PRÉ VESTIBULAR SOCIAL PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA Professor: Leandro B. dos Santos Disciplina: História Geral Aula 04: História Antiga Ocidental – Grécia 1 – Geografia, povoamento e história A Grécia antiga localizava-se ao sul da Península Balcânica, na bacia oriental do Mediterrâneo, e era banhada pelos mares Jônico e Egeu. Era formada pelas terras do sul dos Balcãs, as ilhas do Egeu e as costas da Ásia Menor. Seu relevo montanhoso dificultava as comunicações terrestres e seu litoral recortado facilitava as comunicações marítimas. Isolados em terras, os gregos voltaram-se para o mar e desenvolveram uma civilização de grandes navegadores e comerciantes. A Grécia foi povoada no segundo milênio antes de Cristo pelos arianos ou indo-europeus (aqueus, jônios, eólios e dórios). 2 – O período Homérico (século XII a. C. – século VIII a. C.) Os aqueus foram o primeiro grupo indo-europeu que se fixou na Grécia. Entraram em contato com os cretenses e absorveram sua cultura, resultando daí o desenvolvimento da civilização creto-micênica. Por volta de 1400 a. C., conquistaram Creta e, em seguida, destruíram Tróia, seguindo-se o apogeu da civilização micênica que, em 1.200 a. C., foi destruída pela invasão dos dórios. Parte dos aqueus fugiu do Peloponeso e colonizou as ilhas do Egeu e o litoral da Ásia Menor (primeira Diáspora grega). A Ilíada e a Odisséia, poemas épicos de Homero, mostram que nessa época a vida da Grécia baseava-se na comunidade gentílica, cuja desagregação ocasionou, posteriormente, o aparecimento da propriedade privada e das classes sociais. Data de então o surgimento das polis ou cidades-Estados, cuja primeira forma de governo foi a monarquia. Esparta e Atenas foram as principais cidades-Estados da Grécia antiga. A primeira se caracterizou pelo militarismo e pelo regime aristocrático; a segunda, pelo desenvolvimento intelectual e pelo regime democrático. 3 – Mudanças do período Arcaico (século VIII a. C. – século VI a. C.) O crescimento demográfico e a falta de terras férteis determinaram a emigração grega (segunda Diáspora) e a colonização dos mares Negro e Mediterrâneo. Desenvolveu-se um intenso comércio marítimo entre a Grécia e as suas colônias. Isso trouxe como principais conseqüências o enriquecimento da aristocracia, o surgimento de uma poderosa classe média (comerciantes, armadores e artesãos) e a ruína dos pequenos agricultores. Desencadeou-se nas cidades-Estados o conflito entre o demos e a aristocracia. Nessa luta, surgiram os legisladores, que procuravam solucionar a crise através de reformas, e os tiranos, que conquistavam o poder pela violência. Nas cidades-Estados em que a luta foi vencida pela nobreza, consolidou-se o regime aristocrático. Naquelas em que o demos foi vitorioso, as reformas conduziram ao regime democrático. 4 – Período Clássico – As Guerras Médicas O período clássico é fortemente marcado pelos antagonismos de interesses existentes entre diferentes cidades, principalmente Atenas e Esparta, no que diz respeito as suas formas de organização e a luta pela hegemonia sobre o mundo grego. Porém o marco inicial do Período Clássico se dá com os conflitos entre gregos e persas, dando origem às chamadas Guerras Médicas. As Guerras Médicas foram uma série de conflitos entre persas e gregos pela hegemonia comercial e militar da região. A origem dos conflitos está ligada à intensa relação de Atenas com as colônias gregas da Ásia Menor e ao expansionismo persa na região. Com o reinado de Ciro I, os persas iniciaram sua expansão atingindo seu apogeu sob o reinado de Dario I. Nesse momento o imperialismo persa se choca com o imperialismo ateniense sobre a Ásia Menor. Tais circunstâncias levam em 496 a. C. a revoltas das cidades gregas da Jônia contra o domínio persa. Nesse momento Mileto e Atenas irão ter grande influência, a primeira liderando a revolta e a segunda apoiando militarmente. Mileto