Faculdade de Economia do Porto Ano Lectivo 2006/2007 LEC 201 Macroeconomia I A Macroeconomia no Curto Prazo: Economia Aberta: Comércio Internacional, Taxas de Câmbio e Taxas de Juro Introdução Comércio Internacional, Movimentos de Capitais e Dívida Externa Introdução • Economia aberta: existência de relações de troca com o exterior • bens • serviços • activos financeiros • Do conjunto de relações com o exterior, decorrem situações relevantes do ponto de vista macroeconómico => exs: • exportações líquidas e contributo para o PIB (óptica da despesa) • movimentos de capitais financeiros e papel da poupança externa no financiamento do investimento •… Introdução • A questão do papel da poupança externa começou já a ser tratada em pontos anteriores: • da identidade contabilística (Spriv + Sg) – I = Bal. Corrente resultava que uma Nação pode apresentar um nível de I superior à SBN se incorrer num défice da balança corrente => mas durante quanto tempo tal situação é sustentável? • Em geral, podem observar-se desequilíbrios em várias balanças parcelares, o que origina várias questões relevantes, a discutir • que sustentabilidade? • que mecanismos de correcção? • qual o papel das taxas de câmbio? • que implicações para a definição e execução da política macroeconómica? Balança de Pagamentos e Endividamento Externo • Conforme se observou no cap. 2: Cap/Nec. Financiamento = Bal. Corrente + Bal. Capital • Os fluxos de financiamento entre os residentes e os não residentes dão origem a variações nos stocks de activos externos detidos por residentes e a variações nos stocks de activos domésticos detidos por não residentes: • investimento directo • investimento em carteira • outro investimento • (activos de reserva) •O stock, em termos líquidos, designa-se por Posição Líquida de Investimento Internacional (PLII) Balança de Pagamentos e Endividamento Externo • Se PLII < 0 => o país é devedor líquido face ao exterior • Se PLII > 0 => o país é credor líquido face ao exterior • A variação da PLII reflecte à soma dos saldos da balança corrente e da balança de capital, ou seja, é igual ao simétrico do saldo da balança financeira. • Exemplo: se Bal. Corrente + Bal. Capital < 0 (nec. financ.) • “investimento directo” aumenta • e/ou “investimento de carteira” aumenta • e/ou “outro investimento” aumenta • (e/ou “activos de reserva” aumenta) • ou seja, a PLII diminui (o país torna-se “mais devedor”) Balança de Pagamentos e Endividamento Externo • Uma deterioração da PLII afecta os agentes residentes: • os activos sobre o exterior detidos por residentes geram recebimento de rendimentos sob a forma de rendas, juros e lucros/dividendos • os activos domésticos detidos por não residentes geram pagamentos ao exterior da mesma natureza • logo, à medida que a PLII se deteriora, os RLE diminuem, ou seja, o saldo da balança de rendimentos (de investimento) reduz-se • uma das consequências do aumento do endividamento externo sobre o nível de vida dos residentes traduz-se num menor PNB face a uma situação de equilíbrio daquela balança (PNB = PIB + RLE) PLII: O Caso de Portugal (1995-2004) Contas Externas Portuguesas 1995-2005 (% PIB) 20.0% 70.0% 64.2% Dívida Líquida Externa (esc. esq.) 60.0% 18.0% 58.9% Necessidade Financiamento Nação (esc. dir.) 54.1% 16.0% 49.4% 50.0% 14.0% 44.0% 39.7% 40.0% 12.0% 33.9% 9.3% 30.0% 26.0% 8.8% 6.5% 18.7% 20.0% 10.0% 8.1% 8.0% 6.5% 6.0% 5.9% 4.9% 10.5% 10.0% 7.4% 4.0% 3.6% 3.4% 2.0% 1.7% 0.9% 0.0% 0.0% 1995 1996 Fonte: Banco de Portugal 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Taxas de Câmbio Nominal e Regimes Cambiais Taxa de Câmbio Nominal • Taxa de câmbio nominal: preço da moeda nacional em termos da moeda estrangeira • Cotação