Pop Music: A influência do gênero musical americano na

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Pop Music: A influência do gênero musical americano na
construção do Pop Nacional
Leandro Cerqueira dos Santos1
RESUMO
Este artigo visa abordar as características da Pop Music Americana e identificar
historicamente os fatores que influenciaram a nossa música possibilitando a criação do
Pop brasileiro. Por meio de biografia selecionada, artigos e pesquisas realizadas na
internet, busca-se traçar um paralelo entre esse gênero musical, seu apelo com o grande
público, a reprodução de valores culturais e linguagens próprias em nossa sociedade.
Palavras-chave: Música. Pop Music. Cultura. Identidade. Indústria Fonográfica.
Introdução
A música é o meio mais poderoso do que qualquer outro porque o ritmo e a
harmonia têm a sua sede na alma. Ela enriquece esta última, confere-lhe a graça
e ilumina aquele que recebe uma verdadeira educação. (Platão, n. Atenas? 427;
m. 347 a. C.)
O filósofo Platão já vislumbrava o poder de influência e inspiração da música.
Ela que tem em seu cerne expressar por meio de sons, sentimentos e pensamentos,
adquiriu uma proporção enorme e massiva. Se antigamente estava mais relacionada às
expressões humanas ritualísticas; Hoje está presente na vida das pessoas de maneira que
as mesmas se identificam, agrupam-se por gostos musicais específicos e se pautam em
canções favoritas.
A industrialização foi um fator importante nessa massificação, foi a partir dela
que se começou no séc. XIX o registro e reprodução de obras musicais. Mas só no séc.
XX que a notória importância da música fez com que uma indústria fonográfica fosse
criada. Ganhando força principalmente no EUA. A música então passou a ser vista
também pelo seu caráter comercial sendo mais um produto da chamada “Indústria
Cultural” termo utilizado pelo filósofo alemão Theodor Adorno.
1 Estudante do BI em Artes, concentração em Políticas e Gestão Cultural UFBA-IHAC.
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Atravessada por um poderoso aparato industrial e destinada a um consumo
extensivo, a música popular tornou-se um bem de consumo comercializado
internacionalmente, com diversas consequências sociais e simbólicas. O
desenvolvimento das tecnologias de gravação e reprodução de som representou
não somente uma ampliação no grau de circulação da música pelo mundo, mas
também a formação progressiva de novos modelos de escuta. (Janotti Junior e
Pires, 2011, p. 124).
A união de gravadoras, distribuidoras, produtores, gerentes, rádios e
consequentemente da televisão, formaram uma força que até hoje dissemina a música
do artista para o seu público. Visando atingir um número maior de pessoas surgi um
estilo musical mais direto: letras mais diretas, melodias de fácil memorização, arranjos
fáceis de serem executados e utilização de sons produzidos por meio de tecnologia
levaram a criação de um gênero musical nos Estados Unidos... A Pop Music.
Pop Music: um gênero que agrada à maioria das camadas populacionais de uma
determinada cultura – independentemente do seu contexto nacional –, seja qual
for o seu grau de formação em termos musicais. Estamos perante um gênero
criado para agradar e facilitar a identificação e sentido de grupo por parte da
maioria dos indivíduos (Moore, 2003).
O desenvolvimento dos meios de comunicação e dos discos no séc. 20
possibilitou aos artistas pop, a proximidade necessária para maior difusão da sua música
tornando-os ídolos. Com isso o acesso ao artista e sua obra se amplificou, logo o poder
de influência das músicas se expandiu significativamente na vida das pessoas, um fator
que impulsionou esse gênero musical agora intrinsecamente ligado às mídias e
ultrapassando a barreira de seu país de origem.
Origens do Pop
O Rock n’ Roll era o que havia de mais popular, na década de 50, tinha como
linha de frente Elvis Presley, dessa fonte vieram os Beatles com seu conceito de bons
moços, os Rolling Stones que eram o oposto em rebeldia. Todo o aparato midiático da
época foi de suma importância na difusão desses astros. Os cortes de cabelo, suas
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roupas, sua dança, seu jeito de sorrir e andar eram propagados através das mídias
disponíveis. O artista passava a ser visto como um produto, um modelo a ser seguido
pelos seus fãs que se espelhavam. Tudo isso era garantido pelos meios no qual sua
imagem era vinculada. O que nos faz distinguir o surgimento de uma característica
importante na pop music, o marketing do artista.
