1 Hidroterapia em pacientes com sequelas de Acidente Vascular

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Hidroterapia em pacientes com sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) com
uso do Método dos Anéis de Bad Ragaz: Revisão de Literatura.
Hydrotherapy in patients with sequelae of Stroke (CVA) using the Ring Method Bad
Ragaz: Literature Review.
Larissa de Oliveira Souza*, Mariângela Ribeiro Rodrigues de Souza*, Denise Rasia**
*Acadêmica do 8° Semestre de Fisioterapia da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de
Boa Vista RR. Email: [email protected]. Endereço: Rua Chico Lira, 113, Bairro São
Francisco.
*Acadêmica do 8° Semestre de Fisioterapia da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de
Boa Vista RR. Email: [email protected]. Endereço: Rua Napólis, 168, Bairro Centenário.
** Denise Rasia Fisioterapeuta Mestre em Ergonomia-UNB; Coordenadora do curso de
Fisioterapia da Faculdade Cathedral; Professora de Fisioterapia Aquática. Email:
[email protected].
Resumo
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma doença de alta morbidade e
mortalidade, composta por um conjunto de manifestações clinicas, em decorrência de
sequelas na circulação cerebral, que se divide em isquêmico e hemorrágico. Sendo a
hipertensão o principal fator de risco para AVE. A reabilitação de Pacientes vítimas de AVE
representa sérios desafios para a fisioterapia, entretanto a hidroterapia vem se destacando por
produzir resultados positivos para a reabilitação neuromotora, após lesão cerebral. Por ser um
ambiente estável para a participação do paciente e fazendo uso de todas as propriedades
físicas da água se tem benefícios nos diversos sistemas do corpo humano como sistema
cardiovascular, sistema respiratório, sistema renal. Com a utilização do Método dos Anéis de
Bad Ragaz técnica esta realizada em meio aquático, baseada na facilitação neuromuscular
proprioceptiva (FNP), resultara na promoção de relaxamento, ganho de ADM, fortalecimento
muscular, diminuição do tônus, sustentação de peso, restauração de padrões normais, aumento
da capacidade funcional, aumento na resistência unilateral e bilateral.
Palavra Chave: Acidente Vascular Encefálico, Hidroterapia, Anéis de Bad Ragaz
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Abstract
The Stroke (CVA) is a disease with high morbidity and mortality, consisting of a set of
clinical manifestations, sequelae due to the cerebral circulation, which is divided into
ischemic and hemorrhagic. Hypertension being the main risk factor for triggering Stroke
(CVA). Rehabilitation of Patients victims of Stroke represent serious challenges for
physiotherapy, however hydrotherapy has stood for producing positive results for neuromotor
rehabilitation after brain injury. Where is a stable environment for the patient's participation
and making use of all the physical properties of water has benefits in many body systems such
as the cardiovascular system, respiratory system, renal. Using the method of Bad Ragaz ring
technique held in this aquatic environment, based on proprioceptive neuromuscular
facilitation (PNF), resulted in the promotion of relaxation, gain in ROM, muscle strength,
decreased tone, weight bearing, restoration of normal patterns, increased functional capacity,
increase in unilateral and bilateral resistance.
Key-Words: Stroke, Hydrotherapy, Ring Method Bad Ragaz
Introdução
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das doenças mais importante da
fisioterapia devido ao seu alto índice de ocorrência. Caracterizado por manifestações clinicas
em decorrência do comprometimento da circulação cerebral, tendo uma prevalência maior
após os 50 anos de idade. É importante ressaltar que para diminuir sua ocorrência devemos
controlar certos fatores de riscos como hirpertensão arterial, tabagismo, sendentárismo e entre
outras.
A fisioterapia junto a hidroterapia com o Método dos Anéis de Bad Ragaz, vem sendo
muito eficaz na reabilitação de pacientes com sequelas de AVE, unindo o método com a
cinesioterapia com mobilizações ativas e passivas vem trazendo resultados bastante
satisfatórios como ganho de mobilidade global, ganho de ADM, ganho de força, dentre outras.
