“A LEITURA E A CULTURA”

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“A LEITURA E A CULTURA”
Quando ainda não existia o papel, o homem já se preocupava em deixar
gravados o seu pensamento e as suas idéias. A escrita tornou-se uma
necessidade dos nossos ancestrais, desde épocas mais remotas. Por volta de
45.000 anos, antes de Cristo, o homem registrava a sua imaginação por
meio de símbolos, em desenhos nas pedras e paredes das cavernas. Esta,
possivelmente, foi a origem da Escrita, cuja evolução se estendeu por
milhares de anos. Foi escrevendo na pedra, no barro, na madeira, nas folhas
e cascas de árvores, que o homem iniciou a sua trajetória de escriba e
comunicador, bem como, sua ascensão ao Conhecimento e à Cultura.
Há 3.500 anos, antes de Cristo, os egípcios faziam uma espécie de papel
extraído do papiro, um tipo de planta regional. Posteriormente, surgiu o
pergaminho, feito de pele de animal. Duzentos anos antes da Era Cristã, os
chineses fabricavam delgadas folhas de papel, a partir de uma pasta de
pano, madeira e palha, tratados com água. A escrita evoluía e se expandia
de acordo com a facilidade da impressão. O jornal apareceu no século
XVII, logo surgindo as primeiras máquinas para a fabricação do papel.
Além de outros usos, o papel mostrou-se fundamental para a preservação e
difusão do conhecimento humano, através da comunicação do Saber, pela
Escrita.
Neste particular, o livro se tornou o veículo por excelência da expansão
cultural. Se alguém tem uma idéia, por exemplo, sobre um novo método de
plantar; sua idéia poderá beneficiar milhões de outros, através da
comunicação escrita. Se um pesquisador localiza um novo transmissor de
doença, logo a sua descoberta chegará ao conhecimento do público pelos
meios de comunicação, principalmente pela escrita. O cientista, após
estudar por muitos anos um determinado fenômeno, difundirá o seu saber
em forma de escrita que, ao chegar às mãos do leitor, dar-lhe-á a
oportunidade de conhecer, em poucas horas de leitura, tudo o que o
primeiro aprendeu em décadas de pesquisas e estudo. Isto é fantástico,
levando-se em consideração o volume de conhecimento estocado, sob a
forma de livros, revistas, jornais, boletins, etc.; à disposição de qualquer
pessoa. O homem que lê, vale por dois; já dizia Rui Barbosa (por isso é que
existem poucos como ele).
A linguagem escrita parece ter exercido um papel preponderante na
evolução do homem, quando propiciou às comunidades a comunicação
mútua de suas experiências e feitos, enriquecendo o acervo cultural de
grupos heterogêneos e distantes entre si. Alguns estudiosos crêem que a
aquisição da linguagem tornou o homem mais consciente e, principalmente,
mais consciente de si mesmo. Paralelamente ao desenvolvimento da
linguagem, o cérebro humano veio se desenvolvendo com as trocas de
informações com o meio ambiente e com os outros cérebros. Neste
particular a escrita trouxe enorme ajuda ao desenvolvimento cerebral, haja
vista a grande interação com os outros viventes e o fluxo de informações
que esta forma de comunicação proporcionou e proporciona. Entre o autor
e o leitor cria-se um contínuo e enriquecedor intercâmbio cultural, num
“feedback” de valor inestimável para os humanos.
