÊIA, 1994). O tratamento médico consiste na sutura em forma da bolsa, reforçando o colo uterino e impedindo o relaxamento e dilatação. Este tratamento é chamado de cerclagem e deve ser feito ao redor da 14ª ou 18ª semana de gestação, quando o maior risco de perda espontânea já passou. (CARVALHO, 2007). 2.2.16 Gestação Prolongada Gestação prolongada, pós-termo ou pós-datada, é aquela que atinge ou ultrapassa 42 semanas completas (294 dias completos), contado a partir do primeiro dia do último período menstrual. (BRASIL, 2000). A gravidez prolongada (≥ 42 semanas) ocorre em cerca de 10% das gestações, se foi a duração contada pela última menstruação. Se for datada pela ultra-sonografia, essa incidência pode cair para 1-2%. Mulheres que sofrem uma gravidez prolongada têm 20% de risco de repeti-la. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Segundo Carvalho (2007) pode-se dividir a gravidez prolongada em fisiológica, na qual não há disfunção placentária, e patológica onde encontramos a insuficiência placentária com repercussão para o feto. A mortalidade perinatal é de duas a três vezes maior em crianças nascidas de gravidez prolongada. É maior em primíparas, principalmente com mais de 35 anos de idade e em gestantes com complicações como hipertensão arterial, isoimunização Rh e mau posicionamento fetal. (CORRÊIA, 1994). 47 Na verdade não se sabe a causa da gravidez prolongada. Por vezes está associada a anomalias fetais, anencefalia, hipoplasia supra-renal, ou à deficiência de sulfatasse placentária. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Corrêia (1994) esse problema não apresenta sinais ou sintomas que o caracterize. Após a data provável do parto, talvez a única alteração percebida por algumas gestantes seja a diminuição da movimentação fetal. As complicações da gravidez prolongada são: desproporção céfalo-pélvica por fetos grandes. O feto continua crescendo após a data provável do parto. Distorcia de apresentação: apresentam modo de face, de nádegas etc. disfunção placentária e morte por causa da insuficiência placentária. (CARVALHO, 2007). O diagnóstico de gravidez cronologicamente prolongada é fácil naquelas gestantes que tiveram uma assistência pré-natal adequada, desde o início da prenhez, é bastante difícil quando isso não acontece. (CORRÊIA, 1994). Para Rezende e Montenegro (2006) o diagnóstico clínico fundamenta-se na anamnese, no exame físico geral e local, características do recém-nascido pósmaturo e alterações placentária. Os exames de avaliação fetal são: ultra-sonografia realizada na época mais indicada para se datar a gestação (entre a 12ª 16ª semanas), fornece resultados plenamente confiáveis e a monitoração fetal anteparto, os testes mais prestimosos parecem ser a cardiotocografia e a avaliação da oligoidramia. (CARVALHO, 2007). Nas gestações cronologicamente prolongadas, a conduta expectante se justifica, quando se comprova que o funcionamento placentário é adequado, as condições fetais são satisfatórias e se pode monitorá-las periodicamente. Sendo impossível essa monitoração, o recomendável é comprova-se laboratorialmente. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) o atendimento neonatal na prenhez prolongada há de ser apurado visando a prevenir a síndrome de aspiração por mecônio e a corrigir depressão hipóxica. No prognóstico a pós-maturidade, em primigrávidas, como causa exponencial de mortalidade fetal e neonatal, vem logo após a prematuridade. A mortalidade perinatal, em primíparas MONTENEGRO, 2006). idosas, chegava a atingir 30%. (REZENDE; 48 Para Corrêia (1994) o prognóstico para o feto é sempre reservado: existe o risco de sofrimento ou morte intra-útero, intraparto, ou após o momento. Outro risco importante é o da prematuridade iatrogênica. A tendência atual é começar o tratamento da gravidez prolongada a partir de 41 semanas. Na complicada por fatores médicos ou obstétricos e naqueles com sofrimento fetal, a cesárea se impõem. Na gravidez prolongada não-complicada as condições do colo ditarão a conduta. (CARVALHO, 2007). 2.2.17 Trabalho de Parto Prematuro É prematuridade a interrupção da gravidez antes de 37 semanas completas (259 dias completos ou trabalho de parto prematuro é aquele que se inicia antes da 37ª semanas de gestação. (CARVALHO, 2007)). O nascimento prematuro é um dos maiores problemas ainda não solucionados da obstetrícia. A sua incidência, morbidade e mortalidade neonatal continuam elevadas. Além disso, suas complicações estão entre as principais causas de morte no primeiro ano de vida da criança. (BITTAR; CARVALHO; ZUGAIB, 2005). O Nascimento pré-termo está associado a 70% de mortalidade e a aproximadamente 85% das principais morbidades neonatais em todo o mundo. (MARTINS et al., 2004). Para Lorena e Brito (2009) a incidência de nascimentos prematuros relacionados aos países desenvolvidos é de 5 a 8%, sendo que no Brasil é de 9%. Aproximadamente 75% dos casos, o parto prematuro é espontâneo, ou seja, a gestante inicia espontaneamente o trabalho de parto. Nos 25% restantes o parto prematuro é eletivo, isto é, a interrupção da gestação é realizada em decorrência de alguma complicação materna e/ou fetal. (BITTAR; CARVALHO; ZUGAIB, 2005). O parto pré-termo pode ser subdividido em: Parto pré-termo (propriamente dito) – 32-< 37 semanas. Parto muito pré-termo – 28- < 32 semanas. Parto extremamente pré-termo – 24- < 28 semanas. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A maioria da morbiletalidade perinatal está concentrada nos infantes nascidos com menos de 32 semanas e peso inferior a 1.500g. (CORRÊIA, 1994). 49 O prematuro é feto cujo desenvolvimento intra-uterino foi interrompido e seus órgãos, ainda imaturos, terão de assumir funções para as quais não estavam preparados. O funcionamento deles, portanto, tem características próprias, denominadas desvantagens fisiológicas do prematuro. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Corrêia (1994) a etiologia é desconhecida induziu os estudiosos do assunto a considerar aqueles fatores que frequentemente a ele se associam, como fatores de risco de parto pré-termo. Os riscos das causas de parto pré-termo são: rotura prematura pré-termo das membranas; infecção intra-uterina; prenhez gemelar; polidramnia; patologia uterina; disfunção placentária; síndrome hemorrágica; deslocamento prematuro da placenta. (CARVALHO, 2007). Manifestações clínicas: contrações uterinas regulares e palpáveis. Alterações progressivas no colo uterino. Às vezes, amniorrexe. (LORENA; BRITO, 2009). A síndrome da angústia respiratória é a principal causa de morte no recémnascido prematuro e deve-se à deficiência de material surfactante (lecitina) nos alvéolos pulmonares. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Grande fator de risco para o parto pré-termo é a história de prematuridade na gravidez anterior. As oportunidades de repeti-lo chegam a 20%; após dois partos pré-termos anteriores o risco ascende para 35-40%. (CORRÊIA, 1994). A conduta visa diminuir suas repercussões negativas sobre o feto. Quando ocorre o parto pré-termo, é essencial que se dispense uma assistência neonatal adequada ao recém-nascido para melhores condições de sobrevida. Com finalidades e atitudes específicas, como objetivo de prevenir os problemas da prematuridade. (BRASIL, 2000). Durante a assistência ao parto prematuro deve-se evitar o uso de analgésicos e tranquilizantes ou sedativos, que deprimem a respiração. Deve ser instituída sempre que possível para minimizar a reação de estresse em resposta à dor e à ansiedade materna e suas conseqüências fetais. (BITTAR; CARVALHO; ZUGAIB, 2005). Para Rezende e Montenegro (2003) os procedimentos mais utilizados para avaliar a maturidade fetal necessitam de amostras do líquido amniótico, obtidas por amniocentese: determinação do teste de clements, da relação lecitina/esfingomielina e do fosfatidilglicerol (maturidade pulmonar). 50 Outros exames complementares podem ajudar na identificação das pacientes de risco pré-termo que são a ultra-sonografia, bacterioscopia, cultura de urina e cardiotocografia. (CORRÊIA, 1994). O diagnóstico correto nem sempre é fácil e classicamente baseia-se na presença de contrações uterinas regulares (pelo menos uma a cada 5 minutos) e persistentes, dilatação cervical igual ou superior a 1 cm, esvaecimento cervical igual ou superior a 80% e progressão das alterações cervicais. (BITTAR; CARVALHO; ZUGAIB, 2005). No seu prognóstico de parto pré-termo, atualmente a mortalidade perinatal é mínima após 32-34 semanas, se o concepto nasce em boas condições de vitabilidade e do mesmo peso dispõe de atendimento em centro terciário. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Lorena e Brito (2009) devem ser considerados os seguintes aspectos para se decidir sobre a melhor via de parto: idade gestacional (viabilidade), peso estimado do feto, apresentação fetal, condições do colo uterino, integridade das membranas amnióticas. O tratamento da prematuridade pode ser dividido em: profilático, assistência do trabalho de parto prematuro e assistência imediata ao recém-nascido prematuro. (CARVALHO, 2007). 2.2.18 Oligoâmnio ou Oligoidramnia O volume do líquido amniótico é o resultado do equilíbrio entre a produção e a reabsorção do fluido. Na primeira metade da gestação a maioria do líquido amniótico é resultante do transporte ativo de sódio e de cloro através da membrana amniótica e da pele fetal, com o consequente movimento passivo de água. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Oligoidramnia é a redução significativa do volume do líquido amniótico. A quantidade de líquido varia de acordo com o tempo da gestação, atinge seu volume máximo na 38ª semana (1.000 ml) decrescente até o parto. (CARVALHO, 2007). A oligoidramnia complica 4% de todas as gestações. A quantidade adequada do liquido amniótico é indispensável para o desenvolvimento do pulmão fetal, 51 permite o livre movimento do concepto, e ainda atua como barreira contra a infecção. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Bastos e Nogueira (2003) incide de 3% a 5% das gestações no 3º trimestre e em cerca de 0,2% no 2º trimestre. A oligoidramnia pode determinar a compressão fetal contra as paredes uterinas, deformidades de seus membros, compressão do cordão, hipoplasia pulmonar e alterações na sua epiderme. (CORRÊIA, 1994). O liquido amniótico ao tornar-se extremamente escasso (300-400 ml), fica espesso, viscoso e turvo. Nos casos mais acentuados fala-se em anidramnia. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). As principais causas determinantes são: ruptura prematura das membranas, insuficiência placentária, anomalias congênita, aneuploidias fetais e uso de medicações pela mãe durante a gravidez. (BASTOS; NOGUEIRA, 2003). Para Corrêia (1994) a oligoidramnia ocorre, principalmente, quando existe insuficiência nas malformações fetais do sistema urinário. A oligoidramnia está associada as graves condições fetais como: doença renal, CIR, amniorrexe prematura e pós maturidade. A conduta é expectante se não houver sofrimentto fetal. Se a diminuição do liquido for muito grave, pode-se-à optar pela interrupção, mesmo maduro ou com vitalidade comprometida. Pode-se induzir o parto se não houver contra-indicações maternas ou fetais. (CARVALHO, 2007). O diagnóstico clínico da oligoidramnia é tardio. Baseia-se na diminuição da altura uterina e fácil percepção das partes fetais à palpação obstétrica. A melhor forma de diagnóstico é por meio da avaliação ultra-sonográfica. Dentre as técnicas existentes destaca-se o índice de líquido amniótico. (BASTOS; NOGUEIRA, 2003). Na ultra-sonografia, que mostra o bolsão de líquido amniótico menos de 2 cm no seu diâmetro vertical. Outros critérios: ausência óbvia de líquido amniótico, diminuta interface líquido/feto, aconchegamento exagerado das pequenas partes fetais. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). No prognóstico não importa a causa da oligoidramnia, as complicações fetais que podem ocorrer incluem a morte do feto, hipoplasia pulmonar (antes de 24 semanas), diversas anormalidades esqueléticas e faciais (síndrome de Potter). (CORRÊIA, 1994). 52 A oligoidramnia, quando instalada até o 2º trimestre, tem prognóstico reservado, e a mortalidade perinatal, relatada em trabalhos anteriores, varia entre 43 e 100%. (CARVALHO. 2007). Para Corrêia (1994) não existem recursos para o tratamento clinico da oligoidramnia. A única medida capaz de ajudar o feto é a sua remoção de um ambiente que lhe é desfavorável à permanência e ao seu desenvolvimento. 2.2.19 Polidramnia ou Polidrâmnio Polidramnia é o excesso de líquido amniótico, um volume maior que 2.000 ml. Entretanto, ela pode ser clinicamente insignificante antes de 3.000 ml. (CARVALHO, 2007). Atualmente, e com maior precisão, define-se polidramnia quando presente bolsão de líquido amniótico com diâmetro vertical > 8 cm. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Geralmente o aumento do líquido amniótico ocorre por alteração do mecanismo de circulação, de produção, de dificuldade de absorção ou pela associação antes destes fatores. (CORRÊIA, 1994). Conforme Rezende e Montenegro (2003) na etiopatogenia é conhecida a relação entre a polidramnia e as anomalias congênitas fetais, presentes em cerca de 60% dos casos, especialmente as do sistema nervoso central (anencefalia, defeitos do tubo neural e as astresias altas do tubo digestivo (esôfago e duodeno). A incidência de polidramnia varia de 0,4 a 1,5% sendo que destes, 34% são idiopáticos. (MENDES et al., 1992). Outros fatores predisponentes são: fatores maternos, diabetes mellitus e isoimunização Rh, fatores placentários como corioangioma, síndrome transfusortransfundido, placenta circunvalada. (CARVALHO, 2007). Manifestam a polidramnia sobre duas formas: aguda e crônica. Na aguda, há o aumento súbito do líquido amniótico, provocando uma distensão rápida do útero, podendo causar compressão de estruturas abdominais. Na crônica, com repercussões menos nítidas sobre as condições maternas. (CORRÊIA, 1994). 