O objetivo do trabalho elaborado foi fazer uma revisão bibliográfica sobre os anéis de
Bad Ragaz e sequelas de AVE, tentando fazer uma relação entre eles. Buscando uma forma de
prevenção, e mostrando o que um AVE pode causar (comprometimentos, mortalidade), assim
também falaremos da hidroterapia, dos princípios fisiológicos de um corpo em imersão na
água, a facilidade de trabalhar com um paciente portador de AVE dentro da piscina, e por fim
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falaremos de uma das técnicas feitas na água para exemplo deste trabalho, e esta é a técnica
dos Anéis de Bad Ragaz, onde a mesma utiliza de anéis dentro da água para causar flutuação,
e assim o corpo fica estável na água, trazendo uma ajuda significativa no trabalho do
fisioterapeuta e por fim um ótimo aumento e ganho de retorno das funções destes pacientes. É
um recurso útil, onde atuam nos diversos sistemas do corpo humano, principalmente no
sistema cardiovascular, o Método dos Anéis de Bad Ragaz é uma coleção de técnicas
terapêuticas que promove muitos benefícios para pacientes com sequelas de AVE como
redução do tônus, relaxamento, aumento da amplitude de movimento, reeducação muscular,
fortalecimento, tração/alongamento espinhal, melhoria do alinhamento e estabilidade de
tronco, preparação das extremidades inferiores para sustentação de peso, restauração de
padrões normais de movimento das extremidades superiores e inferiores, melhoria da
resistência geral, treinamento da capacidade funcional do corpo como um todo.
Referencial Teórico
Acidente Vascular Encefálico
De acordo com Lopes (2009), O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma doença
em que devemos a tomar cuidados consideravelmente importantes, devido sua alta morbidade
e mortalidade. Tendo um conjunto de manifestações clinicas, em decorrência de sequelas na
circulação cerebral,
das
doenças
neurológicas
uma das
que levam
a maiores
comprometimentos físicos e óbitos é o AVE. Dividido em isquêmico e hemorrágico, onde o
percentual maior encontra-se no de característica isquêmica e de menor prevalência no
hemorrágico.
Para Cabral (2012), de acordo com pesquisas da Organização Mundial de Saúde
(OMS) no ano de 2001, afirma-se que mais de 20 milhões de pessoas foram acometidas por
Acidente Vascular Encefálico (AVE), sendo que 5,5 milhões destes evoluíram para óbito. A
porcentagem de 90% dos que não vão a óbito ficam com algum tipo de sequela, mostrando
que esta é uma patologia que causa maiores perdas de capacidades funcionais no ocidente. E
no Brasil, o AVE, surge por ano 250 mil casos, deixando um percentual de 30% com sequelas
permanentes, sendo a hemiplegia ou hemiparesia.
Segundo Lopes (2009), estudos demonstram que é uma das principais causas de óbitos
no Brasil, com sérios transtornos individuais e sociais, onde a grande maioria dos acometidos
evoluem para óbitos, uma média quantidade para déficit neurológicos e um percentual
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relativamente pequeno evoluem sem sequelas. O Hemorrágico (AVEH) correspondem 25 a
30%, podem ser parenquimatosos ou subaracnóideos, quando se têm à rotura de
microaneurismas se têm hemorragia intraparenquimatosa, onde denomina-se AVEH, já à
rotura de um aneurisma costuma provocar hemorragia subaracnóidea, o AVEH se da também
devido à malformações ou à discrasia sanguínea.
