A relação existente entre o desenvolvimento motor e a

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - PSICOPEDAGOGIA
A relação existente entre o desenvolvimento motor
e a aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.
Por: Fabiana Ferreira dos Santos
Orientador: M. S. Profºr Nilson Guedes de Freitas
Rio de Janeiro
2005
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO - PSICOPEDAGOGIA
A relação existente entre o desenvolvimento motor
e a aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.
Trabalho monográfico feito por Fabiana
Ferreira dos Santos, realizado para
obtenção parcial do título de especialista no
curso
de
Pós –
Graduação
de
Psicopedagogia
orientado
por
M.S.
Professor Nilson Guedes de Freitas.
Por: Fabiana Ferreira dos Santos
Rio de Janeiro
2005
3
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu “Gorducho” (Raphael da Lapa
Conceição), meu priminho de 08 anos , por seu
carinho, preocupação e torcida para que
terminasse este curso de especialização.
“Gordo”, te amo de montão!
4
AGRADECIMENTOS:
Ao Senhor Deus, porque Dele, por Ele e para Ele são todas as
coisas. Pelo sustento e pela capacidade que me deste.
Meus pais pelo apoio, torcida e orações. Amo vocês!
Ao meu namorado Gabriel, por seu amor incondicional, sua paciência
e ajuda. I will always love you!
As minhas amigas Michele e Tatiana Ximenes por acreditarem em
mim e pela força que me deram quando achava que não conseguiria.
“Migas”, vocês são demais!!!
5
EPÍGRAFE
“Só uma escola autenticamente formativa
pode proporcionar o acesso a uma nova
cultura: uma escola em que seja dada à
criança a possibilidades de formar-se, de
tornar-se um homem, de adquirir os critérios
gerais que sirvam ao desenvolvimento do
caráter (...). uma escola que não hipoteque o
futuro da criança e constranja a sua vontade,
sua
inteligência,
sua
consciência
em
formação a mover-se a partir de esquemas
bitolados (...). uma escola de liberdade e de
livre
iniciativa
e
não
uma
escola
de
escravidão e mecanicidade.”
Gramsci
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RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo principal apresentar uma
pesquisa bibliográfica – psicopedagógica, para acrescentar e contribuir
no trabalho do educador durante o processo ensino – aprendizagem a
cerca do desenvolvimento motor e sua influência na aprendizagem
cognitiva em crianças de dois a sete anos de idade da rede pública de
ensino do município do Rio de Janeiro. Respondendo ao problema de
em que medida o desenvolvimento motor influenciará na aprendizagem
cognitiva da criança. O procedimento metodológico utilizado foi uma
pesquisa bibliográfica utilizando nesta pesquisa os seguintes teóricos:
Jean Piaget, Vítor da Fonseca, Henry Wallon, Lev Vigotsky. A partir da
leitura deste trabalho monográfico o leitor verificará a real importância
do desenvolvimento motor no processo da aprendizagem, ao
possibilitar não só os desenvolvimentos cognitivo, mais também sociais
e físicos.
Palavras Chaves: Motricidade, desenvolvimento, aprendizagem,
conceitos.
7
SUMÁRIO
Introdução..............................................................................................................08
1. Aprendizagem – Conceito e Fundamentação....................................................10
2. Motricidade – Conceito e Fundamentação.........................................................21
3. Fundamentos Bio – sociológicos do pensamento..............................................29
Conclusão...............................................................................................................35
Referência Bibliográfica..........................................................................................39
Anexos....................................................................................................................42
Índice......................................................................................................................44
8
INTRODUÇÃO
Com este trabalho, pretendemos responder o problema apresentado no projeto de
pesquisa que é: Em que medida o desenvolvimento motor influenciará na
aprendizagem cognitiva, tendo como objetivo geral que foi apresentar uma
pesquisa bibliográfica – psicopedagógica, que venha a acrescentar e contribuir no
trabalho do educador durante o processo ensino – aprendizagem.
Dever-se-á entender que o movimento humano sempre esteve presente na
vida dos indivíduos, desde o útero até à morte; contudo o ser humano não está
dotado de mecanismos especializados para a adaptação ao mundo, tem que agir
para conquistar e conhecer.
Tendo a seguinte hipótese levantada de que na medida em que o professor
buscar desenvolver as habilidades da criança no desenvolvimento motor, logo a
aprendizagem cognitiva terá também um maior desenvolvimento e um maior
rendimento.
Esta pesquisa delimita-se no seu desenvolvimento motor e sua influência
na aprendizagem cognitiva em crianças de dois à sete anos de idade, da rede
pública de ensino no município do Rio de Janeiro, tendo como procedimento
metodológico adotado a pesquisa bibliográfica.
Para tanto no primeiro capítulo, abordaremos o conceito de aprendizagem e
o seu enquadramento, após definir-se o conceito de aprendizagem, serão
apresentadas
alguma
teorias
de
aprendizagem,
nomeadamente
teoria
behavioristas, cognitivas; que teve como objetivo específico explicar algumas
teorias de aprendizagem (behavioristas cognitivas) a cerca de uma perspectiva
atual sobre a aprendizagem, sendo citados neste primeiro capítulo os seguintes
teóricos: J. Tavares e I. Alarcão e Fonseca como os principais deste capítulo.
No capítulo seguinte, será mencionado o conceito de motricidade e o seu
enquadramento. Após definir-se o conceito de motricidade, serão apresentados
várias teorias explicativas do desenvolvimento motor e humano, onde teremos
como principais teóricos Wallon e Jean Piaget.
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E no último e terceiro capítulo apresentaremos a evolução psicomotora da
criança, segundo a opinião dos autores europeus Wallon e Jean Piaget.
A aprendizagem resulta de mecanismos perceptivos na relação dialética
com os mecanismos motores, sendo pelo movimento que o ser humano aprende
bio-psico-sociológicamente.
Por fim, o objetivo deste trabalho é o de enfatizar a importância do
desenvolvimento motor na aprendizagem cognitiva em crianças de dois a sete
anos de idade.
10
1.APRENDIZAGEM: CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO
Diversos autores, ao longo dos tempos, têm-se debruçado sobre a
problemática da aprendizagem, bem como da sua definição.
MEINEL, K. (1987, p.171) considera que aprender “é um processo na vida
do homem e no desenvolvimento da personalidade do ser humano”. Aprender está
relacionado com uma nova aquisição ou uma continuidade no desenvolvimento do
comportamento e do trabalho, através de uma disputa ativa com o meio ambiente.
VIGNAUX, G (1995, p.135) define que:
Qualquer aprendizagem num sistema ou num ser vivo manifestar-se-á
pela aquisição duma ou mais propriedades que não são inatas neste
sistema ou neste ser.
Já para TAVARES, J. e ALARCÂO, I. (1985) aprendizagem é uma
construção pessoal, que resulta de um “processo experimental”. Esse processo
interior à pessoa traduz-se por uma alteração de um comportamento relativamente
firme. Ao afirmar que a aprendizagem é um processo, pretende exprimir-se que o
ato de aprender não é fulgaz e momentâneo, mas que se realiza num tempo mais
ou menos longo.
