- Academia Brasileira de Neurocirurgia

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WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE
XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Metástases cerebrais de melanomas
Cesare FA, Lancellotti CLP, Müller H, Fonseca ACO, Veiga JCE
Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo (SP)
Objetivo: Metástases cerebrais são as principais causas de tumor
cerebral em adultos. O objetivo do presente estudo é correlacionar os
achados morfológicos com os dados clínico-radiológicos em pacientes
com metástase cerebral de melanoma cutâneo. Serão consideradas também a evolução e sobrevida, comparando-as com a literatura. Método:
Análise dos prontuários médicos dos doentes com metástases cerebrais
de melanoma operadas no período de janeiro de 1996 a janeiro de 2005.
Foi utilizado protocolo de pesquisa para avaliar os seguintes dados
de prontuário: primeiro diagnóstico anatomopatológico (metástase
ou tumor primário), local do tumor primário, tempo de aparecimento
da metástase cerebral, conhecimento do sítio primário, realização de
terapia coadjuvante e de cirurgia do tumor primário, acometimento de
outros órgãos, tempo decorrido entre o diagnóstico anatomopatológico
de metástase cerebral e o óbito. Resultados: Obtivemos 87 metástases
cerebrais tratadas cirurgicamente, sendo sete de melanoma, seis casos
com sítio primário definido. O tumor primário foi ressecado em cinco
pacientes. Terapia coadjuvante foi realizada em dois pacientes, não
sendo observado aumento na sobrevida. Os sítios primários foram:
dorso (4), fossa poplítea (1), face (1) e coróide (1). As metástases
eram múltiplas em dois pacientes e únicas em cinco. Metástases extracerebrais foram encontradas em todos os casos: pulmão (3), fígado
(2), linfonodos (1), supra-renal (1), mama (1) e coluna vertebral (1). A
sobrevida média, após o diagnóstico da metástase cerebral, foi de oito
meses. De acordo com a literatura, a localização do tumor primário
e o estágio da doença no momento do diagnóstico são importantes
fatores prognósticos. Lesão metastática única no SNC e ausência de
metástase pulmonar ou visceral tem melhor prognóstico. Conclusão:
A sobrevida de pacientes com melanoma metastático cerebral no grupo
de pacientes estudado foi semelhante àquela encontrada na literatura.
Diferentemente, em nosso estudo não houve diferença na sobrevida
dos pacientes com lesão metastática única ou múltipla.
Linfoma anaplásico de células grandes primário
do sistema nervoso central: relato de caso
Chaddad Neto FEA, Oliveira E, Paschoal EHA, Machado Filho MAS, Lobo B
Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo
Objetivos: Os linfomas primários do sistema nervoso central são
tumores raros, principalmente, representados pelos difusos de células
grandes. São caracterizados pelo curso clínico agressivo. O trabalho
ressalta a importância do diagnóstico precoce na condução multidisciplinar do caso, contribuindo, com isso, para sobrevida maior. Métodos:
Observação do relato do caso. Resultados: Homem de 30 anos de idade
com quadro de cefaléia progressiva de forte intensidade associada a
náuseas e vômitos, evoluindo há três semanas com alteração da marcha
e da coordenação motora no membro superior direito. Apresentava-se
consciente e com ataxia de marcha com tendência à queda para direita,
com síndrome cerebelar dimidiada à direita. A ressonância magnética
(RNM) de encéfalo demonstrava presença de lesão expansiva homogênea com issointensa em T1 e hiper-intensa em T2 e FLAIR, com
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reforço homogêneo ao gadolíneo, localizada na linha média na fossa
posterior comprimindo o quarto ventrículo, comprimindo o pedúnculo
cerebelar superior à direita. Além disso, a RNM da coluna mostrava
achados de outros focos com lesão. Paciente não-soropositivo para o
HIV. Foi submetido à craniotomia subocciptal mediana e derivação
ventricular externa para ressecção da lesão. A RNM de controle mostrou
ressecção completa da lesão, com resultado anatomopatológico compatível com linfoma anaplásico de células grandes primário (LACGP)
do sistema nervoso central. Realizadas radioterapia e quimioterapia.
Persistiu com o quadro neurológico no pós-operatório. Após o segundo
mês pós-operatório evoluiu a óbito, em decorrência de complicações
pulmonares. Conclusões: Os casos de LACGP do sistema nervoso central possuem um largo espectro no diagnóstico diferencial. Apresentamse com evolução rápida, sendo comum em pacientes imunodeprimidos
e pouco habituais naqueles soronegativos.
Aneurisma gigante intracavernoso em paciente
com doença renal policística tratado por via
endovascular – relato de caso
Cristino-Filho G, Mont’Alverne FJA, Ponte KF, Ribeiro EML,
Josué CEP, Timbó JP, Costa EA, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Filho JPA,
Carvalho ACSC, Carvalho LT, Pinto PVB
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral
Objetivos: Ressaltar a elevada prevalência de aneurismas intracranianos em pacientes com doença renal policística autossômica dominante
(DRPAD) e discutir o tratamento de aneurismas do segmento intracavernoso da artéria carótida interna (ACI) através do relato do caso de
uma paciente proveniente do interior do Ceará. Métodos: Relata-se o
caso de uma paciente de 60 anos, hipertensa, que foi admitida na Santa
Casa de Sobral (CE), com uma história progressiva de cefaléia frontoorbital, estrabismo divergente, diplopia, ptose palpebral e hipoestesia
em região frontal, unilaterais à direita. Quatro anos anteriormente,
tivera diagnosticada DRPAD, iniciando tratamento dialítico um ano
depois devido à conseqüente insuficiência renal crônica. Resultados:
Ao exame neurológico, constataram-se ptose palpebral, oftalmoplegia
completa e midríase à direita. Na TC craniana, evidenciou-se uma lesão
parasselar à direita captante de contraste. Estudo angiográfico posterior
revelou tratar-se de um volumoso aneurisma do segmento intracavernoso
da ACI direita, de colo bastante largo. Após teste de oclusão por balão,
procedeu-se ao tratamento oclusivo endovascular da ACI direita e a
paciente evoluiu com melhora dos sintomas. Conclusões: Cerca de 2%
da população geral apresenta aneurisma intracraniano. Essa prevalência
em pacientes com DPRAD aproxima-se de 10%. Os aneurismas da ACI
intracavernosa representam de 3% a 5% dos aneurismas intracranianos.
Aproximadamente um terço dos pacientes com estes aneurismas são
assintomáticos ao diagnóstico, um terço tem cefaléia e metade tem
alguma anormalidade de nervo craniano (III, IV, V1, V2, e VI). Angiografia cerebral permanece sendo o padrão-ouro para diagnosticar e
determinar detalhes anatômicos necessários para planejar a terapia. Dado
o curso relativamente benigno desses aneurismas e o pequeno risco de
sangramento, a maioria não requer tratamento. O tratamento cirúrgico
dos aneurismas da ACI intracavernosa é difícil devido ao seio cavernoso
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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