A apresentação clínica do paciente com AVE pode ser aguda, evolutiva também
conhecida progressiva ou subaguda e intermitente também conhecida transitória, estando
relacionado ao grau de comprometimento arterial, à capacidade das artérias e à progressão da
lesão. A aguda o doente manifesta sintomas de modo abrupto e se mantém com o quadro
inicial, sem grandes alterações, dependendo da área afetada pode ser intensa ou moderada. A
evolutiva (ou progressiva ou subaguda) têm característica de perda funcionais de modo
progressivo, com a instalação progressiva de hemiparesia, disfasia que pode ser rápida ou
lenta, com a completa instalação do quadro em algumas horas de maneira que para as lesões
do território carotídeo levam até 24hs e para lesões em território vertebrobasilar, até 72hs. É a
forma mais comum e as respostas ao tratamento são bem positivas, com grandes
possibilidades de serem revertidas. O Ataque Isquêmico Transitório (AIT) apresenta
características deficitária de qualquer tipo como hemiparesia, disfasia, hemianosia, ambliopia,
com instalação aguda e a permanência do quadro inferior à 3hs, e desaparecendo
espontaneamente, ocorre com grande frequência, possíveis recidiva ou com transformação
definitivo com graves consequências ( LOPES, 2009; MASSARO et al.,).
Segundo Mendes et al. (2012), a lesão mais comum de AVE encontra-se quando
compromete o córtex motor ou trato corticoespinal, levando comprometimentos motores e
sensitivos do lado oposto à lesão, causando assim uma hemiparesia ou hemiplegia, que leva o
indivíduo a não desenvolver corretamente suas atividades de vida diária (AVD’s).
De acordo com Lopes (2009), os sintomas estão ligados a fatores fisiopatológicos e
hemodinâmicos, além do local específico original da lesão vascular, a divisão sintomatológica
costuma ser de acordo com o território arterial envolvido, quando se têm comprometimento
em território carotídeo, o responsável pela irrigação dos terços anteriores do encéfalo o doente
apresenta sintomas e sinais de hemiparesia, Disfasia, hemi-hipoestesia, disgrafia, dislexia,
discalculia, hemianopsia, distúrbios de consciência, distúrbios comportamentais, cefaléia.
Quando se têm comprometimento em território vertebrobasilar, o responsável pela irrigação
do terço posterior do encéfalo, incluindo cerebelo, bulbo e tronco cerebral o doente apresenta
sintomas e sinais de ataxia, vertigem, disfagia, distúrbio visual, distúrbio respiratório, cefaléia,
distúrbio de consciência.
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Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEH)
Conforme Cambie, Dehen e Masson (2005, p. 215) “é definida pela ocorrência de um
sangramento no parênquima cerebral, a hemorragia cerebral pode ser isolada ou se associar a
um sangramento no espaço subaracnóide ou no sistema ventricular”. O principal fator que
leva a ocorrência do Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEH) é a hipertensão,
com maior prevalência após os 50 anos, seguinte de outros fatores como mal formação
Vascular acarretando em aneurisma, nos jovens a maior parte das ocorrência é por conta de
má formações arteriovenosas. A sintomatologia é rápida, com presença de cefaléia, vômitos,
crises epiléticas, extravasamento de sangue por orifícios.
Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI)
Para Lopes (2009), o AVEI ocorre devido à ausência de fluxo sanguíneo, e suas
alterações isquêmicas dependem da tolerância do tecido nervoso, à ausência de oxigênio e
glicose, o Fluxo Sanguíneo Cerebral (FSC) é controlado por mecanismos de auto – regulação.
Conhecer a fisiopatologia do Acidente Vascular Encefálico (AVE) se faz necessário para que
se tenha novas perspectivas terapêuticas pois a terapêutica aplicada vai de acordo com a
fisiopatologia da doença. Para se ter funções teciduais preservadas é obrigatório que o fluxo
sanguíneo cerebral (FSC) se mantenha normal o equivalente a 100 a 50mL/min/100g de
cérebro, quando ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral (FSC), acarreta danos como
oligemia, penumbra, infarto e morte celular. Assim valores de 22 a 50mL/100g/min provocam
oligemia; 22 a 10 mL/100g/min ocorre a formação de penumbra e níveis inferiores a
10mL/100g/min levam a infarto e morte celular. Apesar de um baixo fluxo sanguíneo na área
da penumbra, ainda se tem a capacidade de manter as células vivas e com possibilidades de
recuperação.
Fisioterapia aquática de pacientes com sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE)
A Fisioterapia aquática é uma maneira bem eficaz, pois ajuda no desenvolvimento dos
movimentos dos pacientes com AVE, devido às propriedades físicas da água (BECKER,
COLE, 2000).