pelo certo: quantidade de moeda estrangeira que se pode comprar com uma unidade de moeda nacional • 1 € = x unidades de moeda estrangeira (ex: USD/EUR = 1,20) • Forma mais frequente de cotação (a excepção inglesa) • O aumento / diminuição do valor da moeda nacional face a outra moeda designa-se por apreciação / depreciação: uma unidade de moeda nacional permite comprar mais / menos unidades de moeda estrangeira Mercado Cambial • O preço da moeda nacional em termos da moeda estrangeira é determinada no mercado onde se confrontam a procura e a oferta de moeda nacional versus moeda estrangeira => Mercado Cambial • O mercado cambial apresenta algumas características bem particulares: • não se trata de um “local físico”, mas de um “local” em sentido abstracto, de encontro entre a procura e a oferta das moedas de diferentes países • nele participam agentes económicos especializados (ex: bancos), enquanto intermediários dos restantes agentes económicos (empresas, particulares, etc.) • é um mercado aberto 24 sobre 24 horas •… Procura de Moeda Nacional (versus moeda estrangeira) • Criada por: • exportações • recebimento de rendimentos do exterior • entrada de capitais financeiros •… •A curva da procura de moeda nacional tem declive negativo: • uma diminuição da taxa de câmbio, definida ao certo, i.e., uma depreciação da moeda nacional, desce o preço das exportações quando expresso em moeda estrangeira, fazendo aumentar as quantidades exportadas • a quantidade procurada de moeda nacional aumenta, desde que a elasticidade-preço das exportações seja negativa (εp<0) Oferta de Moeda Nacional (versus moeda estrangeira) • Criada por: • importações • pagamento de rendimentos ao exterior • saída de capitais financeiros •… •A curva da oferta de moeda nacional tem declive positivo: • uma diminuição da taxa de câmbio, definida ao certo, i.e., uma depreciação da moeda nacional, aumenta o preço das importações quando expresso em moeda nacional, fazendo diminuir as quantidades importadas • a quantidade oferecida de moeda nacional diminui, desde que a elasticidade-preço das importações seja inferior a -1 (εp<-1) Determinação da Taxa de Câmbio de Equilíbrio USD/EUR SEUR e’1 e’0 e’2 DEUR QEUR •Equilíbrio: E0, com taxa de câmbio nominal e’0 => SEUR=DEUR • Se a taxa de câmbio nominal fosse e’1, SEUR>DEUR => e’ diminui (=> aumento de X, diminuição de Q, ... => equilíbrio) • Se a taxa de câmbio nominal fosse e’2, SEUR<DEUR => e’ aumenta (=> diminuição de X, aumento de Q, ... => equilíbrio) Determinação da Taxa de Câmbio de Equilíbrio USD/EUR SEUR e’1 e’0 D’EUR DEUR QEUR • Uma alteração das preferências dos agentes económicos pela detenção de uma moeda relativamente a outra(s) [por ex., de EUR face USD] induziria ao aumento da procura de EUR a cada nível de taxa de câmbio nominal e afectaria a sua taxa de câmbio de equilíbrio Regimes de Taxas de Câmbio • A decisão do BC intervir ou não no mercado cambial tem a ver com uma decisão política prévia: qual o regime cambial escolhido? • regime de câmbios flexíveis: • governo não assume qualquer objectivo (político) para o valor da taxa de câmbio • o BC não tem compromisso de intervenção • regime de câmbios fixos • governo assume um objectivo (político) para a taxa de câmbio • e o BC assume o compromisso de transaccionar a sua moeda a um preço fixo contra moeda estrangeira, usando as suas reservas cambiais Regime de Câmbios Flexíveis • A taxa de câmbio é determinada, em cada momento, pelo livre jogo da oferta e da procura no mercado cambial. • A taxa de câmbio é tal que não existe excesso de oferta ou excesso de procura de moeda nacional: • Bal. Corrente + Bal. Capital + Bal. Financeira (op. não monet.) = 0 • Bal. Financeira (op. monetárias) = 0 • Se, num dado momento, ocorrer um desequilíbrio, ele será meramente temporário => a taxa de câmbio altera-se de modo que o equilíbrio seja retomado. Regime de Câmbios Fixos • Neste caso, pode existir excesso de oferta ou excesso de procura de moeda nacional, ou seja: • Bal. Corr. + Bal. Capital + Bal. Financ. (op. não mon.) < / > 0 • Bal. Financeira (op. monetárias) > / < 0 • Ex: se houver um excesso de oferta de moeda nacional • o seu valor tenderia a diminuir • o BC contraria essa tendência, comprando moeda nacional e vendendo moeda estrangeiro • o(s) desequilíbrio(s) mantêm-se e as reservas cambiais diminuem • Neste tipo de regime, podem observar-se realinhamentos cambiais, traduzidos num aumento do valor da moeda nacional (valorização) ou numa descida do mesmo (desvalorização) Realinhamentos num Regime de Câmbios Fixos • Se houver um défice externo persistente: • o BC perde reservas cambiais sucessivamente e a situação pode tornarse insustentável (ou, pelo menos, indesejável) • o governo pode negociar (ou decretar) uma desvalorização • a desvalorização estimula as exportações líquidas e permite a correcção do défice (ceteris paribus) • Se houver um superávite externo persistente: • o BC acumula reservas cambiais sucessivamente, aumentando a liquidez na economia (a oferta de moeda aumenta; fontes de criação de moeda: DLX e CIC) • a situação pode gerar efeitos indesejáveis (por ex., aumento da taxa de inflação) e o governo pode negociar (ou decretar) uma valorização • a valorização diminui as exportações líquidas e permite a correcção do défice (ceteris paribus) Regime de “Flutuação Controlada” • O regime que actualmente vigora para as principais moedas internacionais é um regime de “câmbios flexíveis não puro” ou de “flutuação controlada” (dirty floating ou managed floating): • as taxas de câmbio são determinadas pelo funcionamento do mercado, mas pode haver lugar a intervenções pontuais dos BC´s com o objectivo de influenciar a evolução da taxa de câmbio de determinada(s) moeda(s) • regime em vigor a nível internacional após a queda do “sistema de Bretton-Woods” (1973), surgido depois do final da 2ª Guerra Mundial e que estabelecia câmbios (quase) fixos entre o USD e as outras moedas • A escolha do regime cambial adequado para uma economia concreta é uma questão complexa e não consensual (=> Política Económica, 4º ano) Taxa de Câmbio Nominal e Taxa de Câmbio Real Taxa de Câmbio Nominal e Real • Não é apenas a taxa de câmbio nominal que explica os movimentos da BP e os (des)equilíbrios externos: • desde logo, as X e Q dependem antes do mais do preço relativo dos bens e serviços • para um dado bem I, Pi/Pif • para o conjunto dos bens e serviços, P/Pf • Como não é possível comparar preços expressos em moedas diferentes, torna-se necessário converter esses preços numa unidade monetária comum, usando a taxa de câmbio nominal Taxa de Câmbio Nominal e Real • A taxa de câmbio real (e) traduz a relação de preços entre os produtos nacionais e os produtos estrangeiros, expressos na mesma moeda e= P * e' , com e' = tx. câmbio nominal, definida ao certo f P • Uma apreciação real (aumento de e) significa que os produtos nacionais se tornam relativamente mais caros que os estrangeiros • Uma depreciação real (redução de e) significa que os produtos nacionais se tornam relativamente mais baratos que os estrangeiros Taxa de Câmbio Nominal e Real • Na realidade, não existem apenas 2 países (o nosso e o exterior) e 1 só taxa de câmbio real: • mas nos modelos macroeconómicos interessa-nos ter um indicador sintético dos preços relativos dos produtos nacionais • taxa de câmbio real efectiva: média das taxas de câmbio