BANCO SEMENTES CRIOULAS: E O ENSINO DE FILOSOFIA NO MST Mariza oliveira natividade1; Poppy Brunini Pereira Nuñez2; Alessandro da Silva Maia3; Ariadine4. RESUMO O presente artigo mostra o trabalho de resgate da biodiversidade desenvolvido pela regional de Tupanciretã do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) através da organização de um banco de sementes crioulas e apresenta as ligações da filosofia e pedagogia na discussão do banco de sementes. A atividade se desenvolve dentro da campanha “Sementes: Patrimônio da Humanidade” da Via Campesina5, a qual pretende conscientizar tanto agricultores como a população em geral da importância do controle das sementes por parte dos agricultores familiares, bem como busca a discussão de temas filosóficos presentes como suporte para a compreensão da bioética, da dialética, da autonomia, do estranhamento realizando uma compreensão totalizante da realidade dos assentados que participam do banco de sementes criado em março de 2003. O trabalho apresenta os passos seguidos por agricultores, técnicos e freis que trabalham em Tupanciretã que se dispuseram a coletar, selecionar e guardar sementes crioulas para montar um banco que mostre a diversidade existente nos assentamentos da reforma agrária e buscando propor um caminho para o ensino da filosofia a partir de temas geradores ou como diria Paulo Freire, "palavras sementes" para a problematização filosófica baseada na realidade criada por essa atividade do cotidiano dos assentados do MST, MAB (Movimento dos Atingidos pelas Barragens) e Municipários6 que participam do projeto do banco de sementes. Palavras chave: sementes crioulas, biodiversidade, banco de sementes, MST, MAB, ensino de filosofia. 1 Professora Dr. da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Curso de Ciências Sociais e Políticas Engenheira Agrônoma. Mestre em Extensão Rural. Técnica da Coptec. E-mail: [email protected] 3 Acadêmico do curso de Filosofia da UFSM. E-mail: [email protected] 4 Acadêmica do curso de Pedadogia da UFSM 5 A Via Campesina é uma organização internacional que envolve organizações do meio rural e no Brasil está composta principalmente pelo MST, MAB, MPA,(Movimento dos Pequenos Agricultores), MMC (Movimento de Mulheres Campesinas), FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil) e PJR (Pastoral da Juventude Rural). 6 Municipários são assentados da reforma agrária, que não tem ligação com o MST, suas lutas são locais, acampando e buscando terra no seu município de origem, estando ligados ao MPA. 2 INTRODUÇÃO Diante da grande perda de sementes crioulas e sua conseqüente perda de biodiversidade por parte da agricultura familiar, a Via Campesina lançou durante o III Fórum Social Mundial7, a campanha “Sementes: Patrimônio da Humanidade”. A campanha também pretende barrar a entrada de sementes transgênicas dentro da agricultura familiar, considerando elas um novo pacote tecnológico que provocará ainda mais dependência e exclusão nos agricultores. Dentro desse contexto, o MST, membro integrante da Via Campesina, tem proposto para suas diferentes regionais ações que incentivem a produção de sementes crioulas, lançando cartilhas e propondo ações concretas. A partir dai, surge na regional de Tupanciretã, a proposta de criar um banco de sementes organizado por agricultores assentados, e técnicos da Coptec (Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos Ltda) e MAB com os Freis Capuchinos e Franciscanos8. O seguinte trabalho, pretende mostrar como foi montado esse banco de sementes, os objetivos que se tem com o mesmo e as propostas políticas a partir de sua criação. A HISTÓRIA DAS SEMENTES Desde começos da humanidade, agricultores e especialmente agricultoras, tem conservado, selecionado e melhorado sementes, dando origem a uma grande diversidade de cultivos e variedades utilizadas na produção agrícola. Os camponeses e camponesas de todo o mundo tem sido desde sempre os principais responsáveis pela manutenção da biodiversidade de cultivos, mantendo variedades adaptadas a diferentes regiões, por gerações. 7 Evento ocorrido na cidade de Porto Alegre - RS, nos dias ???, que reuniu, entidades, movimentos sociais, ONG's, Partidos Políticos e intelectuais de todo o mundo, tendo por objetivo discutir a realidade neoliberal e globalizante, suas contradições e efeitos na perspectiva de construir uma agenda mundial propositiva de alternativas para a viabilização de de um novo mundo. 