A Mente Corporificada Adriano Iago Farias Couto ( Bolsista do ICV) Jose Sergio Duarte Fonseca (Orientador Do Departamento De Filosofia- UFPI) INTRODUÇÃO Em A Mente Corpórea: Ciência Cognitiva e da experiência humana (VARELA et. all,) Francisco Varela, um dos mais importantes teóricos da cognição corporificada, busca combinar não só a ciência cognitiva americana e fenomenologia Européia, mas também para unir estas duas disciplinas com uma filosofia oriental, o budismo, para criar uma nova teoria e um novo paradigma, o “enativismo”, nas ciências cognitivas. No que se segue, será mostrado de que forma esta combinação é realizada, bem como sua importância para a compreensão do self, entendido como uma propriedade emergente do organismo humano entendido como um sistema dinâmico. Nos anos 80 do século passado, surge uma proposta radicalmente nova nas ciências cognitivas, o programa “enativista” (enactivism) de Varela, Thompson e Rosch (1991) inspirada em boa parte na fenomenologia de Merleau-Ponty e a sua visão corporificada da mente e da cognição. Em continuidade com a investigação iniciada por Merleau-Ponty, o modelo “enativista” da mente considera nossos corpos como estruturas simultaneamente física (externas) e de experiências vividas (internas). Segundo o modelo da “enativista”, a cognição se dá de forma não representacional, supondo assim que a cognição se através das ações executadas pelo organismo no mundo e não através de representações de uma subjetividade separada do mundo; de forma mais radical, a idéia é a de que mundo, organismo e cognição fazem parte de um todo inextrincável. METODOLOGIA: A metodologia utilizada foi a leitura crítica dos textos selecionados na bibliografia, para dar cumprimento aso seguinte plano de pesquisa: 1.Obter uma visão preliminar da filosofia da mente e das ciências cognitivas; 2. Compreender o modelo “enactivista” da cognição; 3. Verificar se o modelo “enactivista” pode contribuir efetivamente para uma visão integrada entre a cognição e a experiência subjetiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como resultado deste relatório, procurou-se enfatizar os problemas encontrados mais significativos sobre o que Varela explicar a razão pela qual estamos todos convencidos de possuir uma identidade estável e uma essência imutável, apesar da não existência de tal coisa como um self inequivocamente localizável. Uma das mais importantes descobertas científicas do século XX é a tese da teoria dos sistemas dinâmica de que os componentes que interagem localmente, quando sujeitos a certas condições específicas, podem produzir um padrão emergente global, uma nova dimensão de identidade, outro nível de ser. CONCLUSÃO Se aderirmos ao modelo “enativista” da cognição em termos da agência de um organismo que desde sempre está em um mundo, um ser humano seria um padrão emergente global na evolução temporal do organismo humano pensado como um sistema dinâmico. Esta é uma das ideias-chave da ciência cognitiva contemporânea, fruto, em boa parte, dos esforços de Varela e de seus colaboradores. A partir da perspectiva “enativista”, o self é o resultado de diferentes funções combinações dos componentes do organismo humano entendido como um sistema dinâmico, que, e em conjunto, fazem emergir um self que, a despeito de ser algo não-localizável, transiente, relacional, manifesta-se como uma entidade perceptível. Podemos reconhecer esse self, dar-lhe um nome, interagir com ele de forma previsível, mas nunca o descobrir em um neurônio, uma alma, ou alguma essência do núcleo que constituiria o que seja uma pessoa. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: VARELA, F.J.THOMPSON, E.; ROSCH, A mente corpórea ciência cognitiva e experiência humana.Lisboa: Instituto Piaget 1991. CHURCHLAND, Paul M., 1942-. Matéria e consciência: uma introdução contemporânea á filosofia da mente. Tradução: Maria Clara Cescato.-São Paulo: Editora UNESP,2004. Palavras-chave: 1. Essência da mente, 2. Cérebro com computador, 3. O cérebro não opera por símbolos