Aula-22/10/02 - Google Groups

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Aula-22/10/02
“ A saúde e as doenças do século XXI”
(Dr. Pais Rodrigues + 2 artigos da sebenta)
“Evolução do conceito de saúde”
Interacção/ equilíbrio entre saúde e doença

O que veio prejudicar o equilíbrio:
Revolução industrial—alterações no meio físico, social e estilos de vida (as
mulheres começaram a trabalhar)
Descobrimentos (importações de epidemias)— as pessoas sentiam-se
indefesas nos locais diferentes (a população do méxico passou de 30mil -1519; 3mil -1568)

Conquistas dos espanhois

Sífilis (treponema pallium) nativos— doença desconhecida na
Europa
Sarampo /varíola na Europa--Mundo
Galileu + Newton + Decartes =
Princípios básicos da ciencia;
Modelo Cartesiano mecaniscista;

Suporte ou Modelo Biomédico tradicional*
Como este Modelo* via a Doença = O corpo era uma espécie de máquina.
Doença Avaria Temporal ou Permamente
Doença surge duma componente ou conjunto de componenetes
O modelo* pela primeira vez a “concepção ecológica” é ultrapassada, pois este modelo, a máquina,
pode ter uma avaria temporal ou permanente.
O Modelo não fala em equilíbrio entre saúde e doença. (Fala em cura)
Modelo Biomédico (XIX)
Só vem a ser abalado.com a Revolução industrial.
Paradigma = Falava-se na Teoria do Germe e que um organismo patogénico específico, (esta sempre)

correspondia uma determinada doença específica.e associada a uma doença específica.

(Paradigma= Teoria do germe)
Prática + investigação médica:
1ºCritério: Tendência para reduzir os sistemas corporais a pequenas partes. ( estudam da parte
para o todo)
2º Critério: o indivíduo e as suas particulares idiossincrasias substituido por características
universais toda doença. A pessoa deixa de ter identidade e passa a estar rotulado.
3º Critério: Modelo centrado no corpo, menosprezando tanto o meio ambiente
(Determinantes Sociais) como as emoções ( Determinante Psicológico) (Myres e Bensor, 1992)
Movimento de Saúde Pública ( Sec. XIX)

Pessoas

Papel activo Prevenção das Doenças

Processo de adoecer ou de ser saudável
As pessoas passaram a ter um papel
activo na prevenção das doenças (eu
sujeito, eu doente), a pessoa participa
se se quer prevenir ou não(ex. Eu sei
se quero ou não prevenir-me contra a
sida ou não)
Processo de adoecer ou de ser saudável:
1
A pessoa começa a ter identidade ( ele é que tem a doença). Deixava de ser uma doença que existia no
indivíduo, para ser o indivíduo que tinha uma doença  Ateração radical  Conceito Sistema de
Saúde.
1º REVOLUÇÃO DA SÚDE:

Sucesso

Medidas de prevenção

Doença

Declínio da teoria do germe (já vinha do
M.S.P.)

Aceitação de que a

Etiologia das doenças era Multicausal.
Pode haver detreminantes socias, e
determinantes psicológicos
“O modelo biomédico era monocausal microorganismo X dava doença X., não tem em
concideração os determinantes sociais e psicológicos. “
“Enquanto que o modelo Biomédico centrava-se na doença, a 1º Revolução centrava-se
na doença.”
Início XIX  Meados XX

Medidas de Saúde Pública

Redução (90% Mortalidade – tuberculose)

Antes do uso eficaz de antibiótico e vacinação.
Fruto de armas de modelo Biomédico, mas igualmente os determinantes sociais, participação activa dos
sujeitos, etc.
2ºREVOLUÇÃO NA SAÚDE:





Richmona 1979- centra-se na saúde ao invés nas doenças.
Esta Revolução Preconiza o retorno a uma perspectiva ecológica.
A grande diferença é preocupação das pessoas saudáveis. O objectivo muda, ou seja, vai ser
prevenção para todas as pessoas, inclusivé as saudaveis.
Centra-se na saúde invésde nas doenças.
Perconiza o retorno a uma perspectiva ecológica.
Meados do séc XX
Doença  Nova Epidemia Países desenvolvidos

COMPORTAMENTAL


As novas epidemias não tinham origem em
organismos patogénicos.
Germe = comportamento
Vacina
=
modificação
do
comportamento através das campanhas; Maior
informação; Sencibilização
Etiologia

(deixa  de ser biomédica e passa a ser
comportamental, isto é, a pessoa passa a estar
prevenida sobre as doenças, exemplo o uso de
preservativo é a própria pessoa que decide.
Sabemos/conhecemos os problema)

Isto é, vai haver uma substituição. O germe passa a ser o comportamento e a vacina passa a
modificação do comportamento. Modificamos os comportamentos atravéz de “campanhas para a
saúde”
2
3º REVOLUÇÃO DE SAÚDE: (Relman, 1988)



Racionalização dos custos,
Avaliação dos desperdícios;
Gestão dos resultados.
=BOLA DE NIVEA=
“encontramo-nos na bola nivea”—Frase códicgo. Ligada à ideia de práia e de verão



Todavia, Não foi este o conceito da criação do produto mais popular do mundo. Decada de 50
houve uma explosão na vida. Outdoors—campanhas.
Os determinantes foram: Reconstrução da Alemanha, guerra Fria, Falta de emprego/trabalho
duro, Bomba atómica.
A dec. De 50 (p´s-guerra) caracteriza-se pelo optimismo e dinamismo “joie de vivre” . “Boa”
publicidade era a de jovem saudável bronzeados olhando com confiança o futuro.
 1º definição do conceito de saúde (OMS), em 1948.(pq estamos no pós-guerra)
Imagem nivea—estatuto de clássica.
Adopção da palavra creme por baixo do nome da marca.
“Para cuidar da pele” 1926
“Para usar no desporto e em casa” 1931
 Decorre o movimento da 1ª revolução da Saúde
“ Movimento sautogénico”
 Decada de 60—BOOM
 Vida ao ar livre;
 Expansão pelas viagens;
“As ligações entre comportamento e saúde ganham notariedade”
(determinismo comportamental)
A embalagem já tem casal de namorados. Já estamos na fase do “pice and love”
 As origens—1911—empresa alemã. Época de Pressões médicas, sociais e culturais.
Difusão de hábitos de higiene Movimento de saúde pública
Aparencia do creme é “Branco purríssimo”= a “assépsia” ex. Também as novas batas dos hospitais
são brancas....
Nivea= Branco-de-neve
 A mensagenm “ o contacto com as pessoas”
 2ª revolução de saúdevaloriza comportamentos como principal causa de morbilidade e
mortalidade.
“Creme dos cremes” Aumenta a sua liha para diversas variantes (preços razoáveis) Já não é só para
Tratar e proteger, mas também para embelezar.
As cores Azul e branco:
Azul= Cor da empatia, da harmonia, da amizade e da lealdade, um azul que associamos às
ideias de frescura e claridade na natureza.
Branco= o conceito de limpeza, pureza interior. a cor da inocencia.
 Caso nivea, atravessa os 2 movimentos que marcam a história da saúde, 1ª revolução de saúde
e a 2ª revolução de saúde.
3
Aula 29-10-02
“Dá-me um sentimento de esperança participar nesta campanha”
Sebastião salgado
“PROMOÇÃO DA SAÚDE”
 Educação para a saúde;
 Prevenção da Saúde;
A promoção da saúde e a educação para a saúde vai buscar o conhecimento:
EPIDEMIOLOGIA COMPORTAMENTAL e ás CONDUTAS DA SAÙDE
Prevenção:doença
Promoção : saúde

