This Week in BRICS China Volume 2, Nº 57 — 09 a 15 de outubro de 2014 Li Keqiang, primeiro-ministro da China, deu início ao seu tour pela Europa com visita a Alemanha, onde encontrou-se com Angela Merkel, primeira-ministra do país. Os dois chefes de governo participaram da terceira rodada de consultas governamentais China-Alemanha, estabelecidas em 2011, onde anunciaram a decisao de desenvolver uma parceria de benefícios mutuos com enfase na cooperaçao em inovaçao. Durante a visita, uma serie de acordos de cooperaçao, comercio e investimento foram assinados, totalizando um valor de US$18,1 bilhoes. Uma das grandes empresas beneficiadas pelo acordo foi a fabricante de avioes Airbus, que tem no governo alemao como um de seus principais acionistas. A Airbus vendera 70 jatos do modelo A320 a China, sendo que a fabricaçao dos avioes ocorrera no proprio país asiatico. As duas naçoes sao importantes parceiras comerciais, sendo a China o segundo principal mercado para exportaçoes alemas fora da Europa (atras apenas dos Estados Unidos) e a Alemanha o principal destino das exportaçoes chinesas para a Europa. Em 2013, a corrente comercial bilateral alcançou US$178,1 bilhoes¹. A Russia foi o proximo destino de Li, onde mais de 40 acordos foram assinados, cobrindo as mais diversas areas, inclusive finanças, energia e tecnologia. O acordo de maior destaque foi o swap cambial entre o yuan chines e o rublo russo, num valor de US$ 24,5 bilhoes. Apos a imposiçao de sançoes norte-americanas e europeias, a Russia esta tentando diversificar suas fontes de financiamento e afastar-se do comercio denominado em dolares. O acordo tera uma validade de tres anos e podera ser estendido caso as duas partes assim o desejarem. Com o swap cambial, espera-se que o comercio bilateral sino-russo ganhe ainda mais folego e alcance US$ 100 bilhoes ate 2015. Em 2013, o comercio entre os dois países alcançou um valor de US$ 89 bilhoes². Por fim, Li encerrou seu tour com uma visita a Italia, onde negociou acordos no valor de US$ 10 bilhoes, aprofundando os laços comerciais da China com a terceira maior economia da zona do euro. Somente este ano, a China ja comprou US$ 6,4 bilhoes na forma de participaçoes acionarias em algumas das maiores empresas italianas como, por exemplo, a compra de 2% da composiçao acionaria da Fiat pelo Banco Central da China. A economia italiana, em recessao pela terceira vez desde 2008, vem fazendo esforços para atrair mais capital chines. Um dos acordos assinados preve um emprestimo de USS 1,3 bilhoes pelo Banco Central chines para o grupo Enel, cujo foco e o setor energetico. Ainda em Roma, Li visitou a sede da Organizaçao das Naçoes Unidas para Alimentaçao e Agricultura, onde anunciou uma doaçao de US$ 50 milhoes para a organizaçao, ao longo de cinco anos³. Ainda no que tange as relaçoes bilaterais da China, o país reabriu sua embaixada em Mogadíscio, capital da Somalia, apos 23 anos. Pequim fechou sua representaçao na Somalia devido a guerra civil iniciada no país africano em 1991. O novo embaixador, Wei Hongtian, e fluente em somaliano, tendo estudado a língua quando ainda era um estudante universitario, na decada de 1980. A China segue nos passos de outros países que ja reabriam embaixadas em Mogadíscio apos o fim do caos que reinou na capital somaliana durante quase duas decadas. Outros países que reabriram representaçoes no país incluem a Turquia, a Noruega e o Reino Unido, alem de varios países africanos e arabes⁴. Volume 2, Nº 57 — 09 a 15 de outubro de 2014 No plano domestico, os protestos em Hong Kong continuam incomodando as autoridades em Pequim. Na madrugada de quarta-feira (15), ocorreu o mais intenso confronto, desde o início dos protestos, entre policiais e manifestantes, resultando na prisao de 45 pessoas. A polícia usou gas de pimenta contra um grupo que havia fechado uma das ruas de Hong Kong, dando início a um conflito que duraria por meia hora. As tensoes so aumentaram depois que um vídeo foi divulgado por uma rede de televisao local, mostrando seis policiais a paisana batendo num homem algemado. A intransigencia dos dois lados fez com que os protestos entrassem na sua terceira semana, sem um fim a vista⁵. Finalmente, 12 pessoas foram condenadas a morte por seu envolvimento em ataques terroristas a uma delegacia de polícia e escritorios do governo federal. Durante o ataque, em 28 de julho deste ano, dezenas de membros da etnia uigur mataram, a faca e a machadada, 37 civis em duas cidades da província de Xinjiang. Durante o confronto, as forças de segurança do governo mataram 59 suspeitos. Alem dos 12 condenados, mais 15 tambem receberam a pena de morte, mas tiveram suas sentenças suspensas por um período de dois anos, enquanto outros nove foram condenados a prisao perpetua⁶. Autor: Eduardo Palma de Seixas, equipe Country Desks NOTAS ¹Para mais informaçoes, ver: Xinhuanet: http://news.xinhuanet.com/english/china/2014-10/11/c_127083302.htm Deutsche Welle: http://www.dw.de/economic-woes-cloud-germany-china-summit/a-17985253 China Daily: http://www.chinadaily.com.cn/world/2014livisitgrl/2014-10/10/content_18714574.htm ²Para mais informaçoes, ver: RT: http://rt.com/business/195556-russia-china-currency-swap/ The Wall Street Journal: http://online.wsj.com/articles/an-isolated-russia-signs-pacts-with-china-for-business-finance1413226026 ³Para mais informaçoes, ver: Reuters: http://www.reuters.com/article/2014/10/14/italy-china-idUSL6N0S91WK20141014 Xinhuanet: http://news.xinhuanet.com/english/china/2014-10/15/c_133719207.htm ⁴Para mais informaçoes, ver: Xinhuanet: http://news.xinhuanet.com/english/china/2014-10/13/c_133713537.htm allAfrica: http://allafrica.com/stories/201410140592.html ⁵Para mais informaçoes, ver: The Guardian: http://www.theguardian.com/world/2014/oct/15/hong-kong-police-protester-crackdown The Wall Street Journal: http://online.wsj.com/articles/hong-kong-police-crackdown-escalates-1413341138 ⁶Para mais informaçoes, ver: Reuters: http://www.reuters.com/article/2014/10/13/us-china-xinjiang-idUSKCN0I204720141013 BBC News: http://www.bbc.com/news/world-asia-china-29592882 O projeto Country Desk foi idealizado para acompanhar cada país membro do agrupamento BRICS. Os pesquisadores buscam analisar acontecimentos conjunturais no âmbito da economia e da política doméstica de cada um dos países membros, monitorar fluxos de comércio e investimento, e acompanhar tendências relativas à segurança, defesa e cooperação internacional. Ademais, busca-se analisar a política externa de cada um, inclusive suas relações bilaterais com o Brasil. Acesse a página do Country Desk no website do BRICS Policy Center Follow Us S IGA O BPC NAS REDES SOCIAIS PARA TER ACESSO ÀS ATUALIZAÇÕES E NOVIDADES DO C ENTRO, ALÉM DE PUBLICAÇÕES ACADÊMICAS E ARQUIVOS MULTIMÍDIA. BRICS POLICY CENTER Centro de Estudos e Pesquisas BRICS Rua Dona Mariana, 63 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21)-2535-0447 Email: [email protected]