O marketing em questão está relacionado à maneira na qual o artista será atrativo
aos olhos do público. Por meio dessa estratégia vincula-se seu comportamento, modo de
pensar, agir e se vestir a determinados produtos culturais que darão a quem os consome
a sensação de pertencimento de grupo e identidade espelhados nos seus ídolos pop.
A condição de homem exige que o indivíduo [...] Aja como ser autônomo
somente porque ele pode primeiramente identificar a si mesmo como membro
de uma sociedade, grupo, classe, estado ou nação que ele reconhece como seu
lar. (Seruton, 1986, p. 156).
Na década de 60 a popularização da TV só intensificou o nicho pop e tudo o que
o envolvia. Até mesmo os movimentos que lutavam contra padronização e consumismo
como a “contracultura” foram “empacotados” e distribuídos como produtos e atitudes a
serem seguidas. Shows, revistas, discos, roupas ajudaram a gerar uma grande receita
para a indústria musical com base nesse movimento.
A música pop está atrelada ao consumo por meio dessa divulgação, sendo o
capital, muito necessário para fazer o negócio girar. Não é a toa que esse estilo tem sua
origem e predominância nos EUA. A maior potência econômica do mundo tem capital e
força midiática como nenhuma outra, por essa razão tem seus artistas ultrapassando
barreiras nos quatro cantos do planeta e influenciado outros de países distintos incluindo
o Brasil.
A música norte-americana é o maior e mais poderoso porta-voz de sua
população. Através dela, além do caráter de entretenimento, são retratados fatos
e elementos culturais do país, que por sua vez, são repassados ao mundo inteiro.
(Sablosky, 1994).
Influência no Estilo
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O esboço da música pop brasileira começa a se dá nas décadas de 60 e 70 em
movimentos da MPB como o Tropicalismo e Jovem Guarda. Reparemos a semelhança
entre o bom “mocismo” dos Beatles na Jovem Guarda com seu romantismo e a rebeldia
dos Rolling Stones nos Tropicalistas adeptos da contracultura.
A influência do pop americana adentrou no Brasil trazendo primeiramente a
lógica das altas vendagens, exposição e popularização dos cantores e sua imagem.
Novos Baianos, Secos e Molhados, Raul Seixas, Jorge Ben, Rita Lee e Tim Maia são
alguns exemplos de grandes vendedores de discos da época. Assim como os
tropicalistas esses artistas misturam em suas músicas tendências americanas, ritmos
característicos, instrumentos mais utilizados no exterior, além da linguagem direta e
eficaz do pop com temas comuns a toda população. No Brasil, dessa época a
popularização dos cantores se dava através das emissoras televisivas com seus festivais,
programas de auditório, além das trilhas de novelas.
Os Tropicalistas (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Torquato Neto, Os
Mutantes e Tom Zé) tinham como característica o “Movimento Antropofágico” que
consistia em absorver influências musicais estrangeiras e regurgitá-las mescladas à
nossa música. Assim eles absorveram a atitude levada pelo visual: excesso de roupas
coloridas e cabelos cumpridos que marcaram um estilo. A criatividade também era um
fator nas apresentações sempre inovadoras de alguma forma, muito do pop está baseado
nas performances no palco. A atitude de absorver nos denota ao processo pós-moderno
de hibridismo cultural:
A hibridização refere-se ao modo pelo qual modos culturais ou partes desses
modos se separam de seus contextos de origem e se recombinam com outros
modos ou partes de modos de outra origem, configurando, no processo, novas
práticas. (COELHO, 1997, p. 125-126).
Provando que essas misturas é um processo cultural totalmente natural. A união
de estilos musicais dos tropicalistas transforma esse movimento em algo pop(ular), pois
essa união tem um poder de fazer com que mais pessoas se identifiquem, uma vez que
mescla linguagens diversas. Eles misturavam à cultura brega, o rock psicodélico, a
música erudita, a cultura popular. Incorporaram a utilização da guitarra elétrica, não
utilizada na música brasileira até então.
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O grupo Secos e Molhados foram influenciados pelo pop no que tange a criação
de uma imagem marcante e estilo. Tinham apresentações ousadas, figurinos
extravagantes e maquiagem que remetiam a banda americana “Kiss”. Esses fatores
fizeram com que a banda ganhasse notoriedade e despertassem o interesse de
gravadoras. O artista pop tem na maioria das vezes sua imagem visual, estilo e proposta
artística chegando antes que a sua música isso é o que chama a atenção dos demais.
