Portal Sul América de Investimentos Explicando Economês 31/08/12 Política Monetária Uma das preocupações principais do governo da presidenta Dilma Rousseff é assegurar um ritmo de crescimento econômico para a economia brasileira compatível com a preservação de baixas taxas de desemprego. Esse objetivo, no entanto, vem sendo prejudicado pela desaceleração da economia global, que ameaça empurrar a economia mundial para a recessão. Para atenuar o impacto recessivo decorrente de um cenário internacional adverso, o governo brasileiro tem se utilizado das políticas monetária e fiscal, para estimular a demanda doméstica, buscando sustentar o crescimento econômico. Quando o banco central reduz as taxas de juros, ele busca expandir o crédito na economia e diminuir os custos dos empréstimos. Essa é uma ação típica de política monetária, objetivando influenciar a demanda agregada da economia. A política monetária, portanto, constitui-se em um conjunto de medidas adotadas pelo governo com objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de forma a assegurar a liquidez da economia. Em última instância, a política monetária, por meio do controle da oferta de moeda, visa à elevação do nível de emprego, a estabilidade dos preços, uma taxa de câmbio adequada ao momento econômico e a sustentação do crescimento da demanda a curto prazo. A execução da política monetária se processa através da manipulação de diversos instrumentos a disposição dos bancos centrais para influenciar a oferta de moeda e regular a taxa de juros. Os bancos centrais, obviamente, não têm condições de interferir diretamente no cotidiano dos agentes econômicos, como, por exemplo, tentando aumentar ou diminuir os níveis de consumo pessoal. As autoridades monetárias procuram atuar de forma indireta. Quando alteram as reservas bancárias ou mudam o patamar dos juros, os bancos centrais procuram induzir o público a alterar o perfil de seus gastos. Os principais instrumentos de política monetária são: i. Controle direto da quantidade de dinheiro em circulação. O banco central detém o monopólio da emissão de moeda na economia. Ele pode injetar moeda via compra de divisas, aquisição de títulos no mercado, financiamento de déficits públicos, etc. ii. Operações de mercado aberto (compra e vendas de títulos no mercado) são utilizadas para fazer a sintonia fina no controle de liquidez no sistema financeiro. iii. Fixação de uma taxa de reserva bancária. Objetiva controlar a capacidade de os bancos comerciais criarem a moeda escritural, através da captação de depósitos à vista. Uma taxa de reserva bancaria mais elevada reduz o volume de empréstimos bancários diminuindo a criação de moeda escritural, reduzindo, assim, o volume de meios de pagamentos na economia. iv. Fixação da taxa de redesconto. É a taxa que o banco central cobra para emprestar recursos para bancos comerciais. É a função clássica dos bancos centrais: emprestador de última instância. Em momentos em que o governo sente a necessidade de estimular a demanda doméstica, ele dará preferência para a política monetária, deixando em segundo plano os instrumentos fiscais. Isso decorre pelo fato que a política monetária é mais ágil, podendo ser acionada mais rapidamente. De um dia para o outro, um banco central de um país pode mudar a taxa de juros vigentes, mas a alteração dos impostos ou gastos públicos normalmente é mais lenta, uma vez que, via de regra, exige a aprovação pelo Parlamento e demora a ser implementada. Por fim, deve-se salientar de que a política monetária é útil para estimular a demanda a curto prazo, mas impotente para garantir níveis crescentes e sustentáveis de crescimento econômico no longo prazo. O crescimento de longo prazo é um fenômeno real, em oposição a um fenômeno monetário. Em assim sendo, ele é determinado por variáveis reais, tais como: aumento do estoque de capital físico da economia; aumento do estoque de capital humano; o crescimento populacional; o regime institucional da economia, o progresso técnico; e assim por diante. O reconhecimento de que políticas de estímulos à demanda não conseguem afetar de modo permanente o nível de atividade econômica, tem reforçado a tese de que o papel fundamental da política monetária não é impulsionar diretamente o crescimento econômico, mas sim o de manter os preços razoavelmente estáveis (baixas taxas de inflação), garantindo a previsibilidade para o ambiente macroeconômico. Redator: Newton Rosa Este material foi preparado pela SulAmérica Investimentos DTVM S.A. e apresenta caráter meramente informativo, não podendo ser reproduzido ou copiado sem a expressa concordância da mesma. As análises aqui contidas foram elaboradas a partir de fontes fidedignas e de boa-fé. As informações aqui apresentadas deverão ser consideradas confiáveis apenas na data em que este foi publicado. Ainda assim, a SulAmérica Investimentos DTVM não garante, expressa ou tacitamente, exatidão, nem tampouco assertividade sobre os temas aqui abordados. Todas as análises aqui contidas estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. As opiniões aqui expressas não devem ser entendidas, em hipótese alguma, como uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Sul América Investimentos Rua Pedro Avancine, 73 2ºandar São Paulo – SP CEP: 05679-160