reais bilaterais relevantes para o país, ponderadas pelo peso relativo de cada país extrangeiro no comércio externo nacional • existe também o conceito de taxa de câmbio nominal efectiva: • média das taxas de câmbio nominais bilaterais da moeda nacional, ponderadas pelo peso relativo de cada moeda nos pagamentos correntes externos do país Taxa de Câmbio Real e Balança Corrente • No curto prazo, a taxa de câmbio real é uma variável importante na explicação da balança corrente (por simplificação = NX): • uma apreciação real da moeda nacional significa que os produtos nacionais se tornam relativamente mais caros que os do exterior, estimulando as importações e desincentivando as exportações • uma depreciação real da moeda nacional significa que os produtos nacionais se tornam relativamente mais baratos que os do exterior, estimulando as exportações e desincentivando as importações • Uma variação da taxa de câmbio nominal implica frequentemente uma variação da taxa de câmbio real => a taxa de câmbio nominal pode afectar o saldo da Balança Corrente Taxa de Câmbio Real e Paridade dos Poderes de Compra • No longo prazo, economias abertas, expostas à concorrência externa, tendem a ter preços idênticos para os bens transaccionáveis internacionalmente => princípio da paridade dos poderes de compra (PPC) • A teoria da PPC • versão absoluta • versão relativa • uma teoria explicativa da taxa de câmbio nominal no longo prazo: o nível de equilíbrio da taxa de câmbio real seria determinado apenas por factores reais. Taxas de Câmbio, Movimentos de Capitais e Taxas de Juro Movimentos de Capitais e Taxa de Câmbio Nominal • A procura de moeda nacional no mercado cambial depende fundamentalmente de duas fontes: • (A) o desejo dos “não residentes” em consumir bens nacionais (exportações) • (B) o desejo dos “não residentes” em fazer aplicações em activos denominados em moeda nacional (IDE, investimento de carteira, etc.) • A oferta de moeda nacional no mercado cambial surge de razões idênticas para os “residentes” relativamente aos bens, serviços e activos financeiros externos. Movimentos de Capitais e Taxa de Câmbio Nominal • As alterações em (A) decorrem de factores que, em geral, se alteram lentamente, denominados de “fundamentais” • aparecimento de bens inovadores • alteração de preferências dos consumidores • alteração de expectativas quanto ao diferencial entre inflação doméstica e inflação externa • ... • O comportamente frequentemente volátil que caracteriza a taxa de câmbio nominal no curto prazo deve-se sobretudo aos elementos incluídos em (B), componentes da Balança Financeira Movimentos de Capitais e Taxa de Câmbio Nominal • Se os activos denominados em moeda nacional se tornarem mais atractivos relativamente aos activos denominados em moeda estrangeira, a procura de moeda nacional no mercado cambial aumenta e a moeda nacional tende a apreciar-se. • Se os activos denominados em moeda nacional se tornarem menos atractivos relativamente aos activos denominados em moeda estrangeira, a oferta de moeda nacional no mercado cambial aumenta e a moeda nacional tende a depreciar-se. Factores Explicativos dos Movimentos de Capitais • A atractividade dos activos denominados em moeda nacional face aos denominados em moeda estrangeira depende: • do diferencial de taxas de juro (i – if): • se i > if, os activos denominados em moeda nacional são mais atractivos e mais procurados => aumenta a procura destes activos => aumenta a procura de moeda nacional no mercado cambial => a moeda nacional aprecia-se • se i < if, os activos denominados em moeda nacional são menos atractivos e menos procurados => efeitos simétricos aos anteriores Factores Explicativos dos