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A reabilitação de Pacientes vítimas de Acidente Vascular Encefálico representa para
os profissionais da área médica muitos desafios, entre tantos recursos tecnológicos, se destaca
com eficiência e produz resultados positivos à longo prazo a reabilitação neuromotora
aquática de pacientes após lesão cerebral, apresentando sequelas como fraqueza, hipertonia,
amplitude limitada de movimento, perda sensitiva, incoordenação e instabilidade postural.
Sendo um ambiente estável para a participação do paciente, promovendo o aumento na
habilidade funcional, diminuição do tônus, prevenção de contraturas, equilíbrio estático e
dinâmico, fortalecimento precoce, benefícios cardiovasculares, motivação, recreação e
socialização (COLE, MORRIS, RUOTI, 2000).
De acordo com Jakaitis et al. (2012), com o uso das propriedades da água se tem
ganho benefícios nos diversos sistemas do corpo humano como sistema cardiovascular,
sistema respiratório, sistema renal, promovendo a melhora no condicionamento físico.
A hidroterapia é um recurso que vem da fisioterapia, onde usa-se da água como um
facilitador, colocando assim o paciente dentro para ser realizado exercícios de cinesioterapia,
e havendo também varias técnicas na facilitação para o ganho de movimento dos pacientes (
CARREGARO, TOLEDO, 2008).
Segundo Jakaitis et al. (2012), existem vários efeitos fisiológicos na imersão, onde
cada um tem seus benefícios. Nas respostas circulatórias favorece o aumento do retorno
venoso e linfático; aumento do débito cardíaco e volume cardíaco, bradicardia, vasoconstrição
periférica, no sistema repiratório tem-se o aumento do volume central, ocorrendo a
compressão da caixa torácica e do abdômen, com isso aumenta-se o trabalho respiratório e a
capacidade vital, já nas funções renais encontra-se o aumento da diurese, consequentemente
resultando na excreção de sódio e de potássio, a diurese pode ser diminuída na imersão em
água fria em movimento.
Para Cole, Morris e Ruoti (2000), é importante ressaltar que entre as propriedades da
água, a que tem mais envolvimento para a reabilitação aquática de pacientes com sequelas de
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a flutuação, oferecendo alívio do peso que favorece
uma melhor postura durante a realização da hidroterapia, aumentando a capacidade funcional
em realizar as atividades em meio aquático, atividades estas que em terra precisará de apoio
para serem executadas, exemplo deambulação. Mas no entanto é de extrema importância para
o fisioterapeuta entender que a flutuação também trás dificuldades em realizar os
movimentos, principalmente quando a estrutura corporal favorece a flutuação tipo aumento no
tecido adiposo e hipotonia, fazendo com que ocasione a instabilidade e por esta razão vem
apresentar movimentos involuntários, hipertonia e diminuição dos estímulos sensitivos. Mas
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os objetivos podem ser alcançados quando se tem terapêuticas e uso da profundidade da água
adequadamente, proporcionando ao paciente controle sobre a desordem no tônus muscular,
agonista x antagonista e facilitando a manipulação e observação do Fisioterapeuta para com o
paciente.
Como a água tem seus efeitos fisiológicos de sensibilidade, motricidade e ainda ajuda
na parte psicológica, contribuirá para a eficácia rápida do paciente, ajudando assim no
aumento da ADM, ganho de força, diminuição dos espasmos musculares, alívio de dores, e
assim o fisioterapeuta conseguirá manusear melhor o indivíduo, proporcionando assim mais
confiança ao realizar os exercícios (FIORELLI, 2002).