Factores de risco

Doenças crónicas

Epidemiologia=dados estatísticos
Natureza comportamental
Para fazermos promoção de saúde temos que nos virar para o modelo BIO-PSICO-SOCIAL.
Remoção dos riscos (das doenças)implica promover mudanças temos que pensar nos
determinantes sociais(guerra) e ambientais (más estradas) participadores da mudaça do
comportamento. ( podem poder ser facilitadores ou inibidores)
Não chega a simples informação às pessoas, porém podem reduzir os riscos comportamentais.
Formação da saúde=definição:
Promoção da saúde tem 2 definições com conteúdos semelhantes e aspectos diferenciados.
1ª definição ocorre na Conf. Nacional de medicina Preventiva (que tem haver com a doença
preventiva) (EUA)
 Promoção da saúde inclui todas as actividades médicas e de saúde publica tradicionais.
 Medicalização da definição.
 Cheiro a Bio-psico.social (factores pessoais, familiares e sociais)
2ª European Working Group on concepts and principles of heacth promotions(1984)
 Enfatiza a reforma social
o Desenvolvimento de políticas de saúde pública(social)
o Criação de ambientes de suporte(social)
o Participação da comunidade;
o O desenvolvimento de capacidades pessoais;
o Reorientação dos serviços de saúde, para além da prestação de cuidados clinicos
e curativo
 Passagem da medicina curativa(prestação de cuidados) parauma medicina preventiva
(1ª)
A P. S. tem que estar atenta aos factores comunitários, institucionais e política social, que
determinam actividades de saúde.
(1ª definação 1975 2ª definiçaõ 1985)
A grande diferença entre as 2 definições, uma localiza-se na Promoção da Saúde (2ª) e outra
Prevenção da Doença(1ª) (injecção de determinantes sociais)  começam na primeira definição.
“PREVENÇÃO DA SAÚDE”
Historicamente as políticas de saúde temos esforços centrados para as Doenças e Sua
prevenção. Associada à 1ª revolução
PREVENÇÃO PRIMÁRIA= (não presopõedoença—preservativo) Diminuir os factores da
doença para prevenir a mortalidfade, antes que ocorra (pessaos saudáveis)
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA= (presopõe doença) detecção precose da doença,
de forma a maximizar as possibilidades de tratamento ou cura(
cancro—diagnóstico precose)
4
PREVENÇÃO TERCIÁRIA= (ex proteses)Intervenção terapeutica tempestiva, uma vez
diagnosticada a doença, de forma a que ela possa ser controlada ou cura (SIDA)
No Enfoque Preventivoinsuficiências o conceito de saúde vai para além da ausencia da doença.
A saúde é um conceito positivo, implica a participação activa do sujeito, no meio que o
envolve seu habitat vivencial . de acordo com esta perspectiva, não só podemos prevenir a doença
como também promover a saúde.
Aula 5/11/02
Pergunta de Exame, sai sempre= evolução do conceito de saúde. Reflexão. Temos que
terminar sempre em doente saudável
1948 OMS= (1º conceito de saúde). O conceito de saúde espelha a variedade de conceitos da
experiência humana. Estado de bem estar físico, mental e social, total, e não apenas ausência de doença
ou incapacidade. (mais integrado no conceito bio-psico-social)
Criticas á definição da OMS(1948)—ARTIGO DO LUÍS PAIS RIBEIRO
1986= (1ª definição do conceito de saúde) Modelo Bio-psico-social
 A extensão em que um individuo ou grupo e, por um lado, capaz de minimizar as suas
aspirações e satisfazer as suas necessidades, e, por outro lado, de modificar (participação
activa da pessoa) ou lidar com o meio que o envolve.(começa-se a falar em nivel de vida)
 Saúde é vista como um retorno para a vida de todos os dias, uma dimensão qualitativa de
vida e não o objectivo de vida.
1948/1949=definuições formais de saúde

EvoluçãoOperalização do conceito de saúde.
Saúde melhorar forma de vida.
Conceito Saútogénico
Define-se pela positiva—no sentido em que se caracteriza pela presença de
determinantes
“CONCEITO DE DOENÇA”
Disease=determinate biológico—doença bio (modelo biopsicosocial biomédico)
Estar doente. Aconteciemento biológico caracterizado por mudanças anatomicas
Sickness= determinante social—doença social
Precepcionada como uma Identidade social. Comporta-se como doente
Illness= determinante psicológico—doença psico
Acontecimento humano. Sentir-se doente. Consiste numa configuração de desconforto e
desorganização psicossocial, resultante da interacção do individuo com o meio.
Algumas doenças cronicas- Disease – que podem causar mal estar – Illness- e as pessoa adoptam
frequentemente, um papel de doentes- Sickness.
“DOENTES SAUDÁVEIS”
Aumenta da esperança de vida coexistencia Saúde + Doença  Doentes saudáveis
(aliada a doenças crónicas)
Pergunta de exame: Doentes Saudáveis / Doentes Crónicos
Padróes de condutacomportamentos sautogénicos

5
Mudanças de hábitos + estilo de vida
Técnicos de Saúde  SOLUÇÃO Epidemia comportamental

Educação para a saúde
ERRO DOS TECNICOS a educação para a saúde é somente uma técnica, uma estratégia para a
promoçaõ de saúde, mas não chega!!!
Modificação do comportamento configurada em sentido restrito
6
mensagens pouco eficazes
A mudança de hábitos ocorre quando as pessoas são devidamente informadas
“...muitos técnicos e dirigentes políticos acreditam que a eduação (normalmente conciderada como o
fornecimento de informação) é a solução para a nova epidemia comportamental. Ora, a informação é
importante mas não é suficiente.”
MENSAGENS POUCO EFICAZES a 2ª revolução da saúde trouxe uma perspectiva MULTICAUSAL
ECOLÒGICA (Etiologia Multicausal)  Mudanças isoladas são irreversíveis.
“Parece que mudar de hábitos é muito difícil quando se trata de obrigar as pessoas a fazê-lo , mas que é
muito mais fácil quando o próprio insdividuo está disposto a isso”
TABACO CONTROL= os limites a alcances da promoção da saúde saúde
Aula 12/11/02
Prevenção  conceito relacionado com a doença.
Promoção conceito relacionado com saúde  mais amplo
Promoção da saúde (Rodriguez Marin,1995)
supõe
Instauração e manuntenção do comportamento, não só saudáveis como também potenciadores
das capacidades funcionais, físicas, psicológicas e socias das pessoasd. (refere-se a doentes
sadáveis)
Educação para a saúde
Conceito básico  promoção da saúde

OMS,1969 Uma acção exercida sobre os individuos no sentido de os levar a modificar os seus
comportamentos, por forma a que adquiram e conservem hábitos de saudáveis, aprendam a usar
judiciosamente os serviços de saúde que lhe são disponibilizados e se capacitem para tomar,
individual ou colectivamente, as decisões que impliquem a melhoria do seu estado de saúde e do
saneamento do meio que vivem.

A própria dos serviços de saúde pode muitas vezes ser prejudicial quando usada em excesso (iatrogenia
social)
Passagem do papel passivo para o papel activo do doente (o doente é o protagonista)
Promoção da saúde
É um conceito amplo tem distintas ESTRATÉGIAS de activação educação para a
saúde Instrumento + estratégia concreta Promoção de saúde.
Costa e Lopes 1996 O Promoção da saúde conceito amplo entre a
EDUCAÇÂO PARA A SAÙDE +SUPORTES

Organizativos, Económicos, Legislativos, Normativo, Ambientais
FACILITASDORES DE PRÀTICAS SAUDAVEIS
Processo Amplo  Os individuos, os grupos e as comunidades melhoram o controle sobre os
DETERMINANTES PESSOAIS e AMBIENTAIS da saúde.
Estratégias de Educação para a saúde distintos niveis de actuação:
 Individual;
 Grupal;
 Comunitária.
7
Desde campanhas dos mass Média  intervenções derectas e pessoais
ensinavam a sua utilização)
(preservatidos,
Eficacias das Intervenções (Holbem,1988 5 premissas:)
 Desenvolvimento de teorias e modelos que suportam as estratégias de intervenção;
 Focalizar as intervenções em padrões de conduta prioritários, que mais influenciem a saúde da
população;
 Intervenções centradas em populações de alto risco;
 Analisas as políticas que influyência as condutas de saúde;
 Combinar intervenções de forma a obter efeitos complementares e sinérgicos.
Sai no exame:estudos do paradoxo ex campanha do tabaco
Promoção da saúde (Maes, 1991)  implica não só a protecção e a manutenção da saúde como também
a promoção do optimo estado, vital , físico, mental e social, da pessoa e da
comunidade.
Educação para a saúde
“ António Barbosa-determinação da saúde....”
Prevençãopq a prevenção não é eficaz, poie tem limites e alcances)
Racionalidade da prevenção= dados epidemiológicos

Relação causal entre os váriaveis determinantes no processo de adoecer
Análise epidemiológica
modelo de base estatística;
perspectiva etiológica.
Modelo epidemiológico fechado;
 preso á tradição biomédica e curativa;
Lacuna Básica colaboração multidisciplinar das ciências sociais