é destruída, Trácia e Macedônia conquistadas pelos persas que também irão exigir a submissão da Grécia sendo negada pelos atenienses e espartanos. Está montado o cenário da guerra que iria durar até 448 a. C. Em 490 a. C., estoura o primeiro conflito entre persas e atenienses. Os persas desembarcam na planície de Maratona, cerca de 42 quilômetros distante de Atenas. A primeira derrota persa acontece e as baixas são tão grandes que uma trégua é estabelecida durante 10 anos, tempo este que serviu para o fortalecimento do exercito ateniense e para a consolidação de seu poder sobre as demais cidades gregas, formando alianças com outras que eram alvos do expansionismo persa. Xerxes I comanda a maior tentativa de conquista a Grécia tendo o apoio de Cartago que atacava as cidades da Magna Grécia. Em 480 a. C., o rei Leônidas de Esparta comanda seus exércitos contra os persas que é aniquilado no desfiladeiro de Termópilas. Enquanto isso, a Ática era invadida e parte de Atenas incendiada. Em Salamina acontece a maior vitória ateniense sobre os persas. Os atenienses aniquilam toda a frota persa e cortam os suprimentos do exército. Um ano depois os persas sofrem outra derrota em Platéia pelas forças combinadas de Atenas e Esparta. O perigo persa estava anulado. Atenas se volta para seus interesses assim como Esparta e as cidades do Peloponeso. Em 476 a. C., reuniram-se na Confederação de Delos uma liga entre Atenas e várias cidadesEstados com interesses marítimos onde cada uma contribuía com embarcações, soldados e/ou dinheiro. Essa organização foi fundamental para a grande vitória do rio Eurimedon em 448 a. C., levando os persas a reconhecerem a hegemonia grega do mar Egeu. 5 – A conquista macedônica e o Período Helenístico Geografia, povoamento e história: A Macedônia localizava-se na Península Balcânica, ao norte da Grécia, e não possuía saída para o mar. O isolamento geográfico contribuiu para retardar o desenvolvimento econômico e cultural do país, que pouca influência sofreu da Grécia antiga. Apesar de os gregos considerarem os macedônios um povo bárbaro, estes descendiam também dos indo-europeus que haviam povoado o sul dos Bálcãs durante o segundo milênio antes de Cristo. A agricultura e o pastoreio constituíram as principais atividades econômicas. A monarquia era a forma de governo existente, mas a autoridade era de fato descentralizada, sendo exercida por um conselho aristocrático e por uma assembléia guerreira. Somente no século IV a. C., surgiu na Macedônia um governo centralizado. Filipe II, Alexandre e o Oriente: Filipe II (359 – 336 a. C.) foi o fundador do Império Macedônico. Promoveu a centralização da autoridade política, a reforma militar do exército e conseguiu para a Macedônia uma saída para o mar. Valendo-se das divisões internas das cidades gregas, invadiu a Grécia em 338 a.C. e a conquistou na batalha de Queronéia. Foi morto em 336 a. C., quando se preparava para iniciar a conquista do Império Persa. Alexandre (336 – 323 a. C.), filho de Filipe II e discípulo de Aristóteles, assumiu a liderança greco-macedônica e, em 334 a.C., iniciou a campanha de conquista do Império Persa (batalhas de Granico, Isso e Gaugamela), estabeleceu sua capital em Babilônia, onde morreu prematuramente aos 33 anos de idade. A morte de Alexandre foi seguida por um longo período de lutas sucessórias que culminaram, em 280 a. C., na divisão de seu império em reinos helenísticos. O Egito coube à Dinastia Ptolomaica ou Lágida; a Macedônia à Dinastia Antigônida e a Ásia à Dinastia Selêucida. Os reinos helenísticos, por sua vez, foram sucessivamente conquistados por Roma. MELLO, Leonel Itaussu A. COSTA, Luiíz César Amad. História Antiga e Medieval: da comunidade primitiva ao Estado Moderno. 3ª Edição. Editora Scipione. 1995. Pp 94, 95, 135 SALOMÃO, Gilberto Elias. História – Livro 1. São José dos Campos, Poliedro, 2007. Pp 43 - 49 Leandro B. Santos Historiador