Na mesma linha, GAGNE e FLEISHMAN, (apud, KNAPP, B., 147) definem
aprendizagem como um processo neurológico interno que se supõe intervir cada
vez que se manifesta nas performances, uma mudança que não é devida nem ao
crescimento, nem à fadiga. ”Podemos entender que aprendizagem resulta da
mudança da performance derivada da experiência. Todas as mudanças devidas à
fadiga ou da maturação não são consideradas como aprendizagem.
Nada se aprende, verdadeiramente, se aquilo que se pretende aprender,
não passar pela experiência pessoal de quem aprende. A aprendizagem assume
assim um caráter pessoal.
E é através das modificações operadas no comportamento exterior,
observável, que se vê se o sujeito aprendeu. Para que o sujeito aprenda, é
11
necessário que no seu interior haja um processo de transformação e de mudança.
A aprendizagem é, portanto, uma função do cérebro.
Para FONSECA,V. (1984), a aprendizagem no ser humano é a
consequência de duas heranças: a herança sócio – cultural, onde entram os
aspectos antropológicos e necessariamente a linguagem; e a herança biológica,
onde entram os comportamentos programados pelo genótipo e que decorrem do
desenvolvimento ontogênico.
Com aprendizagem, o ser humano é capaz de realizar ações, que antes de
aprender não realizava, de uma forma estável. Como dizem TAVARES, J e
ALARCÃO, I (1985) a sua contrapartida externa traduz-se em ações que o sujeito
não era capaz de realizar antes de aprender, mas que consegue fazer depois do
período de aprendizagem, de uma forma tão consistente que não deixa dúvidas
quanto à sua estabilidade.
Segundo FONSECA, V. (184, p.145) “a aprendizagem visa uma adaptação
a situações novas, inéditas, imprevisíveis, isto é, uma disponibilidade adaptativa a
situações futuras.”
A aprendizagem deve ser, portanto, encarada como uma ação educativa,
cuja finalidade é desenvolver no ser humano, capacidades que lhe permitam a
integração no meio em que vive (humano e físico), utilizando as estruturas
sensório-motoras, cognitivas, afetivas e lingüísticas.
Para TAVARES, J. e ALARCÃO, I (1985), a aprendizagem efetua-se
através das tarefas que são propostas ou que os alunos se propõem fazer.
Aprendemos a viver em sociedade. Daí que seja necessário adquirir
conhecimentos, cultivar atitudes, aprender a tomar decisões e de desenvolver as
capacidades motoras, cognitivas, lingüísticas e de relacionamento social.
Nem todos os autores têm o mesmo conceito de aprendizagem. Alguns
salientam o aspecto externo da modificação do comportamento, outros a
construção pessoal, experiencial; uns dão maior ênfase ao processo da
aprendizagem, enquanto outros ao produto desse processo.
A diferença de conceitos deu origem a diferentes teorias. De todas as teorias, no
presente trabalho serão tratadas, apenas as teorias behavioristas, as teorias
12
cognitivas e o movimento humanistas. Dentro de cada um dos grupos, podem-se
distinguir várias correntes.
1.1. Algumas Teorias de Aprendizagem : Teorias Behavioristas
TAVARES, J. e ALARCÃO, I (1985) definem behaviorismo como um estudo
objetivo e científico do comportamento humano. Este termo (behaviorismo)
aparece associado ao nome do psicólogo americano Jonh B. Watson.
Segundo os autores acima, para Watson, a aprendizagem resulta do
processo de condicionamento, através do qual diversas reações são associadas a
determinados estímulos. De acordo com esta perspectiva, todas as formas de
comportamento, todas as aprendizagem são possíveis, bastando para isso treinar.
A criança aparece com um ser moldável, e não como um ser criativo e agente de
mudança.
Para THORNDIKE, (apud por KNAPP, B s.d) a aprendizagem consistia em
estabelecer uma conexão, a nível do sistema nervoso, entre estímulos e reações,
após uma série de tentativas e erros. Aprender consistia em resolver um
problema. Este autor enunciou: “as suas três leis de aprendizagem”, através da
qual, a aprendizagem aparece associada a um esforço que é recompensado,
dependendo da satisfação e de recompensas. Estas leis foram denominadas de
lei do efeito, lei do exercício ou freqüência e lei da maturidade específica.
De acordo com a lei do efeito, a conexão entre um estímulo e uma reação é
enfraquecida ou reforçada, consoante a satisfação ou a insatisfação que
acompanha a ação. Uma grande satisfação, quando um movimento correto foi
executado, ajuda a gravar esse movimento, enquanto o descontentamento
favorece a eliminação de ações desfavoráveis.
A lei do exercício ou freqüência refere que a repetição por si mesmo não
conduz à aprendizagem. A repetição só resulta em aprendizagem se for
acompanhada por resultados positivos. A simples repetição não acompanhada de
sentimento, não resultará. THORNDIKE, (apud por KNAPP, B.p.150) afirma que:
“... a repetição de uma conexão, no sentido de uma simples seqüência temporal
13
de dois fenômenos, age muito pouco, ou mesmo nada, como causa de
aprendizagem.”
Relativamente à lei da maturidade específica, a aprendizagem efetuar-se-á
e o resultado será agradável, se o organismo estiver preparado para estabelecer
conexão entre o estímulo e a reação. Caso contrário, a aprendizagem não se
efetuará e o resultado será desagradável.
SKINNER, (apud por TAVARES, J e ALARCÃO, I, 1985) por seu lado,
considera a aprendizagem como uma forma de condicionamento. Este
condicionamento não é o “reflexo condicionado” de PAVLOV, mas um
condicionamento operante e instrumental, que já inclui a noção de reforço. A
recompensa reforça, entusiasma e, funcionando como um estímulo, aumenta as
probabilidades de sucesso. As reações recompensadas, ou que libertem o corpo
de uma situação penosa, têm tendência a serem repetidas; enquanto que, as
reações que não são recompensadas ou trazem conseqüências indesejáveis, têm
tendência a desaparecer.
Para a teoria behaviorista, o homem é considerado como um organismo,
que responde a estímulos, provenientes do meio exterior, de uma forma mais ou
menos automática e fortuita. Assim, a aprendizagem é considerada pêlos
behavioristas como uma forma de condicionamento, resultado de associações
entre estímulos específicos e reações específicas. Estas associações podem ser
reforçadas, se corresponderem à aprendizagem desejada, ou inibidas, se se
afastarem das finalidades.
A teoria behaviorista realça o saber fazer, o comportamento exterior
mensurável. Baseia-se no comportamento exterior do aluno e na análise
minuciosa da tarefa que o aluno terá que aprender. De acordo com esta teoria, o
aluno é moldável e passivo.