 Cérebro: o mentor de tudo
Na evolução das espécies, o homem superou os seus ancestrais símios
graças a sua atividade intelectual. Com um volume de 600g, cerca de dois
milhões de anos atrás e, hoje, com 1.500g de “massa encefálica, o cérebro
humano conquistou a supremacia terrena e avança na conquista do espaço
sideral. Constituído por muitos bilhões de células especiais denominadas de
neurônios, em que cada uma delas se comunica e troca informações
contínuas, a cada segundo, com milhares de outras, através de ligações
chamadas de sinapses, formando uma “teia” maravilhosa, misteriosa e
fantástica. Esse “emaranhado” de células e fios coleta processa e conduz
uma infinidade de informações pertinentes ao mundo externo e interno do
indivíduo. Por isso, a capacidade do cérebro de estocar, processar e
conduzir informações é quase infinita. O neurocientista Steven Rose, do
Open University of London, estima que o cérebro humano possa guardar
mais informações que todas as bibliotecas do mundo. Esta impressionante
e, ainda inexplicada, capacidade cerebral deve-se à sua constituição inata e
suas interações com o
meio ambiente. Usando os 5
sentidos(visão,audição,gustação,olfação e tato)como receptores dos
estímulos ambientais, o cérebro recebe,seleciona,processa e estoca
conhecimento, a fim de promover comportamentos adequados a uma vida
saudável ao seu portador e ao meio em que vive.
É recolhendo,assimilando e processando dados que lhe chegam pelos cinco
sentidos que o cérebro, órgão superior da vida, aprende promovendo o
bem-estar ou a destruição do homem. A aprendizagem dá ao ser humano
um registro de informações para serem usadas na ação comportamental
Consciente e Inconsciente. Para resolvermos um problema matemático, por
exemplo, necessitamos de informações prévias sobre esta disciplina. Um
médico para curar um doente necessita de dados, estocados anteriormente
em seu cérebro, relativos à biologia, física, química e outros. De um
advogado, esperamos que tenha conhecimentos jurídicos armazenados em
seu cérebro. De um psicólogo, imagina-se que tenha estudado e aprendido
biologia, química, filosofia, psicobiologia, neurociências, etc. A um
engenheiro, exige-se que tenha levado a sério e armazenado em seu cérebro
as matérias do seu curso, para que nossas casas, pontes e elevados não
caiam sobre as nossas cabeças.
Logicamente, quando tais profissionais não possuem o conhecimento
inerente às suas profissões, não poderão desempenhá-las com competência,
acarretando prejuízos incalculáveis a si e aos outros. Vemos, assim, que o
conhecimento é fator de vida, progresso individual e social. É o
conhecimento e o saber que expande a ação do indivíduo e, a falta do
conhecimento (a ignorância), limita o sujeito e toda a sociedade. Uma
pessoa que não cultiva o seu cérebro, alimentando-o com informações,
através da leitura, da análise e da observação; será uma pessoa imatura,
devido a carência de dados em seu cérebro. É como um computador sem
programa, com pouca ou nenhuma eficácia.
A Luz da Mente
Sobre a mente, é necessário que expliquemos sobre esta importante e
principal atividade cerebral... Pode se fazer uma pálida analogia com uma
lâmpada e a sua luz. A Mente está para o Cérebro assim como a luz está
para a sua lâmpada. No cérebro e na lâmpada, podemos tocá-los e apalpálos. Entretanto, na mente e na luz não podemos pegá-las, embora possamos
senti-las e avaliar as suas intensidades. Apesar da mente ser originada do
cérebro; ela o transcende, constituindo-se um grande mistério para a
ciência. Embora já se tenha obtido muitos conhecimentos sobre o cérebro;
pouco se explica essa estranha e maravilhosa capacidade do cérebro. Como
afirmam alguns neurocientistas, a mente é a última barreira no
conhecimento do homem.. Em 1951, o neurocientista canadense Wilder
Penfied, examinando o cérebro, descoberto, de um paciente epilético que se
submetia à cirurgia, notou que ao estimular, eletricamente, certas áreas
cerebrais, através de um micro eletrodo, fazia esse paciente recordar fatos
acontecidos há muitos anos atrás. Tais lembranças eram relatadas ao
cirurgião, com riqueza de detalhes, apesar de terem se passado 40 ou mais
anos.
