2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 1º Ano TEXTO BASE: GRÉCIA – PERÍODO CLÁSSICO (500 – 338 a. C.) O período clássico da Grécia antiga é marcada por uma série de conflitos internos e externos. É também o período em que são consolidadas os modelos das cidades-estados e a influência grega no mundo ocidental a partir das vitórias empregadas sobre povos do oriente, especialmente sobre os persas. Cabe ressaltar que o período foi antecedido pela prosperidade política, econômica e social, as cidades-estados, em suas estruturas, haviam se expandido pela Península Balcânica, pela Magna Grécia, ilhas do Egeu e Ásia Menor. Mas ao mesmo tempo em que os gregos prosperavam e estendiam seu domínio comercial sobre o Mediterrâneo, outro povo ao oriente avançava desde o planalto do que hoje é o Irã até as fronteiras da Índia e Ásia Menor: os chamados persas. A princípio, os persas, juntamente com os medos, habitavam as montanhas ao sul da Mesopotâmia, dedicando-se ao pastoreio, à agricultura e à pilhagem (saques sobre outras cidades), mas estavam sujeitos ao domínio dos assírios, pagando-lhes tributo. Mas, a partir do século VII a. C., fizeram a unificação de suas tribos e formaram o reino dos Medas ou Medos e outros pequenos Estados. Neste contexto, começaram sua política de expansão, dominando outros povos e impondo sobre eles a cobrança de impostos. No entanto, em 550 a.C., Ciro I da Pérsia destronou o rei Ciáxeres da Média e unificou os reinos, formando o a civilização medo-persa. Em torno de 480 a.C., o Império Persa estendia-se das fronteiras da Índia até a Grécia. Dominando a Mesopotâmia, e a Ásia menor, incorporando algumas cidadesestados gregas ao seu Império – Mileto, Éfeso, além das ilhas de Samos e Lesbos. Criara-se um grande e poderoso Império, organizado em um modelo teocrático, mas que buscava respeitar a cultura e organização dos povos dominados, inclusive, o respeito à religiosidade. Tal política de aceitação buscava disfarçar o domínio econômico. Fazendo com que os persas se aliassem às elites dos povos dominados de forma a controlar o território ocupado. A tudo isso, Ciro I recebeu o título de Ciro – o Grande. Seu sucessor, continuou a política expansionista conquistando o Egito e mantendo o Império forte e centralizado até sua morte e, quando assume Dario I que continuou com uma gestão expansionista – avançando sobre a Grécia. 1 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 1º Ano Cabe ressaltar, que no governo de Dário I, foram criadas as satrápias – províncias persas que eram administradas pelos satrapas – gestores escolhidos pelo rei para controlar o domínio persa sobre a região, mas que eram vigiados de perto por agentes especiais do rei “Olhos e ouvidos do rei” para evitar qualquer levante ou traição. Ainda, sob seu governo, estendeu-se uma complexa rede de estradas que possibilitaram maior controle do Império e funcionavam como uma espécie de via para o correio da época. Além disso, para fortalecer o Império, estabeleceu um padrão de pesos e medidas e unificou a moeda: o dárico. É nesse contexto entre a expansão dos persas e a consolidação das cidadesestados gregas que iniciaria o período clássico dos gregos. Em 499 a.C., os jônios, gregos que habitavam as cidades-estados da Ásia menor (já dominadas pelo persas), passaram a investir uma série de levantes para livrarem-se do domínio persa. Solidários aos jônios, Atenas enviou uma frota de navios para ajudar a revolta. Em resposta, Dário I enviou à Ática (região de Atenas) uma pequena tropa que fora massacrada pelo atenienses na Batalha de Maratona (490 a.C.) – o que despertaria na Pérsia o desejo de vingar-se, consolidada no filho e sucessor de Dário I: Xerxes. Dez anos passados da Batalha de Maratona, Xerxes enviaria à Grécia cerca de 100 mil homens e mais de 500 navios para dominá-la e transformá-la em uma colônia persa. Provocando o que ficou conhecida como Guerras-Médicas. Na ocasião do primeiro avanço de Xerxes sobre a Grécia, os espartanos tiveram papel fundamental nas linhas de defesa gregas na chamada: Batalha de Termópilas – que buscou tardar a invasão persa, mas que foi insuficiente para