nascimento: a preciosa vida humana

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NASCIMENTO: A PRECIOSA
VIDA HUMANA
O Buda não era um deus. Foi um homem que «despertou», que se tornou Boddhisattva, o ser «com despertar»,
ou aquele que vive em conformidade com a verdadeira natureza das coisas. O elemento chave da sua vida foi alcançar este feito, a «Iluminação».
Assim sendo, a fase inicial da sua vida só assume significado em retrospectiva — e não apenas por se ter tornado
Iluminado. Com esforço, qualquer ser humano pode fazer
o mesmo. A importância do Buda reside no facto de ele ter
sido o primeiro. Descobriu o caminho para a Iluminação,
o Dharma, e fundou a Sangha, a comunidade de pratican21
O BUDA EM 100 MINUTOS
tes que tornou o caminho para esse Despertar acessível a
todos nós. E mesmo nisto, não foi o único; ele redescobriu
o caminho. O Dharma foi perdido e reencontrado muitas
vezes em épocas lendárias e ainda que o seu conhecimento
venha a desaparecer, como acontece com todas as coisas, a
fé budista assegura que voltará a ser descoberto, no futuro.
Os vários relatos tradicionais sobre o nascimento do
Buda e os seus anos iniciais são uma mistura de mito, lenda
e história. Nasceu por volta de 485 a. C., filho do chefe
eleito da tribo dos Shakyans, que vivia segundo um sistema
semelhante ao republicano, cujo território se situava na actual fronteira entre a Índia e o Nepal. Foi por essa razão
chamado Shakyamuni, que significa «Sábio dos Shakyans».
Decidira tornar­‑se Buda numa vida anterior, quando era
discípulo do Buda seu antecessor. Esta decisão fez dele um
Boddhisattva, um ser dedicado à Iluminação, que renasceu
como deus, antes do seu renascimento final enquanto ser
humano.
Numa noite de lua cheia, a rainha Maya sonhou com
um grande elefante com uma flor de lótus branca, que an‑
dava em torno da sua cama e lhe tocou no flanco direito,
entrando no seu útero. Intérpretes de sonhos disseram­‑lhe
que ela daria à luz um filho que se tornaria ou imperador ou
Buda. Quando a criança nasceu, nos jardins Lumbini, perto
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JINANANDA
da capital sakyan, Kapilavastu, um homem sábio — Asita,
o Negro — tomou conhecimento do seu nascimento pelos
deuses e desceu dos Himalaias para o ir conhecer. Ao vê­
‑lo, chorou, pois compreendeu que aquela criança seria o
Buda e que ele próprio não viveria o suficiente para ouvir
os seus ensinamentos. O rapaz foi chamado Siddhartha e o
seu apelido de família era Gautama, da Kshatriya — casta
dos guerreiros. Como a sua mãe morreu pouco tempo após
ter dado à luz, foi criado pela tia, Mahaprajapati.
Siddhartha não nasceu Buda, mas algo aconteceu na
sua infância que o fez seguir esse caminho.
Nk. SN 3.11
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