Esses famosos experimentos que se repetiram com centenas de outros
pacientes, vieram reforçar a idéia de que a mente de um adulto sofre
influência de fatos acontecidos, desde tenra idade. Se esses fatos antigos
forem negativos (sofrimentos, dissabores, frustrações, etc.); eles
concorrerão para a geração de múltiplos conflitos para a pessoa. Portanto, o
cérebro é um órgão susceptível de engrandecer ou de destruir o seu
possuidor, conforme tenham nele gravados eventos positivos (gratificantes)
ou negativos (sofrimentos). Isso, também, deixa claro que, quanto mais
informações contiverem gravadas no cérebro, mais este terá capacidade
para a análise e, assim, maior competência para discernir entre os
comportamentos negativos (que provocarão a si e aos outros prejuízos
atuais e futuros) e os comportamentos positivos (que gratificarão o presente
e o futuro seu e da sociedade).
Voltando à Mente, conclui-se que uma pessoa carente de conhecimento, se
comportará de forma inadequada na vida. Será uma pessoa imatura que
prejudicará com o seu comportamento inadequado e negativo a si e a todos
nós. Imagine-se, agora, uma sociedade onde a maioria dos seus membros
faz “pouco caso” do conhecimento, elegendo como prioridade os bens
materiais, os valores estéticos corporais (beleza física) e os efêmeros
prazeres mundanos! Como se comportaria a espécie humana, caso seus
membros rejeitassem os fatores de enriquecimento interno, como o Estudo,
a Leitura, a Pesquisa, a Observação e Análise dos fenômenos da própria
natureza que os abriga? Por certo, os humanos pouco se diferenciariam das
outras espécies menos evoluídas, como os símios e outros mamíferos
menos desenvolvidos (aliás, este assunto já foi descrito por nós, em
Trabalho recente, denominado: “A Descendência de Caim”).
Em decorrência da deficiência de conhecimentos gravados no cérebro,
haverá um perigoso distanciamento da realidade ambiental, por falta das
informações que o capacitam para tomar providências positivas e criativas,
pertinentes à vida individual e social. Se a maioria dos cérebros se torna
incompetente para cuidar, de forma positiva, dos problemas que,
invariavelmente, surgem no cotidiano social; teremos um eclipse do
“Homo sapiens sapiens”, em todas as suas atividades, devido à pobreza
mental, originada de cérebros alienados, desprovidos de conhecimentos que
deveriam estar contidos nas células gravadoras do cérebro de cada homem.
Para isto é que a Natureza ( O Criador) lhe gratificou com bilhões dessas
células especiais e únicas. A mente humana, assim desprovida do Saber,
enfrentará sérios obstáculos vitais para a sua sobrevivência (não é
exatamente isto o que está acontecendo conosco!).
O processo de vida, tanto individual quanto social, implica em uma série de
providências nascidas da mente, tanto no sentido fisiológico como social, a
fim de ajustar o indivíduo ao seu meio ambiente. Entretanto, tais
providências implicam e dependem do estoque de informações desse
mesmo meio ambiente, contidas no cérebro. Uma pessoa alienada, isto é,
que tem poucas informações ambientais gravadas e estocadas em seu
cérebro, terá poucos recursos mentais para se comportar de forma positiva
e ficaria desajustada em seu meio, contribuindo para uma séria de
transtornos pessoais e sociais. As doenças mentais de origem funcional;
isto é, causadas por transtornos no cérebro; embora este esteja
neurologicamente normal, ocorrem, em grande parte, devido aos
comportamentos negativos de pessoas que se encontram inadaptadas para a
vida em sociedade, em razão do pouco conhecimento que dispõem em seus
cérebros, mentalmente regredidos. É muito comum os Psicólogos e
Psiquiatras tratarem de distúrbios mentais gerados pelas exigências
familiares e sociais sobre pessoas cujo conhecimento está aquém das
necessidades exigidas no seu cotidiano. Fica mais fácil a compreensão
desses fatos, exemplificando-os com casos clínicos tirados da prática
desses profissionais da Mente:
-Uma paciente de 35 anos, solteira, procura a terapia pelo motivo de há
muito vir sofrendo de depressão, com crises periódicas de choro e
abatimento geral. Ao longo do tratamento a sua vida pregressa foi sendo
analisada e verificou-se que ela levava a vida fundamentada em sua beleza
física, não se preocupando com o aprimoramento de sua Mente, gravando
em seu cérebro as informações que mais tarde ser-lhe-iam exigidas pelas
necessidades de sua vida. Conseguiu concluir um curso superior, via de
regra se utilizando de meios que não lhe proporcionaram o adequado
conhecimento para exercer a profissão desejada. Segundo seu relato,
durante o seu curso, utilizava-se de “cola”; de “sedução” para conseguir
notas; assinava trabalhos feitos por alguns colegas mais estudiosos; etc.