14
1.2. Teorias Cognitivas: Piaget, Bruner, Ausubel
As teorias cognitivas podem subdividir-se em dois subgrupos: teoria da
forma ou da configuração e teoria do campo. A teoria da forma ou da configuração
está associada a vários especialistas alemães. Estes autores defendem que o
sujeito organiza e interpreta tudo o que se passa em seu redor, em termos de
conjunto e não isoladamente. Esta teoria alicerça-se na noção básica que o todo é
algo, mais do que a simples soma das partes, é a idéia da compreensão, sentido,
do significado, do “porquê”, do “para quê” e do “como”.
Por seu lado, a teoria do campo também designada de psicologia topológica e
de vetor é mais do que a soma das suas partes. Normalmente estes dois tipos de
teorias agrupam-se para formarem a chamada teoria da forma e do campo.
Os psicólogos desta teoria defendem que a aprendizagem não resulta, como
afirmam TAVARES e ALARCÃO, (1985)
... de associações de tipo estímulo – resposta, mas consiste numa
mudança na estrutura cognitiva do sujeito ou na maneira como ele
percebe, seleciona e organiza os objetos e os acontecimento e lhes
atribui significado.
O educando aparece como um sujeito ativo, capaz de construir o seu
mundo e de evoluir através da experiência que vai adquirindo.
A aprendizagem situa-se em dois pólos. Por um lado, temos as experiências
anteriores e por outro, aquilo que o sujeito quer alcançar. A aprendizagem é
considerada como uma atividade funcional, criadora e exploradora.
Assim a aprendizagem deve assentar, segundo as teorias da forma e do
campo em três condições fundamentais: intuição, finalidade e estrutura. Uma vez
que o sujeito defina o fim que deseja atingir, apercebe-se de como há de
estruturar a sua aprendizagem de maneira a conseguí-lo.
15
Jean Piaget
Jean Piaget é um dos autores que maior importância tem para o ensino e
para a aprendizagem.
Para Piaget, J. (1982, p.15) “aprendizagem é um processo normal, harmônico
e progressivo, de exploração, descoberta e reorganização mental, em busca da
equilibração da personalidade.”
Piaget (1982) defende que o ensino deve ser atrativo, deve estar de acordo
como os interesses e curiosidades das crianças. O espaço físico, o espaço
ambiental deve ser estimulante, para que as crianças queiram aprender. Não deve
ser demasiado fácil, nem demasiado difícil para não se transformar em frustração.
As tarefas a apresentar devem produzir na criança uma tensão benéfica, que a
leve em busca da equilibração e traduza o desejo de aprender.
Bruner
Este autor define aprendizagem como sendo um processo ativo do sujeito
que aprende. O sujeito que aprende guarda e organiza a informação recebida. É
através do levantamento de problemas, de hipóteses que avançam e se verificam
e de descobertas que se fazem, que vai se adquirindo o conhecimento. Depois de
se adquirir o conhecimento, este é organizado em categorias e relaciona-se com o
conhecimento antes adquirido. Assim, o aluno vai construindo o seu conhecimento
através do ensino por descoberta.
Para TAVARES e ALARCÃO (1985, p.103), o ensino por descoberta
pressupõe atividades de pesquisa, observação, exploração, análise de problemas
e resultados, integração de novos dados em conceitos anteriormente adquiridos e
princípios mais gerais, explicações de causa e efeito ou outras que ajudem a
estabelecer relacionações. É uma aprendizagem ativa. O professor tem como
16
função orientar, através de perguntas, que motivem o aluno, que lhe despertem a
curiosidade, que conduzam o aluno ao conhecimento, ao desenvolvimento do
pensamento.
BRUNER, J. (1983) considera, que o ensino deve estar de acordo com o
desenvolvimento humano. Assim, a aprendizagem teria o seu início em
experiência ativas, através da manipulação de objetos, para depois passar para o
estudos das representações dos objetos e suas características, chegando
finalmente aos conceitos mais complexos, lógicos e abstratos. O caminho a seguir
é do simples para o complexo, com a integração de novos conhecimentos, nos
conhecimentos já assimilados. A relação que se vai estabelecer entre o conhecido
e o que há para conhecer, juntamente com a adequação à idade e a utilização de
estratégias pessoais de descoberta, criam condições para que a aprendizagem se
efetue. Esta aprendizagem tem bastante significado para o sujeito e é, segundo
BRUNER, J.(1983, p.98) “uma aprendizagem compreendida e não apenas
memorizada.”
Esta aprendizagem é uma dinâmica, com significado para o sujeito e
compreendida. BRUNER, J (1983) considera que se deve dar bastante
importância às experiências anteriores das crianças.
Ausubel
Este autor foi o que mais se dedicou ao estudo da aprendizagem significativa
ou compreendida.
TAVARES e ALARCÃO (1983), referem que AUSUBEL identificou quatro tipos
de aprendizagem:
a) Aprendizagem por recepção significativa ou compreendida. O
professor organiza a matéria de uma forma lógica e ao apresentá-la
relaciona-a com os conhecimentos adquiridos, de modo a apreender
e interiorizar os novos conceitos na estrutura cognitiva que o sujeito
já possui.
17
b) Aprendizagem por percepção mecânica ou memorizada. Como o
nome indica, o professor apresenta a matéria e o aluno só terá que
memorizar.
c) Aprendizagem pela descoberta significativa ou compreendida.
Através desta aprendizagem, o aluno, por si só, chega ao
conhecimento, descobre o problema que lhe foi apresentado e
relaciona-o com os conhecimentos anteriormente adquiridos.
d) Aprendizagem pela descoberta mecânica ou memorizada. O aluno
“descobre”, por si próprio, a solução do problema e apenas o
memoriza sem o integrar na estrutura cognitiva.
AUSUBEL, D (1954), preconiza que o ensino expositivo não leva forçosamente
a uma aprendizagem memorizada ou mecânica. O autor crê que embora o ensino
pela descoberta tenha vantagens, é um ensino muito caro. Por isso, propõe aquilo
que vai designar de “guided discovery learning”.
De acordo com esta estratégia, o professor é o organizador do processo
ensino/aprendizagem, não deixando que o ensino funcione ao gosto e ritmo dos
interessas dos alunos. Acredita que o guided discovery learning é bastante útil nos
primeiros anos, sendo importante na formação dos conceitos, mas logo que a
criança atinja o raciocínio abstrato, a exposição verbal torna-se mais econômica e
de maior aplicação.
1.3. MOVIMENTO HUMANISTA
Para os humanistas, o educando deve ser responsabilizado, para decidir o
que quer aprender e para ser mais independente e auto-orientador da sua
aprendizagem.
Aprender, para os humanistas, não se reduz à aquisição de macanismos de
estímulo – reação. É um processo cognitivo. No entanto, ROGERS, C. (1977),
condena a aprendizagem cognitiva como ela é apresentada porque, segundo ele,
a aprendizagem cognitiva pré-estabelece os conhecimentos que o aluno tem que
18
adquirir ou as capacidades a desenvolver. O aluno apenas terá que se adptar e se
conformar.
ROGERS, C (1977,p.96) consideram que “o educando cresce e adquire
experiência se lhe deixa iniciativa para descobrir o seu próprio caminho, numa
atitude de auto-realização e auto-avaliação, num processo de se tornar pessoa”. A
aprendizagem é deixada ao livre sabor dos alunos. Na visão humanista “tornar-se
pessoa” é a chave do processo de aprendizagem.