Movimentos de Capitais • da expectativa quanto à evolução da taxa de câmbio nominal: • caso se espere uma apreciação da moeda nacional, os activos denominados em moeda nacional tornam-se mais atractivos, pois a sua remuneração efectiva eleva-se, para as mesmas taxas de juro • Se admitirmos a manutenção das expectativas quanto à variação da taxa de câmbio nominal, a atractividade relativa dependerá essencialmente do diferencial de taxas de juro Taxas de Juro e Taxas de Câmbio • Os fluxos internacionais de capitais estabelecem, assim, uma relação directa entre a taxa de câmbio e a taxa de juro doméstica: • quando i aumenta, a taxa de câmbio nominal tende a aumentar (apreciação da moeda nacional) • quando i diminui, a taxa de câmbio nominal tende a diminuir (depreciação da moeda nacional) • Esta relação será mais ou menos forte em função de dois elementos: • o grau de mobilidade dos capitais entre países • a dimensão das economias consideradas Grau de Mobilidade dos Capitais • Existe mobilidade perfeita quando cada agente económico pode comprar activos denominados em moeda estrangeira • imediatamente • em montante ilimitado • pagando taxas e comissões insignificantes • Neste caso, os títulos estrangeiros e os títulos domésticos tenderão a apresentar a mesma rentabilidade para o mesmo nível de risco => serão substitutos perfeitos • Esta situação implica a convergência de taxas de juro a nível internacional: i = if Grau de Mobilidade dos Capitais • Se i > if: • entrada imediata e ilimitada de capitais financeiros, para compra de activos domésticos • aumenta o preço dos activos domésticos e diminui o preço dos activos externos • ou seja, i aumenta e if diminui, levando “imediatamente” à convergência entre taxas de juro • Verifica-se a “Paridade descoberta de taxas de juro”: • i > if – E(∆e’) • se E(∆e’) = 0, i = if Dimensão das economias e mobilidade dos capitais • Numa pequena economia, a re-convergência para a paridade de taxas de juro é necessariamente feita pela re-convergência de i a uma dada if • a economia não tem dimensão para condicionar ou alterar if • a economia é “tão pequena” no mercado internacional que se i for diferente de if a entrada/saída de capitais financeiros altera imediatamente i (e apenas i) • Uma pequena economia aberta, com perfeita mobilidade internacional de capitais, não pode escolher a sua taxa de juro. Dimensão das economias e mobilidade dos capitais • O mesmo não acontece para o caso de uma grande economia aberta, que mantém algum controlo sobre a sua taxa de juro i • os movimentos de capitais que se geram quando i ≠ if não são ilimitados relativamente à sua dimensão • logo, não eliminam imediatamente o diferencial de taxa de juro • a mobilidade de capitais é imperfeita, porque os movimentos não são ilimitados e não fazem convergir de imediato as taxas de juro Dimensão das economias, mobilidade dos capitais e equilíbrio cambial • Linha BP = 0: conjunto das combinações (Y,i) que garantem o equilíbrio económico da BP, isto é: Bal. Corrente + Bal. Capital + Bal. Financeira (op. não mon.) = 0 • Numa pequena economia, com perfeita mobilidade internacional de capitais • o equilíbrio do mercado cambial é dado por i = if , sendo if dado pelos mercados financeiros internacionais • a linha BP=0 é horizontal • pontos acima/abaixo da linha BP=0 traduzem superávite/défice externo dBal. Fin. =∞ • di Dimensão das economias, mobilidade dos capitais e equilíbrio cambial • Numa situação de imperfeita mobilidade internacional de capitais, a linha BP = 0 tem inclinação positiva: • se aumentar Y, aumentam as importações e o saldo da Bal. Corrente diminui => haveria défice externo • para manter “BP=0”, terá de aumentar o saldo da