8 Os Freis moram no Assentamento Santa Rosa desde a implantação, no ano de 1999, colaborando com a formação política e religiosa de todos os assentamentos de Tupanciretã (17 assentamentos), além de desenvolverem projetos e práticas agroecológicas. Hoje em dia perdeu-se grande parte desta biodiversidade devido às sementes tornarem-se uma mercadoria, nas mãos das multinacionais, gerando um grande negocio que produz muito lucro. Com a “Revolução Verde” a produção agrícola no Brasil passa a depender de insumos externos. Agroquímicos e maquinaria agrícola se fazem cada vez mais comuns no meio rural, gerando tal dependência no agricultor que muitos deles esqueceram os métodos tradicionais de produção. Hoje acontece na nossa frente a segunda fase da “revolução”, onde as multinacionais expandem cada vez mais seu controle na produção e comercialização de sementes. Esse processo de perda do controle das sementes por parte dos agricultores começa com o desenvolvimento das sementes híbridas e chega o seu cume com o surgimento das sementes transgênicas com suas políticas de royalties e a perda de seu poder germinativo. Segundo Barchifontaine & Pessinee (1991), Os agricultores serão obrigados a pagar royalties das prodigiosas sementes pela geração de vegetais e animais que comprem ou reproduzam com fins lucrativos. Os preços das "prodigiosas" sementes patenteadas, conseguidas mediante manipulação genética serão muito mais altos que os das espécies tradicionais, e os agricultores e pecuaristas não poderão, sob pena de ilegalidade renovar suas espécies vegetais e animais sem licenças ou pagamento de royalties. Dessa forma, a comunidade rural perderá seu último mecanismo de controle no primeiro anel da cadeia alimentar e ficará sob a total dependência das companhias transnacionais. (p. 251) Os movimentos participantes da Via Campesina, conscientes dessa problemática decidiram enfrentar este processo, conscientizando tanto agricultores como o resto da sociedade de que “nenhuma nação será soberana se não tiver o domínio da produção de sementes” (Via Campesina, MST, 2002). Entre as atividades propostas pela Via Campesina podemos citar o desenvolvimento de bancos de sementes regionais, organização de feiras para troca-troca de sementes crioulas, a preparação e distribuição de material escrito e de fóruns para discussão dessa problemática. O primeiro banco de sementes que surge dentro da campanha "sementes: patrimônio da humanidade" é na regional de Tupanciretã. RESGATANDO SEMENTES Os Freis Capuchinos e Franciscanos da Comunidade Pe. Josimo, tem desenvolvido desde 1999 em Tupanciretã diferentes ações para permitir o resgate de sementes crioulas, produção de mudas de ervas medicinais e trabalhos em agroecologia em vários assentamentos do município, trabalho que se intensifica com a chegada da equipe técnica da Coptec e MAB em Tupanciretã em 2001. O trabalho começou reunindo a equipe interessada para definir a forma em que se desenvolveria o trabalho. Definiu-se centralizar as sementes na comunidade dos freis, até conseguir identificar e classificar as mesmas. As sementes foram chegando até a comunidade ou recolhidas nas casa dos agricultoras durante visitas da assistência técnica. As mesmas tem como origem assentamentos e reassentamentos do MST, MAB e Municipários. Logo após coletar as sementes, elas foram acondicionadas em potes de plástico transparente com tampa, após foram fotografadas e classificadas com os nomes populares fornecidos pelos agricultores. Desde o processo de distribuição das sementes, o banco foi instalado no escritório regional do MST em Tupanciretã e é apresentado em feiras, encontros e congressos, onde distribui-se e realiza-se trocas de sementes. O banco atualmente conta com aproximadamente 150 variedades de sementes, destacando-se 60 variedades de feijão, 30 variedades de milho crioulo, e variedades de amendoim, soja e diferentes cucurbitáceas9 e de plantas adubadoras do solo. O Banco de Sementes conserva e distribui sementes crioulas priorizando os agricultores da reforma agrária de Tupanciretã além de mostrar para a sociedade a importância do resgate da biodiversidade, a necessidade da manutenção das sementes crioulas em mãos dos próprios agricultores e a importância da reforma agrária na construção desse modelo. As sementes do Banco de sementes são distribuídas gratuitamente para os agricultores assentados e interessados, mediante um termo de compromisso de plantio e devolução do dobro da quantidade entregue, possibilitando ampliar cada vez mais a quantidade de sementes para distribuição e os agricultores envolvidos. Ainda o associado recebe apoio técnico para o plantio e colheita. 