Com o diploma na mão, incompetente para o exercício profissional, teve
que percorrer alguns gabinetes de políticos, em busca de “pistolão” para ter
acesso a algum emprego que não exigisse dela concurso ou prova
comprobatória de conhecimento (que não tinha) do Curso que fizera. Ela
conseguiu a ajuda política, mas, à custa, de “favores sexuais”; violentandose física e moralmente por indivíduos inescrupulosos e imaturos (assim
como ela) socialmente “importantes” que se aproveitaram de sua
necessidade de sobrevivência, por ser ela vítima dos poucos conhecimentos
gravados em seu cérebro. Quanto menos conhecimentos gravados, mais
incompetente e imatura estará a pessoa. Por carecer de enriquecimento
mental, a paciente voltou-se para a “idolatria” do corpo (narcisismo) que,
com o passar do tempo, um acidente ou uma moléstia qualquer, perderá os
encantos da beleza jovial. Foi o que lhe aconteceu! Não mais dispondo da
beleza física, pouco lhe restou para a manutenção da sua vaidade,
segurança material e amorosa. Estão aí, as causas da sua depressão! Perdeu
a sua auto-estima e se frustrou diante da realidade adversa daquela que,
fantasiosamente, idealizara.
-Um casal procurou-nos em busca da estabilidade conjugal, muito
desgastada pelos
atritos e incompreensões diárias,originados pela
incompatibilidade mental existente entre ambos. A desarmonia foi gerada
pelo desequilíbrio cultural entre eles. A esposa era bióloga, pós-graduada e
com doutoramento nessa área. Ele era comerciante e nunca manifestou
interesse pelos estudos, recusando-se a aprimorar a sua mente com novas e
importantes informações que lhes dariam suporte cultural à altura da mente
da esposa. A mulher, logo no início da vida conjugal pôs em prática os seus
conhecimentos científicos, principalmente quanto à higiene de sua casa.
Preocupou-se, com a assepsia a fim de evitar proliferações microbianas em
casa. Fez muito bem, quanto a tais cuidados; tendo em vista que ela havia
estudado tanto este assunto. Um biólogo competente sabe muito bem a
importância da limpeza no combate microbiano. Entretanto, o marido cujo
conhecimento biológico era nulo, não entendendo os bons e louváveis
propósitos da esposa, julgou que esta o estava menosprezando e
humilhando-o, quando ela o alertava sobre a possibilidade de contágio,
quando, por exemplo, ele ficava gripado e não lavava as mãos; ou, quando
ele utilizava as vasilhas destinadas aos outros, principalmente as do bebê.
Quanto mais ela tentava explicar-lhe e convencê-lo da existência e perigo
das bactérias, vírus e outros microrganismos; mais ele reagia com
agressividade e descaso para com a higiene do lar. Dizia que ela não
gostava dele e por isso sentia “nojo” dele. Foi neste clima que nos
procuraram (por iniciativa dela e grande oposição dele), a fim de por termo
ao sofrimento mútuo, gerado pela falta de informações biológicas, gravadas
no cérebro desse marido. Vê-se que a falta de um tipo de conhecimento (o
biológico) provocou grandes transtornos econômicos, físicos, psíquicos,
sociais e familiares. Poderia ter causado outros tantos conflitos mais
graves, como agressões, suicídio e, até mesmo o homicídio.