Para Cole, Morris e Ruoti (2000, p.118)
Os problemas encontrados durante o tratamento de lesão cerebral podem ser
classificados de acordo com a Classificação Internacional de Prejuízos, Facilitação
Incapacidades e Desvantagem (CIPID, ICIDH, International Classification of
Imparirments, Disabilies, and Handicap). De acordo com a CIPID, um prejuízo é
qualquer perda ou anormalidade de um órgão, estrutura ou função. Prejuízos típicos
de lesão cerebral incluem fraqueza, hipertonia, limitação de movimentos
voluntários, amplitude limitada de movimento, perda sensitiva incoordenação e
instabilidade postural. Uma incapacidade é qualquer redução, parcial ou total, na
capacidade de desempenhar qualquer atividade funcional dentro da faixa
considerada “normal” para ser humano médio. Incapacidades típicas de lesão
cerebral incluem aquelas que afetam a marcha, a transferência e o alcance. Uma
desvantagem é uma limitação imposta externamente que restringe ou impede o
preenchimento de papéis sociais usuais, dependendo da idade, do sexo e da cultura
da pessoa.
De acordo com Accacio, Radl e Sacchelli (2007), os pacientes vítimas de acidente
vascular encefálico (AVE) frequentemente apresentam um aumento da pressão arterial, no
entanto quando submetidos a hidroterapia em piscinas de água morna tendem a reduzir
significativamente a pressão arterial tanto a sistólica como a diastólica, e essa resposta
benéfica do organismo ocorre devido a vasodilatação periférica concedendo uma extensão
maior para o sangue fluir.
Para Lima et al. (2013), a flutuação proporciona ao paciente uma maior flexibilidade
ao realizar os movimentos trazendo de volta a autoestima, a competência pessoal de realizar
as atividades de vida diária. Em decorrência da hemiparesia cuja é uma das mais frequentes
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sequelas encontradas em pacientes vitímas de AVE, tem se uma assimetria de MMII levando
a um aumento na sobrecarga no membro menos acometido, com a utilização de exercícios em
meio aquático se tem um fator primordial que é de prevenir futuros distúrbios secundários
decorrente do sedentarismo, vindo a ajudar nas funções cardiorrespiratória, muscular, e
diminuição da espasticidade.
Propriedades Físicas da água
Para Cole, Morris e Ruoti (2000), o uso da água tem seus benefícios devido à
flutuação, que faz com que o movimento se torne mais rápido e eficaz, porém cada organismo
é diferente um do outro, fazendo então com que o tratamento e a maneira de executar os
exercícios na água, sejam diferente e graduais para cada indivíduo, e sua eficácia vai depender
de cada um que irá praticar.
O princípio de Arquimedes diz que a flutuação e a gravidade
atuam de forma
contraria agindo sobre o objeto de acordo com o liquido deslocado (COLE, BECKER, 2002).
Com a diminuição do peso do paciente na água, encontra-se uma vantagem na
locomoção e no aumento da Amplitude de movimento, logo então já usa-se o treino para
ganho de ADM que consequentemente obtém-se alongamento da musculatura e
fortalecimento (COLE, MORRIS, RUOTI, 2000).
Sendo um meio eficaz quando se tratando de alívio para descarga de peso,
proporcionando uma facilitação para a realização de exercícios. Mas vale ressaltar que forças
opostas podem produzir movimentos rotacional quando imersos e isso se da devido ao centro
de gravidade que se localiza ao nível da segunda vertebra sacral puxando para baixo enquanto
que a flutuação puxa para cima ( BECKER, COLE, 2002).
De acordo com Carregaro e Toledo (2008), durante a imersão de um corpo ele recebe
pressão por toda sua área em plena igualdade sendo proporcional a densidade e profundidade,
com isso a pressão hidrostática aumentará de acordo com a profundidade da água, atuando no
sistema venoso e linfático, e tendo como resposta fisiológica o aumento do retorno venoso e
linfático, consequentemente ocorre a redução de edemas.
Podemos dizer que a água comparada com outros líquidos, venha possuir uma média
viscosidade porém o suficiente para proporcionar resistência ao movimento, essa resistência
exigirá mais força ao organismo para realizar a atividade, e vale lembrar que quanto maior a
força, mais se tem
viscosidade e um aumento na resistência, ocorrendo o arrasto,
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consequentemente produzindo um aumento no fortalecimento muscular (BECKER, COLE,
2002).
