Documento CUCS # 5C C&SC200813(6)Costa-Cuoto (B) Costa-Couto MH, Nascimento AC. Assimetria nas relaçoes internacionais, propriedade industrial e medicamentos anti-aids. Ciencia & Saúde Coletiva (Rio de Janeiro, Brasil) 2008 Novembro-Dezembro; 13(6): 1869-1877. Objetivos: Analisar a assimetria nas relações internacionais entre entre EE UU e Brasil com respeito ao reconhecimento da propriedad industrial e as inovações tecnológicas na indústria farmacêutica. Metodologia: Analítica descritiva. Resultados: Para os autores, a assimetria internacional está relacionada com os conflitos de interesses existentes entre os Estados Unidos e o Brasil. O conflito reside no fato de que o sistema de saúde brasileiro permite a distribuição gratuita de antirretrovírus importados, sendo que nos EE UU a distribução gratuita de medicamentos é muito mais limitada e focalizada em um número reduzido de doenças. Os autores analisam que no Brasil a rede de serviços do sistema está baseada na universalidade do direto à saúde. Através dele, decretam-se licenças para favorecer o acesso, o barateamento de medicamentos mediante incentivos à produção, a revogação de leis protetoras de patentes e a instituicionalização do uso de medicamentos genéricos. O Programa de Doenças de Transmissão Sexual no Brasil, por exemplo, propõe a combinação de diferentes drogas em um mesmo medicamento, com a finalidade de reduzir custos, incrementar a adesão terapêeutica e a qualidade de vida dos doentes. A formulação de licenças está regulamentada por instituições e organizações governamentais ao nível nacional e internacional. Também há acordos que estabelecem que a saúde pública deve estar acima dos interesses comerciais, o que amplia o acesso de medicamentos para milhões de doentes crônicos degenerativos. Os Estados Unidos, igual a outros países de regime neoliberal, por outro lado, permitem a distribução gratuita de medicamentos somente para um número reduzido de doenças Além disso, exigem a proteção da propriedade intelectual de suas patentes nos acordos comerciais bilaterales com cada país, o que limita ainda mais a distribuição de medicamentos dentro de campanhas coletivas de atenção sanitária. A experiência brasileira neste campo está favorecida pela mobilização social, a legislação, o financiamento público, a descentralização do sistema de saúde, a centralização na administração de recursos, a prevenção e tratamento de VIH-Sida para garantir o acesso aos medicamentos antirretrovírus. Conclusões: Para os autores, a assimetria das relações internacionais se solucionaria com a construção de acordo e pactos a partir destas considerações. Propõem uma atuação firme e propositiva por parte dos países membros da Organização das Nações Unidas, para que se fortaleça as relações internacionais e resguarde os interesses coletivos sobre os interesses individuais ou de empresas transnacionais.