Já Raul Seixa tinha em sua identidade artística a atitude contestadora e o
misticismo, a Rita Lee tinha a rebeldia em sua forma de agir, Tim Maia era influenciado
pelo estilo Soul americano muito popular entre os negros e incorporado constantemente
ao gênero pop que aceita muito bem uniões.
Consolidação do Gênero Musical
A década de 80 foi um momento de apogeu para o pop americano, o momento
no qual o mesmo passou a ser visto muito além de suas características superficiais de
fácil absorção e começou a ser notado pelo estilo de criação, arranjo etc. Nesse
momento se estabelece uma cisão entre o conceito que analisava o pop apenas enquanto
algo popular, feito para massa, existindo peculiaridades e formas específicas.
Nessa década surgem o rei e rainha da Pop Music, Michael Jackson e Madonna.
Subsidiados pelo avanço tecnológico que possibilitou a criação do CD (compact disc),
esses artistas alcançaram números de vendagens e quebra de recordes jamais vistos.
Suas músicas eram propagadas aos quatro cantos do planeta. Além do rádio, a música
também era difundida por meio de filmes e vídeo clipes.
Michael Jackson é tido como “O maior ícone negro de todos os tempos”, teve
um papel importante na quebra de barreiras raciais. Por meio de sua música que era Pop
influenciado pelo: Soul, Hip Hop, R&B e Blues. Abriu portas para que a música negra
ficasse mais popular. Difusor de um estilo de dança único, “Moonwalk”, “Robot” e The
Lean (inclinação de 45º) tornando a dança um fator importante para os artistas do
segmento pop. Muitas músicas passaram a se basear em ritmos bons para dança, em
épocas anteriores para as discotecas, depois para as ruas, boates etc.
Madonna trouxe em seu estilo musical a quebra das barreiras do conteúdo lírico
tradicional. Suas letras chamavam a atenção pelas controvérsias religiosas e sexuais.
Utilizava em sua música, desde o início, a influência da Dance Music e da Disco. Em
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seus shows fazia uso de pirotecnias, figurinos muito elaborados e chamativos,
dançarinos e coreografias sensuais, além de temáticas polêmicas interpretadas em suas
performances. Madonna introduziu no universo pop a polêmica como meio de
direcionar o olhar do público para si. Uma característica que seria repetida como
fórmula de sucesso por muito artistas.
Os dois artistas são referência para outros pelo modo que conduziram suas
carreiras com alta exposição, popularidade e inovação. Foram pioneiros na
popularização da música por meio de vídeo clipes, obras cinematográficas como
“Thriller” ainda entusiasma muita gente. Mas essa popularização se deu principalmente
a partir da criação de uma emissora, a Music Television.
Em 1981 a MTV é criada, um canal televiso americano voltado a vídeos
musicais, tendo 25 canais vinculados espalhados pelo planeta. A MTV com sua
programação e premiações tornou-se um fenômeno mundial. Muitos cantores tiveram
seu sucesso impulsionado pelo canal que invadiu países do mundo a fora incluindo o
Brasil. Aqui a música pop americana chegava por meio das trilhas dos filmes e das
novelas, várias dessas músicas ficaram em primeiro lugar dentre as mais executadas nas
rádios, o que acarretou em um crescimento na vendagem de discos de artistas
internacionais em nosso território.
Influência na Música Brasileira
Os anos 80 trouxeram também evoluções nas técnicas de gravação e a utilização
de sintetizadores (instrumento que produz sons de maneira digital); A influência da
Dance Music recaiu então sobre o nosso país e podíamos ver isso claramente nas
músicas produzidas em solo brasileiro.
Encontramos tendências americanas presentes na música “Cartaz” de Fagner a
qual segue um estilo “Tecnopop” com um quê nordestino. O cantor inglês Ritchie
radicado aqui no Brasil passeia pelo gênero Dance e o Jazz na música “Casanova”.
Existindo fortes influências do pop nos sons produzidos por meio eletrônico (batidas,
loops, efeitos sonoros etc.) A letra aborda uma história de sedução, fala sobre dança e
temas comuns ao publico jovem, constante foco da música pop.