“Aposição democrática de variaveis provinientes
das ciência sociais, mero contributo agregativo sem a
fecundidade cruz<ada de um casamento feliz” Auge 1983
(recorre ao modelo biomédico e não ao
biopsicosocial)
Prevenção necessidade de um modelo explicativoas vias pelas quais o social e o
económico...............da mais profunda colaboração interdisciplinar
Organizaçaõ da prevenção:
 O movimento preventivo deveria pressupor uma contextoalização mais global e naõ suplementar
da medicina ( medicalização da prevenção)
 No quadro das regras do jogo socil, aolimitar a prevenção ao dominio da doença escamoteia-se a
responsabilidade colectiva.

correndo-se o risco de tudo aquilo que na organização social é conciderado indesejável
pode tornar-se objectivo de prevenção.
A ideia preventiva pode reforçar uma cultura do corpo organizada sob a referencia médico......
A prevenção deverá organizar-se como Processo de divisão de trabalho dentro da área Médico-social.
Agentes profissionais diversosAutonomia (percepção multidisciplinar)
Se se partir de modelos simplistas acções baseadas em modelso epidemiológicos restritos e incidindo
apenas sobre variaveis individuais através de campanhas públicas de informação.
Então...
“ A intervenção preventiva não passará de uma manifestação simbólica, sem tradução de melhorias
consistentes”
Assim, aconcelha-se um tipo de intervenção social mais ampla a vontade da prevenção não pode impor
os únicos critérios legitimos para definir as condições de vida e de trabalho.
8
Estratégias de prevenção campanhas de moralização culpabilidade

Ocultando a funcionalidade que os comportamentos e as culturas de risco desempenham papeis
sociais que o corpo desempenha (factores de risco também se diferenciam)
(ex. Da prof: As diferenças da responsabilidade de um motoqueiro e um camionista ocultando a
funcionalidade não podemos fazer campanhas massificadas)
Ideologia da Prevenção:
 baseia-se nos valores e nas normas das classes mais favorecidas (ex aparecimento de pessoas
socialmente conhecidas ex campanha do cancro da mama)
sem ter em conta os partularismo culturais (barbosa,1982) ou os desejos individuais
Codificação rigida e autoritária das práticas (se conduzir não beba) comprimento cego e quase
obsessivo das regras missão vigilante do sistema se saúde.
Práticas de prevenção:
Priveligiam a informação, assumindo ser possível modificar o comportamento individual pela
comunicação de mensagens (ex. Barrancos)  A eficácia da estratégia usada portador de risco deverá
modificar não só o seu copmportamento mas também a sua cultura.
Racionalidade de prevenção:
Sub-conjunto de outras funcionalidades que disputam o dominio do corpo As exigencias do
sector produtivo e as suas normas de produção e de consumo contraditórias e concorrenciais aos
objectivos de saúde (ex. Se conduzir não beba, mas a Sagres patrocina a selecção de Portugal)
Obtáculos que se levantam à educação da para a saúde:
 Inexistencia de uma política de saúde corrente;
 Atitudes de resistência do grupo profissional dos médicos;
 Publicidade contra-informadora de certos meios de comunicação; (ex há publicidade sobre
bebidas alcoólicas. Estas no fim dizem: Se conduzir beba com moderação)
 Dificuldade em obter da comunidade um feedbach imediato (a maior parte das campanhas não
são avaliadas;
 Priveligia-se a informação de massa em relação às formas de contacto pessoal;
 Efeitos sobre a redução dos custos de saúde;
 Avaliação de efeitos das campanhas (naõ essenta em metopdologias rigorosas; incidem apenas
sobre os efeitos visíveis a curto prazo)
 Posto em causa o sucesso das campanhas na alteração dos hábitos e estilos de vida (sucessos
parciais)
Análise de programas de evolução para a saúde:

Aponta para  Re-socialização do adulto. Intervenção
tardia e de sucesso duvidoso (Tones,1977)
E não para  uma socialização primária (familia) ou
secundária (escolas, grupos sociais)
(ex. Estudo feito nos EUA observou que numa ida ao supermercado quem aconselhava os produtos
eram os filhos e não os pais, isto porque os filhos passam mais tempo a ver televisão que os pais)
Luta pela saúde Vs Angústia de Morte:
Fantasma da prevenção para combater prazeres reprovaveis (beber, fumar).
Medicina reforça o seu papel de normalização do comportamento humano
Exige todo um conjunto de harmonização dos procedimentos das várias disciplinas para que se
possa responder objectivamente ao conjunto de questões que a saúde suscita.
Fantasma da Prevenção Balanceia entre a luta pela saúde Vs Angútia de Morte
(ver artigos prevenção e promoção da saúde)
9
Aula de Psicologia II - Teórica
19/11/02
O Brincar, a Caixa Ludo como instrumento fundamental do Médico Dentista
Psicoterapia
Consulta
Processo de Comunicação
Os processos de comunicação entre psicólogo e criança acontece a vários níveis:
- Produções Verbais
- Linguagem emitida pelas expressões corporais
- Desenho ou pintura
- Actividade Lúdica
- Relação Transferência/Cotransferência
A relação entre o psicoterapeuta-adulto tem um suporte fortemente verbal enquanto a relação
psicoterapeuta-criança tem de ter um contexto na actividade lúdica.
A actividade lúdica completa e estrutura a acção da criança e o seu discurso verbal.
A actividade lúdica permite a emergência da fantasia e a projecção da brincadeira surge como
forma de trabalhar as ansiedades e angústias. Assim a caixa ludo não é nada mais nada menos que um
instrumento de relação na consulta com a criança, é uma forma de linguagem que nos dá acesso a outras
informações.
A função simbólica é a base das relações do ser humano consigo mesmo (...) a importância da
função simbólica resido no facto de escapar ao limite da realidade.
Melanie Klein (1932) diz que o modo natural de expressão da criança é o brincar. O brincar pode
ser uma expressão final de processos mais profundos.
Processos Psíquicos Presentes na Elaboração Onírica (Freud 1900)
Klein
Descoberta do sentido oculto do brincar
-
Deslocamento
Condensação
- Representação
- Simbolização
Terapeuta tem de possuir a capacidade para uma terceira visão, tem de ser simultaneamente o
Tradutor/Intérprete do Brincar da criança.
COMO É QUE O TERAPEUTA DEVE DESCODIFICAR O BRINCAR?
-
Seguir a brincadeira com atenção flutuante
Não interferir prematuramente
Estar atento ao escondido, ao latente, ao implícito
-
Ter atenção na situação
POLÍTICAS DE SAÚDE
Pediatria
Diminuição
do número e duração dos internamentos
Benefícios psicológicos e da saúde em geral
10
“A criança é alvo de tratamentos e meios complementares de diagnóstico assustadores e dolorosos”
Perturbações dos Órgãos
Confronto Com Sensações Desagradáveis
Funções do Corpo
Alteração da harmonia representada pelo silêncio dos órgãos
que prevalece na saúde
“A pessoa doente é uma pessoa que perdeu a harmonia interior (...)”
O Acto Terapêutico ou Situação de Consulta = Situação Nova e Ansiogénica, de intimidade, que
desenvolve :






Fobias de Separação
Depressividade
Birras
Comportamentos de dependência
Ansiedades
Medos específicos


Fobia Escolar
Alterações do comportamento
alimentar, do sono e do controlo dos
esfíncteres