A aprendizagem centra-se no aluno, nas suas necessidades, na sua
vontade e nos seus sentimentos.
1.4. Perspectiva atual sobre a aprendizagem
Na atualidade, a aprendizagem aparece ligada a uma nova teoria
designada de teoria do ensino/aprendizagem. Esta teoria de ensino/aprendizagem
recebeu uma grande contribuição das outras teorias ( behaviorista, construtivista e
humanista), portanto está acima delas. Ela tem em si elementos das vária teorias
e modelos.
Esta nova teoria, que começa a emergir, chama à atenção para o fato do
ensino e a aprendizagem serem dois processos intimamente relacionados.
Estas teorias baseiam-se nos conhecimentos que se tem sobre o
mecanismo da aprendizagem. Parte-se do modo como os seres humanos
aprendem, surgem idéias como o ensino deve ser ministrado pelo professor e
testam-se o produto final desse ensino sobre as teorias da aprendizagem.
Estas novas idéias vêm sintetizar uma série de princípios pedagógicos que são
idênticos a todas as tarefas de ensino / aprendizagem (motivação, transferência,
compreensão, recompensa e auto-avaliação) e chamam para a atenção para a
existência de diferentes tipos de aprendizagem de acordo com as tarefas a
aprender.
A idéia de diferentes tipos de aprendizagem foi estudada por GAGNÈ, R.
(1982, p.121) que propôs oito tipos de aprendizagem, que são:
19
1. aprendizagem por sinal
2. aprendizagem por estímulo - resposta
3. aprendizagem por encadeamento
4. aprendizagem por associação verbal
5. aprendizagem por discriminação múltipla
6. aprendizagem por conceitos
7. aprendizagem por princípios
8. aprendizagem por resolução de problemas
1.4.1. Aprendizagem por sinal – esta aprendizagem é sinônima da
resposta condicionada, envolve a substituição de um estímulo, evocando uma
resposta condicionada, envolve a substituição de um estímulo, evocando uma
resposta particular. Nesta aprendizagem, as condições internas são os reflexos e
as emoções e as externas são a contiguidade e a habituação.
1.4.2. Aprendizagem por estímulo –
resposta – esta aprendizagem
baseia-se na tentativa e erro até atingir uma resposta desejada de acordo com a
compensação. As condições internas envolvem uma continuidade entre o estímulo
e a resposta ( E è R) e o reforço. O reforço tende a fazer desaparecer as
respostas incorretas.
1.4.3. Aprendizagem por encadeamento (Chaining) – a aprendizagem
por encadeamento está relacionada com o comportamento motor, as respostas
desejadas têm uma ordem e uma seqüência de atos motores encadeados uns aos
outros. As condições internas colocam aprendizagem de cada conexão estímulo
resposta e a presença de um feedback quinestésico que é encarado como
experiência concreta. As condições externas devem colocar o educando numa
ordem ou seqüência com sucessão de tempos, bem como uma prática de reforço
e de motivação.
1.4.4. Aprendizagem por associação verbal – esta aprendizagem envolve
uma identificação e nomeação verbal. A conexão E è R deve ser aprendida
previamente e acompanhada por um feedback quinestésico. Nas condições
externas há a apresentação das unidades verbais, dentro de uma certa
20
continuidade. O aluno é colocado na situação de resposta, e na presença de
respostas corretas é garantida a confirmação e o reforço.
1.4.5. Aprendizagem por discriminação múltipla – esta aprendizagem
apresenta tarefas que estão relacionadas com a discriminação e diferenciação das
formas, tamanhos, cores, comprimentos, etc. nas condições internas têm que
estar presentes a aquisição dos quatro tipos de aprendizagem anteriores. As
condições externas estão relacionadas com a utilização de material de trabalho,
além da prática da repetição e do reforço.
1.4.6. Aprendizagem por conceitos – neste tipo de aprendizagem, a
atenção recai sobre as semelhanças entre os objetos e o agrupamento de
atributos que os caracterizam. As condições internas são as mesmas das do tipo
5, enquanto as condições externas incluem a apresentação de objetos com
suportes na identificação dos atributos, bem como o reforço mas respostas
corretas.
Aprendizagem por resolução de problemas – este tipo de aprendizagem
compreende a aplicação de princípio para a resolução de problemas. Para que a
resolução de problemas seja bem sucedida, deverá envolver várias operações:
apresentação do problema, definição do problema, formulação de hipóteses e
finalmente a verificação das hipóteses. As condições internas implicam a utilização
dos outros tipos de aprendizagem que sejam relevantes para a resolução de
problemas. As externas devem favorecer suportes que permitam a rememorização
dos princípios fundamentais à solução do problema.
Com esta hierarquização da aprendizagem, GAGNÈ, R (1982) pretende a
sistematização da aprendizagem, condição necessária à
linguagem.
aquisição
da
21
2. MOTRICIDADE: CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO
MANUEL SÉRGIO, (1987) considera o homem como um ser carente, um
ser incompleto. Do ponto de vista motor, o homem apresenta ima inadaptação,
uma não especialização. Embora o homem apresente estas características
(inadaptação e não especialização), ele não se encontra circunscrito a um espaço
determinado.
Segundo FEITOSA, A (1993, p.28) “...o homem é um ser carente, mas a
tomada de consciência dessa carência empurra-o para a ação, para o
conhecimento para a previsão”. O homem conhece e age quando toma
consciência que é carente. É através dessa ação, desse conhecimento, que o
homem gera a cultura.
O homem não possui órgãos especializados, adaptados ao meio ambiente
onde vive, mas através da cultura, o homem é criador, isto é, transforma e domina
o mundo onde vive.
Por isso, MANUEL SÉRGIO, (apud por FEITOSA, A.,1993, p. 46), define
motricidade
como
“...a
virtualidade
para
o
movimento
centrífugo
da
personalização”. Um ser não especializado e carenciado tem, segundo FEITOSA,
A (ibid), “de sair de si para realizar-se (para personalizar-se”. O homem é um ser
que se faz através da ação. A capacidade para o trabalho, para a ação ara moverse é que garante a sobrevivência do homem no planeta. A carência leva o homem
fazer e a fazer-se. A motricidade é que conduz as nossas decisões e posições.
Para MANUEL SÉRGIO, (1987, P.30),
“a motricidade não é um fenômeno isolado, mas uma relação e
expressão do ser humano total e, ainda, porque a motricidade revela os
aspectos ontológicos – existenciais do homem, sem negar, antes
completando os aspectos lógico – organizacionais da vida”.
22
A motricidade é considerada como a linguagem que nos aproxima da
comunicação e da expressão. O movimento é o meio, pelo qual o indivíduo
comunica e transforma o mundo que o rodeia.
FONSECA, V. (1989) considera que a motricidade compreende todas as
mudanças, pelas quais o sujeito vai passar, desde a concepção até a morte. O ser
humano está em constante evolução. A este respeito FONSECA, V. (1989,p.7)
afirma que “neste período surgem processos evolutivos e hierarquizados, quer
num plano biológico, quer num plano social”.
