ABORDAGEM DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM UMA PACIENTE PÓS AVE (ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO): RELATO DE EXPERIÊNCIA Natália Tarcila Santos Amorim1, Gêssyca Adryene de Menezes Silva1, Gabriela Arruda Reinaux Pontes2, Vanovya Alves Claudino3, Karolyny Alves Claudino4. 1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade ASCES - Associação Caruaruense de Ensino Superior. 2 Preceptora de Fisioterapia da Faculdade ASCES - Associação Caruaruense de Ensino Superior. 3 Fisioterapêuta residente do IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. 4 Preceptora de Fisioterapia da Faculdade ASCES - Associação Caruaruense de Ensino Superior. E-mail: [email protected] Resumo: Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) pode ser definido como sendo um complexo de sintomas, com duração superior a vinte e quatro horas, caracterizado por início agudo de um déficit neurológico, resultante de algum distúrbio na circulação encefálica, que pode ocorrer por isquemia, quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo cerebral por obstrução da circulação, ou por eventos hemorrágicos, quando há extravasamento de sangue além do sistema circulatório, ambos resultam em comprometimento da função cerebral da área injuriada. O quadro clínico varia de acordo com a área cerebral acometida e suas respectivas funções, sendo que a manifestação clínica mais comumente observada é a hemiplegia/hemiparesia contralateral à lesão. O tônus muscular é alterado, caracterizando-se inicialmente por hipotonia e posteriormente por hipertonia espástica. Ocorrem também alterações da força e do sinergismo muscular, bem como de algumas capacidades perceptivas (proprioceptivas, sensoriais, táteis) que colaboram para o comprometimento do controle postural e para a imobilização prolongada no leito. Desta forma, as repercussões clínicas vão além das presentes no sistema neuromuscular, podendose observar também o comprometimento da função respiratória, não sendo raro o desenvolvimento de pneumonias e de doença pulmonar restritiva nesses pacientes. A doença restritiva é aquela cuja expansibilidade pulmonar encontra-se limitada podendo ser decorrente de alterações no parênquima pulmonar, de doenças pleurais, da parede torácica e de alterações neuromusculares. Mediante o exposto, fica evidente que a atuação fisioterapêutica no AVE torna-se indispensável tanto no tocante às repercussões motoras quanto respiratórias. Objetivos: Relatar a experiência e analisar os efeitos propiciados com o tratamento fisioterapêutico em uma paciente com diagnóstico clínico de doença restritiva e cinético-funcional de alteração do sinergismo muscular respiratório, devido a um AVE, bem como descrever as condutas fisioterapêuticas adotadas considerando o seu quadro clínico. Metodologia: O presente estudo trata-se de um relato de caso, de uma paciente em tratamento fisioterapêutico na Clínica Escola de Fisioterapia durante o período de 13/08/10 a 08/04/1, a qual realizava 2 sessões semanais. Os dados foram obtidos por meio de prontuário e de uma avaliação fisioterapêutica detalhada composta por anamnese e exame físico, sendo avaliados sua história e quadro clínico. Paciente M.E.S., 65 anos, gênero feminino, casada, hipertensa e diabética, sofreu dois AVE’s em 2008, sendo o primeiro isquêmico e o segundo, após 2 meses, hemorrágico acarretando comprometimento em ambos hemicorpos com predomínio do lado esquerdo. Apresentava história de tosse e dispnéia frequentes, aos pequenos esforços, expectoração hialina e mucopurulenta diariamente e cansaço eventual. No exame físico observou-se padrão respiratório superficial e apical, respiração com apnéias e hiperventilações frequentes (Cheyne-Stokes), tosse ineficaz, padrão postural cifótico com escoliose à esquerda, tônus hipotônico, abdome globoso e flácido, expansibilidade reduzida no sentido ântero-posterior e látero-lateral. Na ausculta obteve-se redução do murmúrio vesicular em hemitórax direito com creptos grossos difusos, principalmente em terço médio e inferior de ambos hemitórax. Apresentou macicez difusa a percussão. Os objetivos da conduta proposta foram aumentar ventilação, melhorar trocas gasosas, reduzir trabalho respiratório, mobilizar e remover secreção e melhorar postura. O tratamento era composto por alongamento de musculatura acessória, manobras de RTA como: alongamento do espaço iliocostal e interescapular, apoio tóraco-abdominal e abdominal inferior, EPAP, padrões ventilatórios, espirometria de incentivo e tosse induzida. Resultados: Após 19 sessões, realizadas 1-2 vezes semanais, diante de uma reavaliação dos mesmos parâmetros avaliados inicialmente, observou-se melhora na ventilação, trocas gasosas e expansibilidade, como também redução da secreção e expectoração, tornando-se esta eventual. Constatou-se também abolição do cansaço e dispnéia, contribuindo assim para a melhora da qualidade de vida da paciente. Conclusão: Conclui-se que a atuação fisioterapêutica mostrou-se benéfica e eficaz, neste caso repercutindo positivamente na melhora do quadro clínico da paciente como também na qualidade de vida da mesma. Palavras-chave: AVE, complicações, fisioterapia. E-mail: [email protected] Cel.: (81) 9995-1505