CONTRAÇÃO MUSCULAR: NO ANIMAL VIVO NO PÓS-ABATE: ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS E HISTOLÓGICAS RELAÇÃO COM A QUALIDADE DA CARNE Sandra R. S. T. de Carvalho Departamento de Zootecnia UFSC Transporte de íons cálcio mitocôndrias + O2 Ca ++ Ca ++ - O2 retículo sarcoplamático Ca ++ +ATP Ca ++ estímulo nervoso Sarcoplasma ( E s p a ç o m i o f i b r i l a r ) Transporte do cálcio no sistema muscular Contração Muscular • Ocorre por processo gasto/recuperação (presença de oxigênio) • Pode ocorrer processo anaeróbico Animal vivo • Glicogênio ou glicose (glicólise - meio rápido de obtenção de ATP) ↓ ácido pirúvico ↓ gás carbônico e íons hidrogênio (através do Ciclo de Krebs) ↓ íons hidrogênio entram na cadeia citocrômica mitocondrial ↓ ATP sangue Por que a glicólise ocorre? Utiliza diferentes fontes de energia (proteínas, carboidratos ou lipídeos), extrai esta energia e forma ATP ATP – carrega energia, ele fornece energia para ser utilizada imediatamente (não armazena) 26/09/2012 6 Sumário das reações que proporcionam energia para a função muscular G L I COG ÊNI O MUSCUL AR ∨ GL I CO SE 1-FO SF AT O [ren di men to = 3AT P] -1 AT P + 4AT P | | > VI A G L I CO L ÍT I CA EMBDEN-MEYERHO F > ÁCI DO PI RÚVI CO 4H PRO DUT O S DA DEG RAD AÇ ÃO DE ÁCI DO S G RAXO S E AMI NO ÁCI DO S aero b i ose aero b i o se an aero b io se aero b i o se ∨ ∨ ∨ 2 ÁCI DO L ÁT I CO ∨ CI CLO DE KREBS-JHO HNSO N aero b i o se ∨ 20 H SUPRIMENT O SANG ÜÍ NEO aero b i o se 6 O2 > ∨ ∨ C ADEI A CI T O CRO MICA MIT O CO NDRI AL ∨ 4 AT P ∨ 30 AT P > 12H 2 O 6 CO 2 CONVERSÃO DO MÚSCULO EM CARNE 26/09/2012 8 Modificações post-mortem • Modificações bioquímicas • Modificações estruturais Na transformação do músculo em carne • As reações post mortem são tentativas de manter a vida no músculo; • As condições pré-abate podem afetar as reações post mortem. 26/09/2012 10 Sangria Cessa a circulação Morte do animal 26/09/2012 11 26/09/2012 12 Produção de energia muscular Método Aeróbico Anaeróbico Glicólise Processos Glicólise â Ciclo de Krebs â Cadeia Mitocondrial Transportadora de Elétrons 1 Glicose + 36 Pi + 36 ADP + 6 O2 1 Glicose + 3 ADP + 3 Pi 37ATP 6 CO2 42 H2O 3 ATP 2 Lactato 2 H+ 3 H2O Ingredientes Produtos Glicogênio ou glicose ↓ Ácido pirúvico (não entra Ciclo de Krebs e na cadeia citocrômica para formar ATP) ↓ Forma ácido lático ↓ Provoca queda do pH 26/09/2012 14 Queda do pH • O descenso de pH depende da quantidade de glicogênio presente no músculo, logo após a sangria; • A acidificação muscular contribui para a vida útil da carne; • A queda do pH e a velocidade do acúmulo de ácido lático determina a CRA do músculo. 26/09/2012 15 26/09/2012 16 Por que o pH cai? Formação de ácido lático e H+ Ao mesmo tempo ↓ ATP e ↑ Ca no sarcoplasma ↓ Energia para deslizamento dos miofilamentos e forma pontes permanentes de actina miosina ↓ Estabelecimento do Rigor mortis 26/09/2012 17 26/09/2012 18 26/09/2012 19 26/09/2012 20 A velocidade de queda do pH e o pH final é variável Queda pH é mais rápida suínos Intermediária em ovinos Mais lenta em bovinos Glicólise e queda do pH Glicogênio muscular relacionado com o pH muscular ⇓ Características e propriedades da carne dependem da velocidade do declínio do pH TIPOS DE ESTRESSE - apanha errada de aves; - embarque no caminhão em rampas muito inclinadas; - uso de picanas elétricas, gritos, cachorros etc; - caminhões mal projetados; - densidade de transporte muito alta ou baixa; - tempo e distância de transporte; - mistura de animais não familiares; - estresse calórico; - falta de banho de aspersão; - manuseio na área de espera. 26/09/2012 23 CARNE NORMAL CARNE PSE CARNE DFD 26/09/2012 24 DIFERENÇA ENTRE OS 3 TIPOS DE CARNE ESTÁ RELACIONADA A QUEDA DE pH 26/09/2012 25 7,20 6,80 6,40 pH normal PSE 6,00 DFD 5,60 5,20 0 6 12 18 tempo post-mortem 24 Carne PSE • Está relacionado ao genótipo ou ao estresse curto • Ca++ liberado das mitocôndrias em dobro, qdo comparados com suínos resistentes • Ocorre rápida degradação do glicogênio muscular após o abate • pH cai abaixo 5,8 em 1 hora aves e suínos ↓ estresse pré-abate ↓ liberação dos hormônios catecolaminas e os glicocorticóides ↓ eleva o metabolismo dos animais ↓ aumenta velocidade queda pH 26/09/2012 28 Carne PSE • Diminuição brusca do pH e TºC alta • Diminuição CRA • Mudanças na aparência da cor normal da carne • Desnaturação de proteínas Carne PSE • Maior defeito – Exsudação • Perdas na indústria, músculo mais afetado lombo e pernil 26/09/2012 31 26/09/2012 32 26/09/2012 33 Carne DFD • Estresse prolongado antes do abate • ↓ níveis de glicogênio muscular • Pouco pirúvico, não forma ácido lático • pH não cai Carne DFD • Pouca variação do pH (acima de 6,0) • pH final alto • Maior CRA • Carne pegajosa e escura Carne DFD Alta CRA favorece proliferação bacteriana ↓ Vida de prateleira 26/09/2012 36 D.F.D. x TRANSPORTE Diretamente relacionado ao transporte Tempo muito alto DFD Resfriamento • Deve ser imediato para evitar a disseminação microbiana na carcaça ↑ pH e ↑ temperatura • Resfriamento muito rápido Encolhimento pelo Frio (Cold Shortening) <16ºC 26/09/2012 38 PARA AJUDAR: GLICÓLISE http://www.youtube.com/watch?v= rrsnm4O18eQ&feature=related CICLO DE KREBS http://www.youtube.com/watch?v= D5e1a0SunDA CADEIA RESPIRATÓRIA http://www.youtube.com/watch?v= dRLfcigsuyE&feature=relmfu 26/09/2012 39 Maturação (Resolução do RM) Degradação enzimática 26/09/2012 40