Atenas Módulo 9 Localiza-se na Planície da Ática. Hoje essa cidade é capital da Grécia. E foi fundada pelos jônios. Por ser muito próxima do litoral favoreceu o desenvolvimento da navegação marítima. Logo, Atenas dominou grande parte do Mediterrâneo. • O comércio entre Atenas e suas colônias promoveu o enriquecimento de uma camada da sociedade. Eram os comerciantes e artesãos, os demiurgos. • Ao mesmo tempo os georgoi, pequenos proprietários foram arruinados, endividados e escravizados por não suportarem a concorrência com as mercadorias coloniais a preços mais baixos. Atenas era uma cidade exportadora: azeite, vinho e cerâmica. Oposto de Esparta: valorizava-se o viver bem, o falar e argumentar bem. Eram fatores essenciais à prática da cidadania e à vida humana. Cidade de comerciantes, pensadores e artistas. É considerada o maior centro artístico e cultural da Antiguidade. 1. O “berço” da democracia • Comércio externo desenvolveu-se bastante no período arcaico, principalmente pelas colônias fundadas pelos gregos nas ilhas do Mar Egeu e litoral da Ásia Menor. • Os thetas (marginais) dedicaram-se ao comércio e artesanato. • Escravos foram comprados para trabalhar na agricultura, enquanto os georgoi, não podendo pagar seus empréstimos contraídos com os eupátridas, perderam as terras e a liberdade, tornando-se escravos por dívidas. Pressão das novas classes – comerciantes e artesãos que começaram a pressionar os aristocratas, dando início a uma grave crise política em Atenas. Formaram-se dois partidos antagônicos: o aristocrático e o popular. 2. Os legisladores Partido popular reivindicava reformas, a começar pelas leis escritas. Drácon é incumbido pelos eupátridas de redigir as primeiras leis escritas de Atenas, o que fez com severidade. Os aristocratas, após pressão do partido popular por mais participação política, indicaram Sólon para realizar a Reforma. Drácon foi eleito para acalmar as pressões populares e redigir leis em 621 a.C. Contudo, as leis elaboradas por ele eram extremamente severas, punindo com a morte a maioria dos crimes. Contudo, as leis feitas por Drácon não solucionaram os problemas e o poder continuava nas mãos dos eupátridas. • Sólon (594 a.C.) foi nomeado e estabeleceu algumas reformas: proibiu a escravidão por dívidas (diminuiu a herança do primogênito) e devolveu as terras confiscadas pela aristocracia aos pequenos proprietários. Dividiu ainda a sociedade de acordo com a renda (divisão censitária) baseada em medidas de trigo, azeite ou vinho. Aboliu o monopólio do poder pela aristocracia. Sólon ampliou a participação política. Estimulou o desenvolvimento comercial, incentivou a vinda de artesão estrangeiros, os metecos. Adotou um padrão monetário único, proibiu a exportação de cereais. Contudo, a maioria da população continuava sem influenciar nas decisões políticas. Os ricos sentiram-se atingidos em seus privilégios e os pobres queriam mudanças mais profundas. 3. Os tiranos Psístrato em 560 a.C. tomou o poder à força, tornando-se o primeiro tirano Era um eupátrida ligado às classes populares. Aprofundou as reformas de Sólon: limitou a propriedade dos eupátridas, redistribuiu as terras, estimulou o comércio marítimo, construiu grandes obras públicas e concedeu empréstimos aos camponeses. Estimulou o comércio marítimo, construiu importantes obras públicas (fortes, templos, aquedutos e incentivou as artes). Poder foi exercido pelos seus filhos após sua morte. A Tirania foi marcada por um governo cruel e com violentas perseguições. Hiparco foi assassinado e Hípias foi deposto e exilado de Atenas. Iságoras foi posto no poder com ajuda dos espartanos. Isso gera revolta, e liderados por Clístenes, expulsam o tirano da cidade e derrotam o exército inimigo. 4. A Reforma de Clístenes Clístenes (508 a.C.) passou a governar Atenas (com união entre os dois partidos) e estendeu os direitos políticos a todos os cidadãos atenienses eliminando as desigualdades políticas (e a influência dos eupátridas) entre eles, mas excluindo estrangeiros, escravos e mulheres. Todos os cidadãos passaram a ter os mesmos direitos de participação, independentemente da origem social ou da riqueza. Para garantir a participação de todos, ele dividiu a Ática em demos: Todo cidadão era obrigado a se inscrever em um dos demos (estes eram o principal elemento da sua reforma, daí o nome democracia). • Criadas dez tribos que reuniam elementos de todas as classes sociais. • O principal órgão era a Eclésia (Assembleia dos cidadãos) que votava as leis preparadas pela Bulé ou Conselho dos 500. • Justiça era distribuída pela Heliae (12 tribunais). • Execução das leis e o comando do exército cabiam aos estrategos (líder militar) em número de dez, escolhidos pela Eclésia para um mandato anual. Instituiu o ostracismo que é a supressão dos direitos políticos dos cidadãos que ameaçassem o governo, e davam um exílio por 10 anos. Clístenes trouxe estabilidade política a Atenas e a cidade atingiu seu período áureo no governo de Péricles (V a.C.), chamado também de “Século de Péricles” ou “Século de Ouro”. Péricles aperfeiçoou o sistema democrático, ampliando a participação política dos cidadãos mais pobres e remunerando os cargos políticos. A ampla participação política era estimulada e aquele que não se interessava pela vida política era considerado um idiota, isto é, um cidadão particular, o que não se preocupa com os assuntos públicos. Houve a construção de grandes monumentos na Acrópole com um grande período de produção artística e literária. Mas os problemas existiam: ruas estreitas e sinuosas; condições de higiene mínimas (esgoto e lixo jogado nas ruas e disputado pelos cães). A Sociedade Ateniense Eupátridas (bem nascidos): grandes proprietários, membros de famílias mais antigas da cidade. A seguir vinham os pequenos proprietários, os comerciantes, os artesãos e os pobres. • Atenas ainda possuía uma enorme massa populacional que não eram considerados cidadãos, e, portanto, não participavam da vida pública da cidade: • Metecos: estrangeiros ou filhos de estrangeiros. Eram homens livres e/ou comerciantes, artesãos. Serviam ao exército em épocas de guerra. Escravos: aqueles que perderam suas terras e sua liberdade por não conseguirem saldar suas dívidas; ou também prisioneiros de guerra ou comprados de comerciantes de escravos. Mulheres e jovens: sob a responsabilidade masculina. A Educação Ateniense Até os 7 anos, as crianças ficavam sob o cuidado da mãe; A partir disso, as meninas ficavam em casa com as mães e os meninos iam para a escola aos cuidados de um pedagogo, escravo ou servo da família, encarregado de acompanhar os meninos às aulas. A educação visava à formação completa do homem, valorizando a parte intelectual e também a física. Valorizava-se a Oratória (falar bem e expor seus argumentos). Educação feminina ateniense era deixada de lado, o que não ocorria em Esparta.