Desenvolver medos e fobias

Choros
Um factor que não pode ser esquecido vai ser a relação com os pais e a qualidade dessa relação.
Muitas vezes é contraproducente o acompanhamento da criança pelos pais à consulta devido a um
contágio emocional.
Escalona (1953) = Conceito de Contágio Emocional
Ansiedade materna comunicada de forma verbal e não-verbal, aumenta
ansiedade da criança.
ADOPÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS
- através da implementação de programas de informação e preparação da criança para os actos
médicos praticados
Episódios de Hospitalização + Preparação de Actos Médicos
ACTIVIDADE LÚDICA
(Caixa Ludo + Desenho)
Adams Dreamland
Experiências de Dessensibilização
+
Aprendizagens de Estratégias de Confronto
Jogos com Bonecos – criança desempenha o papel de médico ou enfermeiro que trata o
boneco
Eventos reais muito importantes na vida da criança , não surgem no decurso das brincadeiras ou
associações, o ênfase pode ser colocado em acontecimentos aparentemente secundários.
A criança hospitalizada pode rejeitar completamente os brinquedos médicos contidos na caixa,
deslocando as suas vivências relativas à hospitalização para um material com um simbolismo diferente.
11
PROGRAMAS DE PREPARAÇÃO PARA INTERVENÇÕES MÉDICAS
Garantia de adequação do discurso aos diferentes níveis de desenvolvimento da criança
- Criança na Fase Pré-Operatória = receio de que uma simples análise lhe retire todo o sangue do
corpo (“e depois...voltam a pôr o sangue cá dentro?”)
- Criança na Fase de Operações Concretas = pode estabelecer associações
O Discurso tem de ser adequado ao estádio e ao desenvolvimento da criança
Aula de Psicologia II - Teórica
26/11/02
“A PRAGMÁTICA DA COMUNICAÇÃO”
O médico dentista tem de ser um especialista o contacto visual, é o primeiro contacto, já que o
resto do rosto está tapado.
Contacto Visual = forma de comunicação não verbal (Sociabilidade Humana)
Através do olhar, o bebé comunica, disponibilidade de vinculação, parecendo revelar um
comportamento inato de tendência primariamente interactiva.
Nos primeiro anos de vida, os padrões individuais de interacção, que perduram nos períodos
subsequentes, moldam-se, formando uma escultura na arte das relações humanas.
Impõe-se uma questão prévia : O QUE É REALMENTE A COMUNICAÇÃO ?
COMUNICAÇÃO : A Pragmática
Comunicar é tornar comum uma informação, uma ideia ou uma atitude. O Acto de Comunicar é
a arte de reduzir o mais possível as diferenças entre os significados pensados pelo emissor e os que são
percepcionados pelo receptor.
OBJECTIVOS DA COMUNICAÇÃO : – diminuir o grau de incerteza do doente
– co-experienciar (para além de nos colocarmos na
posição do outro – ideia de partilha da experiência
vivida a 2)
A Comunicação tem dois DOMÍNIOS :
o
o
Comunicação Interpessoal
Comunicação Social (mass-media)
COMUNICAÇÃO SOCIAL: domínio das comunicações mediáticas, geralmente de sentido
único. Há uma falência de interacção, geram-se relações de dependência da comunicação social
levando a um vazio afectivo.
Com uma crescente facilitação das comunicações sociais, o homem vai ficando cada vez mais
só, levando-nos a concluir que há mais comunicações mas na realidade menos comunicação.
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL: grande manancial de informações nas sociedades de
hoje. Então porque razão haverá uma dificuldade acrescida de comunicar? Não basta utilizar os
múltiplos instrumentos disponíveis : é necessária uma renovação de atitudes comunicacionais,
inseridas nas relações entre as pessoas que querem realmente comunicar.
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL :
-
DIRECTA E INTERACTIVA
BILATERAL
CARACTERÍSTICA DAS RELAÇÕES HUMANAS
FACE-A-FACE
12
Comunicar não é desejar informação
O Receptor das nossas mensagens :
o Não é um recipiente e muito menos uma esponja;
o É activo e desenvolve poderosos mecanismos de defesa;
o Tem um sistema de referência que constitui um refúgio confortável e
construído com alicerces resistentes;
o Só aceita – o “novo” em pequenas doses, deve-se dizer as coisas em
parcelas muito pequenas.
Deve-se ter uma formação apropriada no domínio das atitudes da comunicação :
 Para evitar uma boa parte dos fracassos do processo de comunicação;
 Não é uma aprendizagem que possa ser imposta;
 Não é uma mera aquisição de conhecimentos mas sim uma educação da
personalidade
OS VERDADEIROS EDUCADORES DA COMUNICAÇÃO
somos em primeiro lugar nós próprios
Só haverá uma verdadeira comunicação quando se estabelecer uma relação empática (colocar-se na pele
do outro), não limitada ao mero gesto mecânico da etiqueta.
EXAME : diferenciar o acto informativo do acto comunicativo. Para haver uma comunicação verdadeira,
tem de haver uma empatia entre receptor e emissor.
AXIOMAS DA COMUNICAÇÃO
Em situações de co-presença (presença mútua), através da palavra, do olhar, ou do silêncio tudo
tem valor de mensagem, por isso, não escapamos à comunicação evitando comunicar
-
TODA A SITUAÇÃO DE CO-PRESENÇA É INTERACTIVA E, COMO TAL, É IMPOSSÍVEL
NÃO COMUNICAR (1º AXIOMA)
-
EM TODA A COMUNICAÇÃO HÁ UM CONTEÚDO E UMA RELAÇÃO (2º AXIOMA)
ASPECTOS DA COMUNICAÇÃO:
- INFORMATIVO (relaciona-se com o conteúdo, com o que é dito – comunicação digital
(texto)
- RELACIONAL (tem a ver com a comunicação analógica – o que se subentende, o de
podermos englobar os sentimentos)
13
Aula de Psicologia II – Teórica
03/12/02
Há dois modos básicos de comunicação :
-
ANALÓGICA – comunicação não verbal, como a gestual
-
DIGITAL – é o aspecto informativo, verbal
Nós pessoas somos um filtro, e transmitimos sempre a informação do novo estado emocional do
doente.
COMUNICAÇÃO PROJECTIVA : projectamos no outro o que se passa no nosso inconsciente. O
inconsciente é um grande biombo.
A comunicação verbal tem uma codificação digital, e a comunicação analógica tem uma
codificação não verbal.
A comunicação transcende a linguagem :
COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO VERBAL
Não verbal  Não Vocal
ANÁLISE DE COMPORTAMENTOS DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL
Fenómenos Paralinguísticos :
 Altura
 Tom da Voz
 Débito do Discurso
 Tempos de Locução (pausas, hesitações)
Fenómenos Dinâmicos :
 Movimentos
 Gestos
Olhos
 Posturas
Expressões faciais + Movimentos dos
A face é a área mais expressiva do corpo humano.
Independentemente da cultura ou raça, há expressões inatas. Quem identifica o corpo é a face e
depois os olhos.
FUNÇÕES DO OLHAR : - Expressão das emoções (traços mais analisados : surpresa, medo, raiva,
tristeza e alegria)
- Regulação da interacção
Expressão Facial – contacto pelo olhar
Frequência do Olhar – contacto relacional, sexo, estatuto social
COMPORTAMENTO PROXÉMICO
Proxémia é o uso do espaço na comunicação
Proximidade
Orientação
COMPORTAMENTO ESPACIAL
Movimento
Comportamento Territorial
14
Diferenças Interculturais
Diferença de Classe Social
PROXIMIDADE + DISTANCIAMENTO
Diferenças de Enquadramento
Tópico de Conversa
Outros aspectos da Comunicação Não-Verbal :
ELEMENTOS DO SISTEMA NEURO-VEGETATIVO
Coloração da
Pele
Actividade Visceral
Ruídos Corporais
Dilatação da Pupila
A postura, a posição do corpo e em particular a posição da cabeça, movimentos de orientação,
com fins de informação, são uma consequência da localização dos principais órgãos dos sentidos na face
anterior do corpo.
-
Comportamento Táctil
Outros comportamentos comunicativos (emissão de odores)
Comportamento Indumentário
Comportamento Cosmético
Comportamento Ornamental
Tudo isto é linguagem, tudo isto é forma de comunicação.
Só haverá comunicação autêntica quando se estabelecer uma relação empática entre o emissor e
o receptor.
Se se evidencia por um lado o aspecto informativo, não se deverá negligenciar, por outro, o
conteúdo relacional. Cada indivíduo é uma entidade psicológica única e distinta, tal reflecte-se
inegavelmente, no acto de comunicar.
IMPORTÂNCIA DO ROSTO NA VIVÊNCIA DO SER HUMANO :
-
O rosto humano produz cerca de 7000 expressões faciais diferentes
Não existe dois rostos totalmente iguais
As expressões faciais não variam de cultura para cultura e são uma referência da
possibilidade de expressões existentes
As nossas expressões faciais suscitam imediatamente expressões noutras pessoas.
Se não conseguirmos fazer a expressão facial e comunicar, deixará de existir
interacção que é fundamental para o desenvolvimento da auto-estima no indivíduo.
A expressão facial constitui uma importante função social : o ser humano como animal social,
executa e interpreta expressões faciais como complemento ou mesmo substituto da comunicação verbal.
O ser humano aprende a utilizar de tal forma a sua expressão facial, que através dela acaba por
expressar tudo o que sente na altura. Há uma expressão inconsciente – o ser humano aprende a interpretar
e reconhecer expressões faciais dos seus semelhantes.
As expressões faciais destrutivas- utilizam-se de forma inconsciente, contudo, com elas,
conseguem manter uma comunicação não verbal.
O SORRISO – o sorriso genuíno é facilmente distinguido de um sorriso social e não só faz sentir
bem a pessoa que sorri como também tem o mesmo efeito no interlocutor.
MENTIRA – muitas vezes o sujeito evita o contacto ocular com o seu interlocutor de forma a
não ser denunciado pelas pequenas expressões faciais que exibe involuntariamente e denunciam a sua
mentira.
15
RECONHECIMENTO FACIAL
BASE DE DADOS CEREBRAL
(onde se reúne todos os rostos
e expressões faciais conhecidas)
Centro de Reconhecimento Cerebral
(possível funcionamento tipo caricatura como forma de simplificação do rosto)
EMOÇÃO
- associado a cada um dos elementos que compõem a base de dado, encontramse diferentes tipos de emoção que lhe conferem um determinado significado
e sentimento.
O estigma do rosto :
-
O rosto é a parte do corpo do ser humano que se encontra mais exposta à
observação dos outros, e como tal, é a zona em que será mais difícil de esconder
defeitos ou imperfeições;
-
Com a crescente exigência da estética que caracteriza a nossa necessidade são, hoje
em dia, inúmeros os estigmas associados ao rosto humano que não dizem respeito a
patologias desfigurantes;
-
Estes pequenos estigmas vão desde a simples fealdade em geral até imperfeições
mais localizadas que passa também pela cavidade oral, local onde o dentista tem
um papel interventivo enorme;
-
O sorriso colgate – algumas alterações dentárias poderão ter um carácter
estigmatizante e, por isso, interferir com a auto-imagem e auto-estima do indivíduo
: dentes estragados, mau hálito.
Se numas faixas etárias o aparelho é bem aceite, noutras corre-se o risco de
estigmatização da criança. Estigma – Alcunha.
16
Aulas de Psicologia II – Aula Teórica
10/12/02
“A DIMENSÃO OCULTA”
O USO DOS ESPAÇOS NA COMUNICAÇÃO
Resumo :
- Distâncias uniformes
- Percepção do espaço
- Constância das distâncias
- Factores de determinação de distâncias
- Distância Íntima, Pessoal, Social e Pública : modos próximos e longínquos
- Comparação Intercultural
LUZ, VOZ e SENTIMENTOS = reduzem a distância entre 2 interlocutores
ORIGEM DOS ESTUDOS DA PROXÉMIA
Distâncias Constantes
Aves e Mamíferos
Hedigger :
- Distância de Fuga
- Distância Crítica
- Distância Pessoal
- Distância Social
Hall, 1966 estudou a Proxémia no ser humano. O ser humano pratica distâncias uniformes nas
relações que mantém com os seus semelhantes. A percepção do espaço no ser humano é dinâmica, uma
vez que se encontra ligada à acção.
A constância das distâncias é resultado das modificações sensoriais que forma tendo lugar.
Desta forma a INTENSIDADE DA VOZ :
 o sussurrar é utilizado quando os interlocutores se encontram
muito próximos
 o grito é destinado a grandes distâncias
Os sentimentos recíprocos dos interlocutores constituem um factor decisivo na determinação da
sua distância.
Assim, os SENTIMENTOS :
 um indivíduo encolerizado, ou desejoso de convencer o seu
interlocutor, aproxima-se deste aumentando o volume da voz
 qualquer mulher saberá reconhecer que um homem se está a
apaixonar por ela pela maneira como ele se aproxima
Quantas distâncias possuem os seres humanos e como se destinguem?
A escolha terminológica das distâncias destina-se a evocar os tipos de actividades e relações de
cada uma.
Edward Hall (1966)