Segundo Carregaro e Toledo (2008), na água o corpo passa a ter diversas formas de se
movimentar, dependendo do tamanho, oscilações, e velocidade que ele é imerso. Quando o
corpo se movimenta devagar e suave na água temos o fluxo laminar, onde as moléculas da
água não se cruzam e então se torna um fluxo mais leve. Porem quando o corpo esta mais
agitado o fluxo se torna mais rápido e as moléculas se cruzam formando assim uma
turbulência na água. Dependendo do movimento do indivíduo na água pode-se ter uma
diferença de pressão e então surgir os redemoinhos e o arrastar na deambulação dentro da
água. Sendo assim pode-se facilitar a deambulação deste individuo com o terapeuta na frente
causando o arrastar e o paciente atrás, sendo puxado pela força do arrastar.
Umas das vantagens da água aquecida é que com o tempo prolongado ela terá um
efeito analgésico, prevenindo também deformidades, diminui descarga de peso, e ajuda na
melhora do quadro clínico do paciente dependendo da patologia (BIASOLI, 2006).
Método dos Anéis de Bad Ragaz
Anéis de Bad Ragaz é um método realizado na água, associando a flutuação do
paciente com auxílio de flutuadores abrangendo várias técnicas terapêuticas, com base na
Facilitação
Neuromuscular
Proprioceptiva
(FNP)
Kabat.
Seu
desenvolvimento
e
aprimoramento ocorreu nas águas termais de Bad Ragaz, localizado na Suiça. Este método
ainda vem passando por algumas evoluções sendo usado internacionalmente para reeducação
muscular, fortalecimento, tração, alongamento, relaxamento e inibição de tônus na água.
(FELIX et al., 2007).
Segundo Cole, Morris e Ruoti (2000), o MABR deu início em 1930 nas águas de Bad
Ragaz, Suíça. Mas só em 1957 recebeu técnicas aprimoradas pelo Dr. Knupfer, onde
aperfeiçoou o método realizando terapêuticas em horizontal utilizando-se de anéis para se
obter a flutuação do paciente, os anéis eram colocados nas seguintes regiões: costas, pescoço,
pelve, joelhos e tornozelos com o objetivo de ganhar estabilidade ou de fazer exercícios ativos
resistidos, adicionando em suas técnicas conhecimento da neurofisiologia. Knupfer deu início
a usar todas as propriedades físicas da água durante a terapia aquática sendo flutuação,
turbulência, tensão superficial e capacidade térmica da água a 33,3° fluindo como resultados
positivos na redução do quadro álgico, aumento da complacência nos tecidos moles, redução
do tônus muscular e promoção de relaxamento, proporcionando facilitação na realização dos
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exercícios quando comparados em solo. O Dr. Zinn, diretor médico em Bad Ragaz enriqueceu
ainda mais os exercícios de Knupfer introduzindo técnicas de Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva (FNP) movimentos diagonais. Entretanto no ano de 1967, os fisioterapeutas
Bridget Davis e Verena Laggatt incrementaram os padrões de Facilitação Neuromuscular
Proprioceptiva de Margaret Knott, derivando o método dos anéis de Bad Ragaz (MABR).
Segundo Biasoli e Machado (2013), Bad Ragaz é uma cidade Suiça, ela foi
desenvolvida em volta de um spa de água morna natural, a utilização do spa de Bad Ragaz
para benefícios terapêuticos ocorreu no ano de 1930, as técnicas aplicadas no spa foi
desenvolvida pelo dr. Knupfer Ipsen na Alemanha, tinha como meta principal ganhar
estabilização de tronco, MMSS e MMII, utilizava-se de padrões de movimentos básicos, no
entanto quando os pacientes apresentavam resistência aos movimentos básicos fazia-se uso
de movimentos de acordo com os planos anatômicos. Colocava-se o paciente em decúbito
dorsal, utilizando flutuadores como anéis em região de pescoço, pelve e tornozelos. Hoje o
Método dos Anéis de Bad Ragaz é executado com movimentos em planos anatômicos e
diagonais, posicionamento em decúbito dorsal, com flutuadores realizado ativamente e
passivamente proporcionando diminuição do tônus muscular, pré-treinamento de marcha,
estabilização de tronco, fortalecimento muscular e melhora da amplitude articular.
