A Prática dos Ensinos do Buda

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Curso para Explanadores: 2 de fevereiro de 2013, das 8h30 às 12h00
“A Prática dos Ensinos do Buda”: TC n° 529 a 531, setembro a novembro de 2012
A. Resumo e Cenário Histórico
A Soka Gakkai mantém “ligação direta com o Buda Nitiren Daishonin” e “tudo com base no
Gosho”
Desde a época do primeiro presidente Tsunessaburo Makiguti, a Soka Gakkai vem crescendo e se
desenvolvendo como precursora de novas fronteiras para o Kossen-rufu. A organização mantém uma
ligação direta com o Buda Nitiren Daishonin por basear tudo no Gosho. Em todas as épocas, o Gosho
será sempre o ponto primordial da Soka Gakkai. (TC 529, p.50)
“A Prática dos Ensinos do Buda” contém o espírito fundamental e a chave para a “prática da fé para a
vitória absoluta”. (2013 - Ano da Vitória da SGI Jovem)
Escrita em maio de 1273, na ilha de Sado, Itinosawa, aos 52 anos de idade
No pós-escrito, é endereçado “para todos os meus discípulos”, junto com a instrução: “Mantenha esta
carta com você em todos os momentos, leia-a e releia-a constantemente” (END, v. III, p. 154).
Neste escrito, Daishonin encoraja seus discípulos a seguir o seu exemplo de “praticar os ensinos do
Buda”, isto é, praticar o Sutra de Lótus tal como o Buda ensina; em outras palavras, encoraja os seus
discípulos a prosseguir diligentemente na sua prática, sem jamais abandoná-la.
Nela, Daishonin encoraja seus discípulos a seguir seu exemplo de praticar o Sutra de Lótus como o
Buda ensina e diligentemente defender sua fé. (TC 529, p. 52)
É um escrito importante e contém a essência da unicidade de mestre e discípulo. Vamos gravá-lo
profundamente em nossa vida para o contínuo desenvolvimento do Kossen-rufu e para vitória
duradoura da SGI pelo eterno futuro dos Últimos Dias da Lei. (TC 529, p. 51)
Sobre o título “A Prática dos Ensinos do Buda” (Nyosetsu Shugyo Sho)
“Praticar exatamente como o Buda ensina” = “Praticar exatamente como o mestre ensina (ou
expõe)”
Duas interpretações:
Nitiren Daishonin viveu de acordo com os ensinos de Sakyamuni e cumpriu todas as profecias
do Sutra de Lótus: para Daishonin, o ensino foi o Sutra de Lótus
Daishonin fez de si mesmo um exemplo para os discípulos à medida que leu com a própria vida
o ensinamento correto do Sutra de Lótus, praticando-o como o Buda ensina. (TC 529, p. 50)
As pessoas dos Últimos Dias da Lei devem cumprir os ensinos de Daishonin: para nós, o ensino
é o Nam-myoho-rengue-kyo e o Gosho.
Makiguti Sensei doou a vida à luta pela realização desse ideal, não se submetendo à
perseguição injusta das autoridades militares do Japão. Ele praticou exatamente de acordo
com os ensinamentos de Nitiren Daishonin.
Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, circulou de vermelho duas vezes o título “A
Prática dos Ensinos do Buda”, em seu Gosho, para indicar a importância desse escrito. Como
seu fiel e dedicado discípulo, também li essa carta inúmeras vezes, gravando em meu coração o
espírito de Nitiren Daishonin de refutar o errôneo no mundo do Budismo. (TC 529, p. 51)
Nitikan Shonin:
Prática
Ensinos do Buda
Discípulo
Pessoa
Prática para si
Mestre
Lei (Gohonzon)
Prática para outros
Portanto, quando estes dois se tornam unos, é a verdadeira prática dos ensinos de Daishonin
-1-
O Kossen-rufu, ou a ampla propagação da Lei, é a “prática dos budas”, decorrente da extrema
benevolência que os budas nutrem por todos os seres vivos, e é também a “prática dos
bodhisattvas” empreendida pelos discípulos bodhisattvas que fazem desse espírito benevolente
do Buda o seu próprio.
