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Última Chance
“Tom & Vinicius”,
Marcelo Serrado,
como Tom Jobim,
e Thelmo Fernandes,
o Vinicius do espetáculo:
auge da parceria
que repetiu no Rio
o sucesso de sua
temporada paulista,
sai de cartaz
neste domingo e só
Fotos: divulgação
Estela Albani
volta em março
Corra enquanto é tempo
Interpretar Tom Jobim era um sonho
para Marcelo Serrado, que se prepa­
rou cuidadosamente para que o dese­
jo se tornasse realidade. Ele pesquisou
com afinco sobre o maestro, co­nheceu
e conversou com membros de sua fa­
mí­­lia, observou detalhadamente ví­deos
e filmes com imagens do autor de “Ga­
rota de Ipanema”. Mas ele não poderia
fazer tudo sozinho. Eram necessários
ainda o texto de Josimar Carneiro, a
direção de Daniel Herz e, claro, a par­
ceria em cena de Thelmo Fernandes,
que encarna em cena o parceiro e ami­
go Vinicius de Moraes. Nascia assim
“Tom & Vinicius” que, depois de cum­
prir vitoriosa temporada de três me­
ses em São Paulo, repetiu o sucesso no
cenário preferido de seus protagonistas
e interrompe a função no Teatro João
Caetano neste domingo, retornando à
Praça Tiradentes em março, só que no
vizinho Carlos Gomes.
“Tom & Vinicius” retrata os dois geni­
ais artistas entre 1956 e 1966, época
áu­­rea da parceria e quando criaram
seus maiores clássicos. No palco são
apresentadas 19 canções, entre elas
“De­safinado”, “Samba de uma nota só”,
“Ela é carioca”, “Por causa de você”,
“Garota de Ipanema”, “Valsa de Eurí­
dice”, executadas por um grupo de seis
músicos. São também 14 atores em ce­
na, com destaque, além da dupla de
pro­tagonistas, para Guilhermina Guin­
le, que interpreta Lila Bôscoli e Lúcia
Proença.
A estreia primeiro em São Paulo foi
estratégica ou por conta de agenda?
Agenda. Não tinha teatro na época dis­
ponível no Rio.
O musical tem figurinos assinados por
Marcelo Pies que criou 140 peças ins­
piradas nas roupas e acessórios usa­
dos nas décadas de 50 e 60. Na úl­ti­ma
parte do espetá­cu­­lo, de­dicada
a um pout-pourri com clás­
sicos da bos­sa no­va, os figu­
rinos são ins­pirados nas ca­
pas de discos as­si­nadas pelo
consagrado de­­signer gráfico
César Villela. A coreografia
é de Márcia Rubin e a tra­
ma começa com o encon­
tro da dupla para compor
o libre­to de “Orfeu da Con­
ceição”, em 1956. Também são
relembra­dos alguns momen­
tos funda­men­­tais na história
da mú­sica brasileira, como gra­­va­
ções do dis­­co “Canção do amor de­­
mais”, com Carol Bezerra no pa­­
pel de Elizeth Cardoso. O pon­to
culminante é o encontro de Jo­
bim com Frank Sinatra, no Car­
ne­gie Hall, em Nova Iorque.
Como se preparou para viver Tom?
Foram três anos de preparação, aulas
de piano clássico e popular, violão e voz
e muitas dores nos dedos e fisiote­
­­ra­­pia. Um trabalho muito duro
e ár­ ­­­­­­duo. Comprei um piano e
bo­tei do lado da cama no meu
quar­to e tocava duas horas
pe­la ma­nhã e duas à noi­
te. Con­ver­­­sei com as fa­
mílias, es­cu­tei bos­sa no­
va e en­trevis­tas do Tom
gravadas para TV. Aliás,
o Tom está per­to de mim
através dos meus pro­
fessores, Eve­li­ny, Marcio
Tinoco, D. Sa­lo­mé Gan­
delman, Deco Fiori, en­tre
ou­tros. Agora o trabalho
está aí, va­leu muita a pena!
A seguir, Marcelo Serrado fala um
pouco deste espetáculo que apre­
­sen­ta a um público novo como eram
dois gênios no auge de sua forma.
A responsabilidade
é maior ao trazer o
espetáculo para o Rio?
Sim, pois foi aqui onde tudo
co­meçou, onde estão as famí­
lias e onde eles cantavam todas
es­sas músicas. A peça é uma
o­de ao Rio de Janeiro. Quan­
Outro espetáculo de qualidade que se despede dos palcos cariocas é “A Mu­
lher que Escreveu a Bíblia”, que deixa o palco do Teatro Clara Nunes no
próximo dia 18. Esta é a segunda temporada no Rio do texto e Moacyr
Scliar adaptado por Thereza Falcão e que tem direção do também ator
Guilherme Piva. Em cena, uma elogiada Inez Viana (que recebeu o prê­
mio Qualidade Brasil 2008) interpreta uma mulher “feia” que, quando
toma consciência da própria feiura e de como isso a exclui da sociedade,
subverte a sociedade em que vive e angaria respeito.
Pelo seu desempenho, Inez e o espetáculo também indicados para outros
prêmios como o Shell 2007 (Melhor Atriz e Melhor Iluminação, de Maneco
Quinderé), Prêmio Extra (Melhor Atriz) e Prêmio APTR (Melhor Atriz).
Alfabetizada pelo escriba de sua aldeia, a “feia”, filha mais velha do chefe
de uma tribo, se casa com ninguém menos do que o Rei Salomão, num ca­
samento político. Ela se apaixona pelo marido de conveniência e não é re­
tribuída pelo monarca, que a rejeita por sua aparência. Mas a “feia” ama­
durece e se torna bela através de sua sabedoria.