A técnica é ligada além dos flutuadores á resistência da água, que leva o paciente a
adquirir melhor amplitude de movimento, tornando o movimento mais prático e leve,
consequentemente á um aumento gradual da força muscular (ACCACIO, RADL,
SACCHELLI 2007).
Os pacientes podem ser colocados deitados na água, onde serão realizados alguns
exercícios, ativos ou passivos, dependendo da gravidade neurológica do paciente.(BIASOLI,
2006; CINNINGHAM, 1994)
Para Félix et al. (2007), o MABR possibilita uma melhora no controle de tronco, e isso
se da por conta da propriedade física da água a turbulência que faz com que a musculatura
abdominal e paravertebral se contraia, antes mesmo de qualquer outro movimento de
extremidades inferiores, promovendo alongamento, melhora na postura, estabilização, maior
sustentação de peso, reeducação muscular.
De acordo com Fiorelli (2002), entre tantas técnicas do FNP foram escolhidas algumas
para serem aplicadas em Bad Ragaz como:

Terapeuta fornece apoio ao paciente, com estimulo em pele, músculo, propriocepção;

Controle da resistência máxima com exercícios isotônicos e isométricos, estiramento
muscular aplicado com movimentos alternados;
11

Obedecendo comando do terapeuta;

Facilitação;

Aumento da resistência manual próximal para distal;

Alternância dos exercícios, graduando a resistência em qualquer momento;

Movimentos naturais e funcionais para o paciente;
As coordenadas para os exercícios tanto ativos como passivos, são dadas pelo
fisioterapeuta, onde o mesmo irá aumentando o nível do exercício de acordo com a evolução
do paciente, ele começa a por mais dificuldades, como por exemplo estabilizar mais as
extremidades fazendo com que o paciente adquira mais domínio dos seus movimentos
(FIORELLI, 2002; BECKER, COLE 2000).
Quanto as sessões, sabe-se que todo início deve ser cauteloso, por isso indica-se
começar de 5 à 15min, até o paciente ir se habituando ao meio e ir adquirindo resistência
física aos exercícios, e com o passar do tempo essas sessões podem chegar até os 30min, sem
exceder esse tempo devido ao grande esforço físico que a técnica e a gravidade da água pede
(FIORELLI, 2002).
Para que ocorra eficácia na técnica dos Anéis de Bad Ragaz se faz necessário que os
anéis estejam colocados de maneira correta, em pontos estratégicos para que ocorra a
estabilização e a flutuação do corpo do paciente, e se faz muito importante também a postura
dentro da água do profissional para que o mesmo execute a técnica com praticidade e
competência, então o nível da água não pode exerder mais que T8-T10, se for necessário
apoio na piscina, e até pesos no tornozelo para melhor fixar o peso da água no terapeuta
(BECKER, COLE 2000; FIORELLI, 2002).
Objetivos do tratamento para pacientes com sequelas de AVE
Segundo Cole, Morris e Ruoti (2000), o Método dos Anéis de Bad Ragaz tem como
objetivo para pacientes com sequelas neurológicas promover relaxamento, aumentar a
amplitude de movimento, fortalecer, diminuir o tônus, preparo dos MMII para sustentação de
peso, restauração de padrões normais de MMSS e MMII, treinar a capacidade funcional,
melhorar a resistência unilaterais e bilaterais. Utilizando-se de técnicas fisioterapêuticas como
isocinética, isotônica, isométrica.
Metodologia
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Este artigo se propões a realizar uma revisão de literatura sobre os seguintes tema
Acidente Vascular Encefálico e Hidroterapia com ênfase na atuação do Método dos Anéis de
Bad Ragaz em pacientes com sequelas (AVE). Para se elaborar este trabalho foram realizadas
consultas em livros, revistas especializadas, artigos em Google Acadêmico e Scielo entre os
anos de 1994 à 2013, sendo elaborado no período de agosto de 2013 à maio de 2014.