-Outro exemplo que podemos citar como um comportamento nocivo a
todos nós, motivado pela falta de conhecimento e ignorância decorrente
desse, é o comportamento generalizado, entre hortigranjeiros, de pulverizar
com agrotóxicos as hortaliças e aplicar hormônios, em demasia, nas
criações avícolas. Nos países mais avançados culturalmente; aqueles em
que os cérebros da maioria da população contém muitos conhecimentos
gravados (com mentes mais ricas, ágeis, competentes e inteligentes) a
prática do uso desses venenos agrícolas está sendo suprimida. Mas, entre
países em que a maioria dos cérebros é culturalmente pobre, mercê da falta
de conhecimentos gravados, o uso desses pesticidas continuará a provocar
inúmeras doenças nos consumidores, inclusive alguns tipos de câncer.
Tanto os aplicadores do veneno, quanto os consumidores têm pouca ou
nenhuma noção dos males que acarretam à saúde pública. Eles morrem
pela boca por desconhecerem (ignorarem) as informações biológicas,
químicas e psicológicas daqueles venenos e da própria saúde. Conversando
com alguns desses aplicadores de agrotóxicos, constatei que nada sabiam e
entendiam da constituição desses produtos e, alguns, desconheciam até a
dosagem certa da sua aplicação. Por falta de conhecimento eles nos matam
e se matam.
-Casos como a poluição sonora que cada vez mais neurotiza a todos,
exemplifica a ignorância dos milhões de indivíduos imaturos que
deterioram o som e desestruturam as nossas mentes com a infernal
barulheira
que
promovem
em
suas
casas,carros,motos,festinhas,botecos,boates, nas ruas e onde quer que
estejam, a fim de atraírem os aplausos e olhares de outros imaturos e a
busca da auto-afirmação ( sobre este assunto; ler o Artigo: “O Império do
Barulho”). Cada vez mais, num crescente incontrolável, bandos de
imaturos barulhentos perturbam e danificam as mentes alheias (nossas) e as
deles.
Muitos são os exemplos que poderíamos citar para comprovar a inexorável
rota da imaturidade que atinge todas as Cidades do Planeta.
A Força da Alienação
Poderíamos continuar citando mais exemplos de perturbações
comportamentais decorrentes da desinformação cérebro-mente que
concorrem para desestabilizar todo o social. Nos dias atuais, parece que a
desinformação e a ignorância, relativas ao conhecimento geral sobre a
própria Natureza, assumem proporções gigantescas, atingindo limites
insuportáveis de prejuízos e transtornos de toda espécie à Sociedade. A
falta de conhecimento, a ignorância e alienação tornaram-se bastante
comuns e populares, prejudicando todos que vivem em sociedade.
Entre os adolescentes e púberes, principalmente, a leitura, estudo e a
pesquisa, tornaram-se quase nulos, como meio de obtenção de
conhecimentos que deveriam “alimentar” os seus cérebros, a fim de se
comportarem de forma sadia, construtiva e positiva para eles e para a
sociedade. Condicionados e presos no prazer imediato do aqui-e-agora, a
maior parte deles rejeita o conhecimento. É muito raro encontrarmos
alguém que goste de estudar. Quando se fala em livros,estudo,ciência e
saber; é como se insultássemos a maioria das pessoas de hoje.Chega-se ao
cúmulo de condenar e rejeitar aqueles que nas escolas são mais dedicados
ao estudos.