DISTÂNCIAS
ÍNTIMA
PESSOAL
SOCIAL
PÚBLICA
MODOS


PRÓXIMA
LONGÍNQUA
17
O comportamento humano é influenciado pelos diferentes tipos de personalidade. Para além
destes, cada um de nós possui ainda um certo número de personalidades situacionais aprendidas, cuja
forma mais simples está ligada aos nossos comportamentos nos diferentes tipos de relações íntimas,
pessoais, sociais e públicas.
Os comportamentos estão associados aos diversos tipos de relação : íntimas, pessoais, sociais e
públicas. Todavia certos indivíduos nunca chegam a desenvolver a face pública da sua personalidade; são
oradores medíocres, igualmente incapazes de dirigir discussões de grupo.
A maior parte dos mecanismos ligados à apreensão das distâncias produz-se inconscientemente.
Produzem-se tantos acontecimentos ao mesmo tempo que é difícil seleccionar as fontes de informação
que determinam as nossas reacções.
Será o tom de voz, a atitude ou a distância do interlocutor, responsável por determinada reacção?
Hall (1966) :
 Fez o primeiro estudo de carácter aproximativo;
 As generalizações são válidas para o grupo observado (ex.: os negros, os sulamericanos e os indivíduos pertencentes às culturas da Europa meridional
possuem estruturas proxémicas diferentes);
 As distâncias podem variar com a personalidade dos sujeitos e com as
características do ambiente (ex.: um ruído intenso ou uma luz fraca aproximam
os indivíduos uns dos outros);
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE AS DIVERSAS DISTÂNCIAS ?
DISTÂNCIA ÍNTIMA : A presença do outro impõe-se e pode tornar-se mesmo invasora pelo seu
impacto sobre o sistema perceptivo.

Modo PRÓXIMO – distância da luta, do reconforto da protecção e do acto sexual
o
o
Os pormenores são percepcionados com muita precisão
A voz desempenha um papel menor no processo de comunicação
A percepção de proximidade faz-se essencialmente através do olfacto e da recepção
do calor irradiado pelo outro.

Modo LONGÍNQUO (15-40 cm) – distância em que os membros inferiores e a cabeça
não se encontram facilmente em contacto, mas em que as mãos se podem juntar
o
A cabeça é vista como maior que o natural...
DISTÂNCIA PESSOAL : distância fixa que separa os membros das espécies em contacto.

Modo PRÓXIMO (45-75 cm) – distância que funciona como protecção, caso
tivéssemos uma esfera protectora à nossa volta.
o
o
o

Não se verifica distorção visual dos traços do outro
Os planos e os volumes dos rostos tornam-se mais acentuados
O relevo dos objectos é particularmente pronunciado
Modo LONGÍNQUO (75-125 cm) – limite do alcance físico em relação a outrem
DISTÂNCIA SOCIAL : pormenores íntimos do rosto já não são percepcionados; ninguém toca ou
espera ser tocado por alguém; a altura da voz é normal
18

Modo PRÓXIMO (1,20-2,10 m) – distância das negociações interpessoais em que
existe uma implicação pessoal; reuniões informais

Modo LONGÍNQUO (2,10-3,60 m) – relações profissionais interpessoais ou sociais
assumem um carácter mais formal
o
o
Silhueta inteira é percepcionada rodeada de um certo espaço
A voz é sensivelmente mais alta do que no modo próximo
DISTÂNCIA PÙBLICA : situada fora do circuito imediato de referência do sujeito/indivíduo

Modo PRÓXIMO (3,60-7,50 m) – a 3,50 m um indivíduo pode adoptar um
comportamento de fuga ou defesa
o
o
o

A voz é alta mas não atinge o seu máximo volume
Os linguisticos observam que esta distância implica um (re)elaboração
particular do vocabulário e do estilo que provoca transformações de ordem
sintáctica e gramatical
A partir de 4,80 m o corpo começa a perder volume e parece achatar-se
Modo LONGÍNQUO (7,50 ou mais) – reservada geralmente a personalidades públicas
o
o
O essencial da comunicação não verbal é garantido por gestos e atitudes;
O ritmo da locução afrouxa, as palavras são melhor articuladas e observam-se
mudanças de estilo;
Porquê quatro distâncias ?
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO PROXÉMICO
HIPÓTESE
O comportamento da territorialidade pertence à natureza dos animais e em concreto do ser humano
CONCLUINDO :

O Homem e Animal servem-se dos seus sentidos para diferenciar as distâncias e os
espaços.

