Definição de Evolução Forças evolutivas A definição operacional de evolução em nível de deme é mudanças na freqüência alélica ou genotípica em sucessivas gerações. Fatores ou processos que podem alterar a freqüência alélica ou genotípica em um deme. Deriva Genética Desvios de Hardy-Weinberg • • • • • Acasalamento preferencial Mutação Recombinação Deriva Genética Fluxo gênico • A deriva genética ocorre quando erros amostrais alteram freqüências alélicas. • Erros amostrais ocorrem quando populações tem um tamanho finito. • Logo, tamanho populacional finito é uma força evolutiva. Experimento de Mendel Probabilidades Vs. Freqüências em Demes e Pool gênicos: diplóide As proporções de Mendel não foram ”perfeitas” por terem sido baseadas em um número finito de observações. Tal freqüência apenas convergirá na probabilidade esperada com o aumento da população amostrada. Meiose haplóide MM 0.59 Probabilidades Mendelianas na meiose MN 0.33 1 1/ 2 M 1(0.59) + 1/2(0.33) = 0.76 NN .08 1 1/ 2 N 1(.08) + 1/2(.33) = .24 1 Probabilidades Vs. Freqüências em Demes e Pool gênicos: MM 0.59 diplóide Probabilidades Mendelianas na meiose Meiose haplóide Probabilidades Vs. Freqüências em Demes e Pool gênicos: MN 0.33 1 1/ 2 NN .08 Meiose M 1(0.59) + 1/2(0.33) = 0.76 N 1(.08) + 1/2(.33) = .24 Probabilidades Mendelianas na meiose Meiose haplóide MN 0.33 1 1/ 2 M 1(0.59) + 1/2(0.33) = 0.76 1 1/ 2 M 1(0.59) + 1/2(0.33) = 0.76 N 1(.08) + 1/2(.33) = .24 1 A a 1/ 2 1/ 2 Amostre 10 gametas para criar 5 indivíduos Faça isso 20 vezes para mostrar variação amostral N 1(.08) + 1/2(.33) = .24 Propriedade 1 da deriva: Não tem direção a 1/ 2 1/ 2 Pool Gênico Em uma população finita, esta é a probabilidade de um alelo M no pool gênico, e não necessariamente a freqüência obtida na progênie. A 1/ 2 1 NN .08 Simulação Computacional da Deriva Genética NN .08 1/ 2 haplóide MN 0.33 Probabilidades que indivíduos MM e MN vivam e se proliferem. Em uma amostra finita, podem ocorrer desvios apenas por acaso. Probabilidades Vs. Freqüências em Demes e Pool gênicos: MM 0.59 MM 0.59 Probabilidades Mendelianas na meiose 1 1/ 2 Esta é uma Probabilidade Mendeliana. Em uma amostra finita de gametas de indivíduos MN poderão ocorrer desvios da razão 1:1. diplóide diplóide Número (Freqüência) de alelos A Propriedade 2 da deriva: É cumulativa A a 1/ 1/ 2 2 10 Gametas p = 0.5 Número (Freqüência) de Alelos A 2 Propriedade 2 da deriva: É cumulativa A 1/ 2 Propriedade 2 da deriva: É cumulativa a 1/ 2 A a 1/ 1/ 2 10 Gametas 2 10 Gametas 10 Gametas Façamos esta a amostra que será acompanhada na próxima geração Propriedade 2 da deriva: É cumulativa 10 Gametas 2N = 10 p Propriedade 3 da deriva: Força ∝ 1/2N Pool Gênico Maiores desvios da freqüência inicial tornam-se mais prováveis com o passar do tempo A a 1/ 2 1/ 2 20 Gametas Gerações Número (Freq) de Alelos A Propriedade 4 da Deriva: Perda de Alelos A 1/ 2 Propriedades 3 e 4 da deriva: Taxa de perda de alelos a 1/ 2 10 Gametas 10 Gametas Taxa de Perda = 1/2N 3 Propriedade 5: Demes isolados tornam-se geneticamente diferenciados (da propriedade 1) Propriedades da deriva genética 2N = 20 4 Demes Isolados a partir de um deme ancestral com p = 0.5 p • • • • • Não tem direção É cumulativa Força é proporcional a 1/2N Leva à perda (e