impedir seu avanço. Cabe ressaltar, no entanto, que as Guerras Médicas provocaram a união de grande parte das cidades-estados contra um inimigo comum, superando a autonomia da pólis, ou seja, embora mantivessem suas diferenciações e suas estruturas políticas, econômicas e sociais preservadas, deixaram de manter-se fechadas em si, unindo-se militarmente para garantir suas sobrevivências. Em meio a evidente ameaça, os gregos, liderados por Atenas, criaram a Confederação de Delos – que buscava formar reservas financeiras que garantissem aos gregos meios de sustentarem a guerra contra os persas – além do fornecimento de navios e soldados. Tal Liga, tinha como centro a ilha de Delos, mas fora transferida, posteriormente, para a cidade de Atenas – e liderada também por seus representantes. 2 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 1º Ano Os persas chegaram a invadir algumas cidades gregas, inclusive, incendiando Atenas, mas, devido à organização militar dos gregos, passaram a sofrer constantes derrotas, sendo uma das principais a Batalha de Salamina – que representou um duro golpe ao poderio militar persa. A medida que os persas recuavam nos ataques às cidades gregas, Atenas avançava em sua influência sobre elas. Transformando pouco a pouco a Liga de Delos em um conjunto de cidades que ficavam subordinadas ao controle ateniense. Mesmo após a vitória dos gregos sobre os persas – que culminaria em um acordo de paz conhecido como Paz de Címon, Atenas passou a interferir na política e sociedade das cidades que eram “aliadas” na liga de Delos, exigindo contribuições das cidades para mantê-las livres de invasões de outros povos. A liga de aliados se transformara em uma imposição, pois, as cidades que buscavam retirar-se da liga era forçada a permanecer por Atenas, sendo obrigadas a pagar impostos. O modelo de democracia ateniense que servia aos seus cidadãos, impusera às demais cidadesestados um regime imperialista. Cabe ressaltar, que este período é conhecido como a “era de ouro” de Atenas, em que seu líder, Péricles, estendeu a democracia a seus cidadãos e promoveu a cultura ateniense, além de revitalizar a cidade de Atenas com monumentos, templos e símbolos de poder e beleza às custas das reservas de Delos. Contrapondo-se a isso, Esparta e outras cidades-estados de cunho oligárquicos, se uniram em uma outra liga, chamada de Liga do Peloponeso, que buscava desfazer a hegemonia ateniense no território grego, contrapondo-se à expansão ateniense ao considerar um perigo político e econômico. Começava aí uma guerra entre gregos, a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.). As batalhas começaram de fato envolvendo outra cidade: Corinto – que era aliada de Esparta e que exercia grande influência comercial. Contrapondo-se a ela, Atenas lançou-se com seu poderia naval, enquanto Corinto possuía um forte poder militar terrestre. Esparta avançou contra a Ática, destruindo os campos e obrigando a população a refugiar-se atrás dos muros de Atenas – gerando uma aglomeração insustentável na cidade – o que provocaria uma forte epidemia e, posteriormente, a derrota de Atenas anos após. Esparta passou a exercer hegemonia na Grécia com governos oligárquicos, enquanto que a democracia ateniense ruiria com o fim da guerra. Atenas passou a ter um grupo de 30 atenienses que a governavam de forma tirana, dando fim ao imperialismo e ao modelo democrático. 3 2º BIMESTRE - 2015 Disciplina: História Professor: Otto Terra Série: 1º Ano No entanto, o domínio de Esparta durou pouco, uma vez que, Tebas, importante cidade grega com enorme poderio militar, se opôs ao domínio espartano – vencendo seus exércitos e impondo nova hegemonia nos territórios gregos. Na dinâmica de diversos conflitos internos, antecedidos por uma grande batalha com os persas, as cidades-estados gregas comungavam de incapacidade de resistência uma sobre as outras. O que expos suas fragilidades e favoreceu uma nova invasão: a dos macedônicos – sob liderança de Filipe da Macedônia. Terminaria aí o Período Clássico da Grécia e se iniciaria o Período Helenístico – com o avanço da Macedônia em territórios gregos e asiáticos. 4