A motricidade é o produto final da evolução. A motricidade não é imediata e
nem pré-programada. FONSECA, V (1989), defende que a criança é age por
outros, antes de se autocomover, daí origem social da motricidade humana. A
motricidade das crianças é bastante influenciada pela motricidade do adulto.
Embora antes se tenha subestimado o corpo e a motricidade, a motricidade está
intimamente ligada ao ser humano. O ser humano não é só um ser pensante, mas
também um ser de sentimentos e de movimentos. Sem movimentos, não há
desenvolvimento do pensamento. É através da motricidade que o cérebro se
desenvolve.
Segundo FONSECA,V (ibid.p.9) “motricidade sem cognitividade é possível,
mas cognitividade sem motricidade não o é”. O desenvolvimento da motricidade
contribui para o desenvolvimento intelectual do ser humano. Este autor constatou
que distúrbios no desenvolvimento motor comprometem o desenvolvimento da
linguagem e da cognitividade.
FONSECA, V (id) entende a motricidade como uma ação, como uma
conduta relativa a um sujeito histórico. É a motricidade que prolonga a idéia e a
materializa. A motricidade é o meio, pelo qual a inteligência humana se
desenvolve, se materializa, se constrói e se edifica.
Toda motricidade tem como objetivo obtenção de um fim, de um resultado,
de um efeito, tornado-se numa práxis. O ser humano aprende os seus movimentos
na relação que se estabelece com o meio ambiente (construído pelo homem) e
23
pela troca e constantes contatos com os seres humanos. O desenvolvimento
motor anda associado ao desenvolvimento humano.
2.1. O papel da motricidade na teoria de Jean Piaget
As investigações de Jean Piaget têm uma grande importância para o estudo
da motricidade, já que as ações motoras têm um papel importante e fundamental
no acesso ao conhecimento.
PIAGET, J. (1982) salienta que a motricidade intervém em diferentes níveis
no desenvolvimento das funções cognitivas. Em PIAGET existe uma grande
relação entre a motricidade e a inteligência.
PIAGET, (apud por FONSECA, V. 1988), classificou o desenvolvimento
cognitivo numa série de estágios. Estes estágios dividem o desenvolvimento em
quatro grandes etapas:
1. Sensório – motor: este período caracteriza-se pela aparição das
capacidades sensório – motoras, perceptivas e linguísticas. É o período
em que aparecem as habilidades locomotoras e manipulativas, quando
o ser humano aprende a organizar a informação sensorial.
2. Pré – operatório: este período durante o qual, os processos cognitivos e
de conceitualização se iniciam. Aparece a iniciação ao jogo simbólico e
a linguagem.
3. Operações concretas: este período caracteriza-se pelo aparecimento do
pensamento abstrato. As crianças realizam ações lógicas elementares,
assim como agrupamentos de classes. O conceito de reversibilidade e
de conservação é característico desta etapa; o pensamento pode
preceder e guiar as ações, mas não funciona independentemente dele.
4. Operações
formais:
neste
período,
o
pensamento
realiza-se
independentemente da ação,,originando a ações mentais de grande
complexidade.
24
2.2. A concepção psicobiológica de Wallon
WALLON, H (1966) destaca o papel que os comportamentos motores têm na
evolução psicológica do ser humano. Este autor defende que a motricidade
desempenha um papel importante na elaboração das funções psicológicas dos
primeiros anos de vida. Depois acompanha e sustém os processos mentais.
WALLON, H (1966) ao analisar a motricidade, determinou a existência de dois
aspectos: o tônico ou plástico (nível de contratibilidade ou relaxamento da
musculatura) e o clônico ou cinético (alongamento ou encurtamento dos músculos)
estes dois aspectos complementam-se.
O aspecto tônico tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança.
Ele está relacionado, tanto com as atitudes e posturas perceptivas, como com as
motoras. O tônico põe em relação a motricidade, percepção e conhecimento e daí
as relações entre motricidade e inteligência.
WALLON, H (1966), enfatiza a relação do aspecto tônico do movimento com o
desenvolvimento cognitivo, enquanto que o tônus seria o fundamento da emoção
e da afetividade. Assim, inteligência e afetividade desenvolver-se-iam par a par.
Durante as investigações WALLON, H (ibid), teve necessidade de dividir o
desenvolvimento humano em diferentes estágios:
Estágio impulsivo, contemporâneo do nascimento: a motricidade
·
tem um significado puramente fisiológico. Os atos são simples descargas de
reflexos ou automatismos.
Estágio sensório motor: a partir deste momento, o movimento
·
organiza-se. Desejo de explorar e investigar.
Estágio projetivo: a motricidade constitui o instrumento de ação
·
sobre o mundo.
·
Estágio do personalismo: os outros são significativos para a
criança, no processo da experiência. Neste período, há a consciência e depois
afirmação do Eu. A sua capacidade de movimento manifesta-se como meio de
favorecer o seu desenvolvimento psicológico.
25
Em todos os estágios, a motricidade está intimamente ligada à atividade
mental. Como observa VAYER, P. (1992,p.15) “...do ato motor à representação
mental percorrem-se todos os níveis, todos os períodos de relações entre o
organismo e o meio”.
A motricidade desempenha um duplo papel. PÈREZ, L. (1994), a este
respeito, adianta que a motricidade é um instrumento de realização de diferentes
tarefas e um medidor da ação mental.
A motricidade e as atitudes têm um papel fundamental no desenvolvimento
psicológico da criança.
2.3. A teoria maturativa de Gessel
GESSEL foi um dos autores que deu muita importância aos processos
internos maturativos na aquisição de comportamentos. O desenvolvimento do
comportamento é afetado pelos processos internos de maturidade. Para GESSEL,
(apud por VAYER, P.1992,p.16) “o crescimento é um processo de estruturação,
que produz mudanças estruturadas nas células nervosas, que provocam
mudanças correspondentes nas estruturas de comportamento”.
A criança não nasce com todas as percepções, mas estas devem
desenvolver-se. Elas desenvolvem-se com a experiência e a maturidade crescente
das células.
A organização dos comportamentos está ligada à maturidade nervosa,
começando antes do nascimento. Para GESSEL (1992) as crianças desenvolvemse como um todo.
As diferentes esferas do comportamento desenvolvem-se conjuntamente e
em estreita coordenação. GESSEL estudou quatro:
- Comportamento motor: atitudes posturais, locomoção, preensão;
- Comportamento de adaptação: capacidade de perceber os elementos
significativos e de utilizar a experiência para se adaptar a novas situações;
26
- Comportamento verbal:
todas
as
formas
de
comunicação
e
de
compreensão;
- Comportamento pessoal e social: reações tanto perante as outras pessoas
como, perante a cultura social.
Para GESSEL, A (1979), o que determina os comportamentos motores e
psicológicos são as transformações que se vêem no desenvolvimento, que se
devem às predisposições do organismo e ao desenvolvimento espontâneo dos
sistemas neural, muscular e hormonal.