Inez está sozinha no palco no papel de narradora e personagem principal
da história, em mais um caso de amor de Scliar pelos excluídos da socie­
dade. Como romance, a história teve carreira igualmente vitoriosa e va­
leu ao escrito o Prêmio Jabuti de 2000.
I A Mulher que Escreveu a Bíblia • Teatro Clara Nunes
I Tel.: (21) 2227-9696 • O espetáculo não é recomendado para menores de 16 anos
do vejo aquele teatro todo lotado se
emo­cionando e cantando jun­to aqui
no Rio é uma outra emoção.
Qual o caminho do espetáculo agora?
Vocês voltam depois do Carnaval?
I Tom & Vinicius
I Teatro João Caetano • Tel.: (21) 2221-2852
I O espetáculo não é recomendado
I para menores de 12 anos
Carlos Gomes até junho e segundo se­
mestre na zona sul do Rio.
•
Devido ao sucesso no Teatro João Ca­
etano, a temporada continua a partir
do dia 6 de março no Carlos Gomes.
coxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxiacoxia
•••••
Sábado e domingo são os últimos dias
para conferir “A Noite do Barqueiro”,
no SESC Ipiranga (tel.: 11-3340-2000),
com texto e direção de Samir Yazbek.
O ator Hélio Cícero, que comemora 30
anos de carreira, vive um homem que
re­flete sobre a vida e sua existência.
Para maiores de 14 anos.
•••••
A segunda edição do projeto Cenas de
um Ator, que fez sucesso no ano passa­
do, começou no dia 19 de janeiro, quan­
do Leandra Leal entrevistou Ma­rí­­lia
Pêra (foto). Os encontros são rea­­li­za­
dos no Centro Cultural So­lar de Bo­­­­ta­­­fo­
go (21-2543-5411). Na próxi­ma edi­­ção,
dia 16, Jac­queli­­ne Lau­­­ren­­ce e Tia­go
Mendonça vão fa­­lar so­bre teatro. O
pro­­jeto re­tor­na em março com Esther
Goes e Ca­co Ciocler (dia 2), Fran­cisco
Cuoco e Ema­nuelle Araújo (9), Ana
Rosa e Mou­hamed (16), Gracindo Ju-
nior e Caco Ciocler (23) e Tonia Carrero e Leona Cavalli (30).
Robert Schwenck
Para os pequenos, acaba de estrear no
teatro Folha (tel.:11-3823-2737) “Cinderela”, musical dirigido por Eduardo
Martini, com texto de José Wilker. O
espetáculo é uma divertida versão do
clá­ssico infantil e incentiva as crianças ao hábito da leitura. Livre.
A imperdível comédia “Oito a Ze­ro”,
dirigida por Pe­dro Garrafa, brinca
com os es­tereótipos do torcedor bra­si­
leiro no pal­co do Teatro União Cultu­
ral (11-2148-2905). Fala de uma tor­ce­
­dora fanática que faz uma promes­sa
solene: se o seu time do coração for
pa­­ra a final do campeonato, assisti­rá
ao jogo da torcida ad­ver­sá­ria. Indi­
ca­­­ção: 14 anos.
Daniel Pacifico
Tapa com luva
Atores de Núcleo de estudos do Tapa
interpretam texto de Vianinha
Marcelo e Isabella
em cena: nos caminhos
do Grupo Tapa
Isabella Lemos e Marcelo Pacífico, atores do Núcleo de
Estudos do Grupo Tapa, levam ao palco “Mão na Luva”,
peça escrita por Oduvaldo Vianna Filho. O trabalho é o
primeiro espetáculo que sai das oficinas do grupo tea­
tral existentes desde 1999 e coordenadas por Guilher­
me Sant’Anna e o Brian Penido Ross.
A concepção e direção são dos próprios atores, que conta­
ram com a supervisão artística de Eduardo Tolentino. “O
grupo entrou como coprodutores para colocar a peça em
cartaz. Só de ter um aval do Tapa já é um merecimento e
tanto para nós”, se orgulha Pacífico. Apesar de já traba­
lhar com teatro profissional desde 2002, o ator reconhece
a importância do núcleo de estudos para seu desenvolvi­
mento. “Todos eles têm uma preocupação com o texto, a
palavra, a simplicidade e a limpeza de gestos em cena. Por
isso me identifiquei com seu método de trabalho.
Ele retornou à ‘sala de aula’ há cerca de 18 meses, quando
conheceu Isabella. A ideia de encenar “Mão na Luva” par­
tiu de ambos, empolgados com a complexidade da obra.
A peça enfoca a noite de separação de um casal, chamados
pelo autor de Ele e Ela, depois de nove anos de casamento.
A primeira de pouquíssimas encenações deste texto foi fei­
ta em 1984, por Marco Nanini e Juliana Carneiro da Cu­
nha, com direção de Aderbal Freire Filho.
Para o ator, estar no palco é muito importante, mas o estu­
do constante é fundamental para a profissão. “Muitas ve­
zes não temos tempo para desenvolver um trabalho”, ex­
plica. “No Tapa, este período é respeitado. Um apoio en­
riquecedor para o trabalho do ator.”
•
I MÃO NA LUVA • Viga Espaço Cênico • Tel.: (11) 3801-1843
I O espetáculo não é recomendado para menores de 14 anos
Teatro - A gente vê por aqui
Esta página é aberta a todas as manifestações teatrais. Para participar: [email protected]
• www.redeglobo.com.br
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