O que dizer da música “Só Você” interpretada pelo Vinícius Cantuária. Um estilo
muito típico com influência americana que nos remete à Madonna nessa época. A
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música ainda tinha um clipe numa discoteca, com um enredo e tudo mais. Dispondo
então de uma linguagem jovem e atual para a época de 84.
Temos também a banda Kid Abelha com “Como eu Quero”. Paula Toller traz um
visual muito moderno, cabelo curto, aparece como uma mulher sedutora e fatal
mexendo em um computador. A moda no seu vestuário é outra característica a ser
considerada, o artista pop segue tendências da moda.
Palco do Gilberto Gil é um grande exemplo de pop nacional na década. A música
traz a influência da Disco, ao mesmo tempo tem traços cubano com o “Bongô”, tem a
presença do “Agogô” e da “Percussão Africana” e instrumentos de “Sopro”. No final
essa irreverente obra do Gil no lembra em alguns momentos "Don't Stop 'Til You Get
Enough” do Michael Jackson. No clipe vemos um Gilberto com o cabelo Black Power
muito difundido pelo Michael e seus irmãos Jackson. Os produtores brasileiros estavam
muito antenados com o que havia de novo no exterior nessa época.
Outro aspecto de influência que pode ser analisado é a utilização de gírias e
palavras inglesas na nas canções brasileira, devido a forte presença das palavras no
cotidiano nacional, temos como exemplos “Show biz” (Chico Buarque) e Make-up
(Gilberto Gil), muitas outras existem até os dias atuais. Segundo Naisbit (1982):
A expansão do uso de estrangeirismos acompanha o fenômeno da globalização.
A sociedade está passando de um monismo cultural e linguístico para um
pluralismo cultural e linguístico.
Pop Brasileiro
O poder visual dos clipes e sua importância para a divulgação do cantor se
estendeu ao nosso país. Em 20 de Outubro de 1990 nasce a MTV Brasil, a versão
nacional da MTV “gringa” foi a primeira a ser lançada em TV aberta no mundo. Antes
havia um “monopólio” na exibição de vídeo clipes estrangeiros ou nacionais
transmitidos apenas pelo programa “Fantástico” da Rede Globo.
Havia uma priorização por parte dessa versão brasileira do canal americano em
transmitir clipes advindos de lá, principalmente música pop e rock. Então ao longo do
tempo foram surgindo outros programas de exibição de vídeos musicais: Clip Trip, na
Gazeta, Som Pop, na TV Cultura, Clip Show na extinta Rede Manchete, etc.
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A programação era sempre voltados para um público jovem que consumia e se
identificava com a linguagem contemporânea vinculada nos clipes de seus artistas e
bandas favoritas, estes formavam tribos e eram influenciados.
O cenário pop americano dos anos 90 trouxe fenômenos caracterizados como
boybands e girlbands. Grupos vocais de até cinco componentes que conquistaram uma
legião de fãs jovens com suas músicas dançantes, coreografias e videoclipes mega
produzidos. Podemos citar os Backstreet Boys e as Spice Girls. Nessa época também
surgem grandes nomes do gênero, as chamadas princesinhas do pop. Seguindo uma
linha mais “lolita” e romântica surgem Britney Spears e Christina Aguilera, referências
para os adoradores de pop music.
Os latinos também não ficaram de fora da onda pop do momento, tivemos Ricky
Martin, Enrique Iglesias e Jennifer Lopez conquistando o mundo com seu swing. Em
terras tupiniquins tivemos fenômenos como o cantor Latino, introduzindo o Funk
Melody e sua experiência no exterior. Se lá fora tínhamos os grupos, aqui tínhamos uma
dupla e tanto, Sandy & Junior, os dois adotaram uma sonoridade muito próxima do pop
romântico americano, com a característica brasileira do sertanejo. Seus shows eram bem
produzidos e coreografados, utilizavam dançarinos e pirotecnias em suas apresentações.
Uma clara referência aos modelos de origem do gênero musical.
A virada do século trouxe ao Brasil a possibilidade maior de contato com a
música pop americano por meio da rede de computadores. As músicas agora poderiam
ser baixadas e os clipes assistidos pela internet, facilitando o acesso das pessoas e
influenciando muito mais nossa musicalidade. Essa possibilidade dar ao público um
poder de comparação muito grande entre artistas nacionais e americanos. Nota-se a
tendência em se criar uma sonoridade pop mais similar com a americana, consolida-se
então um Pop brasileiro. Surgem então, nos anos 2000, artistas ainda mais próximos do
modelo de pop americano: Wanessa Camargo, Kelly Key, Grupo Rouge, Broz, SNZ,
KLB, Twister dentre tantos outros.