De acordo com GESSEL, A o desenvolvimento corresponde a uma “espiral
ascendente”, que contém equilíbrios e desequilíbrios sucessivos e que obedecem
as seguintes leis:
1.
Princípio da direção do desenvolvimento psicomotor: a maturação
dirige o processo de desenvolvimento em confronto com as forças
ambientais. A maturação tem tendência a progredir em direções
céfalo – caudal e próximo – distal.
2.
Princípio
da
flutuação
auto-reguladora
das
funções:
o
desenvolvimento não se manifesta com o mesmo ritmo em todas
as frentes. Enquanto que em um sistema se pode estar a
desenvolver, há outros que podem estar adormecidos. O
desenvolvimento não se desenrola simultaneamente. Ao longo do
desenvolvimento há uma flutuação periódica, a qual é controlada
por um mecanismo de auto-regulação.
3.
Princípio
da
assimetria
funcional:
o
organismo
tende
a
desenvolver-se assimetricamente. Os estágios sucedem-se, ao
longo do desenvolvimento, de uma forma não linear.
27
2.4. O desenvolvimento motor segundo Vítor da Fonseca
Fonseca (1989) considera a motricidade como psicomotricidade e meta
motricidade. Esta motricidade não fica só pelo plano motor, mas vai muito mais
além.
O ser humano possui estruturas neurológicas sobrepostas sobre outras
estruturas mais básicas. Estas estruturas permitem o simbolismo, a linguagem,
etc. desde o nascimento que o ser humano traz essas estruturas, implicadas no
comportamento e são elas, que permitem o aparecimento da linguagem. O
desenvolvimento do ser humano, quer no aspecto neurológico, quer motor,
realiza-se no mundo “sócio – cultural”, num meio ao qual o sujeito tem que se
adaptar e apropriar-se da experiência sócio-histórica.
Para FONSECA, (apud por PÈREZ, L (1994,p.55), “a ontogênese da
motricidade começa com o que denomina a primeira dimensão maturativa ou
inteligência
neuro – motora...”. Esta primeira dimensão é composta por
comportamento
inatos
e
organização
“tônico-emocional”.
À
inteligência
neuromotora, segue-se a inteligência sensório-motora. Esta fase, vai dos dois aos
seis anos e nela se incluem atividades motoras de locomoção, preensão e
suspensão.
A fase seguinte foi denominada de inteligência perceptivo-motora. Está
relacionada com a noção de corpo, lateralidade, orientação no espaço e no tempo.
Por último, Fonseca, V (1984) fala na inteligência psicomotora, que integra
as anteriores e permite a ação no mundo.
2.5 Tendências atuais no estudo do desenvolvimento da motricidade
As tendências atuais, no estudo da motricidade, são variadas, amplas e
multidisciplinares.
Pode-se, segundo PÈREZ, L. (1994), destacar uma série de características:
28
“ 1. Há um interesse para conhecer a natureza e a regulação dos
movimentos infantis. Explica-se como é que os diversos mecanismos
implicados na motricidade infantil e humana evoluem e se transformam.
,os
processos
perceptivo-motores
e
cognitivos
são
analisados
minunciosamente e como é que a interação constante com a capacidade
do movimento se manifestam nas crianças.
2. São numerosas as teorias emitidas sobre aprendizagem motor.
Existem tendências que se destacam os avanços em matéria de
desenvolvimento motor, para os aplicar nas aulas e ginásios, com o
objetivo de favorecer a aprendizagem motor e explica-la com maior
profundidade.
3. Estuda-se a motricidade infantil, com a finalidade de compreender
melhor o desenvolvimento da criança e poder resolver carências
escolares e instrumentos que se manifestam na atualidade.”
Estas explicações consideram as crianças como uma unidade que se
expressa pelos seus comportamentos quotidianos. Como afirma PÈREZ, L.
(ibid.trad.)
“... explicações têm como denominador comum o saber superar a
dualidade corpo – espírito e tratar a criança como unidade que se
expressa pelos seus comportamento quotidianos de onde a motricidade é
um fator de primeira ordem”.
Faz-se necessário que os mecanismos implicados na motricidade infantil e
humana evoluam e se transformem, para que os processos perceptivos-motores e
cognitivos sejam analisados minunciosamente e como é constante a interação
com a capacidade do movimento se manifesta nas crianças.
29
3.FUNDAMENTO BIO - SOCIOLÓGICO DO PENSAMENTO
Todos os movimentos executados pelos recém-nascidos não têm
significado, nem objetivo. Difundem-se por simples descargas ineficientes de
energia muscular. FONSECA, V. (1989, p.223) afirma
que nos movimentos dos recém nascidos se verificam reações tônicas e
clônicas, acompanhadas de espasmos e bruscas descargas, bem como
de
gestos
descoordenados
e
de
automatismos
sem
função
(estereótipos), como os movimentos de pedalagem observáveis na
primeira semana.
Os gestos são uma modelação tônica de reação ao meio envolvente. A
atividade da criança começa por ser elementar e caracterizada por um conjunto de
gestos sincréticos sem qualquer significado ou objetivo.
Segundo WALLON, H (1966,p.27), entre o indivíduo e o seu meio há uma
unidade indissolúvel. O indivíduo não se pode separar do meio. O meio é para o
homem uma necessidade orgânica e é essa necessidade orgânica que vai
determinar o seu desenvolvimento, portanto a sua inteligência. A este respeito e
de acordo com os autores já citados o desenvolvimento biológico, e o
desenvolvimento social são condições um do outro.
Até a aquisição da linguagem, o movimento é uma característica existencial
da criança e a resposta aos seus estados emocionais. O movimento torna-se
assim a primeira estrutura de relação com o meio, com os objetos e os outros de
onde de edificará a inteligência e a primeira forma de expressão emocional e de
comportamento. É pelo movimento que a criança exprime as suas necessidades.
30
Os primeiros gestos úteis são os de expressão, desenvolvidos na criança
para tomar os objetos que são indispensáveis ao seu bem estar. A esta expressão
motora encontra-se ligada a esfera afetiva, por ser o escape das emoções vividas.
A expressão emotiva é, para WALLON, H (1979), o elemento da formulação da
consciência.
3.1 A evolução da Psicomotricidade e seus estágios
Apud TAVARES, J. e ALARCÃO, I. (1985, p.37), WALLON referem que
O desenvolvimento psíquico da criança é composto de estádios que não
são a estrita continuação uns dos outros. Entre eles existe subordinação,
mas não identidade de orientação funcional. As atividades mais primitivas
são progressivamente dominadas por atividades mais recentes e
integram-se nestas últimas mais ou menos completamente.
WALLON, H (1979) individualizou alguns aspectos psicomotores e
conseguiu definir as etapas essenciais do desenvolvimento motor das crianças:
estágio impulsivo, estágio tônico e o estágio sensório-motor.
No estágio impulsivo (recém nascido), os movimentos são simples
descargas de energia muscular, verificando-se reações tônicas e clônicas
acompanhadas de espasmos, de gestos descoordenados e de automatismos sem
função (estereótipos).
