GESTAÇÃO APÓS VITRIFICAÇÃO DE BLASTOCISTO AUTORES: YADID I M; COSLOVSKY M; RIBEIRO C V; TAVARES T C; AJZMAN J; CORREA I L A C ; HASSUN P; ROSSI L M . INTRODUÇÃO: Na década passada houve avanços significativos na compreensão da fisiologia dos embriões humanos e seus requerimentos nutricionais. O objetivo da cultura de blastocisto é melhorar o sincronismo do meio uterino e o desenvolvimento embrionário, além de prover um mecanismo de auto-seleção dos embriões viáveis. Desde a introdução dos meios de cultura de blastocisto até a presente data têm ocorrido progressos nesta técnica. Um exemplo desta evolução, no ramo da criobiologia, é a vitrificação de embriões e blastocistos. A vitrificação de blastocistos tem como objetivo adiar a transferência dos mesmos, como por exemplo no hiperestímulo ovariano ou armazenar os blastocistos excedentes em um ciclo de Fertilização in Vitro (FIV) para nova tentativa. OBJETIVO: Relato de caso de gestação após vitrificação de blastocistos MATERIAL E MÉTODOS : V.F.A., 26 anos, nuligesta, procurou o serviço de Infertilidade Conjugal em agosto de 2005 com queixa de infertilidade após 5 anos de união conjugal. Os exames do marido revelaram oligoastenoteratozoospermia. Foi indicado então FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozóides.O eixo foi bloqueado com agonista GnRH na metade da fase lútea do ciclo anterior. A estimulação ovariana foi realizada com FSH recombinante . Foi realizado congelamento dos blastocistos remanescentes. Utilizamos para o congelamento desses blastocistos, o método de vitrificação. A desvitrificação ocorreu algumas horas antes no dia da transferência dos embriões para podermos observar a sobrevivência e viabilidade dos mesmos .Na vitrificação, a concentração de crioprotetores (substâncias que diminuem a formação de cristais de gelo intracelular na hora do congelamento) são mais altas que no congelamento, fazendo com que a célula vitrificada contenha uma distribuição molecular e iônica considerada extremamente viscosa, impedindo a formação desses cristais. Na vitrificação, os embriões são expostos à altas concentrações de crioprotetores por um curtíssimo período de tempo à temperatura ambiente e, imediatamente submersos em nitrogênio líquido, onde são armazenados. RESULTADO:Transferência de 4 blastocistos vitrificados com gestação positiva. Presença de saco gestacional único. Parto com 29 semanas de gestação de recém-nato de sexo feminino, pesando 1400g. É importante ressaltar que este foi o primeiro nascimento no Brasil utilizando-se esta metodologia. CONCLUSÃO:A vitrificação , além de oferecer a vantagem da não formação de cristais de gelo intracelular, mostrou-se ser uma técnica extremamente rápida que não necessita de equipamentos de congelamento computadorizado, apenas de profissionais habilitados. Figura 1 – Blastocisto Figura 2 – Recém-nato de V.F.A.