A verdadeira força da propagação da Lei Mística nasce quando cada um de nós, como
praticantes, liga a vida diretamente ao correto mestre da Lei e aos verdadeiros mestres do
Kossen-rufu. (TC 530, p. 50)
Se nos esforçarmos fielmente na “prática dos ensinos do Buda”, superamos qualquer obstáculo
que encontramos. A “prática dos ensinos do Buda” significa os discípulos desafiarem a si
mesmos com o mesmo espírito de seu mestre. Quando trilhamos o caminho de mestre e
discípulo, sem nos desviarmos, fazemos surgir um poder ilimitado. O expansivo e nobre estado
de vida do nosso mestre nos inspira e nos encoraja a vencer nossas próprias lutas.
Aprendi com Toda Sensei sobre a fé e a ação da “prática dos ensinos do Buda”. Um período
particularmente de aprendizado foi quando ele renunciou a seu cargo de diretor-geral (em
1950) com o desejo de não deixar que as dificuldades de seu negócio afetassem a Soka Gakkai.
Sozinho, fiquei lado a lado com Toda Sensei, que reconheci como único líder do nosso
movimento pelo Kossen-rufu, e me dediquei incansavelmente para ajudá-lo de todas as
maneiras possíveis. Naquela época, escrevi em meu diário (em 17 de novembro de 1950): “Li
‘A Prática dos Ensinos do Buda’. Compreendi profundamente a necessidade de ter uma fé
corajosa. (...) No final, o poder da nossa fé e da nossa prática determina tudo. O Gohonzon
possui o poder do Buda e da Lei. Somente por meio de nossa fé é que podemos comprovar e
extrair o grande poder da Lei suprema incorporada no Gohonzon”.
Quando evidenciamos o poder da corajosa fé e da corajosa prática, ambas de acordo com os
ensinamentos do Buda, o poder infinito do Buda e o da Lei se manifestarão sem falha. Para
aprendermos sobre essa essência do Budismo Nitiren, vamos continuar estudando “A Prática
dos Ensinos do Buda” e para aprofundarmos a compreensão do significado do ‘poder da fé’ e
do ‘poder da prática’ embasados na unicidade de mestre e discípulo”. (TC 530, p. 51)
Daishonin fez de si mesmo um exemplo para os discípulos à medida que leu com a própria vida o
ensinamento correto do Sutra de Lótus, praticando-o exatamente como o Buda ensina.
Breve histórico de seu exílio a Ilha de Sado:
12/Set/1271 – Perseguição de Tatsunokuti
Em novembro chegou ao exílio na Ilha de Sado (pleno inverno): na época, tal exílio era
equivalente à pena de morte: a maioria dos condenados ao exílio, jamais retornava.
Em “As Profecias do Buda”, escrito nesse mesmo período, ele diz: “As chances de eu
sobreviver um ano ou até mesmo um mês é uma em dez mil” (END, v. I, p. 131). (TC 529, p. 52)
Logo ao chegar, escreveu Abertura dos Olhos, concluído em fevereiro de 1272 Revelou o
objeto de devoção em termos de Pessoa
Em abril de 1273: O Objeto de Devoção para Observação da Mente Revelou o objeto de
devoção em termos de Lei (Gohonzon)
Em maio de 1273: A Prática dos Ensinos do Buda após estabelecer a estrutura doutrinária
dos seus ensinos para a iluminação das pessoas pelo eterno futuro (nos dois escritos), tudo
depende dos discípulos comprometidos para alcançar o Kossen-rufu, sem falta: convicção de
Nitiren Daishonin. Em A Prática dos Ensinos do Buda e As Profecias do Buda.
Espero que os atuais membros da DJ estudem seriamente a sublime filosofia de Daishonin e,
com isso, reforcem sua convicção na fé e desenvolvam sua capacidade de falar, de forma
natural, com as pessoas sobre a prática budista.
-2-
“A Prática dos Ensinos do Buda” descreve como os autênticos discípulos devem se esforçar
para realizar os nobres ideais do Budismo, sem medo das dificuldades, exatamente como seu
mestre instrui.