53 Para Carvalho (2007) o agudo é mais frequente antes da 24ª semanas e o líquido aumenta em poucos dias. É menos comum e mais grave, com alta mortalidade perinatal. Na forma crônica, mais frequente, iniciam-se nos últimos meses; a expansão do útero é gradativa, mas pode alcançar volume considerável. O prognóstico fetal é reservado, mas não são pequenas as possibilidades de a gravidez alcançar o termo ou suas proximidades. (REZENDE; MONTENEGRO 2006). Os sinais e sintomas dependerão do volume do líquido e do seu grau de compressão. A gestante pode apresentar dispnéia, taquicardia, palpitação, cianose, edema dos membros inferiores, desconforto e dores abdominais, dor na região lombar e nas coxas. (CARVALHO, 2007). O sofrimento materno pode ser intenso, pela pressão do útero, muito desenvolvido, sobre o diafragma, com dispnéia acentuada, alentecendo a circulação venosa de retorno dos membros inferiores, determinando edema, varizes e hemorróidas. (CORRÊIA, 1994). Nas repercussões fetais ocorre malformação fetal, prematuridade, hemorragia intraventricular, maior possibilidade de hipóxia ao nascimento, tocotraumatismos decorrentes de prolapso de cordão e gemelaridade, anemia hemolítica e alta mortalidade perinatal. (CARVALHO, 2007). Para Corrêia (1994) o diagnóstico baseia-se na inspeção e palpação abdominal. Comprova-se útero bastante volumoso e facilidade na mobilização fetal. Quando possível, confirma-se o diagnóstico, recorrendo-se à ultra-sonográfico. A ultra-sonografia sela o diagnóstico e é indispensável para reconhecer a gemelidade e revelar algumas das anomalias congênitas frequentemente associadas. A ultra-sonografia mostra bolsão de líquido amniótico com diâmetro vertical ≥ 8 cm. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O prognóstico materno é bom, apenas gravado por algumas complicações da prenhez e do parto. O mesmo não se dá com o feto: muito frequentes as malformações, a prematuridade, as lesões anóxicas e traumáticas. A mortalidade perinatal orça em torno de 50%. Nas agudas, a interrupção é a regra. (CORRÊIA, 1994). Nas formas agudas a conduta é diminuir o desconforto. A solução é remover parte do líquido amniótico, visando reduzir a distensão uterina excessiva. Essa 54 remoção se faz por meio de amniocentese transabdominal. Nas crônicas, sem sintomatologia, a preocupação é com as condições fetais. (CARVALHO, 2007). Para Mendes e outros (1992) o protocolo de alguns serviços indica insulinoterapia para diminuir o volume de líquido amniótico. A via de parto dependerá das condições obstétricas. Entretanto, está aumentando a incidência de cesárea. Durante o trabalho de parto a amniotomia deve ser cuidadosa, a fim de evitar o prolapso de cordão. Não havendo evidência de malformação fetal, consiste a conduta em procurar prolongar a gravidez, aliviando, simultaneamente, os sintomas decorrentes do excessivo volume amniótico. As duas indicações se superpõem, pois a sobredistensão é motivo de maior amadurecimento da cinética uterina. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 2.2.20 Êmese e Hiperêmese Entre a êmese gravídica, vômitos simples do inicio da gestação, e a hiperêmese gravídica, vômitos incoercíveis ou perniciosos da prenhez, existe apenas diferença de intensidade, bem assim na repercussão clínica de seus efeitos. São os mesmo processos, configurando a hiperêmese a forma grave. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A hiperêmese é uma condição clínica rara e de alto risco, que pode determinar graves alterações hidroeletrolíticas e nutricionais. (CARVALHO, 2007). Para Carmo e outros (2000) êmese acomete 60 a 70% das gestantes, com resolução quase sempre espontânea, constituindo a chamada "forma leve". A "forma grave", também denominada hiperêmese, acomete cerca de 2 a 3 em cada 1.000 gestações. Na verdade, desconhece-se a causa determinante da afecção. Entre as aventadas, descrevem-se reações alérgicas da mãe e substâncias produzidas pelo ovo (toxinas, proteínas), reflexos originados no útero expandido ou nos órgãos digestivos, alterações hormonais. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Fatores predisponentes: níveis elevados de gonadotrofina coriônica durante o primeiro trimestre; aumento dos níveis de estrógeno e progesterona; insuficiência 55 adrenocortical; rejeição inconsciente à feminilidade, à gravidez, coito ou ao marido; imaturidade psicológica; medo do parto; histeria. (CARVALHO, 2007). O quadro clínico decorre, inicialmente, das depleções de água e de eletrólitos (sódio e cloro); mais tarde, nos casos graves, da desnutrição. A baixa dos níveis de potássio, por ser pequena a sua quantidade no suco gástrico, não é freqüente, apenas se estabelece nos vômitos. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) sua manifestação clínica é: perda de peso - em razão da anorexia, náuseas e vômitos. Alcalose metabólica – em virtude da perda de suco gástrico, rico em ácido clorídrico. Acidose – por causa da diminuição do aporte nutricional. Desidratação – pele e mucosas secas, olhos encovados. A face e os olhos, encovados; a língua saburrosa, áspera, quebradiça, com enrugamentos longitudinais. Pode ter quadro de choque, com hipotensão, pulso rápido (acima de 100) e fino, extremidades frias. A oligúria habitualmente exprime hipovolemia, polineurite e síndrome de korsakoff. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O diagnóstico da Hiperemese gravídica é clínico e laboratorial. O diagnóstico clínico é, por vezes, dificultado pelo fato da mulher hipervalorizar as náuseas/vômitos do início da gravidez As alterações do ionograma permitem o diagnóstico diferencial com as náuseas/vômitos do início da gravidez. (CARMO et al., 2000). Conforme Corrêia (1994) No que diz respeito ao prognóstico, se bem que a situação seja geralmente benigna e autolimitada, podem ocorrer complicações sérias, inclusive a morte. A maioria dascomplicações resultam da deterioração metabólica, com envolvimento renal e/ou hepático. O esquema terapêutico para a forma leve é bastante diversificada e depende da idade gestacional, da intensidade do processo e do estado clínico da paciente. Além de eventual terapia de apoio e da dieta alimentar, é necessária prescrição medicamentosa específica para evitar agravamento dos sintomas. (CARVALHO, 2007). Se não houver remissão do quadro clínico com o tratamento médico adequado, o abortamento terapêutico será o único recurso para salvar a vida da paciente. É, hoje, excepcional a sua indicação. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 56 2.2.21 Gestação Múltipla A presença simultânea na mulher, de dois ou mais conceptos, no útero ou fora dele, constitui a prenhez múltipla, classificada em dupla ou gemelar, tripla, quádrupla, quíntupla, sêxtupla etc. cada produto da prenhez gemelar é um gêmeo. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Trata-se de uma gestação de alto risco, pela possibilidade de complicações maternas e fetais. (CORRÊIA, 1994). Para Rezende e Montenegro (2006) a incidência da prenhez gemelar tem aumentado expressivamente nas duas ultimas décadas: 1/3 do acréscimo deve-se ao uso de medicação indutora de ovulação, 1/3 decorrente das técnicas de reprodução assistida e o 1/3 restante pela idade avançada. Uma gravidez gemelar pode resultar da fecundação de 2 óvulos por dois espermatozóides (gêmeos bivitelinos, dizigóticos ou “falsos”) ou da subdivisão em duas unidades geneticamente idênticas de um único ovo fecundado por um espermatozóide (gêmeos univitelinos, monozigóticos ou “verdadeiros”). (CARVALHO, 2007). Embora a prenhez gemelar represente apenas 2,4% do total de nascimento. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Geraldo, Garcias e Roth (2008) os gêmeos monozigóticos ocorrem como um evento embriológico ao acaso, sem influência ambiental ou determinação genética, assim, esta taxa tem permanecido praticamente constante na maioria dos países, em torno de 3,5-4,0/1000. Com relação a gêmeos dizigóticos, seu acontecimento está na dependência de diversos fatores, como: nível socioeconômico, idade materna, paridade, raça, nutrição, hereditariedade, entre outros. A principal causa do aumento verificado na taxa de dizigóticos tem sido o uso da reprodução assistida. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). A taxa de mortalidade perinatal é quatro vezes mais alta para gêmeos e seis vezes mais elevada para triplos do que para gestações únicas. Em média, gêmeos pesam 1/3 menos e triplos a metade do peso de únicos. (GERALDO; GARCIAS; ROTH, 2008). 57 Para Rezende e Montenegro (2006) a incidência de prenhez gemelar vem crescendo com risco de indutores da ovulação e das técnicas de fertilização in vitro, e pelo porcentual elevado de mulheres que engravidam após os 35 anos. Gêmeos nascem, em média, três semanas antes de únicos e 41,2% dos triplos nascem antes de completarem 33 semanas. Os gemelares têm uma chance seis vezes maior do que os únicos de apresentarem restrição no crescimento fetal e apresentam um risco duas vezes maior de anemia em relação aos únicos. (GERALDO; GARCIAS; ROTH, 2008). Segundo Corrêia (1994) as complicações na gravidez gemelar são: êmese e hiperêmese, toxemia tardia, anemia, polidramnia, dispnéia, edema, estrias gravídicas, abortamento, amniorrexe prematura, parto pré-termo, placenta prévia e hemorragia no pós-parto. Complicações fetais são, aumento da incidência de morte fetal intra-útero, prematuridade, apresentação anômala, prolapso do cordão, tocotraumatismo, deslocamento da placenta antes do nascimento do 2°gêmeo, colisão: dois fetos se insinuam simultaneamente (um pélvico e outro cefálico). (CARVALHO, 2007). Os problemas associados a gestações múltiplas não acabam com o parto. Dificuldades da criança relativas à leitura e fala, o déficit de atenção e hiperatividade podem aparecer mais tarde, além do aumento no risco de morbidade até os cinco anos de idade. (GERALDO; GARCIAS; ROTH, 2008). O crescimento fetal discordante ocorre em aproximadamente 1/3 a 1/4 dos gemelares, especialmente na prenhez multifetal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O diagnóstico pré-natal da prenhez gemelar é de grande importância sob o ponto de vista obstétrico, que exige uma assistência pré-natal adequada para se que possa reduzir as suas complicações. O diagnóstico se faz com base na anamnese, no exame físico e em exames complementares. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) métodos de eleição para o diagnóstico são: ultrasonografia, radiografia, eletrocardiografia, bioquímica: HCG e enzimas. A elevada frequência de apresentações anômalas, de discinesias, de distócias e de acidentes específicos da prenhez gemelar e da prematuridade, empioram o prognóstico fetal no parto. (BRASIL, 2000). Segundo Corrêia (1994) muito frequentemente o parto é pré-termo é mais prolongado com distócias de contração, rotura uterina, desprendimento do segundo 58 feto nem sempre se faz espontaneamente e a incidência de hipotonia uterina. Se ambos os fetos estão na situação longitudinal, o parto vaginal é possível. A conduta sempre que não ocorre o desprendimento imediato do segundo feto, é retirá-lo fazendo uma versão interna de extração podal. (CARVALHO, 2007). Na prenhez multifetal os fetos geralmente são muito prematuros e de baixo peso, a via de parto, na maioria das vezes, é abdominal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O risco de parto por cesárea é duas vezes maior para mães de gemelares. (GERALDO; GARCIAS; ROTH, 2008). 2.2.22 Amniorrexe Prematura ou Rotura Prematura das Membranas Rotura prematura das membranas amnióticas: todas as vezes que as membranas se rompem espontaneamente, qualquer que seja a idade gestacional (acima de 20 semanas) e antes do inicio do trabalho de parto (sem contrações uterinas de parto). (CORRÊIA, 1994). Quando a amniorrexe ocorre antes de 37 semanas ela é denominada rotura prematura pré-termo das membranas, e sua incidência é de 3% das gestações e é responsável por cerca de 30% dos partos pré-termo. (REZENDE; MONTENEGRO, 2003). Para Mont e outros (2003) quando se trata de gestação a termo ou perto do termo (34 semanas em diante), o feto já completou as principais etapas de sua maturação e a resolução da gestação, espontânea ou terapêutica, não implica alto risco neonatal. Rotura prolongada das membranas amnióticas quando a rotura ocorreu há 24 horas ou mais, antes do início do parto. Período de latência: tempo decorrido entre a rotura das membranas e o início do parto. (CORRÊIA, 1994). A rotura prematura das membranas tem sido associada ao aumento da mortalidade e da morbidade maternas e, especialmente, da perinatal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Conforme Carvalho (2007) às vezes, a rotura é discreta, sendo confundida com as perdas habituais da vagina. Com amniorrexe prematura há o risco de 59 infecção ovular e dilatação precoce do colo uterino, levando ao trabalho de parto prematuro. A morbiletalidade perinatal decorre da infecção amniótica, prematuridade, hipoplasia pulmonar, síndrome de angustia respiratória, prolapso e circulantes do cordão, apresentação pélvica, sofrimento fetal. (CORRÊIA, 1994). O intervalo entre a ruptura das membranas e o início do trabalho de parto é denominado período de latência. Quanto mais longo for, maiores os riscos infecciosos maternos, fetais ou neonatais. Vale destacar, ainda, que quanto menor a idade gestacional maior tende a ser o período de latência. (MONT et al., 2003). A causa básica tem sido atribuída á infecção vaginocervical (vaginose bacteriana) produtora de enzimas que enfraquecem as membranas. A vaginose bacteriana acomete 10-40% das grávidas e está caracterizada pela redução da flora anormal de lactobacilos. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). O diagnóstico é feito através de anamnese e exame especular com exposição ampla do colo uterino e observação cuidadosa, na tentativa de visualizar o líquido amniótico fluindo através deste. Poderão ser feitos testes do pH vaginal e teste de cicatrização do líquido amniótico. (CARVALHO, 2007). A presença de infecção no concepto pode ser diagnosticada pela utilização da ultra-sonografia. (CORRÊIA, 1994). Para Carvalho (2007) no prognóstico está aumentada a morbiletalidade materna e fetal. A amniorrexe prematura ainda é causa expressiva de infecção puerperal. O tratamento dependerá da idade da gravidez e da presença ou não de corioamnionite e também da prematuridade e a infecção fetal. Gestação menor que 34 semanas interromper a gravidez, quase sempre cesariana. Interromper após 32 semanas, atestada a maturidade pulmonar fetal. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Na extração fetal eliminar as possibilidades de asfixia, hipóxia e traumatismo. Na cesariana fazer histerotomia corporal, sempre que for julgada benéfica ao feto. Ter atendimento neonatal adequado em unidades de terapia intensiva para recémnascidos. (CORRÊIA, 1994). 60 2.2.23 Corioamnionite Subsecutiva à amniorrexe prematura é a infecção amniótica ascendente e provém de germes do meio vaginal. A infecção envolve mistura de anaeróbicos, além de micoplasma e de clamídia. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Araújo e outros (1994) consideram-se fatores de risco para infecção neonatal precoce as seguintes situações: rotura prolongada de membranas amnióticas, febre materna, corioamnionite, trabalho de parto prolongado ou traumático, prematuridade, condição sócio-econômica e geográfica desfavorável. Os sintomas clínicos de infecção amniótica são hipertermia materna geralmente maior do que 37,8 graus, taquicardia materna ou fetal, hiperreatividade uterina, aumento do número de leucócitos maternos, odor fétido do líquido amniótico e dor abdominal. (CARVALHO, 2007). Entretanto, a presença de febre materna isoladamente pode não se relacionar com infecção amniótica em até 30% dos casos, não sendo por si só uma boa indicadora de infecção amniótica. A relação entre sintomas maternos de infecção amniótica e a infecção neonatal é encontrada de 22 a 92% dos casos. (CORRÊIA. 1994). Mães com rotura prematura das membranas. e com sintomas de infecção podem aumentar a incidência de infecção neonatal em 10 vezes ou mais. (ARAÚJO et al., 1994). Alcançada a cavidade amniótica, há imediata disseminação infecciosa ao feto. Mais comuns e importantes, as seguintes afecções fetais e neonatais são pneumonia, otite, sinusite, meningite, gastrenterite, oftalmia e septicemia. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Corrêia (1994), Os exames bacteriológicos podem confirmar a presença de bactérias, porém há que se considerar as possibilidades de colonização onde a positividade não representa infecção, e a de contaminação do material. O tratamento ou conduta é repouso no leito no hospital por 72 horas, administração de corticoíde e antibiótico profilático. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 61 2.2.24 Óbito Fetal Morte fetal intra-útero pode acontecer em qualquer fase da gestação, ou durante o desenrolar do trabalho de parto. Nessa fase, a expulsão do concepto morto não difere do que acontece com os vivos; Raramente exige condutas especiais. (CORRÊIA, 1994). A incidência é muito variável nos diversos serviços universitários, oscilando entre 0,2% a 4,5%. Quanto à resolução dos casos, embora 75% a 90% das gestantes com diagnóstico de óbito fetal evoluírem para parto espontâneo em duas semanas. (SCHUPP; MIYADAHIRA; ZUGAIB, 2002). É importante conhecer a causa do óbito, através de pesquisa da etiologia, para prevenir recidiva, as causas maternas são: hipertensão arterial, nefropatia, doença hipertensiva específica da gravidez, diabetes, incompatibilidade do fator Rh, infecções agudas ou latentes. (CARVALHO, 2007). De acordo com Noronha e outros (2000) causas ovulares são, infecções amnióticas, placenta prévia hemorrágica, deslocamento prematuro da placenta, as malformações, patologia funicular, gravidez prolongada, com anóxia fetal, por senescência placentária. As principais causas obstétricas são: anóxia (por quaisquer patologias), hipertonia uterina, gemelaridade, intercorrências durante o trabalho de parto. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). Para Aquino e outros (1998) essas mulheres apresentam e também pela possibilidade da ocorrência de coagulação intravascular disseminada quando há retenção do feto morto por período superior a quatro semanas. O atendimento pré-natal em muito pode contribuir na detecção precoce de alterações no desenvolvimento fetal, diminuindo não só os problemas após o parto, e, portanto reduzindo a mortalidade infantil, bem como o número de mortes intrauterinas. (NORONHA et al., 2000). O diagnóstico torna-se mais fácil quando o óbito acontece em gestações mais avançadas. Fundamenta-se na anamnese, em exames complementares. (CORRÊIA, 1994). Pela ausência de batimento cárdio-fetal ao sonar ou ultra-sonografia. Através do exame clínico: ausência de batimento cárdio-fetal e movimentos fetais, útero 62 amolecido e relaxado, discordância entre volume uterino e idade gestacional, acavalgamento dos ossos do crânio, amnioscopia. (CARVALHO, 2007). O trabalho de parto desencadeia-se, com frequência, nos 15 dias subsequentes ao óbito. O parto costuma ser difícil, pois o feto e desarticulado e a bolsa amniótica flácida ocasionam má acomodação, contrações ineficientes e dilatação difícil. O feto nasce macerado. (AQUINO et al., 1998). Induzir o parto, com misoprostol e/ou oxitocina. Após o parto sempre há a necessidade de avaliar se ainda existem restos ovulares e nos casos em que isso ocorre deve ser realizada a curetagem uterina. (SCHUPP; MIYADAHIRA; ZUGAIB, 2002). Diante de alguns problemas obstétricos, mesmo no feto morto, a cesariana está indicada e é a melhor solução para a paciente. Isso ocorre no caso de: bacias extremamente pequenas, tumores pélvicos, placenta prévia-central, deslocamento prematuro da placenta, estenose cervical, câncer cervical e outros. (CORRÊIA, 1994). A conduta no feto morto varia de acordo com a idade gestacional. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 2.2.25 Isoimunização Materno Fetal A isoimunização Rh na gestação foi durante muito tempo importante causa de morbi-mortalidade perinatal. Atualmente apesar do avanço significativo da medicina fetal continua sendo uma patologia de grande impacto. Ela é responsável por aproximadamente 1,2% dos óbitos neonatais. (CORRÊIA, 1994). A doença hemolítica perinatal, isoimunização Rh ou mais antigamente conhecida como eritroblastose fetal é uma doença decorrente da produção de anticorpos maternos contra antígenos presentes no sangue fetal, causada por algum tipo de incompatibilidade sanguínea materno-fetal. (CARVALHO, 2007). Para Corrêia (1994) os antígenos ABO e Rh são os principais responsáveis por este processo. A incompatibilidade ABO é a maior causa, porém a doença decorrente da produção de anticorpos anti-Rh é mais relevante devido à sua maior gravidade. 63 Os anticorpos permanecem na corrente sanguínea materna e, numa gravidez subsequente, os anticorpos Rh atacam os glóbulos vermelhos do feto causando doença hemolítica. (REZENDE; MONTENEGRO, 2003). Com uma prevalência que varia entre 1 e 6 por 1000 nascimentos, e a consequente falta de experiência das unidades pediátricas e obstétricas poderá conduzir a morbimortalidade fetal e neonatal potencialmente evitável. (MACHADO; BARINI, 2006). O grupo sanguíneo Rh é composto por três pares de antígenos: Dd, Cc e Ee. A presença do antígeno D é o que determina se o indivíduo é Rh positivo, e a ausência dele caracteriza o Rh negativo. Existem outros também, chamados de irregulares, que raramente levam à anemia fetal. (MONTEIRO et al., 1996). Para Lobato e Soncini (2009) no Brasil o antígeno Rh(D) está presente em torno de 85% dos indivíduos da raça branca, 90-95% dos negros e quase que 100% dos amarelos e índios. Números semelhantes são encontrados na população americana. Como já foi dito, ocorre passagem de hemácias fetais Rh positivo para a circulação materna. Esta pode ocorrer em qualquer etapa da gestação, incluindo prenhez ectópica, gestação molar e abortamento. A hemorragia espontânea aumenta de freqüência e volume com o aumento da idade gestacional. (CORRÊIA, 1994). As transfusões de sangue incompatível são responsáveis por 1 a 2% dos casos de sensibilização materna, principalmente pelos antígenos irregulares. (VITORELLO et al., 1998). Conforme Santiago e outros (2008), estima-se que a hemorragia feto-materno ocorra em 75% das gestações. Em 60%destes casos será inferior a 0,1 ml; em cerca de 1% será superior a 5 mL; e em apenas 0,25% será maior que 30 ml. A sensibilização materna e a produção de anticorpos crescem proporcionalmente ao volume da hemorragia. Nas formas graves, a hemólise acentuada leva à congestão hepática, hipoalbuminemia e hidropisia fetal associadas à insuficiência cardíaca. Nessas situações, o risco de óbito perinatal torna-se elevado e a conduta obstétrica, nos casos de maturidade pulmonar comprovada, é a interrupção da gravidez. (VITORELLO et al., 1998). 64 Para sua prevenção se não houver evidência de isoimunização na gestante Rh negativa deve ser administrada 300 microgramas da imunoglobulina intramuscular com 28 semanas de gestação. Esta prática reduz a incidência de isoimunização antenatal de 2% para 0,1%. (MONTEIRO et al., 1996). Para Carvalho (2007) os protocolos recomendam sua administração nas primeiras 72 horas após o parto, mas pode ser feita até o 14⁰ dia (nestes casos com menor eficácia) e/ou em casos de hemorragia durante a gestação. O diagnóstico materno é o primeiro passo da investigação. O passado obstétrico é de grande valia. História de recém-nascidos submetidos à fototerapia ou exsanguineotransfusão em gestações anteriores indica maior gravidade. (CORRÊIA, 1994). O teste de Coombs indireto no início da gestação determinará as primeiras condutas: se negativo deverá ser repetido mensalmente ou no mínimo em cada trimestre. Além disso, deve ser realizado também no pós-parto imediato, juntamente com o fator Rh e o Coombs direto do recém-nascido. (CARVALHO, 2007). Segundo Machado e Barini (2006) sem tratamento, 25,0% a 30,0% dos fetos terão algum grau de anemia hemolítica e hiperbilirrubinemia, e outros 20,0% a 25,0% desenvolverão hidropisia grave. A transfusão intra-uterina (TIU) é o único tratamento específico para a doença hemolítica perinatal durante o período pré-natal disponível atualmente. O objetivo é retirar um feto pouco anêmico e com maturidade suficiente para sobreviver extra-uterinamente. (REZENDE; MONTENEGRO, 2003). 65 3 METODOLOGIA 3.1Tipo de Estudo Trata-se de um estudo quantitativo do tipo exploratório, de natureza descritiva, que será realizado com gestantes de alto risco assistidas na Clínica da Mulher e da Criança de Paracatu, Minas Gerais. O estudo descritivo/quantitativo está relacionado como um estudo que permite ao pesquisador a obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno e por quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde a mais simples, como porcentagem, desvio-padrão, até as de uso mais complexo. (OLIVEIRA, 2000). 3.2 Local do Estudo O estudo será realizado na Clínica da Mulher e da Criança, localizada no Município de Paracatu, Minas Gerais, sendo esta a unidade de saúde onde são referenciadas todas as gestantes de alto risco. 3.3 Público Alvo O presente estudo será realizado com todas as gestantes cadastradas e que realizam acompanhamento ao pré-natal de alto risco na Clínica da Mulher e da Criança de Paracatu, sem restrição de idades ou meses de gestação. 66 3.4 Instrumento Utilizado Será realizada uma entrevista para a coleta de dados através de um formulário estruturado composto de perguntas fechada (Apêndice A). Segundo Lakatos e Marconi (2005), a entrevista estruturada é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. 3.5 Aspectos Éticos O estudo será embasado na Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as diretrizes e normas de pesquisas envolvendo seres humanos, respeitando todos os aspectos éticos. (BRASIL, 1996). A autorização para a coleta de dados será concedida as pacientes de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) com linguagem acessível a todas as informações necessárias para a realização das entrevistas, contendo os seguintes aspectos, segundo a resolução citada acima: A justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa; A garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a metodologia; A liberdade do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado; A garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. 3.6 Desenvolvimento do Estudo Inicialmente foi encaminhado ao Gestor Municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) um ofício (Apêndice C), solicitando autorização para coleta de dados para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. 