Toda ação já é portadora de uma carga afetiva e emocional, tendo o seu
início no jogo dialético entre o bem e o mal estar.
Estas emoções constituem gestação das representações. Como referem
FONSECA, V e MENDES, N. (1988, p.30) estas emoções são já um dado da
consciência
e
constituem,
representações em gestação.
portanto
verdadeiras
pré-representações
ou
31
Através de movimentos desajeitados e agitados, a criança estabelece a
primeira comunicação com o meio ambiente. Para estes autores a transformação
desses movimentos em gestos úteis e significativos preparará os primeiros
sucessos em relação ao seu envolvimento. A motricidade é o suporte de onde vão
nascer as realizações da vida psíquica.
O estágio Tônico – emocional (dos 6 aos 12 anos), nas primeiras
aquisições da consciência e que anunciam o aparecimento do movimento
significativo, embora sincréticas e confusas, têm origem na desordenação inicial.
Neste estágio a excitação é superior à inibição, levando a um exagero das
funções tônicas. Iniciam-se as primeiras relações com o mundo exterior, através
do movimento. O movimento, por um lado, Express o prólogo de relações
circulares entre a movimento e sensibilidade e, por outro lado, indica que se
aproxima as primeiras representações. A este respeito FONSECA, V. (1988,p.24)
adianta
que é o mundo das emoções que mais tarde originará o mundo das
representações, através das atitudes e simulacros postos em jogo pelo
movimento.
WALLON, H (1979) considera que as emoções e os movimentos são
condutas edificadas pela tonicidade que vai permitindo a edificação das posturas e
atitudes. As atitudes são como que estruturas intermediárias entre o real e a
representação, influenciando dialeticamente o desenvolvimento da inteligência e
da afetividade.
Para WALLON, H (1979) é a tonicidade que transforma o fisiológico em
psicológico. As emoções aparecem ao mesmo tempo, como condutas motoras e
condutas sociais, nas modalidades de adaptação.
No estágio sensório-motor (dos 12 aos 24 meses), tem um caráter mais
subjetivo e afetivo, porque liga o movimento às suas conseqüências sensíveis.
32
Verifica-se um aumento dos dados sensoriais, contribuindo para o aparecimento
de uma percepção mais fina, precisa e mais discriminativa.
Neste estágio há um aumento da maturidade na organização das emoções
provocada pela multiplicação das relações das crianças com o seu envolvimento.
A correlação entre as experiências motoras e sensoriais torna-se mais
evidente. Como menciona FONSECA, V (1988,p.25) o estado sensorial sucede ao
desenvolvimento das atitudes, dos atos rudimentares, das expressões emotivas...
Dá-se nesse período a passagem do biológico ao psicológico. A percepção
começa a ser mais precisa e os movimentos conseguidos são repetidos. Este tipo
de atividade vai permitir a eficiência do gesto e a eliminação dos inúteis ou do que
inútil dentro de cada um dos gestos.
WALLON,H (1966) analisa os gestos e movimentos, como expressões
viradas e dirigidas para os outros. Estas expressões são traduzidas através de
uma linguagem emocional e não verbal.
No estágio Projetivo (dos 2 aos 3 anos), a organização das primeiras
representações deve-se à percepção dos objetos e à sua descoberta, através da
manipulação. É sempre a atividade motriz que regula o aparecimento e o
desenvolvimento das formações mentais. WALLON, H (1970) refere que a ação é
o estímulo da atividade mental.
Nesta fase, a atitude postural adquire a sua autonomia, verificando-se uma
maior disponibilidade para conquistar o real. A palavra aparece como o
prolongamento da ação e marca o início da objetivação.
WALLON, H (1963) nesta fase, dá uma grande importância à imitação. Esta
não é mais que a repetição de um gesto executado por ela própria como forma de
resistência de uma excitação recente e facilmente renovada no aparelho
33
psicomotor. A imitação é bastante importante para a aquisição de novas
aprendizagens. A imitação, depois de simples repetição, estabelece um sistema
de ligações perceptivo – motoras e projeta-se numa reação convergente.
WALLON, H (1963), considera que o movimento não intervém só no
desenvolvimento psíquico e nas relações com o outro, mas também influencia o
comportamento habitual. Para este autor o movimento é um fator importante no
temperamento.
O estágio Personalístico (dos 3 aos 4 anos), o modelo do outro adquire
importância como estímulo e experiência. A motricidade e a linguagem introduzem
a criança na sociedade e o mundo na personalidade da criança.
O movimento é o veículo da conscientização global. Como afirma
FONSECA, V. (1988,p.29) é fundamentalmente o movimento que leva à
dissociação da oposição entre a adaptação motora e a representação simbólica.
As atividades motoras surgem com uma importância psicológica que as
transcende.
As distâncias (espaço) passam a ser conhecidas, as direções passam a ser
relativas e o meio pode-se modificar em função dos primeiros “esboços de
desejo”. O real passa a ser independente e ao alcance das fantasias da mente da
criança.
3.2 Educação pelo Movimento
FROSTIG, M. (1970) sugere um programa com atividades sensório e
perceptivo - motoras, que designou por educação pelo movimento.
Segundo FONSECA, V. e MENDES, N. (1988,p.217), os principais objetivos
das atividades formuladas por FROSTIG, são os seguintes:
34
Conscientização
do
corpo,
conscientização
do
envolvimento,
desenvolvimento sensório – motor, controle do movimento, coordenação
manual, noção de direção espacial, estimulação das três avenidas
sensoriais: tátilo, auditiva e visual, conscientização espaço – temporal e
desenvolvimento das capacidades motoras: coordenação, ritmo,
flexibilidade, velocidade, agilidade, equilíbrio e força.
A evolução da criança vai do mover para o crescer e do crescer para o
aprender.
Antes da aquisição da linguagem , impõe-se, de acordo com FROSTIG, M.
(1970) a aquisição das estruturas sensório – motor e perceptivo – motoras, que
designou por “vocabulário do movimento”, sem as quais não seria possível uma
verdadeira expressão criativa.
FROSTIG, M. (1970) preconiza uma educação do movimento de uma forma
interdisciplinar para desenvolver as capacidades perceptivo – visuais. Sem a
aprendizagem perceptivo – visual, as aprendizagens escolares, tais como a
leitura, a escrita e o cálculo não se tornavam possíveis.
35
CONCLUSÃO
A presente pesquisa pretendeu responder ao seguinte problema: em que
medida o desenvolvimento motor influenciará na aprendizagem cognitiva? Tendo
como hipótese inicial, na medida em que o professor buscar desenvolver as
habilidades da criança no desenvolvimento motor, logo a aprendizagem cognitiva
terá também um maior desenvolvimento e um maior rendimento, e diante de toda
pesquisa realizada a hipótese foi válida.
Podemos concluir que todos os autores estudados consideram que o
desenvolvimento motor tem grande importância na aprendizagem cognitiva, ou
seja, o desenvolvimento da criança está intimamente ligado à experiência – ação.