É um escrito importante e contém a essência da unicidade de mestre e discípulo. Vamos graválo profundamente em nossa vida para o contínuo desenvolvimento do Kossen-rufu e para
vitória duradoura da SGI pelo eterno futuro dos Últimos Dias da Lei. (TC 529, p. 51)
Breve resumo e sequencia do conteúdo do Gosho:
É importante estudar este Gosho, com a disposição de aprender e sentir a profunda benevolência de
Nitiren Daishonin que, em meio às circunstâncias tão extremas, não só revelou o Objeto de Devoção
em termos de Pessoa e em termos de Lei, mas ensinou qual é a forma correta de praticar este
budismo, vivendo ele próprio esta realidade. Qual é o caminho para conquistar a verdadeira vitória,
mesmo diante das mais árduas circunstâncias da vida.
Sem temer as dificuldades e privações indescritíveis, Daishonin proclamou sua luta como o Buda
dos Últimos Dias da Lei para iluminar a humanidade coberta pelas trevas com a sabedoria da
Iluminação Universal.
No ano anterior, em fevereiro de 1272, ele escreveu a “Abertura dos Olhos”, que revela o objeto de
devoção em termos de pessoa. Em seguida, em abril de 1273, um mês antes de escrever esta carta,
em “O Objeto de Devoção para a Observação da Mente”, Daishonin revela o objeto de devoção
em termos de Lei.
Com a conclusão desses dois importantes tratados, ele estabeleceu a estrutura doutrinária de seu
ensinamento para a iluminação de todas as pessoas pelo eterno futuro.
Agora, o restante cabe a seus discípulos. Daishonin sabia que tudo dependeria das pessoas
comprometidas com o ensinamento correto. Se os dedicados discípulos entrassem em ação, o
Kossen-rufu seria alcançado sem falta.
Esta convicção de Daishonin é transmitida em “A Prática dos Ensinos do Buda” e em “As
Profecias do Buda” — duas cartas que são diretrizes eternas de Daishonin para todos os seus
discípulos. (TC 529, p. 52)
Vamos enfocar 3 grandes tópicos:
A. Os motivos do porquê ele próprio, o devoto do Sutra de Lótus, estava passando por aquela
circunstância
B. Sobre a prática do Chakubuku: Shoju e Chakubuku
C. Solene esperança de Daishonin pelo surgimento de discípulos que praticarão os
ensinamentos do Buda com o mesmo espírito dele
A. Os motivos do porquê ele próprio, o devoto do Sutra de Lótus, estava
passando por aquela circunstância
1. Diferença entre a época de Sakyamuni e a era maléfica dos Últimos Dias da Lei
Pela análise [do Sutra de Lótus], aqueles que nasceram nesta terra e acreditam no Sutra [e o
praticam], quando este ensinamento é propagado nos Últimos Dias da Lei, serão alvo do ódio
e da inveja ainda piores que na época do Tathagata. (END, v. III, p. 147). (TC 529, p. 52)
Baseia-se na passagem do 10º capítulo do Sutra de Lótus: “Como o ódio e a inveja por este
Sutra proliferam mesmo quando o Tathagata vive neste mundo, quão pior será depois de sua
morte?” (LSOC, v. 10, p. 203 [LS, v. 10, p. 164]).
A pessoa que expôs a Lei nos tempos de Sakyamuni foi o Buda; nos Últimos Dias da Lei,
aparentemente por ‘um praticante comum’
Os discípulos da época de Sakyamuni foram os ‘grandes bodhisattvas e arhats’ e nos Últimos
Dias da Lei, ‘um grupo de pessoas más, corrompidas pelos três venenos’
-3-
Daishonin constata que é natural, portanto, que hostilidades e ressentimentos ainda maiores devam
surgir nos Últimos Dias da Lei — quando a Lei é exposta por um mestre que aparentemente é um
praticante comum e seus discípulos são pessoas cuja vida está mergulhada nos três venenos da
avareza, ira e estupidez.
