Algoritmos A sessão Algoritmos visa prover uma visão esquematizada da abordagem diagnóstica ou terapêutica de problemas frequentes encontrados em consultório diariamente por generalistas e especialistas. Na forma de um fluxograma de conduta o médico terá diante de si um resumo do que fazer perante um paciente com um dado sinal, sintoma ou achado laboratorial. Convidamos colegas a submeterem algoritmos que lhes tenham sido úteis em sua prática diária para a abordagem de seus pacientes com uma legenda explicativa e até duas referências bibliográficas. Auro del Giglio Editor da seção Algoritmos de tratamento Max Senna Mano* * Médico Oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil; Médico Oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP, São Paulo (SP), Brasil. Com o crescimento das opções terapêuticas (novos esquemas quimioterápicos, terapias-alvo, possibilidade de resgate cirúrgico na doença metastática), o manejo do câncer colorretal metastático tem se tornado mais complexo(1). É necessário, inicialmente, definir-se a intenção do tratamento (definitivamente paliativa ou potencialmente resgatável por procedimentos cirúrgicos e/ou ablativos – Figura 1). O sequenciamento do gene KRAS também se tornou essencial, visto que somente pacientes com tumores ‘KRAS selvagem’ (ou seja, não- mutado) se beneficiam do tratamento com anticorpos monoclonais anti-EGRF (Figuras 2 e 3)(2). O anticorpo monoclonal anti-VEGF bevacizumabe pode ser um ótimo parceiro para a quimioterapia, sendo o seu efeito independente do KRAS (Figuras 2 e 3)(1). Em todos os casos, deve-se sempre levar em conta as políticas de reembolso vigentes. Referências 1. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology™. [Internet]. [cited 2009 Sep 29]. Available from: http://www.nccn.org/professionals/physician_gls/f_ guidelines.asp. 2. Van Cutsem E, Köhne CH, Hitre E, Zaluski J, Chang Chien CR, Makhson A, et al. Cetuximab and chemotherapy as initial treatment for metastatic colorectal cancer. N Engl J Med. 2009;360(14):1408-17. Câncer colorretal metastático Avaliação completa: TC, PET (se disponível), RNM hepática Quimioterapia paliativa Ressecabilidade incerta Ressecável Decisão multidisciplinar - Qualidade de vida - Controle da doença - Aumento da sobrevida - Regressão tumoral máxima - Considerar esquemas mais Quimioterapia primeiro Ressecção primeiro Figura 1. Algoritmo 1 einstein: Educ Contin Saúde. 2009;7(4 Pt 2): 219-20 220 Quimioterapia paliativa - Monoquimioterapia sequencial ainda se justifica Fluoropirimidina oral ± bevacizumabe Oxaliplatina/fluoropirimidina ± bevacizumabe ou FOLFIRI ± bevacizumabe Cross-over (entre os esquemas acima) KRAS mutado KRAS ‘selvagem’ Cetuximabe/irinotecano ou cetuximabe ou panitumumabe Estudo clínico Figura 2. Algoritmo 2 Doença potencial ou marginalmente ressecável - Esquemas de poliquimioterapia mais ‘agressivos’ se justificam KRAS selvagem ou mutado Oxaliplatina/fluoropir. + bev. ou FOLFIRI + bev. FOLFOXIRI KRAS selvagem somente Oxaliplatina/fluropir. + cetuximabe ou FOLFIRI + cetuximabe Tentativa de ressecção (8 - 12 semanas) Considerar quimioterapia pós-operatória, se apropriado Figura 3. Algoritmo 3 einstein: Educ Contin Saúde. 2009;7(4 Pt 2): 219-20