Lições 17 e 18 do 12ºA e B

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Lições 17 e 18 – 12ºA e B
16-10-2012 (terça-feira)
Sala ANG1- 13H30/15H00
Sumário: O Cérebro. Acompanhamento do
trabalho realizado pelos alunos e esclarecimento
de dúvidas.
Nota: preparar a observação do documentário
sobre mistérios da neurologia do cérebro,
apresentado por Ramachadran.
A teoria triúnica do cérebro de Paul MacLean
(teoria do «três-em-um») – médico neurologista
norte-americano (1913-2007).
O neurologista Paul MacLean desenvolveu a
teoria de que os seres humanos não têm um só
cérebro, mas antes três, e cada um destes
representa um estrato evolutivo distinto, os quais
se formam por camadas justapostas.
O cientista norte-americano afirmou que cada
um desses cérebros funciona como três
computadores biológicos interrelacionados, sendo
que cada um deles possui a sua própria
inteligência, a sua própria subjectividade, o seu
próprio sentido de espaço e de tempo, e a sua
própria memória.
A afirmação mais controversa da teoria
triúnica é esta: cada um dos três cérebros estão
conectados entre si por redes neuronais, mas
cada um opera, funciona, como um sistema
cerebral próprio com capacidades distintas.
Os três cérebros são, segundo MacLean:
(1) – O complexo-R, ou “cérebro reptiliano”;
(2) – O cérebro paleomamífero, ou “sistema
límbico”;
(3) – O cérebro neomamífero, ou “neocórtex”.
A hipótese de MacLean tornou-se um
paradigma influente nas investigações sobre o
cérebro, levando os cientistas a repensar o seu
funcionamento. Supunha-se que o neocórtex
dominava os outros níveis cerebrais inferiores.
MacLean demonstrou que isso não era exacto –
quando tal é necessário, o sistema límbico,
fisicamente inferior, que governa as emoções,
pode sobrepor-se às funções mentais superiores.
O “complexo-R” possui um programa
comportamental arcaico, como os lagartos e as
cobras – é rígido, obsessivo, compulsivo,
ritualista, paranóico, “preenchido por memórias
ancestrais”: é uma mente mecânica, que nunca
aprende com os erros do passado e repete o
mesmo padrão de conduta inúmeras vezes.
Controla os músculos, o equilíbrio e as funções
neurovegetativas, como a respiração e os
batimentos cardíacos. Mesmo no sono mais
profundo, continua activo.
O sistema límbico corresponde ao cérebro da
maior parte dos mamíferos e é responsável pelas
emoções e instintos, a agressividade, regulação da
fome e do comportamento sexual – tudo no
sistema emocional, como afirmou MacLean, é
“agradável ou desagradável”: a sobrevivência
depende da fuga à dor e da repetição do prazer.
O neocórtex é “a mãe da invenção e o pai do
pensamento abstracto”, segundo as palavras de
MacLean. É a sede das funções cognitivas
superiores que permitem distinguir o homem dos
restantes animais. Um rato sem córtex pode
ainda agir de modo normal, ao passo que um ser
humano sem córtex não passa de um vegetal.
Críticas à teoria de MacLean
A discussão da teoria de MacLean passa
sobretudo pela crítica à ideia de dominância
cerebral por parte de um dos sistemas cerebrais
sobre os outros, em contextos diferentes, e
também se critica a ideia de que os três cérebros
são independentes de um ponto de vista
funcional. Os principais críticos são os
neurocientistas que defendem uma visão
holística, monista, materialista e sistémica do
cérebro. Considera-se que a comparação
anatómica entre os cérebros dos répteis e dos
seres
humanos
(e
a
comparação
de
comportamentos) não é adequada. Os críticos de
MacLean consideram que a ideia de
«microgénese», presente na sua teoria, a saber, a
ideia de que a estrutura do cérebro humano
espelha a sua evolução ao longo dos tempos, não é
uma ideia correcta – os cientistas mais críticos
defendem que os caracteres mais antigos são
alterados e apagados na filogénese cerebral
humana.
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