Ele, portanto, observa: “As pessoas evitam o bom mestre e se associam com os mestres malignos”
(END, v. III, p. 147). Mesmo que as pessoas tenham a sorte de encontrar o bom mestre Nitiren
Daishonin, sua incapacidade de distinguir o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, faz elas se
distanciarem dele e se aproximarem dos mestres errados. Essa é a triste realidade dos Últimos Dias
da Lei. (TC 529, p. 53)
2. Ao propagar o Sutra de Lótus nos Últimos Dias da Lei, surgem, sem falta, os Tres Poderosos
Inimigos
Uma vez que se tornar discípulo do devoto do Sutra de Lótus que pratica de acordo com os
ensinamentos do Buda, com certeza enfrentará os Três Poderosos Inimigos. Portanto, desde o
dia em que ouvir sobre este Sutra [e passar a ter fé nele], deve estar preparado para enfrentar
grandes perseguições dos Três Poderosos Inimigos que estão determinados a ser mais terríveis
agora, após a morte do Buda.
Embora meus discípulos já tenham ouvido sobre isso, quando as perseguições, grandes ou
pequenas, nos atacaram, alguns deles ficaram tão espantados e aterrorizados que
abandonaram a fé. Eu não os avisei antecipadamente? Tenho lhes ensinado dia e noite
diretamente do Sutra, que diz: “Como o ódio e a inveja por este Sutra proliferam, mesmo
quando o Tathagata vive neste mundo, quão pior será depois de sua morte?” [LSOC, v. 10, p.
203 (LS, v. 10, p. 164)] (END, v. III, p. 147–148). (TC 529, p. 54)
Três Poderosos Inimigos: veja nota 1 da TC 531, p.51
Três espécies de pessoas arrogantes que perseguem os que propagam o Sutra de Lótus na era
maléfica após a morte do Buda Sakyamuni, descritos numa seção do verso de vinte linhas do
13º capítulo do Sutra de Lótus, “Devoção Encorajadora”. O Grande Mestre Miao-lo (711 782), da China, resume os Três Poderosos Inimigos como pessoas leigas arrogantes,
sacerdotes arrogantes e sábios falsos e arrogantes.
Toda Sensei: “Não importa o que aconteça, não tema a nada! Jamais recue um passo
sequer.” (TC 529, p. 54)
“...quando as perseguições, grandes ou pequenas, nos atacaram, alguns deles ficaram tão
espantados e aterrorizados que abandonaram a fé.”
Daishonin foi o mestre que enfrentou os Três Poderosos Inimigos, que são manifestações do
trabalho do Rei Demônio do Sexto Céu, ou Demônio Celestial, o mais terrível dos Três
Obstáculos e das Quatro Maldades.
Ele avisou constantemente a seus discípulos de que sem dúvida eles encontrariam obstáculos
piores que os experimentados durante a época de Sakyamuni. No entanto, a maioria se
acovardou e parou de praticar. O Buda Nitiren chegou a escrever que “999 dentre mil
pessoas... desistiram da fé” (WND, v. 1, p. 469).
Se os discípulos forem derrotados pelas funções da maldade, haverá um impacto decisivo na
propagação da Lei Mística nos Últimos Dias da Lei. Nada é mais doloroso para o mestre
que ver seus discípulos serem facilmente vencidos por esses obstáculos. (TC 529, p. 55)
3. Por que aqueles que praticam o Sutra de Lótus como o Buda ensina enfrentam os Três Poderosos
Inimigos, mesmo o Sutra lhes garantindo “paz e tranquilidade nesta existência”?
Neste escrito, Daishonin responde a essa questão a partir de três perspectivas:
-4-
Primeira, ele cita os exemplos de praticantes budistas do passado, como Sakyamuni,
o Bodhisattva Jamais Desprezar (...) Embora fossem todos devotos do Sutra de Lótus
que praticavam de acordo com os ensinamentos do Buda, observa Daishonin,
encontraram perseguições implacáveis (cf. END, v. III, p. 148). (TC 529, p.56)
Segunda, Daishonin explica que o verdadeiro devoto do Sutra de Lótus nos Últimos
Dias da Lei se compromete com a “batalha entre os ensinamentos provisórios e o
verdadeiro” de acordo com o decreto do Buda e pratica intensamente o Chakubuku.
