Criopreservação de embriões Vicente J.F. Freitas Biotecnologia da Reprodução Animal Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução www.uece.br/lfcr Aula ministrada por: M.Sc. Ribrio Ivan T. P. Batista 1. PRINCÍPIO DA CRIOPRESERVAÇÃO 1. Danos causados pela criopreservação 2. Proteção contra danos 2. TÉCNICAS DE CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES 3. FATORES QUE AFETAM O SUCESSO DA TÉCNICA 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conceito Redução ou mesmo parada de todos os fenômenos biológicos (movimentos moleculares, reações químicas e atividades enzimáticas), as temperaturas inferiores a - 150 °C. Histórico – Embrião de camundongo (Whittingham et al., 1972) – Embrião de bovino (Wilmut e Rowson, 1973) – Embrião de ovino (Willadsen et al., 1976) – Embrião de caprino (Bilton e Moore, 1976) Vantagens 1. Otimização das biotecnologias reprodutivas. 2. Conservação de material genético – extinção/produção. a. 3. Preservação de raças em vias de extinção. Prevenção de perdas de animais vivos durante o transporte. 4. Adequação a época de parições. Princípio da criopreservação O protocolo empregado na criopreservação de uma célula deve ser suficientemente lento para prevenir a cristalização da água intracelular e suficientemente rápido para prevenir a exposição das células a elevadas concentrações de eletrólitos antes da congelação. Danos Lesões nas membranas Danos Desnaturação proteíca Danos Desnaturação do citoesqueleto Proteção Ø Crioprotetores ü Proteção celular ü Reduzem a formação de cristais de gelo ü Reduzem do ponto crioscópico da água ü Maior estabilidade a membrana celular Proteção ¨ Crioprotetores ¨ Substituem e/ou removem a água intracelular ¨ Intracelulares (penetrantes) ¨ Etilenoglicol, dimetilsufóxido, glicerol, propanodiol, butanodiol e metanol ¨ Extracelulares (não penetrantes) ¨ Lactose, glicose, sacarose, polivinilpirrolidona, manitol, trealose e albumina sérica bovina (BSA) Proteção ¨ Crioprotetores ¨ Moléculas protetoras do citoesqueleto ¨ Citocalasina B Proteção Toxicidade de Crioprotetores ¨ ¨ Concentração ¨ Entre 1 e 2 M ¨ Tempo de exposição 10 a 20 min. Nível de toxicidade ¨ Etilenoglicol ¨ Glicerol ¨ Propilenoglicol Métodos ¨ Métodos de criopreservação ¨ ¨ Congelamento lento ¨ Convencional ¨ One-Step Vitrificação ¨ OPS ¨ Em grade de microscopia eletrônica de transmissão ¨ Cryollop ¨ Micropipetas de vidro – GMP ¨ Em superfície sólida de vitrificação – SSV ¨ Microgotas ¨ Hemi-palhetas (“Hemi Straw”) Congelação lenta São utilizados taxas de resfriamento que permitem a troca de água intracelular por crioprotetor, sem grandes efeitos osmóticos ou mudanças na forma celular, prejudiciais á funcionalidade das células. Congelação lenta Etapas de congelação lenta com etilenoglicol 1. Lavar embriões em PBS com 0,4% de BSA 2. Equilíbrio com 1,5 M de etileno glicol em PBS com 0,4% de BSA por pelo menos 5’; Congelação lenta Etapas de congelação lenta com etilenoglicol 3. Envase durante o equilíbrio (mínimo de três colunas, separadas por bolhas de ar; embrião na coluna do meio) 4. Levar palhetas ao congelador de embriões (já estabilizado entre -5 e -7ºC); 5. Deixar por 5 minutos a -5/-7ºC; Congelação lenta Etapas de congelação lenta com etilenoglicol Congelação lenta Etapas de congelação lenta com etilenoglicol 6. Realizar o seeding; 7. Confirmar formação do gelo nas palhetas; 8. Deixar mais 5 min. a -5/-7ºC; Congelação lenta Etapas de congelação lenta com etilenoglicol 8. Deixar mais 5 min. a -5/-7ºC; 9. Iniciar curva de congelação (-0,3 a -0,6ºC/min); 10. Após atingir 32ºC, mergulhar palheta em N2 liquido (não tocar palheta com as mãos). Congelação lenta Etapas de descongelação lenta com etilenoglicol 1. Descongelação: 5” no ar e 30” em banho-Maria a 35-37ºC 2. Palheta é montada diretamente no inovulador ; 3. R e c o m e n d a d o n ã o l e v a r m a i s d o q u e 2 0 ’ e n t r e a descongelação e a inovulação; 4. Não existe avaliação prévia do embrião. Vitrificação Ø Estado líquido Ø Crioprotetores com alto grau de viscosidade Ø Ø estado vítreo (amorfo) Crioprotetores: etilenoglicol e DMSO Alta velocidade na congelação (imersão direta no N2) Vitrificação Vitrificação por OPS (Vajta, 1998). Ø Palheta de 0,25 ml esticada (diâmetro interno pequeno) Ø Crioprotetores: Ø Meios Ø Solução I (VS1): Ø TCM Hepes + SFB (20%) Ø Etilenoglicol (7,5%) e DMSO (7,5%) Ø Solução II (VS2): Ø TCM Hepes + SFB (20%) Ø Etilenoglicol (16,5%) e DMSO (16,5%) + sacarose (0,5 M) Vitrificação VS1: 7,5% EG + 7,5% DMSO - 1 min VS2: 16,5% EG + 16,5% DMSO - 20 seg Vitrificação Vitrificação ü Reaquecimento: ü Meios: ü SM (sacarose 0,5 M): PBS+5%SFB ü Poço 1: 800 μl HM, 400 μl SM ü Poço 2: 800 μl HM, 400 μl SM – 5 min ü Poço 3: 800 μl HM, 200 μl SM – 5 min ü Poço 4: 800 μl HM P-1 P-2 P-3 P-4 Vitrificação Ø Vitrificação X Congelamento lento Ø Ø Inconvenientes: Ø Estresse osmótico Ø Toxicidade químico de crioprotetor Vantagens: Ø Não precisa de um congelador programável Ø Técnica muito rápida Fatores influenciando o sucesso da técnica q Qualidade do embrião Fatores influenciando o sucesso da técnica q Estádio de desenvolvimento embrionário Fatores influenciando o sucesso da técnica q Raça – Bos taurus x Bos indicus q Espécies zebuínas – menor taxa de sobrevivência embrionária Fatores influenciando o sucesso da técnica q Origem do embrião Fatores influenciando o sucesso da técnica Tabela 1. Taxa de fertilidade ao parto e sobrevivência embrionária após inovulação de embriões vitrificados obtidos pela produção in vivo ou in vitro (COGNIÉ e BARIL, 2002). Parâmetro observado Ovinos In vivo In vitro Caprinos In vivo In vitro Número de receptoras 33 34 27 20 Parto (%) 70a 15ª 52 45 Sobrevivência embrionária (%) 49b 9b 37 30 Letras diferentes na mesma coluna: P < 0,001 Considerações Finais Ø Ambas as técnicas (congelação lenta e vitrificação) podem ser utilizadas para criopreservação de embriões. Ø A eficiência das duas técnicas podem variar de acordo com diversos fatores.