Bal. Financeira (op. não monet.), ou seja, terá de aumentar i • pontos acima/abaixo da linha traduzem superávite/défice externo dBal. Fin. > 0 , mas não é infinita • Neste caso, di • quanto maior for o seu valor, mais próximo se estará da situação de mobilidade de capitais perfeita Modelo IS-LM em Economia Aberta Equilíbrio e Efeitos de Política Económica Introdução • Nível geral de preços fixos no país e no resto do mundo • Equilíbrio económico da BP: B.Corrente + BF (não monet.) = 0 ( • B. Corrente = X – Q = (X - x * e ) - Q + q1 * Y + q 2 * e • B. Financeira (não monetária) = K = K + k * i • Mobilidade perfeita de capitais: dK =∞ di • Equilíbrio interno: IS “+” LM • Equilíbrio externo: i = if (linha BP=0) ) Equilíbrio da Economia i LM ie=if E BP=0 IS Ye Y Política Monetária Expansionista (Câmbios Flexíveis) • Mecanismo de transmissão (simplificadamente): ↑ M ⇒ ... ⇒ ↓ i ; ↑ Y mas i < i f ⇒ saída ilimitada de capitais ⇒ ↑ oferta moeda nacional no MC ⇒ défice externo ⇒ depreciaçã o da moeda nacional (↓ e' ⇒ ↓ e) ⇓ ↑ X e ↓ Q ⇒ ↑ procura bens nacionais ⇒ ↑ Y ↑ Y⇒↑ L⇒↑i⇒↑ K ajustament o " até" i = i f / BP equilibrad a •Principais efeitos: • aumento do produto / rendimento (“>” que ec. fechada) • depreciação cambial • melhoria da X-Q e deterioração de K Política Monetária Expansionista (Câmbios Flexíveis) i LM0 LM1 I0=if E0 E1 BP=0 E’ i’ IS1 IS0 Y0 Y’ Y1 Y Política Monetária Expansionista (Câmbios Fixos) • Mecanismo de transmissão (simplificadamente): ↑ M ⇒ ... ⇒ ↓ i ; ↑ Y mas i < i f ⇒ saída ilimitada de capitais ⇒ ↑ oferta moeda nacional no MC ⇒ défice externo ⇒ BC intervém para evitar depreciaçã o cmp moeda nacional; vnd moeda estrang. ⇓ ↓ M P⇒↑i⇒ ↓ I⇒↓ Y ajustament o " até" i = i f / BP equilibrad a •Principais efeitos: • apenas diminuição das reservas cambiais • nenhum impacto sobre Y: o “trilema” da política monetária em câmbios fixos Política Monetária Expansionista (Câmbios Fixos) i LM0 =LM1 LM’ i1=i0=if i’ E1 E0 BP=0 E’ IS0 Y0 Y’ = Y1 Y Política Orçamental Expansionista (Câmbios Flexíveis) • Mecanismo de transmissão (simplificadamente): ↑ G ⇒ ... ⇒ ↑ Y ; ↑ i mas i > i f ⇒ entrada ilimitada de capitais ⇒ ↑ procura moeda nacional no MC ⇒ supéravite externo ⇒ apreciação da moeda nacional (↑ e' ⇒ ↑ e) ⇓ ↑ Q e ↓ X ⇒ ↓ procura bens nacionais ⇒ ↓ Y ↓ Y⇒↓ L⇒↓i⇒↓ K ajustament o " até" i = i f / BP equilibrad a •Principais efeitos: • impacto nulo sobre Y: “crowding-out” completo sobre X-Q • apreciação cambial • possibilidade de ocorrência de “défices gémeos” Política Orçamental Expansionista (Câmbios Flexíveis) i LM0 i’ i1=i0=if E1 E0 E’ BP=0 IS0 =IS1 Y0 = Y1 Y’ Y IS’ Política Orçamental Expansionista (Câmbios Fixos) • Mecanismo de transmissão (simplificadamente): ↑ G ⇒ ... ⇒ ↑ Y ; ↑ i mas i > i f ⇒ entrada ilimitada de capitais ⇒ ↑ procura moeda nacional no MC ⇒ supéravite externo ⇒ intervençã o do BC para evitar apreciação (vnd moeda nacional; cmp moeda estr.) ⇓ ↑ M P⇒↓i⇒↑ I⇒↑ Y ajustament o " até" i = i f / BP equilibrad a •Principais efeitos: • impacto forte sobre Y: “crowding-out” nulo (i mantém-se) • aumento das reservas cambiais Política Orçamental Expansionista (Câmbios Fixos) i LM0 LM1 i’ i0=if E’ E0 E1 BP=0 IS1 ISo Y0 Y’ Y1 Y Política Macroeconómica e Mobilidade Imperfeita de Capitais • No caso de mobilidade imperfeita de capitais, em que a taxa de juro interna pode diferir da taxa de juro “externa”: • a política monetária continuaria a ser muito eficaz em câmbios flexíveis e totalmente ineficaz em câmbios fixos • “trilema” da política monetária em câmbios fixos • a política orçamental continuaria a ser muito eficaz em câmbios fixos e passaria a ter alguma eficácia em câmbios flexíveis • de novo, os “défices gémeos” (ex: USA)