GOVERNO DE SANTA CATARINA Secretaria de Estado da Saúde Sistema Único de Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Leishmaniose Tegumentar Americana: informações para a população O que é a Leishmaniose Tegumentar Americana? É uma doença que afeta pele e mucosas (nariz e boca), causando feridas. É transmitida por meio da picada de insetos conhecidos como mosquito-palha (flebótomos) e que possuam o agente causador (Leishmania) no seu organismo. Figura 1. Flebótomo ou “mosquito-palha” Onde vivem os flebótomos ou mosquito-palha? Os flebótomos vivem em lugares úmidos e com mata, tem o hábito de picar ao anoitecer. São encontrados em tocas de animais, currais, chiqueiros, bananais, podendo invadir residências e abrigar-se em locais mais escuros. O voo desses insetos é curto e baixo, parecendo saltitar. Têm o tamanho de uma cabeça de alfinete e pousam com as asas abertas, por isso em alguns lugares também são conhecidos como “asa-arrepiada”. Como ocorre o ciclo de transmissão? O ciclo de vida destes insetos compreende os seguintes estágios: ovo, larva, pupa e adulto. As posturas dos ovos são efetuadas diretamente no solo, em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica em decomposição como: galhos e folhas secas, restos de madeira, de verduras, de frutas e suas cascas e fezes de animais. Quais são as condições que favorecem o surgimento de focos do mosquito? O aumento da quantidade de flebótomos está relacionado com os meses quentes e chuvosos, pois as chuvas agem modificando as condições de umidade do solo. Outros fatores associados são o desmatamento, a modificação da vegetação nativa e a ocupação inadequada das encostas nos centros urbanos. Tudo isso favorece o aparecimento de focos de flebótomos cada vez mais próximos dos domicílios, o que facilita a transmissão da doença ao ser humano. Como o flebótomo adquire a Leishmania para transmiti-la? A Leishmania vive no organismo de alguns animais silvestres (ratos silvestres, tatus, gambás e outros). Os flebótomos ao picarem estes animais adquirem a Leishmania e tornam-se capazes de transmiti-la para novos animais silvestres, para o homem e para alguns animais domésticos (cães, cavalos, gatos). CICLO DE TRANSMISSÃO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Figura 2. Ciclo de transmissão da Leishmaniose Tegumetar Americana. Quais são os sintomas? Três semanas a três meses depois da picada do inseto, aparece no local um pequeno ponto avermelhado que aos poucos aumenta de tamanho, tornando-se uma ferida arredondada, com as bordas elevadas, que não dói, não sai pus, mas pode coçar. Neste começo da doença é possível notar também o aparecimento de “glândulas ou íngua” próximo ao local da lesão. Lesão cutânea inicial, semelhante a um cabelinho inflamado sem pus. (Figura 3) Lesão ulcerada no queixo, acompanhada de cordão linfático e gânglio, percebido como um caroço não doloroso. . (Figura 4) Lesão ulcerada de bordas avermelhadas e elevadas, fundo seco e granuloso, que não dói e não melhora com os tratamentos comuns para feridas. . (Figura 5) TODA PESSOA COM ESTE TIPO DE FERIDA DEVE PROCURAR ORIENTAÇÃO MÉDICA NA UNIDADE DE SAÚDE MAIS PRÓXIMA. O que é a Leishmaniose cutania? É uma forma rara de leishmaniose que provoca ferida dentro do nariz, da boca ou da garganta de pessoas que tiveram Leishmaniose na pele e na maioria dos casos, não fez o tratamento. Figuras 6 e 7. Leishmaniose mucosa - Vermelhidão e inchaço com ferida dentro do nariz. Quais são os sintomas deste tipo de Leishmaniose? Os sintomas mais comuns são o entupimento do nariz, a saída de crostas com ou sem sangramento, inchaço do nariz e ferida por dentro da narina. Como a doença evolui muito lentamente, estes sintomas podem perdurar por anos e culminar com perfuração do septo nasal (uma comunicação interna de uma narina para outra dentro do nariz). Como se faz o diagnóstico? O diagnóstico é feito através da observação e história clínica e confirmado com a realização de três tipos de exames. 1. Teste de Montenegro ou Intradermorreação de Montenegro: É um teste cutâneo, aplicado no antebraço com uma injeção intradérmica, que serve para saber se a pessoa foi picada por um flebótomo infectado. Costuma ser reator em 98% das pessoas com Leishmaniose. Figuras 8 e 9. Teste de Montenegro positivo. 2. Raspado: É um exame onde se faz uma raspagem da borda da ferida para procurar o parasita. O material colhido é colocado em uma lâmina de microscópio para ser examinado pelo técnico. Figuras 10. Lâmina de vidro com o material de raspado. 3. Biópsia: É uma cirurgia simples para examinar um pedacinho da ferida da pele ou do nariz, para procurar o parasita e saber que tipo de inflamação está provocando a lesão. Figuras 11. Ampolas de Glucantime. A Leishmaniose tegumentar americana tem cura? Sim. As lesões cicatrizam e a pessoa fica boa. Porém, como não há nenhum exame para confirmar a cura clínica, o controle de cura é feito com acompanhamento pós-tratamento por um período mínimo de 6 meses para verificar se não haverá reativação da doença. Divisão de Vetores, Reservatórios, Hospedeiros e outros (DVRH) Gerência de Vigilância de Zoonoses e Entomologia (GEZOO) [email protected] [email protected] (48) 3664-7479/7480/7482 Rua Esteves Junior, nº 390, 1º andar - Centro - Florianópolis/SC CEP 88015-130 Fone: (48) 3664.7400, e-mail: [email protected] www.saude.sc.gov.br