É agindo mesmo e com o mundo que a rodeia, que a criança aprende e se
descobre.
O desenvolvimento da criança depende da ação e mediação que os adultos
lhe proporcionam. Através da criação ou da recriação de um envolvimento próprio,
que se verifica o desenvolvimento cognitivo da criança.
A criança deve ser entendida como um ser bio-psico-social. Ou seja, a sua
evolução inicia-se tendo por base um processo biológico, para posteriormente se
desenvolver, através de um processo psicológico, onde irá apropriar-se da
linguagem; com a apropriação da linguagem, a criança transcende o seu
envolvimento imediato e através da aquisição de pensamentos e sentimentos
mergulha num processo sociológico. De uma mesma forma, poderemos entender
o seu desenvolvimento motor. Ou seja, este acontece numa relação dialética dos
três mundos: o biológico, o, psíquico e o social. Assim, será importante retermos
que, a criança depende do investimento dos adultos. É a mãe o “agente” facilitador
do desenvolvimento bio-psico-social.
Pensamos que os vários autores estudados são unânimes em considerar
que a aprendizagem manifesta-se por uma aquisição, que não sendo inata nem
36
maturativa, sê-lo-á como um resultado de um processo experimental. É a
experiência a grande responsável pelo aprender. Essa experiência tem que ser
proporcionada pelos adultos, que devem criar condições adequadas à sua
realização.
Contudo, o ser humano é um ser carente e incompleto. Essa carência levao a agir (ação). Pelo movimento, o homem comunica e transforma o mundo que o
rodeia, resultando a maturação neurológica da dialética entre a quantidade e a
qualidade de estímulos que o adulto socializado, portador de valores sociais,
proporciona à criança. Por outro lado, a construção da sua personalidade (fator
social) resulta da interação entre o meio e a hereditariedade, que vai permitir a
aquisição, a apropriação de valores históricos e culturais da sociedade, na qual a
criança vai construindo a sua autonomia.
Esta é a lógica de construção da triologia motricidade – neurologia –
aprendizagem , o mesmo é dizer-se ontogênese da motricidade, ontogênese do
sistema nervoso, ontogênese da aprendizagem.
Pensamos que conseguimos abordar, de uma forma sucinta e rápida as
várias perspectivas sobre o desenvolvimento humano e motor, que são essenciais
para a resolução de muitos dos problemas escolares e sociais.
Sugerimos algumas pesquisas relacionadas a este tema desenvolvido,
como um trabalho monográfico sobre o tema: “A importância dos jogos e
brincadeiras no desenvolvimento psicomotor”. Este trabalho nos apresenta uma
minuciosa pesquisa sobre a história da psicomotricidade, refletindo sobre a
necessidade e utilização como instrumental e recurso pedagógico no processo
ensino-aprendizagem.
Outra sugestão é “Um estudo sobre as dificuldades de aprendizagem das
crianças: contribuições da arte”. A pesquisa propõe apresentar a arte como
instrumento facilitador da aprendizagem em um estudo de caso com crianças,
37
verificando a importância da arte no processo da aprendizagem ao possibilitar os
desenvolvimentos cognitivos, sociais, físicos e / ou psicológicos. Uma terceira
sugestão é: “A psicomotricidade na educação infantil”. Relata a importância das
atividades psicomotoras para o desenvolvimento da criança nas séries iniciais.
Reforçamos nossas conclusões anteriores, com os contribuições dos
seguintes autores: Wallon deu uma grande importância à motricidade como fator
essencial na emergência da consciência, bem como a constante reciprocidade
entre o aspecto tônico e cinético da motricidade; o caráter emotivo da relação
tônico emocional surge da relação mãe – filho, responsável pelos primeiros
investimentos da relação afetiva entre a criança e os que a envolvem, constituindo
o prelúdio da comunicação verbal a que o autor chamou Diálogo Tônico.
Piaget, no estudo das inter – relações entre a motricidade e a percepção,
considerou que a motricidade interfere na inteligência antes da aquisição da
linguagem, elaborando-se a função simbólica (geradora da linguagem) e
constituindo-se o caminho para a criança chegar à representação e ao
pensamento; a inteligência como resultado de uma experimentação motora é
essencialmente movimento, uma vez que através da experiência o indivíduo
constrói o pensamento e incorpora os dados fornecidos pelo meio, isto é, aprende
(assimilação) e aprende (acomodação), ou dito por outras palavras, a criança
adaptando-se às coisas organiza o pensamento e ao organizar-se estrutura as
coisas.
Frostig aponta a aprendizagem como um resultado perceptivo – visual,
devendo-se realizar antes das primeiras aprendizagens escolares, dado que sem
percepção não há atividade mental e corporal; ou seja, para se compreender o
movimento livre e criativo, a criança deve adquirir a conscientização do seu corpo
e a exploração dos espaços, condições essenciais para a aquisição das
aprendizagens escolares da leitura, escrita e cálculo.
38
Em suma podemos concluir que a aprendizagem resulta de mecanismos
perceptivos na sua relação dialética com os mecanismos motores, sendo pelo
movimento que o ser humano aprende bio-psico-sociologicamente.
39
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42
ANEXOS
43
44
ÍNDICE
Capa.......................................................................................................................01
Contra capa............................................................................................................02
Dedicatória..............................................................................................................03
Agradecimento........................................................................................................04
Epígrafe..................................................................................................................05
Resumo...................................................................................................................06
Sumário..................................................................................................................07
Introdução...............................................................................................................08
1. Aprendizagem–Conceito e Fundamentação................................................10
1.1 Algumas teorias de aprendizagem - Teorias behavioristas.........................12
1.2 Teorias Cognitivas – Piaget, Bruner – Ausubel ..........................................14
1.3 Movimento Humanista.................................................................................17
1.4 Perspectiva atual sobre a aprendizagem....................................................18
2. Motricidade – Conceito e fundamentação ...................................................21
2.1 O papel da motricidade na Teoria de Jean Piaget......................................23
2.2 A concepção psicobiológica de Wallon......................................................24
45
2.3 A teoria maturativa de Gessel....................................................................25
2.4 O desenvolvimento motor segundo Vítor da Fonseca................................27
2.5 Tendências atuais no estudo do desenvolvimento da motricidade............28
3. Fundamentos bio- sociológicos do pensamento..........................................29
3.1 Evolução da psicomotricidade e seus estágios ..........................................30
3.2 Educação pelo movimento..........................................................................33
Conclusão...............................................................................................................35
Referência Bibliográfica..........................................................................................39
Anexos....................................................................................................................42
Índice......................................................................................................................44
Folha de avaliação..................................................................................................46
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós – Graduação “Lato Sensu”
Curso de Psicopedagogia
Título da monografia: A relação existente entre o desenvolvimento motor e a
aprendizagem em crianças de 2 a 7 anos.
Feito por: Fabiana Ferreira dos Santos
Orientador por: Nilson Guedes de Freitas
Data da entrega: 01/10/2005.
Avaliado por: ____________________________ Grau: _______________
Rio de janeiro, 01 de outubro de 2005.
47
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