Os apreciadores tornam-se mais exigentes e também passaram a olhar o artista
não somente pela sua música, mas por todo conjunto da obra, imagem e performance.
Ele olha para a música que agora é uma concha de retalhos ainda maior, pois deriva da
cultura que se realimenta e ressignifica.
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A Cultura (com ‘‘C’’ maiúsculo, e no singular) se transformou em culturas (com
‘‘c’’ minúsculo, e no plural.) (HUTCHEON, 1991, p. 30).
Atualmente vemos o cenário Pop brasileiro cada vez mais aquecido, as
produções artísticas estão cada vez mais arrojadas e em evidência, os shows são mega
produções e a imagem artística está sendo cada vez mais trabalhada e muito difundida
nas mídias. A linguagem pop tem influenciado outros gêneros como o Axé music; As
musas Ivete Sangalo e Claudia Leitte utilizam as pirotecnias nos seus shows e em suas
músicas há influência pop eletrônica. Temos também o Sertanejo Pop que tem como
nomes principais: Luan Santana, Gustavo Lima, Michel Teló e Paula Fernandes.
Surge o Funk Pop advindo do Funk Melody, a mistura do pop americano com a batida
contagiante do Funk Carioca. Trazendo fenômenos como Anitta, Naldo, Ludmilla e
Velezca Popozuda.
Considerações Finais
O Pop se mistura e cai bem com qualquer outro estilo. Está presente em nossa
música, misturado em nuances que nem desconfiamos. Isso não negativa a nossa
música, apenas soma. Pois assim como a cultura a música não é estática, os gêneros
recebem influência e influenciam.
Existe um receito em relação à expansão da música americana em nosso
território. O medo é que haja uma descaracterização da nossa veia musical ou que as
nossas obras sejam desvalorizadas. Segundo dados a ABPD – Associação Brasileira de
Produtores de Discos, o Brasil ao contrário da grande maioria dos países consome muito
mais música nacional do que internacional. Oito em cada dez álbuns vendidos aqui é de
artista brasileiro. Países como Inglaterra, França e Itália não possuem 80% do mercado,
como ocorre aqui; Tornando o nosso país um dos maiores consumidores de música
nacional do mundo.
Obras de raiz ainda continuam sendo feitas, apesar de não terem a divulgação
merecida. Mas se pararmos para analisar tais manifestações sempre ficaram mais
sujeitas ao cotidiano da população e hoje em dia podemos ter acesso por meio da
tecnologia existente. Um gênero ou estilo musical não morre apenas se transforma.
Estamos em um Brasil cada vez mais misturado musicalmente falando. De modo
que as pessoas estão consumindo a diversidade em forma de música e pode-se dizer que
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o POP é o reflexo da diversidade musical atual. Graças também a tecnologia, a força de
difusão musical tornou Pop (ular) o que era Sertanejo, Axé e Funk. Estamos numa
“salada mista” onde o que vale é embalar o grande público. E uma coisa é fato, a Pop
Music tem uma história muito relevante e participou ativamente da expansão da música.
Não tem contra argumentos. Está na nossa cultura sim, é um gênero de relevância, está
impregnado em vários outros gêneros e vem sendo feito por artistas brasileiros há anos.
Referências
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Disponível em: <http://culturabrasil.cmais.com.br/a-explosao-da-musica-pop-no-brasilpor-andre-barcinski>.
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CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas – estratégias para entrar e sair da
modernidade. 4. ed. São Paulo: UNESP, 2011.
CASTILHO, Cristiano. Sobre a MPB e a Música Pop brasileira. Gazeta do Povo, 2012.
Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/sobre-a-mpb-e-a-musicapop-brasileira-7woisxjwlq9r3ttj6j7ocgmry>.
COELHO, Teixeira. Culturas híbridas. In:_____. Dicionário crítico de política
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TELES, Maria. Música Pop: Da Estética, Conceitos e Preconceitos, Dissertação de
Mestrado em Estudos Americanos. Universidade Aberta, Lisboa, 2008.
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