67 Após aprovação do Gestor, foi realizada uma visita à Clinica da Mulher e da Criança, onde foi apresentado o referido oficio e solicitado os dados (nome e endereço) referentes as gestantes de alto risco assistidas na unidade de saúde, onde foi informado se tratarem de 05 gestantes. Objetivando a coleta de dados, foi realizado um primeiro contato com cada gestante, através de visita domiciliar, onde foi explicada a justificativa e os objetivos do estudo e apresentado o termo de consentimento livre e esclarecido. As entrevistas foram realizadas pela própria pesquisadora no mês de maio de 2010, nos domicílios das entrevistadas, após consentirem sua participação no estudo. Os dados provenientes das entrevistas foram digitados em uma planilha do Programa Microsoft Excel 2003 e analisadas suas razões e proporções. Posteriormente, foi realizada a discussão dos dados, embasadas pelo referencial bibliográfico e finalmente procedeu-se a conclusão do estudo. 68 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Caracterização Sociodemográfica das Entrevistadas Os resultados referentes ao perfil sócio-econômico do público estudado podem ser visualizados na tabela 1. TABELA 1 - Perfil sociodemográfico das entrevistadas. Paracatu/MG – 2010 Perfil Nº gestantes % Faixa etária 25 a 30 anos 31 a 35 anos 2 3 40% 60% Renda familiar mensal Menor que 1 salário mínimo 1 salário mínimo Acima de 1 salário mínimo 0 1 4 0% 20% 80% Escolaridade Analfabeta Ens. Fundamental I Ens. Fundamental II Ens. Médio Ens. Superior 0 0 3 1 1 0% 0% 60% 20% 20% Estado civil Solteira 0 0% Casada 4 80% Amigada 1 20% TOTAL 5 100% Fonte: Dados coletados pela acadêmica Alline Barbosa de Brito durante entrevista realizada com gestantes de alto risco assistidas pela Clínica da Mulher – Paracatu- MG, Maio de 2010. De acordo com o perfil sociodemográfico, Tabela 1, a maioria das entrevistadas encontra-se na faixa etária de 31 a 35 anos, possuem baixa escolaridade, renda mensal acima de 1 salário mínimo e são casadas. Segundo CARVALHO (2007) gestantes com idades abaixo de 17 anos e acima de 35 anos representam fator de risco à vida ou saúde da mãe, do feto, do recém-nascido ou ambos. O nível sócio-econômico, além dos fatores maternos, fetais e placentários, que podem interferir no desenvolvimento fetal. Além disso, dá ênfase às condições 69 físicas (nutricionais e de saúde geral) da mãe na determinação da higidez do feto e da própria gestação. (OLIVEIRA; RIZZATO; MAGALDI, 1983). A escolaridade materna é um dos indicadores do nível socioeconômico e importante influenciador dos índices de saúde materno-infantil. Além disso, é apontada como fator de proteção para o desenvolvimento saudável da criança. A escolaridade amplia a consciência sobre si mesmo, e no caso da gestante, amplia sua consciência sobre suas necessidades e de controle reprodutivo. (MELO, 2007). A conscientização está intimamente relacionada ao grau de informação que a gestante consegue assimilar. Refletem melhor qualidade das informações necessárias ao autocuidado. (BRASIL, 2005). A presença do companheiro ou do pai pode ajudar na redução da necessidade de medicações para alívio da dor, na redução do tempo de trabalho de parto, do número de cesáreas e dos casos de depressão. (FERRAZ, 1986). A psicologia pré-natal, com seus estudos avançados, tem demonstrado claramente a importância para o feto do contato precoce com a figura paterna. (SIMOÊS, 1998). 4.2 Antecedentes Obstétricos GRÁFICO 1 - Distribuição da quantidade de filhos das entrevistadas. Paracatu/MG – 2010 Até 3 filhos 40% 4 a 6 filhos Primigesta 60% 0% Fonte: Dados coletados pela acadêmica Alline Barbosa de Brito durante entrevista realizada com gestantes de alto risco assistidas pela Clínica da Mulher – Paracatu- MG, Maio de 2010. 70 GRÁFICO 2 - Distribuição das entrevistadas em relação à duração da gestação. Paracatu/MG 2010 A termo Pré-termo 40% Primigesta 0% 60% Fonte: Dados coletados pela acadêmica Alline Barbosa de Brito durante entrevista realizada com gestantes de alto risco assistidas pela Clínica da Mulher – Paracatu- MG, Maio de 2010. Em relação aos antecedentes obstétricos a maioria (60%) das entrevistadas informou até três gestações anteriores e que estas foram a termo. E 40% são primigestas (Gráficos 1 e 2). Segundo Carvalho e outros (2000) gestação múltipla representa fator de risco na gravidez, tanto para mãe quanto para o feto ou recém-nascido, pois a vascularização materna pode estar comprometida devido a hipertensão arterial. Os programas de planejamento familiar têm exercido um papel fundamental na diminuição da fecundidade, principalmente naquelas que estão propensas a terem uma gestação de risco visando evitar as possíveis complicações. (CARVALHO et al., 2004). De acordo com Mariotoni e Filho (2000) a gestação de termo é aquela compreendida entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas, a partir do primeiro dia da última menstruação. Os nascidos a termo não são prematuros nem pós-maturos, nascem com condições de sobrevivência igual aos nascidos no período considerado ideais para o parto (de 38 a 40) semanas. (MORAIS FILHO et al., 2005). 71 4.3 História da Gravidez Atual Conforme os resultados do gráfico 3, a maioria das entrevistadas relatou ter desenvolvido a complicação no 1º Trimestre da Gestação e quando questionadas em relação ao tipo da complicação 100% informou se tratar de DHEG. A DHEG consiste em pressão arterial elevada e costuma desaparecer até dez dias após o parto (hipertensão transitória). De acordo Rezende; Montenegro, (2006) por volta da 9ª à 12ª semana ou seja, no 1° trimestre de gestação, os níveis da pressão arterial mesmos elevados, permanecem mais baixos, podendo elevar a partir deste período gestacional. GRÁFICO 3 - Distribuição das entrevistadas em relação ao período da gestação em que desenvolveu a complicação. Paracatu/MG – 2010. 20% 0% 1º trimestre da gestação 2º trimestre da gestação 3º trimestre da gestação Antes da gestação 20% 60% Fonte: Dados coletados pela acadêmica Alline Barbosa de Brito durante entrevista realizada com gestantes de alto risco assistidas pela Clínica da Mulher – Paracatu- MG, Maio de 2010. 4.4 Conhecimento e Informações em Relação às Doenças Obstétricas O universo total das entrevistadas informou ter conhecimento sobre os sinais, sintomas e complicação da patologia obstétrica, bem como dos hábitos e condutas capazes de minimizar os riscos a que estão expostas. E que estas informações foram repassadas pelos profissionais de saúde durante a assistência pré-natal. A gestação é uma condição fisiológica e o pré-natal uma prática preventiva. Ao tornar-se gestante, a mulher tem o direito de ser informada ao conhecer o próprio 72 corpo, aprender seus deveres de gestante e mãe e viver para criar o filho. (CANDEIAS et al., 1980). A importância da compreensão dos sinais e sintomas de sua patologia contribui para a prevenção de suas complicações, pois a lógica que concebe um sintoma que traz importantes conseqüências para a mulher. (FERREIRA; NAKANO, 2001). Uma das formas mais simples de evitar as complicações da patologia é a prevenção. Através das orientações de enfermagem esse grau de interesse (principalmente pela gestante) o que torna uma melhor qualidade de vida para mãe/filho. (TOMÉ, 2007). Torna-se prioridade máxima, a oferta de orientações e informações fundamentais para assegurar a saúde do binômio mãe-filho. O período gestacional é um período especial da vida da mulher, requerendo, portanto, cuidadoso trabalho educativo. (ÉVORA et al., 1988). Durante o acompanhamento da gestante, os profissionais da saúde devem realizar intervenções preventivas, educativas e terapêuticas, as gestantes devem ser orientadas, incentivadas e ajudadas a realizar o autocuidado necessário. Ressaltase a relevância destas intervenções, e que, se estes cuidados não forem efetivados, mão e filho correm risco de vida. (FARIAS; NÓBREGA, 2000). 