A distância escolhida depende das relações : interindividuais, dos sentimentos e
actividades dos indivíduos envolvidos.
AULA TEÓRICA 17/12/02
Artigo – Rodriguez Maran
Artigo da Espanhola
O HOSPITAL ENQUANTO MARCO DE SAÚDE
-
instituição em que as pessoas podem obter serviços de saúde consistentes
sistema social com valores e regras
sistema organizacional
promotor de investigação sobre aspectos futuros da saúde
(Rodriguez Maran)
A Evolução do hospital desde séc. XIX
Grécia Clássica
Hospital enquanto lugar especial para cuidar e curar os doentes – Deus da cura – Esculapio
Raízes na religião, aplicada por sacerdotes
Este conceito de Medicina prolongou-se com o cristianismo
19
A doença e a cura estavam nas mãos de Deus,
Hospital instituição que praticava caridade
Objectivo: diminuir o sofrimento
Hospital percepcionado como asilo
A estrutura organizadora de um hospital é complexa, podendo variar em função da sua dimensão e
também do sistema de saúde de cada país.
HOSPITAL
“Lar de doentes”
Função hoteleira de abrigo e guarda de doentes
Propício à evacuação precoce dos doentes
MASSIFICAÇÃO DOS CUIDADOS MÉDICOS
Para alcançar os seus objectivos;
Hospital tende a adoptar uma
“estrutura formal burocrática“
Aliada à
Burocracia Profissional
Linhas de Autoridade
Linhas de autoridade
Médicos
Enfermeiros
Serviços Administrativos
Diferenciados por diferentes uniformes e dispositivos


A HOSPITALIZAÇLÃO IMPÕE
Mudança de vida no sistema social do doente
Assumir um novo papel
Paciente Hospitalizado
Perfis: Papel do doente hospitalizado
20
EFEITOS PSICOSSOCIAIS

Impacto do espaço físico; : paciente fica confinado à cama, mesa de cabeceira, enfermaria ,
perde o seu território da sua casa, etc......

Perda da intimidade = VIDA PÚBLICA = todos os enfermeiros e médicos têm acesso à sua
ficha clínica

Ignorância = “ quanto menos souber melhor”

Dependência = temos medo da retaliação, temos medo do que possa acontecer se não acatarmos
as ideias do médico

Despersonalização ( perda parcial da identidade) : no hospital o doente passa a distinguir-se por
uma cama, letra, etc....

Interrupção dos Papéis Habituais

Exigência da Adopção de papel do doente Hospitalizado
Paciente Hospitalizado
“Vida Pública” e permanentemente acessível a todos os profissionais de saúde
Ignorância do que se passa e do que se vai passar
Condiciona
A adopção do papel de DOENTE HOSPITALIZADO
DEPENDÊNCIA DO DOENTE
Cumprimento de rotinas
Vida social do doente é condicionada pelo tempo (regulada e estruturada)
“Estrutura rítmica da vida do hospital”
“Carapinheiro”
Sociologia do tempo e do espaço
Objectivo
Processos culturais e comportamentais associados com a morfologia social?
A entrada no hospital
Mudança do papel de doente e utente para o papel de doente hospitalizado
Ansiedade
Depressão
Perda da “ intimidade” da relação médico-doente
21
Com a hospitalização o doente sente o seu caso como público
São exemplos os casos clínicos discutidos junto à cama do doente
Perturbador para o doente
A cama elemento simbólico identificada com um número
Identifica também o doente
Exemplo:
A visita médica não prescinde da discussão do caso mesmo que o doente esteja ausente
Os médicos continuam a reunir-se à volta da cama vazia, cumprindo o ritual da apresentação do caso.
DOENTE = MERO CASO CLÍNICO
DESEJO DE INFORMAÇÃO
Falta de comunicação
Conspiração do Silêncio
Uma das queixas mais evidentes
Recorrem a informação dos:



Companheiros de quarto
Visitas
Familiares
DESVALORIZAÇÃO PSICOSSOCIAL
 Perda da identidade
 Despersonalização
O doente não é tratado como uma pessoa
22
PATERNALISMO MÉDICO
“O princípio do poder médico sobre o doente”
(.....) De pé , de pijama e de frente
..........prática médica (..........)
Graça C ........................
A “ PRIVACIDADE DO HOSPITAL “
 No interior do hospital
 Espaços
Enfermarias
Pequena Oficina de trabalho
Resguardo dos doentes
LIMITE DO ESPAÇO
O doente deve permanecer na enfermaria para não “atrapalhar as tarefas de rotina ..................”
ENFERMARIAS
Área de actuação frontal do passoal médico e enfermagem
SALAS DOS MÉDICOS E ENFERMEIROS
Áreas de actuação de retaguarda
“Autênticas áreas de bastidores”
Autênticos postos de vigilância dos comportamentos dos doentes.
Espaço central e reservado
o Gabinete do Director
o Sala dos médicos
o Gabinete da Enfermeira Chefe
Áreas de tomada de decisões e coordenação do serviço
Bastidores de interacção dos grupos sociais
Lugares que diferenciam grupos, funções e poderes.
Separação Espacial
..................
..................
Sistemas simbólicos mais representados da ordem social hospitalar.
23
Diferentes Uniformes e Distintos
Bata Branca
Médicos
Batas Brancas com acessórios
Enfermeiros
Batas Azuis
Auxiliares
Entre o branco e o azul estão representados as fronteiras entre o limpo e o sujo.......
ESPAÇO DO DOENTE
“ Pequeno Universo privado resistente ao despojamento total”
Objectos pessoais e a roupa de dormir como únicos elementos simbólicos
Outros elementos
Meios técnicos de Emergência
 Tubos para ligações de oxigénio
 Aspiradores de secreção
 Frascos de soro ligados aos doentes
OBJECTIVAÇÃO DO CORPO DO DOENTE
Construção do objecto de trabalho médico
Corpo Acessível
Cama como símbolo de um espaço sem fronteiras de violação permanente do Espaço Pessoal
ADOPÇÃO DO NOVO PAPEL
Separação das esferas socio-familiar e laboral
.....................
Bom e Mau Doente (Perfis)
24
AULA TEÓRICA 7/01/03
Adopção de um novo papel
Separação das esferas socio-familiar e laboral
Rodriguez Maria
Perda do Apoio Social
Crenças sobre o doente hospitalizado
“Bom Doente”
Locus de controlo de saúde
“Mau Doente”
Externo
Interno
Todos os problemas dele se resolvem
de fora para dentro .
O controlo da situação é posta no exterior.
O próprio doente é que resolve
os seus problemas.
BOM DOENTE
o
Cumpre todas as ordens
o
Não faz perguntas
o
Faz poucas queixas
o
É pouco exigente
Desejabilidade social é o
o objectivo deste
tipo de doente
PASSIVO
Não tem que ser, necessariamente, um doente bem ajustado ou satisfeito
PASSIVO
Indefesa aprendida
Quer na Hospitalização
Quer no pós-alta
MAU DOENTE
o
Não assume todas as regras do hospital
o
Demonstra quando não está de acordo, revelando-se muitas vezes hostis e irritável
o
Participa no seu processo Terapêutico
ACTIVO
Procura de informação
25
ACTIVO
Consequências negativas
Condutas auto-agressivas
(os perfis psicosociais estão todos
na doente
veterana)
O doente pode deixar de administrar os
Medicamentos
relação com o pessoal
BOM E MAU DOENTE
Locus do controlo
Experiência de internamento
Adaptação Emocional à Hospitalização
A hospitalização é vista como
um acontecimento de vida
(live event)
Hospitalização
Acontecimento vital stressante
1.
2.
3.
4.
indivíduo está doente
Diminuição do recurso de confronto ao stress
Doentes com sintomatologia Depressiva e Ansiosa – difícil recuperação
Dependência, perda de intimidade, perda da liberdade de acção, perda de papéis, perda de apoio
social, despersonalização
Hospitalização- Factor Stressante Auto-Percebido
Relacionado com características sócio-demográficas
 Sexo
 Idade
26
 Aspectos da Hospitalização
 Recursos Próprios dos doentes (ex.cunhas)
RESPOSTAS EMOCIONAIS
DEPRESSÃO
ANGÚSTIA
ANSIEDADE
Hospitalização
Hospitalização- Bom Preditor
Em suma:
Stress físico
Stress Cultural
HOSPITALIZAÇÃO
Stress Social
Stress Psicológico
Modelo bio-psico-social
PERFIS PSICOSSOCIAIS DO DOENTE
Doente
Actor Principal
Palcos e cenários hospitalares
Quando capturado pelos processos e relações
psicossociais
Acto terapêutico
Doente
Actor Principal
Emancipação
Pessoa Doente
Carta dos direitos e deveres do doente
Lei de Bases da Saúde
Doento-Centrica
27
Participação Activa do doente
Cuidados de saúde
Figura central
Sistema de saúde
Domínio dos saberes e das práticas
Médicos
Destituir
Autonomia
PESSOA DOENTE
PESSOA DOENTE
Escutada – adequadamente
Informada
Informação Prestada
Estratégia Poderosa
Mudança de Representação social do doente
PESSOA DOENTE
Mudança da representação social do doente
Mero caso clínico
Ser Psicossocial
28
Palcos e cenários hospitalares
Normativas Institucionais
Médico Eleito
Fonte de Informação Privilegiada
Modelos de Informação
Modelos de Informação
Trajectórias percorridas pelo doente
Alicerçado em Princípios
Congruência
Sequencialidade
Sistematização
Trajectórias percorridas pelo doente
Informação
Ajustamento Psicossocial do doente
O DOENTE PROTAGONISTA
Para a maior parte dos doentes
“Encontros singulares”
médico-doente
Não satisfazem as suas expectativas
Participação no trabalho médico
escassez de queixas
informação recebida
Pois as queixas nos hospitais são nominais,
têm medo de retaliação
29
O DOENTE NÃO ASSUME
Agente controlador e auditor
Atitude pró-activa e reivindicativa
Medo de represálias
Retaliação Assistencial
“Cerco” Desinformativo
Intimidação de doentes
Atitude pró-Activa e partem em
Busca de Informação
Tentativa de Ingerência e de controlo
do trabalho médico
Desvaloriza
Estratégias Adoptadas pelos Doentes
Caça à informação
Médicos
Tendem a adoptar
Rotinas de Padrões de comunicação
Confrontados
Situações
Desagradáveis
Stressantes
Ambíguas
Taylor (1988)
Dois pólos de um continuum
ComunicaçãoTerapêutica
Comunicação Experimental
30
EstiloExperimental:
 Enfatizam a partilha de Informação