(TC 529, p.56)
Este é, de fato, um tempo amaldiçoado para se viver nesta terra! No entanto, o
Buda ordenou-me que nascesse nesta era, e é impossível para mim ir contra o
decreto do Rei do Dharma. E assim, como o Sutra ordena, lancei-me na batalha
entre os ensinamentos provisórios e o verdadeiro. Vestindo a armadura de
resistência e preparando-me com a espada do ensinamento maravilhoso, levantei a
bandeira dos cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, o coração de todos os oito
volumes do Sutra de Lótus. Em seguida, envergando o arco da declaração do
Buda, “Eu ainda não revelei a verdade”, e entalhando a flecha de “rejeitando
honestamente os ensinamentos provisórios”, subi à carroça puxada pelo grande
boi branco e derrubei os portões dos ensinamentos provisórios.
Atacando primeiro um e depois outro, refutei os adversários de oito ou dez escolas
budistas, como a Nembutsu [Terra Pura], Verdadeira Palavra, Zen e Preceitos.
Alguns fugiram apressadamente, enquanto outros recuaram, e outros ainda foram
cativados e se tornaram meus discípulos.
Continuo a repelir os ataques dessas escolas para derrotá-las, mas existem legiões
de inimigos que se opõem ao único Rei do Dharma e apenas um punhado o
seguem. Assim, a batalha prossegue até hoje (END, v. III, p. 148–149).
Terceira, Daishonin declara que um genuíno devoto do Sutra de Lótus dos Últimos
Dias da Lei aspira à realização de uma sociedade verdadeiramente ideal encarnando
“o princípio de que tanto a pessoa quanto a Lei não envelhecem e não morrem” (cf.
END, v. III, p. 149). E esclarece ainda que esta sociedade ideal será aquela que
combina perfeitamente com a descrição do Sutra de Lótus de “paz e tranquilidade
nesta existência”. (TC 529, p.56)
Frase 1 para explanação:
[O Grande Mestre Tient’ai afirma:] “O Sutra de Lótus é o ensinamento do Chakubuku, é a
refutação das doutrinas provisórias”. Fiel a esses ditos dourados, no final, até o último dos crentes
das escolas e dos ensinamentos provisórios será derrotado e se juntará aos discípulos do Rei do
Dharma.
Chegará o momento em que todas as pessoas abandonarão os vários tipos de veículos e assumirão
o veículo único do estado de Buda, e somente a Lei Mística florescerá por toda a terra. Quando
todo o povo recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, o vento já não vergará os ramos, e a chuva não
mais cairá torrencialmente até cavar a terra. O mundo se tornará como nos tempos de Fu Hsi e
Shen Nung. Na presente existência, as pessoas serão libertadas das desgraças e das catástrofes e
aprenderão a arte de viver muito tempo. Perceba que virá o tempo em que será revelada a verdade
de que tanto a pessoa quanto a Lei não envelhecem e não morrem. Não pode haver a menor
dúvida sobre a promessa do Sutra de “paz e tranquilidade na presente existência” (END, v. III, p.
149). (TC 529, p. 60)
B. Sobre a prática do Chakubuku: Shoju e Chakubuku
1. O “veículo único do Buda” como a base correta da fé
-5-
Insisto que isso [a crença de que seguir qualquer sutra é o mesmo que praticar de acordo com
os ensinamentos do Buda] é errado. O mais importante na prática dos ensinamentos budistas é
seguir e proteger as palavras douradas do Buda, e não as opiniões dos outros. (...)
Assim, o próprio Buda concluiu que a pessoa somente pratica de acordo com seus
ensinamentos quando baseia sua firme fé nas normas dessas passagens do Sutra, acreditando
que “existe somente a Lei do veículo único” (END, v. III, p. 149-150). (TC 530, p. 52)
Pouco antes dessa passagem, Nitiren Daishonin coloca a seguinte questão: “Como a pessoa
deve praticar para ser fiel aos ensinamentos do Buda?” (END, v. III, p. 149) (TC 530, p. 52)
Ele, então, passa a explicar a maneira correta de se ter fé no Sutra de Lótus nos Últimos Dias
da Lei. A verdadeira intenção do Buda Sakyamuni é revelada no Sutra de Lótus. E seu
objetivo é esclarecer que “todos os veículos estão contidos no veículo único do Buda” (cf.