9 Por exemplo: aboboras, morangas, pepinos, melancias e melões. QUESTÕES FILOSÓFICAS E EDUCATIVAS A PARTIR DO BANCO DE SEMENTES As questões filosóficas que permeiam a criação de um banco de sementes, permite a aplicação do método Paulo Freire, que trabalha com conceitos como o de temas geradores, da dialógica, da problematização, com a investigação-ação, cria um ambiente que possibilita o estudo da filosofia trabalhando com a realidade dos assentados associados ao Banco de Sementes de Tupanciretã. O banco de sementes permite o processo do diálogo à compreensão de temas como a bioética10, a dialética11 e a autonomia12, numa perspectiva totalizante da realidade dos assentados que plantam sementes crioulas e se dispõem a conservá-las e distribuí-las. Para Freire (1997, p. 73) "a educação se refaz constantemente na práxis. Para ser tem que ser sendo", uma praxis que encontra na realidade vivida pelo educando educador, a teorização necessária para o ensinar a pensar certo, a ler a realidade buscando compreender a totalidade com suas contradições, permitindo estabelecer ações de transformação social. 10 "Bioética é um neologismo derivados das palavras gregas bios (vida) e ethike (ética). Pode-se defini-la como sendo o estudo sistemático das dimensões morais - incluindo visão, decisão, conduta e normas morais - das ciências da vida e do cuidado da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num texto interdisciplinar" (Encyclopedia of bioethics in BARCHIFONTAINE & PESSINEE) . 11 Para Hegel "a dialética se realiza segundo um conjunto de três elementos inter-relacionados: Tese, afirmação de uma idéia; Antítese, a negação da tese; a Síntese, negação da antítese, ou negação da negação. A síntese se constitui numa nova tese, e assim por diante, (...) a síntese é sempre um avanço; ela não aniquila as fases anteriores, mas aproveita seus elementos essenciais. (...) Marx e Engels aplicaram a teoria hegeliana da História à realidade social: Tese, sociedade burguesa; Antítese, classe trabalhadora, explorada pela burguesia; Síntese, sociedade comunista, resultado do conflito entre a tese e a antítese e da integração de seus aspectos essenciais". (GADOTTI, 1989) 12 "Cornélios Castoriadis opõe autonomia à alienação. Para ele 'a autonomia seria o domínio do consciente sobre o inconsiente' onde o inconsciente é o 'discurso do outro'. A alienação se dá quando 'um discurso estranho que está em mim, me domina, fala por mim'. Portanto, a educação enquanto processo de conscientização (desalienação) tem tudo a ver com autonomia" (GADOTTI, 1994). Dessa forma aumentando o conhecimento da realidade inaugurar um processo de busca de uma ação humanista e libertadora, daí a necessidade de conhecer a situação concreta em seus aspectos subjetivos e objetivos, que podem levar a mudanças sociais. Os Movimentos Sociais sintetizam no seu conceito a dialética, pois falam do moverse contínuo das coisas do mundo que nunca chega a um ponto de parada, de estabilidade como queriam os metafísicos, que em sua maioria estão ligados aos interesses de manutenção do status quo, e por conseguinte da classe dominante. Ao falarmos de um banco de sementes criado pelos movimentos sociais do campo, mantendo um banco de germoplasma, para distribuir de forma gratuita aos agricultores familiares, garante discutir a propriedade do poder germinativo das sementes a perda de autonomia por parte dos envolvidos com o projeto, a questão da bioética e os princípios da segurança e da precaução, a biodiversidade e o problema da fome, a discussão do conflito entre poder e dever (conflito capacidade científica e a ética). Na questão da propriedade do poder germinativo, podemos encontrar problemas relacionados com a