Mostram-se mais abertos à discussão dos diferentes aspectos relacionados com a doença

Encorajam os doentes a participar no processo de tomada de decisão

Contribuem para a redução da incerteza
Estilo Terapêutico:
 Adoptam uma atitude mais paternalista

Recomendam uma terapêutica à qual esperam que o doente adira

Aplicam rotinadamente uma terapia estandardizada

Consideram a informação como indutora de ansiedade no doente

Provocam emergência e reforço de sentimentos de dependência face ao seu poder e experiência.
Médicos
Estilo Comunicacional Terapêutico
Rigidação dos seus discursos
Estratégias
Evasão
Dissimulação
Médicos
Movimentos de retirada
Papel de Informador Privilegiado
elege
“Embaixadores Informativos” (família)
Mensageiros Secundários ( grupo de profissionais que rodeiam o médico)
Quanto mais grave a doença eles arranjam
À Margem da Fonte de Informação Privilegiada
DOENTE
31
Expert Informativo (Roth, 1963)
Informador privilegiado
Doentes admitidos pela
primeira vez
doentes que se encontram
em situações clínicas semelhantes às suas
(conceito de doente saudável)
Os perfis só surgem à margem da fonte privilegiada que é o médico.
Carapinheiro usa o perfil de doente profissional
Ao longo dos sucessivos internamentos , o doente vai conhecendo melhor a
sua doença
Ganha especialização – corpus de savoir faire – na manipulação de situações
de internamento
DOENTE VETERANO
Captura de um espaço informal
mensageiro secundário da
informação
prestada
Agente de Ensino no acto informador
Saber profundo
+
Linguagem não erudita
Discurso Inteligível
Prestador de cuidados
Perito Poderoso e Independente
Relação Viciada
Mudar as atitudes e comportamentos
Doente
Receptor ignorante da
comunicação
Prestador de cuidados
doente
Incapaz de assumir o papel de actor social
32
Recurso a estratégias de conformismo e colaboração
Negociações Estratégicas
Doente Activo
Protagonizadas
Batalha
Caça à informação
As MODALIDADES de que se reveste a informação prestada
Capturar esboços inerentes ao protagonismo dos doentes
Permitem identificar os traços de perfis Psicossociológicos
Doente
detective
INFORMADO
Actor
dessimulado
Doente
advinha
DOENTE
Doente especialista
Doente
vigilante
DESINFORMADO
Doente
Informador
Benigno
Doente
Informador
Maligno
Doente Detective (Dias, 1996)
Desenvolve deseperadamente estratégias de desocultação da informação, recorrendo a verdadeiros
inquéritos
Doente Vigilante (Dias, 1996)
Nas margens da incerteza e da indeterminação, impõe-se, capturando os vazios de um modelo de
informação inexistente
Actor Dessimulado (Dias, 1996)
Recorre a mecanismos ardilosos para exercer um controlo subtil na recolha de informação.
33
Doente Advinho
Escrutina o seu diagnóstico e prognóstico mediante as terapêuticas que lhe são prescritas, bem
como pelas trajectórias que simbolicamente percorre.
Doente Especialista
Especializado nos curricula profissional e pessoal dos médicos, organiza processos de
categorização dos profissionais de saúde através do diálogo inter-doentes
Doente Informador Benigno
Personificado pelos doentes com tempo de sobrevida longo, simboliza e credibiliza o aspecto de
cura da doença.
Doente Informador Maligno
Portador de informações alarmistas, a sua imagem é comprometedora do sucesso dos recursos
biomédicos.
CATEGORIA DE DOENTE INFORMADO
Agentes pesquisadores de informação que procuram assumir o controlo do processo informativo
Opositor à conspiração do silêncio que normalmente subverte o ..........
Informação obtida mais que estratégias de ajustamento psicossocial
Desencadeia sistematicamente uma panóplia de estratégias de desocultação de informação
Recorre a uma multiplicidade de informadores privilegiados
Estabelece uma relação de aprendizagem de igualdade entre pares com os outros doentes
Converte-se num verdadeiro agente “activo” e vigilante ao longo do percurso assistencial
DOENTE DESINFORMADO
Denota um baixo grau de aderência às terapêuticas prescritas, conduzindo por vezes ao seu
abandono
O abandono das terapêuticas prescritas é a morte
Dar informação aos doentes será benéfico do ponto de vista do seu ajustamento psicossocial e
obviamente relevante em termos de qualidade global da prestação de cuidados de saúde.
Face às diferenças de carácter individual, os doentes beneficiam mais quando a informação
prestada é congruente com as suas estratégias de coping.
34
AULA TEÓRICA 14/01/03
O corpo – “ do ideal ao real”
O corpo é uma realidade mutidimensional em que se entrecruzam o biológico, o psíquico, o social e .......
IMAGEM CORPORAL
Conceito dinâmico que consiste no modo como cada um se vê a si próprio
fisicamente e conceptualiza a sua própria aparência.
No fundo, consiste numa representação psíquica, aprendida acerca do seu corpo.
Para este autor, a Imagem Corporal compreende três aspectos:
Realidade do corpo
Define o corpo tal como este é realmente
Representação do corpo
Consiste no modo como este é apresentado ao meio envolvente, em situações
sociais ou íntimas.
Ideal de Corpo
É o padrão internalizado pelo qual a realidade ou representação do corpo são
julgadas. Consiste no modo como cada um sente interiormente o que gostaria
que o seu corpo fosse ou o modo como cada um gostaria que o seu corpo fosse
ou o modo como cada um gostaria que os outros o vissem.
CORPO – Domínio Social
Os cuidados prévios com a imagem funcionam como facilitadores ao atingir de qualquer objectivo.
Hoje assume-se que tudo o que “parece” é ........
 “ Estar bem ” fisicamente tornou-se equivalente a “ser bom” profissional
 “ A boa aparência” constitui-se como um passaporte para o sucesso social e profissional.
O culto da imagem corporal constitui a principal forma de apresentação de “self” nas sociedades actuais.
A EVOLUÇÃO DO CORPO
Trilogia do modelo industrial : corpos limpos, saudáveis, e disciplinados
O corpo passivo do passado dá origem a um corpo “activo”, “produtivo” e saudável – adaptado
às necessidades do novo sistema.
A robustez física emerge como corolário das imagens corporais socialmente valorizado.
O corpo passou a constituir uma componente imprescindível e inseparável da identidade
moderna.
O indivíduo é então responsabilizado pelo aperfeiçoamento e cuidado da sua imagem e forma
física; não investir neste domínio é aceitar uma condenação ao estigma do insucesso social.
O conceito de corpo perfeito bem como o ideal de beleza têm vindo a sofrer importantes
alterações a par da própria evolução das sociedades.
35
Nas sociedades ocidentais foi a partir da revolução industrial que o corpo assumiu
particular visibilidade:
 início do séc. XX – Promoção da higiene – primeiro movimento social de mudança nos cuidados
com o corpo e imagem
Alterações sociais e movimentos – movimento feminino; libertação homossexual