73 5 CONCLUSÃO Através da realização deste estudo foi possível identificar o perfil sociodemográfico, onde, a maioria das entrevistadas encontra-se na faixa etária de 31 a 35 anos, possuem baixa escolaridade, renda mensal acima de 1 salário mínimo e são casadas. Em relação aos antecedentes obstétricos as entrevistadas informaram até três (03) filhos, destas 60% relataram que a gestação foi a termo e o restante são primígestas. Quanto à história atual da gestação o universo total das entrevistadas referiu como complicação do risco gestacional a DHEG, sendo que a maioria desenvolveu a patologia no 1° trimestre da gestação. Em relação às ações educativas/ informativas por parte dos profissionais de saúde sobre a patologia, sinais e sintomas, complicações e condutas para amenizá-los as entrevistadas informaram terem recebido tais informações e possuírem tais conhecimentos. Em relação aos fatores sociodemográficos e aos antecedentes obstétricos foi possível concluir a que alguns contribuem, outros dificultam a condução da gestação de alto risco. Quanto a assistência pré-natal prestada, esta está sendo desenvolvida de forma integral, onde estão sendo oferecidas atividades assistenciais e educativas, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida do binômio mãe/filho e conseqüentemente dos indicadores de saúde. 74 REFERÊNCIAS ABICALAFFE, César Luiz Lacerda; AMARAL, Vivian Ferreira; DIAS, João da Silva. 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Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985. 86 APÊNDICE A – Questionário Data da aplicação: ___/___/___ Nome da gestante: ____________________________________________________ Idade: __________ anos 1) Renda Mensal familiar das gestantes portadoras de risco: ( ) 1 salário mínimo ( ) abaixo de 1 salário mínimo ( ) acima de um 1 salário mínimo 2) Escolaridades das gestantes portadoras de risco: ( ) analfabeta ( ) Ensino fundamental Ι ( ) Ensino fundamental ΙΙ ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior 3) Estado Civil das gestantes portadoras de risco: ( ) Solteira ( ) casada ( ) amigada 4) Quantidade de filhos das gestantes portadoras de risco: ( ) até 3 filhos ( ) 4 a 6 filhos ( ) acima de 7 filhos 5) Em que período de gestação desenvolveu a complicação: ( ) 1° trimestre da gestação ( ) 2° trimestre da gestação ( ) 3° trimestre da gestação ( ) antes da gestação 6) Tipos de partos das gestações anteriores em gestantes portadoras de risco: ( ) ao termo ( ) pré-termo ( ) primeiro filho 87 7) Qual a sua complicação de risco na gestação? ____________________________________________________________ 8) Você tem conhecimento dos sinais e sintomas de sua patologia na gestação: ( ) sim ( ) não ( ) pouco 9) Você tem conhecimento sobre as complicações a que está exposta devido a as complicações da gestação? ( ) sim ( ) não ( ) pouco 10) Você recebeu orientação educativa de algum profissional de saúde sobre sua patologia? ( ) sim ( ) não ( ) pouco 11) Você está ciente quanto aos hábitos e condutas capazes de amenizar os riscos a que esta exposta? ( ) sim ( ) não ( ) pouco 88 APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido NOME DA PESQUISA: Conhecimento das gestantes assistidas pela Clínica da Mulher e da Criança em relação ao pré-natal de alto risco – Paracatu/MG, 2009. PESQUISADORA: Alline Barbosa de Brito. ORIENTADORA: MSc. Rosalba Cassuci Arantes INSTITUIÇÃO: Faculdade Tecsoma Prezada Senhora: Estamos realizando uma pesquisa com gestantes de alto risco. Os objetivos deste estudo é Identificar o conhecimento das gestantes assistidas pela Clinica da Mulher e da Criança em relação ao pré-natal de alto risco. Considerando ser de suma importância para as gestantes de alto risco o esclarecimento quanto as questões de possíveis complicações que podem afetar a saúde do binômio mãe/filho, visando assim contribuir para a melhoria da qualidade de vida e conseqüentemente redução dos indicadores de morbimortalidade perinatal. Diante disso, necessitamos realizar uma entrevista e gostaríamos de pedir sua colaboração para responder às questões contidas nos questionários. Desde já, asseguramos que sua identidade será preservada e que esta pesquisa não trará prejuízos ao seu acompanhamento ao pré-natal. Solicitamos, sua autorização, enquanto participante desta pesquisa, para divulgação do conteúdo de sua entrevista, o que muito contribuirá para a realização deste trabalho. As informações fornecidas serão utilizadas para fins de pesquisa científica. Sua participação nesta pesquisa não lhe trará despesas, gastos ou danos e nem mesmo nenhuma gratificação. A senhora terá total liberdade para se recusar a participar da pesquisa, deixar de responder questões, podendo inclusive, retirar-se da mesma em qualquer etapa e isso não lhe causará nenhum prejuízo. Poderá, também pedir esclarecimentos sobre a pesquisa a qualquer momento que achar necessário através dos contatos abaixo. Muito obrigada pela atenção, ____________________________ Alline Barbosa de Brito. Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade Tecsoma. Telefone: (38) 9912 1570 E-mail: [email protected] 89 Eu, ____________________________________________, tenho conhecimento de minha participação voluntária na pesquisa “Conhecimento das gestantes assistidas pela Clinica da Mulher e da Criança em relação ao pré-natal de alto risco – Paracatu/MG, 2009”, desenvolvida pela acadêmica Alline Barbosa de Brito sob a orientação da MSc. Rosalba Cassuci Arantes do curso de Enfermagem da Faculdade Tecsoma, e que esta estará restrita às avaliações necessárias para o estudo, ao qual se limita à aplicação de questionários. Tenho consciência de que minha participação como voluntário (a) não me causará nenhum risco e que os procedimentos aplicados serão gratuitos. Poderei, a qualquer momento, me retirar do projeto de pesquisa por qualquer motivo, sem que isso acarrete prejuízo a assistência a mim prestada. Paracatu, ____ de ____________________ de _______. ________________________________ Assinatura do Paciente 90