III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG RESISTÊNCIA

III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG
I Salão de Extensão & I Mostra Científica
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ISSN 2318-8014
RESISTÊNCIA BACTERIANA E O USO INDISCRIMINADO DE
ANTIMICROBIANOS
Thainá Giachelina, Roberta Soldatelli Pagno Paimb.
a
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade da Serra Gaúcha;
[email protected]
b
Mestre em Biotecnologia. Docente da Faculdade da Serra Gaúcha; [email protected]
Informações de Submissão
Thainá Giachelin, endereço: Rua Júlio de
Castilhos, 3209 – Flores da Cunha - RS CEP: 95270-000.
Palavras-chave:
Antibacterianos. Farmacorresistência bacteriana. Infecção hospitalar.
INTRODUÇÃO: O uso de antibióticos é essencial para o tratamento de muitas infecções, porém,
seu uso abusivo, contribui para a resistência bacteriana. Por consequência, esta, tornou-se uma
ameaça global, afetando todos os países e gerando inúmeras consequências para o paciente,
ambiente hospitalar e toda a comunidade. O que torna a situação ainda mais grave, é que o número
de novas bactérias resistentes cresce mais rápido do que a capacidade das indústrias produzirem
novas drogas (MOTA, 2005). Em alguns lugares do mundo, incluindo o Brasil, já existem bactérias
resistentes a todos os antibióticos (BITTENCOURT; PAVANELLI, 2014). Diante da relevância do
assunto, o presente trabalho, resultado de uma Atividade Prática Supervisionada, tem o objetivo de
salientar as principais consequências da resistência bacteriana, além de ressaltar algumas estratégias
de prevenção necessárias para diminuí-la. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A resistência
bacteriana é um fenômeno biológico que se tornou evidente após o descobrimento da penicilina e a
introdução da terapia antimicrobiana durante a década de 1940 (BRAOIOS et al., 2013). Isso ocorre
em virtude da facilidade que as bactérias têm de se adaptar ao ambiente, desse modo, quando um
antibiótico é introduzido no meio, elas reagem tornando-se resistente a eles (SANTOS, 2004).
Portanto, o aumento da resistência bacteriana cresce paralelamente ao aumento do consumo de
antibiótico numa comunidade (WECKX, 2012). A consequência da bactéria adquirir resistência é a
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falta de opções para serem utilizadas como tratamento em últimos casos, necessitando-se cada vez
mais dos antimicrobianos de última geração, que na maioria das vezes levam tempo até serem
desenvolvidos (GRILLO et al., 2012). De mesma maneira, o uso inadequado dos antimicrobianos
contribui
para
o
mascaramento
de
algumas
doenças,
dificultando
o
diagnóstico
e,
consequentemente, aumentando o tempo de exposição do paciente ao agente infeccioso, o que pode
resultar em agravamento da infecção e prolongamento do tempo de internação hospitalar
(BRAOIOS et al., 2013). Neste ambiente, os antimicrobianos, além de afetarem o paciente que os
utilizam, atingem também a microbiota ambiental do hospital e seu uso abusivo contribui para o
aumento da morbidade e mortalidade (PAIM; LORENZINI, 2014). Sob estas condições, os custos
de tratamento contra estas bactérias no sistema de saúde e nos próprios hospitais são mais
acentuados. O panorama global da resistência bacteriana é preocupante, tanto que a OMS definiu o
uso racional de antimicrobianos como uma das metas para o século XXI (PETRY; PLETSCH;
FERRAZZA, 2008). Inclusive, a OMS recomenda a elaboração de protocolos globais de uso de
antimicrobianos como estratégia de uma política adequada da utilização de antimicrobianos
(TAVARES; BERTOLDI; MUCCILLO, 2008). Educar os profissionais da saúde para que realizem
corretamente as medidas de assepsia, a fim de controlar a transmissão da infecção nos hospitais é
uma medida importante, assim como, conhecer o perfil de resistência da comunidade, e elaborar
programas educacionais para os usuários no sentido de prevenir infecções, diminuir a transmissão e
evitar o consumo exagerado dos antibióticos (SANTOS, 2004). MATERIAL E MÉTODOS:
Revisão bibliográfica realizada a partir de artigos científicos publicados na base de dados LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic
Library Online), utilizando como recorte temporal artigos entre 2000 e 2015. RESULTADOS E
DISCUSSÕES: As consequências da resistência bacteriana são inúmeras, mas sem dúvida, a
principal delas, é o aparecimento de espécies bacterianas resistentes a todos os antimicrobianos,
tornando impossível a cura de doenças que antes eram facilmente tratadas. Em vista disso, é
imprescindível que ocorra mudanças nas políticas públicas, a fim de melhorar a assistência à saúde,
além da criação de um sistema de vigilância eficaz que desenvolva programas para a racionalização
do uso de antibióticos e controle da resistência microbiana em âmbito global. CONCLUSÃO: O
problema da resistência microbiana não vai ser contornado pelo contínuo desenvolvimento de novos
fármacos, mas pela preocupação com a redução imediata do uso desnecessário e inapropriado dos
antimicrobianos. Sem dúvida, a implementação precoce de intervenções para evitar o
desenvolvimento inicial da resistência pode ser considerada uma política chave de saúde pública.
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REFERÊNCIAS
BITENCOURT, J. S.; PAVANELLI, M. F. Infecção urinária em pacientes da saúde pública de
Campo Mourão-PR, Brasil: prevalência bacteriana e perfil de sensibilidade. J. Bras. Patol. Med.
Lab, v.50, n.5, 2014.
BRAOIOS, A. et al. Uso de antimicrobianos pela população da cidade de Jataí (GO), Brasil. Ciênc.
Saúde Coletiva, v. 18, n. 10, 2013.
GRILLO, V. T. R. S. et al. Incidência bacteriana e perfil de resistência a antimicrobianos em
pacientes pediátricos de um hospital público de Rondônia, Brasil. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl.,
v.34, n.1, p.117-123, 2013.
PAIM, R.; LORENZINI, E. Estratégias para prevenção da resistência bacteriana. Rev Cuid., v.5,
n.2, p. 757-764, 2014.
MOTA, R. A. et al. Utilização indiscriminada de antimicrobianos e sua contribuição a
multirresistência bacteriana. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., v. 42, n. 6, p. 465-470, 2005.
PETRY, R. D.; PLETSCH, M. U.; FERRAZZA, M.. Considerações sobre os medicamentos
dispensados pelo SUS no município de Garruchos - RS. Rev. Bras. Cienc. Farm., v.44, n.3, 2008.
SANTOS, N. Q. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar.
Texto Contexto – Enferm., v. 13, p.64-70, 2004..
TAVARES, N. U. L.; BERTOLDI, A. D.; MUCCILLO, A. L. Prescrição de antimicrobianos em
unidades de saúde da família no Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 24, n. 8, 2008.
WECKX, L. L. M. Antibióticos: do uso ao abuso. Braz. J. Otorhinolaryngol., v. 78, n.2, 2012.
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