III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG I Salão de Extensão & I Mostra Científica http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao ISSN 2318-8014 USO DE MEDICAMENTOS NA GESTAÇÃO Patrícia Menona, Roberta Soldatelli Pagno Paimb a Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade da Serra Gaúcha;patrí[email protected] b Mestre em Biotecnologia. Docente da Faculdade da Serra Gaúcha; [email protected] Informações de Submissão Patrícia Menon, endereço: Distrito de Fazenda Souza, 275 - Caxias do Sul - RS - CEP: 95125-000 Palavras-chave: Uso de medicamentos. Gestação. Gestantes. INTRODUÇÃO: O uso de medicamentos na gestação representa, ainda hoje, um desafio para a medicina, visto que grande parte dos fármacos atravessa a barreira placentária e, na maioria, não foi testada clinicamente em gestantes, podendo vir a ocasionar diversos problemas congênitos ao feto. Ao mesmo tempo, a automedicação, o fenômeno da medicalização e a falta de informação sobre os riscos do mau uso de medicamentos são problemas adicionais (ARAÚJO et al., 2013). O acidente com a talidomina gerou sérias preocupações quanto à segurança do uso de medicamentos em mulheres gestantes (MENGUE et al., 2001). O forte crescimento da indústria farmacêutica fez com que os medicamentos ocupassem um lugar de destaque para a cura das doenças e alívio de sintomas. Contudo, o uso sem limites de medicamentos acarreta consequências negativas para a mãe e para o feto, aumento de efeitos colaterais e reações adversas, que muitas vezes são gravíssimas (AMADEI et al., 2011). Diante do exposto, este trabalho, resultado de uma Atividade Prática Supervisionada, tem como objetivos citar os riscos do uso de medicamentos na gestação, além de contribuir com informações a respeito do uso racional de medicamentos na gestação. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: O uso de medicamentos na gestação tem preocupado os especialistas em saúde, merecendo uma atenção especial pelos riscos potenciais ao feto em desenvolvimento. Os médicos estão no meio de duas variáveis extremas: o bem estar da mãe e o Caxias do Sul – RS, de 15 a 17 de Setembro de 2015 III Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 817 medo da embrio/fetoxicidade. Mulheres grávidas continuam sendo expostas a grande número de medicamentos cuja segurança nem sempre está bem estabelecida (FONSECA; FONSECA; BERGSTEN-MENDESA, 2002). Quando se usa um fármaco na gestação, prescrito pelo médico ou não, deve-se avaliar sempre o fator risco-benefício para a mãe e o feto (BRUM et al., 2011). Os efeitos sobre o feto dependem do fármaco ou substância, da paciente, da época da exposição durante a gestação, da frequência em que o medicamento foi usado e da dose total (OSORIO-DECASTRO et al., 2004;). MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada a partir das bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), utilizando como recorte temporal artigos publicados entre os anos de 2000 a 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Há inúmeros riscos nos quais as mulheres estão expostas durante a gestação, além disso, existe uma elevada utilização de medicamentos nos quais não há informação suficiente em relação à segurança de seu uso (MENGUE et al., 2001). Com o objetivo de descrever o uso de medicamentos prescritos e não-prescritos em gestantes, Brum et al. (2011) encontraram uma prevalência de 90% do uso de medicamentos, uma média de 4,1 medicamentos por gestante, dos quais 83,6% foram prescritos e 16,4% foram utilizados por automedicação. Do total de medicamentos, 17,5% estão incluídos na categoria C de risco ao feto. No estudo realizado por Mengue et al. (2001), os medicamentos mais utilizados pelas gestantes são antianêmicos e vitaminas, dipirona, ácido acetilsalicílico e paracetamol. Os estudos são claros ao afirmar que o paracetamol é o analgésico mais usado durante a gravidez e que há restrições específicas para a utilização de dipirona e ácido acetilsalicílico. Em relação à automedicação, no estudo realizado por Araújo e colaboradores (2013), verificou-se a associação entre a automedicação e o menor número de consultas no pré-natal, ficando evidente a vulnerabilidade desta população ao uso de medicamentos. CONCLUSÃO: Fica evidente, neste estudo, a necessidade das gestantes utilizarem medicamentos diante dos poucos estudos sobre segurança. Observou-se que o uso de medicamentos é frequente, e muitas vezes através da automedicação, fato que sugere a necessidade de medidas educativas e preventivas com a finalidade de promover o uso racional de medicamentos na gestação. Cabe aos profissionais da saúde, educadores permanentes de prevenção e, muitas vezes, ponto de referência para os usuários de serviços de saúde, esclarecer eventuais dúvidas e ser mediador na conscientização da população quanto aos riscos de utilizar fármacos na gravidez e, desta forma, tentar reduzir ao máximo os índices de má formação do feto ou complicações para a figura materna como consequência desse ato. Caxias do Sul – RS, de 15 a 17 de Setembro de 2015 III Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 818 REFERÊNCIAS AMADEI, S. U. et al. Prescrição medicamentosa no tratamento odontológico de grávidas e lactantes. RGO - Rev Gaúcha Odontol, v. 59, p.31-37, 2011. ARAUJO, D. D. et al. Consumption of medicines in high-risk pregnancy: evaluation of determinants related to the use of prescription drugs and self-medication. Braz. J. Pharm, v.49, n.3, p. 491-499, 2013. BRUM, L. F. S. et al. Utilização de medicamentos por gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde no município de Santa Rosa (RS, Brasil). Ciênc. saúde coletiva, v.16, n.5, p. 2435-2442, 2011. FONSECA, M.R.C.C.; FONSECA, E.; BERGSTEN-MENDESA, G. Prevalência do uso de medicamentos na gravidez: uma abordagem farmacoepidemiológica. Rev Saúde Pública, v. 36, n.2, p.205-212, 2002. MENGUE, S. S. et al. Uso de medicamentos por gestantes em seis cidades brasileiras. Rev Saúde Pública, v.35, n.5, p.415-420, 2001. OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S.; PAUMGARTTEN, F. J. R.; SILVER L. D. O uso de medicamentos na gravidez. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n.4, p.987-996, 2004. Caxias do Sul – RS, de 15 a 17 de Setembro de 2015