fixação) de alelos dentro de demes Leva à diferenciação genética entre demes isolados Geração Tamanho Populacional Finito • Aumenta F médio do deme • Aumenta variância das freqüências alélicas em “subamostras” • Causa perda ou fixação de alelos Podemos inferir estes efeitos em uma população idealizada Distribuição de Poisson Premissas de uma população ideal • Diplóide hermafrodita autocompatível • Tamanho finito de N indivíduos que se reproduzem sem flutuações no tamanho populacional • Acasalamento ao acaso • Isolamento genético completo • Gerações discretas sem estrutura de idade • Todos indivíduos contribuem mesmo número de gametas em média à próxima geração • Amostragem destes gametas segue Poisson Tamanho Efetivo Populacional Qual o valor de N em nosso modelo idealizado que faria com que nossa estimativa de desvio promovido por deriva tenha o valor que encontramos partindo de um sistema em equilíbrio de HW? Este valor é o Tamanho Efetivo Populacional! Vantagem é que permite comparação entre populações diferentes 4 Tamanho Efetivo Populacional Como deriva tem várias conseqüências genéticas na população, existem formas diferentes de se estimar o Ne Ou seja, não existe UM tamanho efetivo populacional! Da mesma forma que endogamia tem vários sentidos, Ne também os tem Cada componente genético afetado por deriva requer um Ne diferente Tamanhos Efetivos Populacionais Nef = Tamanho efetivo de endogamia, mede o efeito da deriva no aumento médio de F Nev = Tamanho efetivo de variância, mede o efeito da deriva no aumento da amplitude de freqüências alélicas em subpopulações diferentes, ou o erro de amostragem induzido nas freqüências alélicas ao passar das gerações Neλ = Tamanho efetivo de eigenvalue (autovalor), mede o efeito da deriva no aumento da perda e fixação de alelos nas populações Exemplos de Deriva Número de Alelos bw75 Distribuição da freqüência alélica em 107 populações de 16 D. melanogaster mantidas com geração discreta. Embora a força da deriva genética seja proporcional a 1/2N, a deriva pode ser importante em populações grandes • • • Efeito Gargalo • Uma grande população passou por uma ou mais gerações de tamanho reduzido no passado. Efeito Gargalo -- Uma grande população passou por uma ou mais geração de tamanho reduzido no passado. Efeito Fundador -- Uma grande população foi fundada por um número pequeno de indivíduos. Alelos Neutros -- Alelos sem impacto em fenótipos relacionados a sucesso reprodutivo. Sua sorte é determinada por deriva ou mutação. 5 Um Evento Fundador Humano • População da vila de montanha de Salinas na República Dominicana tinha 4,300 em 1974. • A vila foi fundada por uma meia dúzia de pessoas há 7 gerações. • Um fundador, Altagracia Carrasco, se casou 4 vezes e teve vários filhos. • Seus alelos tinham alta freqüência no pool gênico da população fundadora. • Crescimento populacional subseqüente reduz a força da deriva mas ‘congela’ as freqüências alélicas estabelecidas pelo evento fundador inicial, portanto os alelos de Carrasco continuam com alta freqüência, mesmo hoje em dia. Altagracia Carrasco, como a maioria das pessoas, era heterozigoto portador de uma doença autossômica recessiva: Deficiência de 5-α esteróide redutase 5-α Esteróide Redutase testosterona diidrotestosterona Eventos