END, v. III, p. 149) e que todas as pessoas têm o potencial de atingir a iluminação. (TC 530,
p. 52)
“todos os veículos” indica os outros ensinamentos expostos por Sakyamuni, de acordo com
as diferentes capacidades das pessoas — exceto o Sutra de Lótus. Refere-se especificamente
aos “três veículos”, os ensinamentos expostos para os ouvintes [erudição], aqueles que
despertaram para a verdade [absorção] e aos bodhisattvas, respectivamente.
Mas o verdadeiro propósito de Sakyamuni ao expor esses ensinamentos era cultivar a
capacidade das pessoas de forma que pudesse finalmente lhes ensinar sobre o “veículo único
do Buda”.
O “veículo único do Buda” significa:
o único veículo pelo qual as pessoas podem manifestar o estado de Buda
único ensinamento na vasta gama de sutras do Buda que tem o poder de conduzir a
humanidade para a iluminação nos Últimos Dias da Lei. E isso é total e claramente
revelado por Sakyamuni no Sutra de Lótus.
O Sutra de Lótus revela:
a verdadeira intenção do Buda, que é a iluminação de todas as pessoas
revela o Myoho-rengue-kyo, o nome da grande Lei, que é a chave para a iluminação — a
maravilhosa Lei, ou a Lei Mística.
elucidou a natureza filosófica desta iluminação por meio do princípio do “verdadeiro
aspecto de todos os fenômenos”.
Muitos estudiosos do budismo no Japão na época de Nitiren Daishonin compreenderam mal
o significado do conceito de que “todos os veículos estão contidos no veículo único do
Buda” e persistiram na defesa de pontos de vista errôneos acerca da fé.
Daishonin resume essa postura equivocada da seguinte forma: “[As pessoas acreditam
que] já que todos os veículos estão revelados e incorporados no veículo único do
estado de Buda, nenhum ensinamento é superior ou inferior, superficial ou profundo,
ao contrário todos são iguais ao Sutra de Lótus. Daí a crença de que recitar a
Nembutsu, abraçar o ensinamento da Verdadeira Palavra, praticar a meditação Zen,
ou professar e recitar qualquer sutra ou o nome de Buda ou bodhisattva seja o mesmo
que seguir o Sutra de Lótus” (END, v. III, p. 149).
Isso aponta para um sério equívoco sobre a expressão “revelados e incorporados”. Seu
verdadeiro significado é esclarecer a verdade última e integrar os vários ensinamentos “meios”
em relação àquela verdade. A verdade última, ou o veículo único do Buda, que integra esses
vários ensinamentos, é revelada apenas no Sutra de Lótus. Portanto, somente após esses
ensinamentos “meios” serem propriamente identificados no contexto do Sutra de Lótus, pode-se
dar a eles o significado de ensinamentos que expressam um aspecto parcial da verdade neles
contida. Em outras palavras, o valor dos vários ensinamentos “meios” só ganha vida quando são
vistos com base no Sutra de Lótus, o ensinamento do veículo único do Buda. (TC 530, p. 52)
-6-
Importância do Chakubuku.
Frase 2 para explanação:
Qualquer pessoa que pratica o Budismo deve, primeiro, compreender os dois tipos de prática –
Shoju e Chakubuku. Todos os sutras e tratados se enquadram em uma ou em outra dessas duas
categorias de prática. Embora os estudiosos deste país tenham estudado profundamente o
Budismo, eles não sabem qual prática está de acordo com o tempo. (...)
Os dois milênios dos Primeiros e Médios Dias da Lei exigiam a propagação dos ensinamentos
Hinayana e dos ensinamentos Mahayana provisórios, mas os primeiros quinhentos anos dos
chamados Últimos Dias da Lei pedem que somente o Sutra de Lótus, o puro e perfeito
ensinamento do veículo único do estado de Buda, seja amplamente propagado (END, v. III, p.
151). (TC 530, p. 56)
Como previsto pelo Buda, agora é uma época de conflitos e disputas quando a Lei pura se torna
obscurecida e se perde, e os ensinamentos provisórios e o verdadeiro são confundidos de forma
irremediável e desesperadora.
