Antífona

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Educação/ensino a distância
Entendida como fenômeno relativamente novo, no âmbito educacional, a Educação
a Distância (EAD) surgiu e vem se expandido, para atender a uma crescente
demanda por educação/ensino impossibilitada de freqüentar o sistema regular de
ensino formal.
Realidade já em inúmeros países, teve seus primórdios em séculos passados,
através de correspondências, a partir do surgimento da escrita e das primeiras
cartas – Platão, Sêneca e Plínio, o Velho – de que se tem notícias, segundo a ótica
de alguns autores.
Para outros estudiosos, os primeiros indícios de educação/ensino a distância
poderiam estar sinalizados oficialmente em 1728, em Boston, através de um
anúncio num jornal que oferecia material de ensino e tutoria por correspondência.
A partir de então, pouco a pouco, percebe-se uma silenciosa proliferação dessa
modalidade, que tomou considerável impulso, por todo o mundo, no atual século
XX.
De indiscutível valor, a educação/ensino a distância vem se consolidando e
adquirindo credibilidade à medida que as instituições, conhecendo suas
características e peculiaridades, assumem, com responsabilidade e competência,
essa modalidade de ensino. Dessa maneira, demonstram moderna e ampla visão e
o entendimento de que, no atual momento histórico, ultrapassado o domínio da
agricultura e da industrialização, encontramo-nos na era do conhecimento – que
deve ser disseminado cada vez mais rapidamente. Trata-se de uma combinação de
tecnologias convencionais e avançadas, com métodos que incluem atividades
presenciais ou em grupos e estudos individuais, predominantemente.
Os principais fatores que propiciaram o surgimento e o posterior desenvolvimento
da EAD foram, segundo ARETÍO (1994): a necessidade de adaptação às constantes
modificações no mundo em todos os setores; a crescente demanda por
educação/ensino; o grande percentual da população sem condições de atendimento
pelo sistema formal; os elevados custos da educação formal; a necessidade de
flexibilizar a rigidez do sistema convencional; o notável avanço das ciências da
educação e as transformações tecnológicas que colocaram à disposição da
educação um verdadeiro arsenal de instrumentos/aparelhos, possibilitando a
diminuição das distâncias, através de condições de comunicação mais rápida e
segura.
Difundida, consolidada e respeitada em países como Inglaterra, Estados Unidos,
Suécia, Espanha, Austrália, Noruega, Nova Zelândia, Canadá, França, África, China,
entre outros, a educação/ensino a distância, com sua metodologia, seus cursos
diversificados e atuais, vem abrangendo e beneficiando um número cada vez maior
de alunos. Esses a ela recorrem como possibilidade de fazer um curso, ampliar
conhecimentos e continuar a sua educação que, de modo algum, deve estar
circunscrita ao período escolar. Antes, pelo contrário, deve continuar e, se possível,
ter caráter permanente.
Denominação e definição
Discute-se, em nível teórico, a melhor denominação e/ou definição adequadas para
uma correta compreensão do que seja a educação/ensino a distância. Os autores
privilegiam ora um aspecto ora outro, tentando uma precisão terminológica que não
chega a ser consensual.
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Daí, uma verdadeira abundância de termos para uma mesma realidade:
educação/ensino à distância, educação ou estudo por correspondência; instrução à
distância; aprendizagem a distância em educação superior; aprender aberto;
estudo em casa; auto-estudo guiado; educação à distância; estudar sem deixar de
produzir e conversação didática guiada. São estas, algumas traduções possíveis de
termos utilizados.
Quanto ao aspecto das definições, alguns estudiosos procuraram aclarar a
compreensão de tal modalidade de ensino, através de uma denominação própria.
Assim, temos diversidade na conceituação, que segundo a sistematização de
ARETIO (1994), podemos resumir.
Segundo Michael G. MOORE (1972), o ensino a distância é o tipo de método de
instrução em que as condutas docentes, a parte das discentes, e a comunicação
entre professor e aluno se realizam através de textos escritos, impressos e demais
meios.
R. S. SIMS (1977) refere-se à comunicação como característica geral importante do
estudo a distância.
Para Börje HOLMBERG (1977) o ensino a distância tem como característica geral
mais importante a comunicação direta. O termo educação e distância abrange as
distintas formas de estudo, em todos os níveis, onde não existe a constante
presença e supervisão de tutores e alunos em sala de aula.
Anthony KAYE e Greville RUMBLE (1979) estabeleceram os seguintes traços...

atende a pessoas isoladas geograficamente ou distantes;

utiliza múltiplos mecanismos de comunicação que enriquecem os
recursos didáticos;

favorece a possibilidade de melhorar a qualidade da instrução, através
dos materiais didáticos elaborados pelos melhores especialistas;

estabelece
a
possibilidade
ensino/aprendizagem;

promove a formação de habilidades para o trabalho independente;

formaliza vias de comunicação bidirecional;

garante a permanência do estudante em seu meio;

baixos custos; processo descentralizado de ensino-aprendizagem e
método capaz de atender às exigências conjunturais da sociedade.
de
personalizar
o
processo
de
N. MCKENZI, R. POSTGATE e J. SCHUPHAN (1979) advogam que o sistema deve
facilitar a participação de todos os que querem aprender sem a imposição de
requisitos tradicionais de ingresso, tornando flexível a entrada de alunos e a
satisfação de suas necessidades educacionais.
De acordo com Desmond KEEGAN (1980 e 1986) os traços fundamentais são:
separação professor-aluno; influência de uma organização educacional; meios
técnicos utilizados; comunicação bidirecional de ensino a estudantes enquanto
indivíduos e raramente em grupos; divisão do trabalho educativo; mecanização,
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aplicação de princípios organizativos, controle científico, objetividade do ensino e
produção massiva.
Charles A. WEDEMEYA (1981) diz que o aluno está distante do professor grande
parte do tempo.
Hilary PERRATON (1982) entende que a educação a distância é um processo
educativo em que uma parte considerável do ensino está dirigido por alguém que
se encontra separado.
Para Miguel Casas ARMENGOL (1982) esta forma educativa inclui todos os métodos
de ensino que pressupõem a separação professor-aluno, conduzidos por elementos
gráficos, mecânicos ou eletrônicos.
Otto PETERS (1983) entende que a EAD é uma modalidade de ensino decorrente da
era industrial.
Gustavo CIRIGLIANO (1983) assinala que a distância entre professor e aluno nesse
modelo de ensino é uma linha contínua em cujos extremos se situa a relação
docente-discente.
Marín IBÁÑEZ (1984 e 1986) destaca que, no ensino a distância, a relação didática
tem um caráter múltiplo e recorre a uma pluralidade de vias, constituindo-se num
sistema de multimeios.
Miguel A. Ramón MARTÍNEZ (1985) põe em relevo a distância como uma estratégia
para operacionalizar os princípios e fins da educação permanente e aberta.
Derek ROWNTREE (1986) entende que essa modalidade de ensino se caracteriza
principalmente pelo fato de o estudante realizar a maior parte de seu aprendizado
por meio de materiais didáticos.
Entende ARETÍO (1994) que o ensino a distância é um sistema tecnológico de
comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal
em aula, de professor e aluno como meio preferente de ensino, pela ação
sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização
e tutoria, que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos estudantes.
Fonte
EDUCAÇÃO/ensino a distância. [S.l.: s.n.].
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