fundadores e gargalos • Podem alterar drasticamente as freqüências alélicas, tornando certos alelos de doenças genéticas comuns • Reduzem a variação genética geral, criando um background genético mais simples • Criam desequilíbrio de ligação, que raramente se extende a mais do que 1 cM em demes grandes Sob o Controle da Testosterona Caminho Sob o Controle da Diidrobásico em testosterona todos os mamíferos • Por estas razões, tais populações tem grande importância médica Clonagem Posicional e QTLs • O 1o caso de clonagem posicional foi do gene para Coréia de Huntington • Nancy Wexler percebeu que essencial era encontrar uma população que tinha alta freqüência de CH. • Ela encontrou tal população no Lago Maracaibo, formada por um efeito fundador • Agora, tais populações “fundadoras’ são consideradas como um recurso comercial importante. Alelos neutros Uma porção substancial, talvez a maioria, da variação genética observada em seqüências de DNA é neutra, tornando a deriva uma das principais forças evolutivas. 6 Desvios de Hardy-Weinberg • • • • • Acasalamento preferencial Mutação Recombinação Deriva Genética Fluxo gênico Estimativas de Fluxo gênico podem ser feitas através de dois tipos de métodos: Problemas de estimativas diretas: • Animais que dispersam podem não encontrar habitat Estimativas de Fluxo gênico podem ser feitas através de dois tipos de métodos: Diretos - em que os indivíduos ou os gametas são considerados para a estimativa direta de fluxo. Indiretos - apenas estimativas genéticas, medidas a partir de alelos nos demes, são consideradas para a estimativa desses índices Estimativas de Fluxo gênico podem ser feitas através de dois tipos de métodos: Problemas de estimativas indiretas: • Medida de fluxo gênico pode estar estimando coisas diferentes além de apenas o fluxo gênico • Eles podem chegar em condições precárias • Eles podem ter dificuldade em encontrar par • Reprodução pode não ser bem sucedida Fluxo Gênico • O modelo de Hardy-Weinberg considera apenas uma única população • A maioria das espécies tem várias populações locais • Embora a maioria dos acasalamentos geralmente ocorra em uma população local, algumas vezes indivíduos acasalam-se fora de seu deme • Conexões reprodutivas entre demes permite o movimento de alelos de um pool gênico a outro • O movimento de genes entre demes é chamado de fluxo gênico. Fluxo gênico entre dois demes Deme 1 Pools Gênicos à Geração 0 A p1 1-m Pools Gênicos à Geração 1 A p1’ Deme 2 a q1 m a q1’ A p2 m a q2 1-m A p2’ a q2’ 7 Fluxo gênico entre dois demes Deme 1 Pools Gênicos à Geração 0 A p1 Pools Gênicos à Geração 1 Deme 2 a q1 1-m m A p1’ Fluxo gênico entre dois demes A p2 a q2 m a q1’ 1-m A p2’ a q2’ p2’ = (1-m)p2 + mp1 = p2 + m(p1-p2) p1’ = (1-m)p1 + mp2 = p1 - m(p1-p2) Fluxo gênico entre dois demes Deme 1 Pools Gênicos à Geração 0 Pools Gênicos à Geração 1 a q1 1-m m A a q1’ p1’= p1 - mdo 1-m Pools Gênicos à Geração 2 A p1”= p1’-md1 m a q1” A p2 m a q2 1-m A p2’=p2+md o m a q2’ 1-m A p2”=p2’+ md1 p2’ = p2 + m(p1-p2) Chamemos do = (p1-p2) = a diferença na freqüência alélica entre os demes na geração 0. Logo: p1’ = p1 -mdo p2’ = p2 + mdo Fluxo gênico (m > 0) será uma força evolutiva quando do≠ 0 ou seja, quando os pool gênicos iniciais forem diferentes (p1 ≠ p2). Fluxo gênico entre dois demes Deme 2 A p1 p1’ = p1 - m(p1-p2) a q2” Fluxo gênico entre dois demes Fluxo gênico é uma força evolutiva que reduz as diferenças genéticas entre demes locais Por exemplo, as freqüências do alelo Rh+ no locus Rh do grupo sangüíneo são: Europeus: 0.0279 Africanos: 0.5512 Afro-Americanos: 0.4381 Após 1 geração de fluxo gênico: p1’ = p1 -mdo p2’ = p2 + mdo d1 = p1’ - p2’ = p1 -mdo - p2 - mdo = p1 - p2 -2mdo = do - 2mdo = do(1-2m) Podemos demonstrar que após n gerações de fluxo gênico: dn = do(1-2m)n → 0 quando n → ∞ Fluxo gênico é uma força evolutiva que reduz as diferenças genéticas entre demes locais Fluxo gênico entre dois demes Deme 1 Pools Gênicos à Geração 0 1-m Pools Gênicos à Geração 1 Deme 2 A p1 = 1 a q2 = 1 m A a p1’ =1-m q1’=m m 1-m A p2’=m a q2’=1-m Fluxo gênico é uma força evolutiva que aumenta a variação genética dentro de demes 8 Deriva Genética e Fluxo Gênico Medindo o balanço entre a deriva genética e o fluxo gênico Tem efeitos opostos na variação genética dentro e entre os demes. O balanço entre estas duas forças é o principal determinante das quantidades relativas de variação genética dentro e entre demes de uma espécie. Sewall Wright A “Heterozigosidade” média esperada é calculada ao se escolherem aleatoriamente dois alelos de uma subpopulação = HS = (46+113)/512 = 0.311 H.-W. Het = 2pq = .36 H.-W. Het. = 2pq = .29 46 hets 140 Índios Pueblo M N 0.76 0.24 113 hets 372 Aborígines Australianos M N 0.176 0.824 População Total M N [140(.76)+372(.176)]/512 =0.34 [140(0.24)+372(.824)]/512=0.66 A “Heterozigosidade” esperada é calculada ao se escolherem aleatoriamente dois alelos da população Total = HT = 2pq = 2(.34)(.66) = 0.449 FST = (HT - HS)/HT = (.449-.311)/.449 = 0.308 Fragmentação de Habitat: FST mede o balanço entre fluxo gênico e deriva genética em uma escala de 0 a 1 HT = HS ⇒ Todos os demes têm pools gênicos idênticos; Toda a variação é comum a toda a espécies 0 HS = 0 ⇒ Nenhuma variação dentro de demes; Toda variação existe como diferenças entre os pools gênicos de demes FST = (HT-HS)/HT Fluxo gênico domina 1 Deriva genética domina Fragmentação de Habitat Humanos subdividem os habitat de várias espécies, ou criam barreiras à dispersão. Isto muda o balanço em favor da deriva genética contra o fluxo gênico. 1000 Indivíduos vivem neste habitat: Força da deriva genética = 1/2000. 9 Fragmentação de Habitat 500 Fragmentação de Habitat 500 Uma estrada corta este habitat em duas partes iguais com m = 0, mas sem causar impacto no tamanho populacional total. Perda de variação pela deriva genética = 1/1000; Ou seja, a perda dobrou. Fragmentação de Habitat Apenas 10% do habitat permanece e apenas 10% da população: Taxa de perda aumenta 10 vezes. Fragmentação de Habitat Apenas 10% do habitat permanece e apenas 10% da população mas em duas áreas com m = 0: Apenas 10% do habitat permanece e apenas 10% da população mas em duas áreas com m = 0 : Taxa de perda por deriva aumenta 20 vezes. Taxa de perda por deriva aumenta 200 vezes. DERIVA GENÉTICA GLOBAL MUTAÇÃO DIVERSIDADE ALÉLICA SELEÇÃO NATURAL BALANÇO ENTRE DERIVA GENÉTICA E FLUXO GÊNICO VARIAÇÃO VARIAÇÃO INTRAPOPULACIONAL INTERPOPULACIONAL RECOMBINAÇÃO SISTEMAS DE ACASALAMENTO HOMOZIGOTOS HETEROZIGOTOS COMPLEXOS MULTI-LOCI 10