Quando uma pessoa precisa enfrentar inimigos, é necessário dispor de uma espada, um bastão ou
de arco e flechas. Quando não há inimigos, no entanto, essas armas não possuem qualquer
utilidade. Nesta época, os ensinamentos provisórios se tornaram inimigos do verdadeiro
ensinamento. Quando chega o momento certo da propagação do ensinamento do veículo único, os
ensinamentos provisórios se tornam inimigos. Quando estes [ensinamentos provisórios] são fonte
de confusão, devem ser completamente refutados a partir da perspectiva do verdadeiro
ensinamento. Dos dois tipos de prática, esta é a do Chakubuku, a prática do Sutra de Lótus. Com
boa razão, Tient’ai declarou: “O Sutra de Lótus é o ensinamento do Chakubuku, da refutação das
doutrinas provisórias” (END, v. III, p. 151-152). (TC 530, p. 59)
As quatro práticas pacíficas [do capítulo “Práticas Pacíficas”] correspondem ao Shoju. Realizálas nesta época seria tão insensato quanto semear no inverno e esperar colher na primavera. É
natural que o galo cante ao amanhecer, mas é estranho se cantar ao anoitecer. Agora, quando o
verdadeiro ensinamento e os ensinamentos provisórios são absolutamente confundidos, seria
igualmente anormal alguém isolar-se nas florestas das montanhas e realizar a prática pacífica do
Shoju sem refutar os inimigos do Sutra de Lótus. [Assim] a pessoa perderia a oportunidade de
praticar o Sutra de Lótus (END, v. III, p. 152). (TC 530, p. 62)
C. Solene esperança de Daishonin pelo surgimento de discípulos que
praticarão os ensinamentos do Buda com o mesmo espírito dele
E chegou o tempo para a atual geração de jovens herdar o bastão espiritual da Soka Gakkai. É
a hora de vocês, meus jovens amigos, assumirem a total responsabilidade pelo Kossen-rufu e
seu contínuo desenvolvimento pelo eterno futuro dos Últimos Dias da Lei. É sua missão criar
uma rede de solidariedade de paz e humanismo em todo o mundo. As pessoas em todos os
lugares aguardam por seus esforços. É hora de tomarem o seu lugar no palco principal do
nosso movimento, com as maravilhosas vitórias que já alcançaram até agora.
Na verdade, uma das razões que escolhi para explanar “A Prática dos Ensinos do Buda” nesta
ocasião é porque quero confiar o futuro do nosso movimento aos jovens.
Aqui, vamos estudar a parte final do escrito, que é repleta da solene esperança de Daishonin
pelo surgimento de discípulos que praticarão os ensinamentos do Buda com o mesmo espírito
dele. (TC 531, p. 50)
-7-
1. O surgimento dos Três Poderosos Inimigos é inevitável na propagação do ensinamento correto
Agora, nos Últimos Dias da Lei, quem está praticando o Chakubuku em estrita conformidade
com o Sutra de Lótus? Suponha que alguém, não importa quem, proclame sonoramente que o
Sutra de Lótus por si só tem o poder de conduzir as pessoas à iluminação, e que todos os
outros sutras, longe de capacitá-las a alcançar este caminho, apenas as levam ao inferno.