Discussão
Segundo Lopes (2009), o Acidente Vascular Encefálico é uma doença em que
devemos tomar cuidados consideravelmente importantes, devido sua alta morbidade e
mortalidade. Tendo um conjunto de manifestações clínicas, em decorrência de sequelas na
circulação cerebral. Dividido em isquêmico e hemorrágico, onde o percentual maior encontrase no de característica isquêmica e de menor prevalência no hemorrágico.
Para Cabral (2012), de acordo com pesquisas da Organização Mundial de Saúde
(OMS) no ano de 2001, afirma-se que mais de 20 milhões de pessoas foram acometidas por
Acidente Vascular Encefálico (AVE), sendo que 5,5 milhões destes evoluíram para óbito.
Os autores estão de acordo uns com os outros quanto ao AVE, afirmam que a doença é
uma das que causam maiores comprometimentos físicos e óbitos, sendo assim, concordamos
com a afirmação, até por que as causas da doença, são muito perceptivas no meio da
população, principalmente quanto a qualidade de vida quanto á alimentação, sedentarismo e
estresse do dia-dia.
A técnica utilizada é ligada além dos flutuadores á resistência da água, que leva o
paciente a adquirir melhor amplitude de movimento, tornando o movimento mais prático e
leve, consequentemente á um aumento gradual da força muscular (ACCACIO, RADL,
SACCELLI 2007).
Anéis de Bad Ragaz é um método realizado na água, associando a flutuação do
paciente com auxílio de flutuadores abrangendo varias técnicas terapêuticas, com base na
Facilitação
Neuromuscular
Proprioceptiva
(FNP)
Kabat.
Seu
desenvolvimento
e
aprimoramento ocorreu nas águas termais de Bad Ragaz, localizado na Suiça. Este método
ainda vem passando por algumas evoluções sendo usado internacionalmente para reeducação
muscular, fortalecimento, tração, alongamento, relaxamento e inibição de tônus na água
(FELIX et al., 2007; COLE, MORRIS, RUOTI, 2000).
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Quanto ao Método dos Anéis de Bad Ragaz, os autores também estão de acordo uns
com os outros, contudo concordamos, pois a água é um meio muito bom de se trabalhar
grupos musculares e associada ao Método dos Anéis de Bad Ragaz trás mais benefícios aos
pacientes portadores de AVE, onde necessitam de ganho de força, ADM, dentre outros.
Considerações finais
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma patologia que realmente acomete uma
grande parte da população do mundo, devido as suas causas estarem relacionados a fatores
externos que levam a acometer fatores internos, dentre eles estão à má alimentação, estresse,
fatores genéticos, hipertensão arterial, sedentarismo, e levando assim transtornos psicológicos
e sócias, com isso sabe-se que existem dois tipos o hemorrágico e o isquêmico, sendo o
hemorrágico por aneurisma o que deixa maiores comprometimento levando às vezes até a
morte. Analisando os casos dos indivíduos portadores de AVE, observa-se que a fisioterapia
tem um grande papel na reabilitação dos mesmos, e utilizando a hidroterapia junto ao Método
dos Anéis de Bad Ragaz e as propriedades físicas da água, observa-se nos estudos que o
tratamento tem bastante eficácia, trazendo em quase 100% a melhora das atividades de vida
diária do paciente. Com o Método dos Anéis de Bad Ragaz podemos fazer diversos exercícios
junto a hidrocinesioterapia, que contribuirão com o tratamento do paciente imerso na água,
um dos cuidados que podemos destacar é a temperatura aquecida, que ajuda bastante o
paciente portador de AVE, principalmente os que apresentam espasticidade, facilitando o
trabalho do fisioterapeuta e assim alcançando o objetivo da conduta.
O trabalho descrito foi de muita eficácia e sempre apresenta resultados positivos
quanto ao método aplicado nos pacientes portadores desta patologia. Um dos limites do
estudo foi o pouco material encontrado sobre o Método dos Anéis de Bad Ragaz.
Referências Bibliográficas
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