Após a década de 60 – novas mudanças nas formas de valorização social do corpo:
A robustez física e a capacidade produtiva “corpo instrumento e corpo monofuncional”
Corpo hedonista = o corpo enquanto expressão do prazer do sucesso social; corpo
desfrutável e corpo multifuncional.
O aumento das exigências de um ideal de corpo (feminino) magro, a idealização da magreza e a
corrida desenfreada ao controlo do peso faz parte das culturas ocidentais desde o início do séc.XX.
Mas somente após a 2ª Grande Guerra, particularmente após os anos 60 é que as dietas e o culto
da magreza obtiveram o estatuto de um obsessão cultural massiva.
Ter um corpo saudável já não basta é necessário um corpo jovem, belo e bem cuidado.
A sociedade de consumo em que vivemos, com toda a sua tecnologia de desenvolvimento,
convida-nos a desafiar e contrariar as imperfeições da Natureza, o envelhecimento, a doença e mesmo a
morte, promovendo a perfeição.
Os meios de comunicação, em geral, tornam-se os principais veículos de difusão e, em certa
medida, de construção deste novo modelo de valorização social do corpo.
Promoção de uma utopia?
Esta mensagem é passada de forma tão abrangente que atinge mesmo as crianças, por mais novas que
sejam quer através da configuração de heróis dos desenhos animados, quer mesmo através do porte físico
escolhido para brinquedos tão populares como a barbie ou o ken.
Neste sentido, alguns autores afirmam que estes (e outros) bonecos exibem um ideal corporal
impossível de alcançar.
Segundo, Thompson os brinquedos mais comercializados têm uma acentuada influência na
formação e representação do próprio corpo nas crianças.
Enquanto os padrões de magreza e os ideais de imagem corporal têm vindo a sofrer importantes
alterações, um crescente número de mulheres têm vindo a desenvolver preocupações com o seu peso.
Na população em geral houve uma proliferação das perturbações alimentares nas décadas de 70
e 80, o que se torna compreensível como um correlato directo da divulgação e propagação cultural de um
ideal de imagem corporal cada vez mais magro.
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Na hipervalorização da boa aparência, o rosto conjuga grande parte de investimentos estéticos:
Pela sua visibilidade social
Por construir o principal elemento corporal........
O rosto encerra em si uma série de simbolismos específicos que lhe conferem ume importância acrescida:
Boca – significados comunicacionais , funções expressivas
Assume-se então, pela sua crescente visibilidade e importância social, que o dever de manter uma boca
“esteticamente agradável” se sobrepôs à importância atribuída à manutenção de uma boca saudável.
Falta de dentes, dentes deteriorados ou muito irregulares são hoje imperfeições intolerantes ao
nível social, mas.................
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Por isso a procura de cuidados dentários tem deixado de se circunscrever a tratamento/
prevenção da cárie ou outras patologias dentárias, e tem aumentado a procura de cuidados estéticos que
aperfeiçoem ou mantenham uma boa aparência da boca.
AULA TEÓRICA 21/01/03
“Sofrimento e dor”
SOFRIMENTO
“O sofrimento envolve o indivíduo numa bruma que lhe limita o horizonte existencial e mancha de
escuro as suas experiências e expectativas de vida!”
Gameiro, 1999
SOFRIMENTO = SÍNDROME
“O sofrimento é uma característica ontológica do ser humano enquanto “consciente de si” e
confrontado com a sua vulnerabilidade e finitude. Sofrer é viver o impacto de um mal-estar
biopsicossocial intenso que domina a consciência e altera a experiência existencial e a capacidade de
relação com o mundo”
Gameiro, 1999
“A primeira premissa para a compreensão do sofrimento é a aceitação do subjectivo”
Não é a gravidade objectiva de um doença, de uma perda ou de um acontecimento que ocasiona
sofrimento, mas a significação que a pessoa atribui à experiência.
SOFRIMENTO COMO IMPERATIVO


A Razão Humanitária
A Razão Terapêutica
DOR
“A dor não é o que viaja ao longo dos nervos, mas antes a nossa própria experiência pessoal”
O QUE É A DOR?
Modelo Biomédico
Estimulação Fisiológica
Dor
O modelo Biomédico da dor, em que esta era considerada apenas o resultado de estimulação fisiológica,
parece ter sido totalmente abandonado.
Em 1996, A International Association for the Study of Pain, definiu Dor como uma “experiência
emocional e sensorial desagradável; associada com danos teciduais existentes ou potenciais, ou descrita
em termos de tais danos”.
VISÃO MULTICAUSAL DA DOR
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TEORIA DO PORTÃO DE CONTROLO DA DOR
Cérebro
-expectativas
Estímulo Psicológico
-experiência
Fibras longas
Sistema de Acção
-humor
PORTÃO
-comportamento
DOR
Fibras curtas
Percepção da dor e não só sensação de dor
Indivíduo como activo e não passivo na experiência da dor
Papel da variabilidade individual
Multicausalidade
Interacção entre mente e corpo
A TIPOLOGIA DO SOFRIMENTO




Sofrimento no Corpo – A fonte física
Sofrimento nas Relações Interpessoais – Fonte Sociocultural
Sofrimento na Vontade – Fonte existencial–espiritual
Sofrimento no Sentimento de Unidade e de Coerência do “Eu” – A fonte Psicológica
A TIPOLOGIA DA DOR
 Dor Aguda: Ocorre em lesões teciduais, desaparecendo frequentemente com a sua cura
 Dor Crónica: Tipo de Dor persistente após o cumprimento da sua função de sintoma de ferimento
ou doença, passando a caracterizar-se como um sintoma independente.
Dor Crónica
Dor Crónica
Raramente se encontra
Associada a lesões teciduais,
embora estas possam ter existido
no passado
DOR PSICOGÉNICA:
Dor Crónica
Benigna:
Maligna:
Encontra-se
associada a lesões
teciduais repetidas
ou contínuas
encontra-se quando a dor não consegue ser explicada ou quando a
intensidade é bastante superior ao que seria esperado, que pode resultar de
uma perturbação do comportamento.

Pode acontecer como via expressora de algo que não pode ser comunicado de outro modo

A componente emocional inconsciente pode ser difícil de discernir
VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS QUE INFLUENCIAM
A percepção da dor
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DOR
Ansiedade/
medo
Comportamento
suporte social
Expectativas
Interpretação Social
Percepção de controlo
Depressão/Solidão
O PROCESSO DO SOFRIMENTO
Choque e Descrença
Consciencialização
São passagens normais e
pode haver regressão
regressão
Restabelecimento
regressão
Os Aspectos Positivos do Sofrimento:
 O seu poder criativo
 A busca de significados
 O sofrimento motiva-nos para os outros
 A Dimensão Espiritual ou Transcendente do Sofrimento
 O desafiar do Profissional de Saúde
Exame:
 Evolução do conceito... aliado ao Biopsicossocial (modelo) e ao Bom Doente
 Preparação da criança para a consulta – aliada à Dor e Sofrimento
 Hospitalização em conjunto com os perfis dos doentes
 Educação para a Saúde como Estratégias de Saúde, e a Prevenção da Saúde
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