bioética, por exemplo, a biotecnologia usa de seres vivos para "degradar sintetizar e produzir outros materiais", realiza transformações nas espécies pela manipulação do código genético, patenteando os organismos vivos criados desta forma, isso leva a discussão de se é ético se patentear seres vivos, prática autorizada nos Estados Unidos desde os anos 80 (Barchifontaine & Pessinee, 1991). Alem disso a patente em organismos vivos impede o plantio e re-plantio dos mesmos sem o pagamento de royalties, ou diretamente impede a germinação da semente num segundo ciclo, obrigando o agricultor a comprar o insumo todos os anos. A análise dos princípios da segurança e da precaução é posto ao colocar em circulação uma planta que tem uma cadeia de DNA diferente das habitualmente encontradas na natureza, podendo ocasionar problemas na cadeia trófica e até a poluição genética que pode danificar o ambiente de forma irreparável. Com relação à autonomia, um problema é que a biotecnologia no ramo agrícola, de saúde e veteriária é dominada por seis multinacionais. Elas decidem os tipos de sementes que colocam no mercado, "formas vitais" já patenteadas, obrigando o consumo de um pacote tecnológico de sua propriedade, assim acumula mais capital, alienando do produtor a propriedade da semente. (Barchifontaine & Pessinee, 1991). O banco de sementes pelas suas atividades de distribuição de sementes tradicionalmente plantadas, vem a ser uma alternativa para garantir a segurança genética, a garantia de independência e autonomia do agricultor e não apresenta os problemas éticos do novo modelo que está em implantação pelas multinacionais. É preciso que a educação em filosofia tenha uma identidade com o campo, um compromisso com um novo projeto de desenvolvimento do campo, precisa perguntar-se "Qual o destino social do campesinato em nosso país? Ainda há espaço para um modelo camponês? Com as transformações dos processos de trabalho, com as lutas sociais do campo como se definiria hoje a agricultura camponesa ou familiar? " precisa ser uma critica sistêmica do modelo, em busca de uma identidade filosófica, em busca dos valores a serem resgatados, para a construção de um projeto de desenvolvimento da agricultura camponesa e familiar (KOLLING ET ALI, 1999, 28p.). É preciso que tenha identidade com os excluídos, que lhes ajude a construírem a compreensão dos conceitos da literatura marxista para que entendam a dinâmica da exclusão e que consigam levar a cabo a luta pelo resgate da dignidade estranhada pelo trabalho apropriado pela mais-valia, bem como as novas formas de exploração capitalistas como a apropriação das sementes que através da transgenia, pois estão sendo retiradas das mãos dos agricultores para passar para as mãos de multinacionais que querem agora ter o monopólio da genética, que durante séculos foi o essencial que ainda estava nas mãos dos campesinos que tinham o direito de replantar sua própria semente. "Toda a atividade educativa contém inevitavelmente uma dimensão política" e "toda a prática política também contém uma dimensão educativa" (SAVIANI, 1987, 92p.), educar está pois para a autonomia do ser que participa do processo ou para a sua repressão, acreditamos que a educação tem que ter um papel libertador, que traga a possibilidade da socialização do conhecimento, Aristóteles já afirmava que "o homem era um animal político", "com efeito, nesse âmbito podemos afirmar que tudo é político, como tudo é educativo, ... Assim comer, vestir, amar, brincar e cantar são atos políticos, assim como são atos educativos" (SAVIANI, 1987, 94p.), dessa forma podemos afirmar que o ensino da filosofia, além de perpassar pelo conhecimento da política, é um ato político também. Por serem "seres transformadores e criadores que os homens, em suas permanentes relações com a realidade, produzem, não somente os bens materiais, as coisas sensíveis, os objetos, mas também as instituições sociais, suas idéias, suas concepções" (Freire, 1987, p. 92) e a filosofia pode e deve colaborar na compreensão da condição de classe e de exploração, que se vive em uma sociedade capitalista, o que dá mais um componente político, pois o "homem é o lobo do homem" e precisamos mudar esse sistema político-econômico. Segundo Gadotti (1989, 58p.) "È necessária a luta