Nas Faculdades, onde se encontram os nossos futuros “doutores”, muitos
deles só conseguem “passar de ano” graças a expedientes escusos, criou-se
até um chavão que comprova o desinteresse pelos estudos: “quem não cola,
não sai da Escola”. Algumas escolas, ainda, levam a sério os seus
currículos; mas, muitos delas, estão interessadas, apenas, nas mensalidades
pagas pelos alunos. É bem conhecida a incompetência de muitos recémformados, cujas atuações põem-nos em risco nos diversos setores em que
exercem suas atividades profissionais. Quem mais sofre com essa
incompetência são os mais pobres e humildes que se submetem a esses
profissionais, por não poderem pagar profissionais mais competentes e
capacitados; isto é, aqueles que se dedicaram com seriedade aos estudos e
nutriram os seus cérebros-mente com os conhecimentos necessários para
exercerem bem as suas profissões. Imaginemos profissionais médicos e
enfermeiros formados em faculdades desaparelhadas e incompetentes,
lançando, semestralmente milhares de recém-formados incapacitados e
imaturos que irão cuidar das nossas vidas quando adoecemos e tivermos
que recorrer aos hospitais onde entregamos as nossas vidas e dos nossos
amados, nas mãos imaturas de tais profissionais! Estamos todos “fritos”,
em gordura “trans”!!! O indivíduo sem conhecimento torna-se vazio,
alienado e perigoso a todos. Vazio por se sentir dependente e controlado
por outrem; alienado, porque está no mundo, apenas, como mero
expectador da passagem do tempo; e, perigoso, porque está apto, a
qualquer momento, comportar-se de forma nociva, agredindo,destruindo e
matando o seu ambiente e o seu semelhante; basta dar uma olhadinha nos
noticiários diários da TV e dos Jornais. Uma pessoa que, tendo condições
de estudar e aprender, não o faz; é um verdadeiro traidor da Natureza; pois
denigre a própria Espécie, ao invés de engrandecê-la e honrá-la. Os
exemplos são inúmeros e podem ser vistos diariamente por todos que
queiram observar o comportamento da maioria das pessoas de todas as
populações do mundo. Projetando as suas frustrações (carências,
deficiências, inveja, imaturidade) no ambiente social, a maior parte da
população nova busca nas drogas, crenças cabalísticas, fugas alucinógenas,
bebidas, consumismo, carros e outros bens materiais; procuram fugir da
realidade chocante que protagonizaram e dela são vítimas inconscientes e
protagonistas inconseqüentes.
Toda Geração, em determinado momento de sua época, fornece o alicerce
para as vindouras. Nenhuma Geração prescinde da sabedoria de seus
antepassados. A História nos revela a “saga” dos nossos ancestrais; seus
inventos, descobertas e criações estão sendo usados hoje (e muito mal) por
bilhões de imaturos que em nada concorreram apara tê-los; muito pelo
contrário; fazem péssimo uso deles. Vejam os exemplos dos carros, armas,
dos aparelhos de som, das drogas farmacêuticas, da cola de sapateiro, de
alguns xaropes para a tosse, etc. Agora, pergunta-se, que “saga” esta
geração deixará como exemplos para as próximas? Por quais feitos se
notabilizarão para os que nos sucederão os briosos, conscientes,
competentes e alegres rapazes e moças; dignos patriotas e autênticos
representantes destes nossos dias? De que forma os novos “moykanos”
escreverão as páginas do Porvir? Creio que a nossa herança não lhes será
muito rica! Talvez, sejamos lembrados pelas Drogas, Gírias, Palavrões,
Exibicionismo,
Irresponsabilidade,
Inconseqüência,
Narcisismo,
Alcoolismo,
Tabagismo,
Atrocidades,
Violência,
Alienação,
Desonestidade, Amoralidade, Imoralidade e tantos outros atributos não
muito honrosos; além do risco de os nossos sucessores receberem o Planeta
todo “depenado”. Possivelmente, esta será a herança que deixaremos.
Muitos Homens do passado nos deixaram a marca dos seus “gênios” que
ainda hoje nos deleitam e tornam melhor a nossa vida. Quando
comparamos os atuais adolescentes com os de ontem, devemos ser fortes
para suportarmos a visão do que se espera em futuro próximo. A geração
atual, com raras e honrosas exceções, exibe-se pela ignorância, insensatez,
degeneração,
desestruturação,
insegurança,
barulho,
violência,
agressividade, desrespeito a tudo e a todos, além de enorme
descompromisso com o passado, presente e com o futuro. É de se prever,
analisando o comportamento da maioria, que a vida futura na Terra (se não
conseguirem destruí-la antes) será terrivelmente ameaçadora para todas as
espécies, animais, vegetais e minerais. Os Pais, geradores e degeneradores
dessa atual geração, devem se preocupar com os seus rebentos, procurando
saber onde estão, com quem estão e o que andam fazendo,principalmente
nas caladas das noites!