Observe o que acontecerá com essa pessoa justamente quando ela tentar refutar os mestres e
suas doutrinas de outras escolas [que se baseiam nestes ensinamentos provisórios]. Os Três
Poderosos Inimigos surgirão sem falta (END, v. III, p. 153). (TC 531, p. 51)
Os ensinamentos pré-Sutra de Lótus, embora elucidem diversos caminhos virtuosos, não
fornecem a forma pela qual as pessoas podem alcançar a iluminação. Isso porque eles não
elucidam os importantíssimos princípios filosóficos da Possessão Mútua dos Dez Mundos e
nem dos Três Mil Mundos num Único Momento da Vida. (TC 531, p. 51)
Entretanto, se as pessoas que são conduzidas por esses ensinamentos pré-Sutra de Lótus
despertarem para a Lei Mística da Possessão Mútua dos Dez Mundos e dos Três Mil
Mundos num Único Momento da Vida, é possível que, como resultado, atinjam o caminho da
iluminação. (TC 531, p. 51)
2. Lutar com profunda benevolência em meio aos grandes obstáculos
Nosso mestre, o Buda Sakyamuni, praticou o Chakubuku durante os últimos oito anos de sua
vida; o Grande Mestre Tient’ai o fez por mais de trinta anos; e o Grande Mestre Dengyo por
mais de vinte anos. E eu tenho refutado as doutrinas provisórias há mais de vinte anos, e as
grandes perseguições que sofri nesse período vão além do que se possa contar. Não sei se elas
são iguais às nove grandes perseguições sofridas pelo Buda, mas certamente nem Tient’ai nem
Dengyo enfrentaram perseguições tão grandes quanto as que enfrentei por causa do Sutra de
Lótus. Eles encontraram apenas ódio, inveja, calúnia e difamação, enquanto eu, por duas
vezes, suportei a ira dos governantes e fui exilado em remotas províncias. Além disso, quase
fui decapitado em Tatsunokuti, fui ferido na testa [em Komatsubara], e, por diversas vezes, fui
caluniado. Meus discípulos também foram exilados e jogados na prisão, e meus fiéis leigos
foram despejados e tiveram seus feudos confiscados.
Como podem as perseguições enfrentadas por Nagarjuna, Tient’ai ou Dengyo se compararem
a estas? Compreende-se, portanto, que o devoto que pratica o Sutra de Lótus exatamente como
o Buda ensina sem falta será atacado pelos Três Poderosos Inimigos. (END, v. III, p. 152153). (TC 531, p. 56)
Daishonin observa os tipos de perseguições que se abateram sobre Sakyamuni e os devotos
do Sutra de Lótus das épocas posteriores, como os Grandes Mestres Tient’ai e Dengyo.
o
As nove grandes perseguições ou provações enfrentadas por Sakyamuni
o
As perseguições enfrentadas por Tient’ai e Dengyo, diz Daishonin, essas
efetivamente só tomaram a forma de “ódio, inveja, calúnia e difamação” (END, v.
III, p. 153), e não eram de mesma magnitude das perseguições sofridas por ele
próprio. (TC 531, p. 56)
Frase 3 para explanação:
Nos mais de dois mil anos que se passaram desde o advento do Buda, Sakyamuni, Grande Mestre
Tient’ai e Grande Mestre Dengyo foram os únicos três devotos a praticar os ensinamentos do Buda.
Agora, nos Últimos Dias da Lei, Nitiren e seus discípulos são os únicos a praticar os ensinamentos do
Buda. Se não podemos ser chamados seguidores praticantes dos ensinamentos do Buda, então os
três, Sakyamuni, Grande Mestre Tient’ai e Grande Mestre Dengyo, também não podem. (...) (END, v.
III, p. 153). (TC 531, p. 59)
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Frase 4 para explanação:
A vida passa num piscar de olhos. Não importa quão terríveis inimigos venha a encontrar, elimine os
medos e jamais pense em retroceder. Mesmo que alguém esteja prestes a cortar nossa cabeça com
uma serra, que fure nosso corpo com lanças, algeme nossos pés e os espete com uma verruma,
enquanto vivermos, devemos recitar Nam-myoho-rengue-kyo, Nam-myoho-rengue-kyo. Então, se
orarmos até o momento da morte, Sakyamuni, Muitos Tesouros e os Budas das Dez Direções virão
até nós instantaneamente, exatamente como prometeram durante a cerimônia no Pico da Águia.
Tomando nossas mãos e carregando-nos sobre os ombros, eles nos levarão até o Pico da Águia. Os
dois sábios, os dois reis celestiais e as dez filhas-demônio nos protegerão, enquanto os deuses
celestiais e as divindades benevolentes erguerão o dossel sobre nossa cabeça e desfraldarão bandeiras
bem alto. Eles nos escoltarão sob sua proteção até a Terra da Luz Eternamente Tranquila. Como
descrever tamanha alegria? (END, v. III, p. 153-154). (TC 531, p. 61)
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