organizada e consciente da classe trabalhadora, a única capaz de, daqui para a frente, mudar a história. A filosofia dialética deveria servir de instrumento para os trabalhadores nessa luta organizada. Não é portanto uma filosofia neutra, mas engajada numa luta de libertação", sendo uma filosofia do comprometimento com o futuro da humanidade e da classe trabalhadora. O ensino da filosofia precisa ser essencialmente crítico sob pena do "docente (...) fazer parte, geralmente de forma acrítica, de um dispositivo funcional que o leva a reproduzir valores que mantém e aprofundam a dominação imposta pelo capitalismo contemporâneo. Esses valores originam-se, fundamentalmente, no mercado ou nas estratégias empresariais" (CERLETTI, 1999, 26P.) CONCLUSÃO O Banco de Sementes da Reforma Agrária de Tupanciretã, foi montado por agricultores, técnicos e freis interessados em resgatar a grande biodiversidade que sempre caracterizou a agricultura familiar. Motivados com o lançamento da campanha “Sementes: Patrimônio da Humanidade” da Via Campesina, a regional do MST de Tupanciretã, define organizar um banco com sementes crioulas recolhidas nos assentamentos e reassentamentos do município. O banco pretende incentivar novos agricultores a plantar sementes crioulas e mostrar para a sociedade a importância de manter o controle das sementes pelos próprios agricultores, para assegurar a soberania alimentar do seu povo, a autonomia dos agricultores e não apresenta os problemas éticos da transgenia. Como a campanha afirma “quem controla as sementes, controla todo o sistema alimentar” e não podemos deixar nas mãos de multinacionais esse controle. No que tange a filosofia, o MST e o banco de sementes de tupanciretã, o primero pilar segundo o próprio movimento é preparar sujeitos capazes de intervenção e transformação prática da realidade através de uma educação voltada para a realidade do meio rural, que ajude a solucionar os problemas do dia-a-dia e contribua para a manutenção dos trabalhadores do campo garantindo a defesa da formação políticoideológica, técnico-profissional, cultural, afetiva e moral dos sem terra é outro objetivo educacional do Movimento, que se aplica em meio à tentativa de inserção dos trabalhadores em valores diferentes daqueles da sociedade atual que, segundo o MST, são "o lucro e o individualismo desenfreados". Assim este projeto busca juntando teoria e prática, solucionar problemas do dia-adia dos militantes dos movimentos sociais, relacionando a luta do movimento com as experiências pessoais dos assentados numa perspectiva de construir princípios filosóficos voltados para a transformação social, a cooperação, a educação de classe, a valorização do indivíduo, e a formação da sociedade por meio de valores humanistas e socialistas. A proposta de analisar atividades dos movimentos sociais e suas perspectivas no campo educativo, abriu a possibilidade de pensar uma proposta de ensino da filosofia voltada para as escolas dos movimentos sociais (escolas etinerantes, ITERRA) do campo. A partir das práticas alternativas de trabalho desenvolvidas pelos agricultores, apresente suas características essenciais sob a perspectiva materialista histórica e dialética bem como as contradições com os interesses do capital que trazem no seu interior. Criando uma unidade teórico prática que ultrapassa a compreenção da técnica, o como fazer, mas explicite o porque fazer. . REVISÃO BIBLIOGRÁFICA BARCHIFONTAINE, C. P., PESSINEE L. Problemas atuais de Bioética. 3 ed. São Paulo: Loyola & Faculdades Integradas São Camilo. 1991. CERLETTI, A. A. & KOHAN, W. O. A filosofia no ensino médio: caminhos e para pensar seu sentido. Brasília: EDUNB. 1999. 175p. GÖRGEN, SÉRGIO. Biodiversidade e transgênicos. Conceitos básicos. Porto Alegre: Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. 2003. 34 p. FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. GADOTTI, MOACIR. Transformar o mundo. São Paulo: FTD, 1989. 93p. --------------------------. A paixão de aprender. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educação. Julho. 1994. n. 7. MARX, K & ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo : Martin Claret. 2002. 144p. SAVIANI, DEMERVAL. Escola e democracia. Vol 5. 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