Lições 15 e 16 – 12ºA e B 12-10-2012 (sexta-feira) Sala ANG1 Sumário: O Cérebro. Conclusão da FTG 3. Lesões, função de suplência e unidade funcional. FTG 4: acompanhamento do trabalho realizado pelos alunos e esclarecimento de dúvidas. Consulta de manuais de psicologia, dicionários, sítios na internet. Revisão e avaliação de trabalhos e reflexões individuais dos alunos – portefólios. A teoria triúnica do cérebro de Paul MacLean e os seus críticos. A teoria triúnica do cérebro de Paul MacLean (teoria do «três-em-um») – médico neurologista norte-americano (1913-2007). O neurologista Paul MacLean desenvolveu a teoria de que os seres humanos não têm um só cérebro, mas antes três, e cada um destes representa um estrato evolutivo distinto, os quais se formam por camadas justapostas. O cientista norte-americano afirmou que cada um desses cérebros funciona como três computadores biológicos interrelacionados, sendo que cada um deles possui a sua própria inteligência, a sua própria subjectividade, o seu próprio sentido de espaço e de tempo, e a sua própria memória. A afirmação mais controversa da teoria triúnica é esta: cada um dos três cérebros estão conectados entre si por redes neuronais, mas cada um opera, funciona, como um sistema cerebral próprio com capacidades distintas. Os três cérebros são, segundo MacLean: (1) – O complexo-R, ou “cérebro reptiliano”; (2) – O cérebro paleomamífero, ou “sistema límbico”; (3) – O cérebro neomamífero, ou “neocórtex”. A hipótese de MacLean tornou-se um paradigma influente nas investigações sobre o cérebro, levando os cientistas a repensar o seu funcionamento. Supunha-se que o neocórtex dominava os outros níveis cerebrais inferiores. MacLean demonstrou que isso não era exacto – quando tal é necessário, o sistema límbico, fisicamente inferior, que governa as emoções, pode sobrepor-se às funções mentais superiores. O “complexo-R” possui um programa comportamental arcaico, como os lagartos e as cobras – é rígido, obsessivo, compulsivo, ritualista, paranóico, “preenchido por memórias ancestrais”: é uma mente mecânica, que nunca aprende com os erros do passado e repete o mesmo padrão de conduta inúmeras vezes. Controla os músculos, o equilíbrio e as funções neurovegetativas, como a respiração e os batimentos cardíacos. Mesmo no sono mais profundo, continua activo. O sistema límbico corresponde ao cérebro da maior parte dos mamíferos e é responsável pelas emoções e instintos, a agressividade, regulação da fome e do comportamento sexual – tudo no sistema emocional, como afirmou MacLean, é “agradável ou desagradável”: a sobrevivência depende da fuga à dor e da repetição do prazer. O neocórtex é “a mãe da invenção e o pai do pensamento abstracto”, segundo as palavras de MacLean. É a sede das funções cognitivas superiores que permitem distinguir o homem dos restantes animais. Um rato sem córtex pode ainda agir de modo normal, ao passo que um ser humano sem córtex não passa de um vegetal. Críticas à teoria de MacLean A discussão da teoria de MacLean passa sobretudo pela crítica à ideia de dominância cerebral por parte de um dos sistemas cerebrais sobre os outros, em contextos diferentes, e também se critica a ideia de que os três cérebros são independentes de um ponto de vista funcional. Os principais críticos são os neurocientistas que defendem uma visão holística, monista, materialista e sistémica do cérebro. Considera-se que a comparação anatómica entre os cérebros dos répteis e dos seres humanos (e a comparação de comportamentos) não é adequada. Os críticos de MacLean consideram que a ideia de «microgénese», presente na sua teoria, a saber, a ideia de que a estrutura do cérebro humano espelha a sua evolução ao longo dos tempos, não é uma ideia correcta – os cientistas mais críticos defendem que os caracteres mais antigos são alterados e apagados na filogénese cerebral humana.