Para finalizar, seria muito bom que observássemos mais o comportamento
das pessoas, conhecidas, amigas, colegas, parentes, familiares e
desconhecidos com quem nos relacionamos. Procuremos ver a pobreza de
assuntos (pobreza mental) quando se reúnem, por exemplo, em um
aniversário. Os homens, falando de futebol, bebidas, jogos, riqueza,
material, carros, apartamentos, mulheres, sexo fácil e tantas outras
futilidades passageiras e efêmeras. E as mulheres! Por outro lado
comentando as novelas do dia, as fanfarronices dos seus maridos e filhos
desgovernados; falam de cabelos, unhas, riquezas materiais, beleza física,
cabeleireiros, infidelidade conjugal, rivalidade estética e material, de
homens “bonitos”, malhação, cosméticos, intrigas, fofocas e tantas outras
futilidades.
E o que falam,discutem, analisam e divulgam os nossos filhos adolescentes
e os mais crescidinhos quando se reúnem nos botecos,boates,festinhas e
outros locais não muito lisonjeiros? Acho que cada pai deve imaginar o que
dizem e o que fazem eles; afinal, foram eles que os criaram. Os
“moykanos” do mundo inteiro, com honrosas exceções, estão se
drogando,fumando,bebendo, ”fazendo sexo” (sexo não se fabrica) sem
saber fazê-lo (milhares de crimes de aborto por mês, agredindo uns aos
outros (ver final de jogo de futebol), pichando e depredando os bens
públicos e particulares, berrando,gritando,ouvindo lixo sonoro a 200
decibéis por segundo, exibindo carros e motos comprados por inúmeros
pais irresponsáveis, fazendo “pegas” para as suas filhas imaturas verem e
quererem “ficar” com eles, discutindo futebol, falando de quantas
mulheres/homens eles/elas “pegaram” por noite/dia, falando das novelas
de televisão e outros sacrilégios contra a Espécie Humana. Além disso,
assassinaram a Moral, a Ética, o Respeito, a Honestidade, o Amor, a
Música, a Poesia e o Cavalheirismo; além de darem as costas ao Criador.
Mataram a Língua Portuguesa, utilizando-se de meia dúzia de palavras,
quase sempre importadas dos presídios norte-americanos, como: “legal”,
”beleza”, ”jóia”, ”valeu”,”cara”
e alguma outra expressão chula
condicionada pela TV ou algum modismo copiado de delinqüentes de
além-mar; sem falarmos dos desenhos de morte,agressividade,violência e
horror,estampados em suas roupas e peles. O que devemos esperar desses
nossos sucessores! Quantos bilhões deles, em todo o mundo, estão fazendo
o mesmo, comportando-se da mesma maneira! Na Globalização do MAL,
este prevaleceu sobre o BEM? E as palavras Dele, quando afirmou que o
MAL não prevaleceria sobre o BEM! Pais, procurem saber se seus filhos
estão falando,discutindo e se preocupando com a poluição devastadora da
terra, ar, mar e espaço sideral, quando bilhões de toneladas de lixo/ano,são
evaporados, enviados e retornados para os nossos pulmões. Perguntem se
eles estão procurando solução para os milhões de esfomeados no mundo
inteiro; se estão pensando na cura do câncer e de muitas outras doenças que
virão em decorrência dos seus muitos desatinos promíscuos; sobre o que
seus filhos estão tramando para diminuirmos a barulheira infernal que eles
mesmos promovem, nos 500 decibéis dos seus alto-falantes dos seus
carros exibicionistas e em suas casas; nas festinhas e nas algazarras que
fazem nos bares e botecos, dentro deles e nas calçadas, diariamente,
encharcados de álcool e outras drogas mais. Pensem muito nisso e vejam o
que nos esperam no futuro deles, seus e nossos. Brevemente, em outro
Trabalho de pesquisa comportamental, intitulado: “PAIS, NÃO CHOREIS
POR VOSSOS FILHOS...”, poderemos analisar melhor o comportamento
dos seus filhos e as conseqüências, para todos nós, dos seus desatinos,
patrocinados por vocês mesmos.
CARLEIAL. Bernardino Mendonça
Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas Gerais;
Estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá-BH;
Escritor e Pesquisador na área da Psicobiologia.
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