REMÉDIOS PRODUZIDOS NO BRASIL Em 26/05/2010 Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, aqueles que nos assistem. Existem notícias que infelizmente não são chamativas o suficiente para que nossos jornais publiquem com o destaque merecido, mas que deveriam figurar nas manchetes pelo impacto que produzem na vida de milhões de cidadãos. Uma delas é o anúncio feito ontem pelo Ministério da Saúde sobre as parcerias fechadas pelo governo federal com oito laboratórios públicos e privados para a produção de medicamentos que antes precisavam ser importados. Depois do programa Farmácia Popular, que reduziu o preço dos remédios em até 90%, agora são pelo menos sete novos remédios que passam a ser fabricados no Brasil. Se somarmos a estes os medicamentos que já deixaram de ser importados desde 2009, teremos uma quantidade de 21 remédios que passam a ser fabricados pela nossa indústria. Existem duas formas de exaltar uma notícia como essa. A primeira é a questão burocrática e econômica deste avanço. Atualmente a compra destes produtos importados custa ao país cerca de R$ 850 milhões. Sem a necessidade de pagar por remédios fabricados fora do Brasil, deixamos de gastar pelo menos R$ 170 milhões por ano do Sistema Único de Saúde na compra destes medicamentos. Uma economia que pode ser racionalizada e direcionada a outras áreas que também precisam de atenção na área da saúde pública. Entretanto, prefiro destacar esta vitória brasileira sob outra ótica. A ótica de quem precisa destes medicamentos diariamente para controle de uma série de tratamentos para doenças ou males que estão presentes na vida de muitos cidadãos. Dentre todos estes remédios que agora passarão a ser produzidos no Brasil, estão substâncias para tratamento de Alzheimer, AIDS, osteoporose, tuberculose, hemofilia e asma. Problemas de saúde que geralmente exigem um tratamento contínuo. Muitas vezes, lamentavelmente, estes pacientes enfrentavam dificuldades em encontrar os medicamentos no SUS por problemas na importação. O que, esperamos, não ocorra mais a partir de agora. Dos sete remédios anunciados ontem pelo Ministério da Saúde que deixarão de ser importados, pelo menos cinco já serão fabricados no país até o final do ano. Esta atenção do Governo Federal a esta área, investindo na fabricação destes medicamentos é de fundamental importância porque se tratam basicamente de compostos destinados ao tratamento das chamadas “doenças negligenciadas”. São aquelas que atingem milhões de pessoas, sobretudo da baixa renda, e que dependem exclusivamente do SUS para terem acesso aos remédios. Portanto, registro aqui a relevância desta notícia que beneficia milhões de brasileiros que dependem destes medicamentos e que agora precisarão se preocupar apenas com o próprio tratamento, sem a aflição da incerteza se encontrarão ou não nos hospitais e postos de saúde. Sem a burocracia da importação e com a economia gerada pela fabricação em território nacional, certamente estes remédios serão ainda mais acessíveis à população. Muito obrigado, senhor presidente! Fernando Marroni Deputado federal – PT/RS