IBP2096_16 MEDIDAS DE RESISTIVIDADE ELÉTRICA EM PLUGUES DE ROCHA UTILIZANDO A TÉCNICA DE INDUÇÃO SEM CONTATO André L.S. Santos1, Leduc H. A. Fauth 2, Jorlandio F. Felix3, José E. P. de Carvalho4, Pablo D. Batista5, Rafaella R. Santos6 IBP2096_16 MEDIDAS DE RESISTIVIDADE ELÉTRICA EM PLUGUES DE ROCHA UTILIZANDO A TÉCNICA DE INDUÇÃO SEM CONTATO Copyright 2016, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016, realizado no período de 24 a 27 de outubro de 2016, no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do evento, seguindo as informações contidas no trabalho completo submetido pelo(s) autor(es). Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Sócios e Representantes. É de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja publicado nos Anais da Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016. Resumo Este artigo apresenta detalhes do desenvolvimento de um sistema de medidas de resistividade elétrica por indução magnética à pressão atmosférica, executado em colaboração com a Petrobras. Nesse caso, serão apresentados os principais detalhes do sistema, tanto do amplificador de potência, como do suporte para a amostra, os quais possibilitaram, por sua vez, obter os primeiros resultados para a quantificação da condutividade elétrica de amostras de água deionizada calibradas com NaCl. Para isso, foram preparadas amostras com condutividade de 1uS/cm, 1mS/cm, 10 mS/cm e 100 mS/cm, considerando um suporte com o diâmetro de 4 polegadas. Além disso, o sistema de medida está operando em uma frequência de 120 kHz, obtida a partir do MFLI Lock-in Amplifier, desenvolvido pela Zurich Instruments. Finalmente, a partir dos resultados, apresentamos como perspectivas futuras diversas modificações a serem realizadas no aparato experimental para que o mesmo opere em uma frequência de 50 kHz e com plugues de rocha com diâmetro de 1,5´´. Abstract This article discusses in detail the development of a system for electrical resistivity measurements by magnetic induction at atmospheric pressure in collaboration with Petrobras. In this case, the main details of the system are presented much the power amplifier as the support for the sample, which allowed to obtain the first results for the measurement of the electrical conductivity of deionized water samples calibrated with NaCl. For this, samples were prepared with conductivity 1uS/cm, 1 mS/cm 10 mS/cm and 100 mS/cm using the sample holder with a diameter of 4 inches. Furthermore, the measurement system is operating at a frequency of 120 kHz from the MFLI Lock-in Amplifier developed by Zurich Instruments. Finally, based on the results, we present as future prospects several modifications to be carried out in the experimental apparatus so that it operates at a frequency of 50 kHz and rock plugs with diameter 1,5''. 1. Introdução A medida de resistividade elétrica de plugues de rocha, obtidas pelo método de indução eletromagnética em alta pressão, é o principal objetivo desse projeto de pesquisa realizado em colaboração com a Petrobras. A técnica de ______________________________ 1 Graduação, Engenheira Eletrônica - UNB Pós-graduação, Físico – CBPF 3 PHD, Físico – UNB 4 Técnico, Mecânica – CBPF 5 PHD, Físico – CBPF 6 Graduação, Engenheira Mecatrônica - UNB 2 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 indução aplicada à caracterização elétrica é baseada nos primeiros trabalhos apresentados por Doll (1949,1953). Mediante ao exposto, sabemos que a resistividade elétrica por indução é uma propriedade petrofísica medida em poços, entretanto, há uma necessidade de se intensificar a pesquisa dessas propriedades na escala laboratorial de plugues extraídos dos poços de perfuração. Nesse sentido, recentemente, pesquisadores propuseram um sistema de medidas em laboratório, porém, ainda há poucos trabalhos publicados nessa linha de pesquisa (Kickhofel et al., 2010; Jackson 2006; Misra 2015). Assim, acreditamos que o desenvolvimento desse sistema de medidas elétricas de plugues de rocha, usando indução eletromagnética, pode contribuir de maneira significativa na área de pesquisa para a obtenção de medidas petrofísicas em escala de laboratório. Primeiramente, apresentaremos nesse trabalho, uma pequena revisão bibliográfica, a qual será necessária para compreender as atividades desenvolvidas para a consolidação desse projeto de pesquisa. Daremos destaque, por exemplo, na dependência da resposta do sistema de medidas em função da frequência do sinal aplicada na amostra. Em seguida, apresentaremos detalhes dos principais instrumentos presentes no sistema de medida para finalmente discutir alguns resultados preliminares. Finalmente, apresentaremos as conclusões e as perspectivas futuras. 2. Modelo teórico O modelo teórico para a medida de condutividade elétrica por indução eletromagnética leva em consideração um sistema de medidas composto, basicamente, por duas bobinas como ilustrado na figura 1 (Moran e Kunz, 1962). A bobina transmissora tem como função gerar uma corrente elétrica no meio em estudo em uma frequência conhecida. Em seguida, sabemos que a corrente no meio induz uma tensão na bobina receptora. Dada essa configuração, a proposta do sistema de medidas consiste, essencialmente, em monitorar a tensão gerada na bobina de recepção em função da resistividade, obtendo assim, uma curva de calibração de tensão por condutividade. Finalmente, a partir dessa calibração, podemos estudar meios com resistividade desconhecida. Figura 1. Sistemas de coordenadas, representação esquemática para a bobina transmissora induzindo uma corrente em um ponto P. De acordo com esse modelo teórico, a tensão induzida na bobina receptora é dada por, (1) em que R e T representam o número de voltas da bobina receptora e transmissora, respectivamente, é a frequência e é o momento de dipolo magnético. Separando a parte real e imaginária de V, expandindo-as em potencias de KL, ou seja; (2) e (3) 2 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 onde (4) e (5) O termo é a profundidade de penetração, o qual fornece a magnitude da profundidade de penetração do campo magnético no condutor. Gostaríamos de destacar a dependência do fator geométrico com as seguintes grandezas: frequência do sinal aplicado na bobina transmissora, corrente aplicada à bobina transmissora e raio da bobina enrolada no suporte da amostra. A partir dessas considerações é importante destacar que o fator geométrico tem uma dependência com o quadrado da frequência, portanto, quanto menor a frequência do sinal, menor será sensibilidade do sistema de medidas. 3. Sistema experimental O sistema experimental é composto por um amplificador de potência, bobinas de transmissão e recepção, condicionador de sinal e um amplificador Lock-in. Cada uma desses instrumentos será discutido em detalhe a seguir. 3.1. Amplificador de potência A figura 2 apresenta o esquema elétrico do amplificador de potência para a bobina transmissora e o circuito para condicionar o sinal captado na bobina receptora. Inicialmente, o sinal senoidal aplicado pelo gerador de sinal ao circuito RLC estava, sendo amplificado pelo amplificador operacional modelo L272, sendo capaz de gerar uma corrente de até 0.7 A, com uma largura de banda de 350 kHz. Além disso, para o circuito receptor, estamos utilizando um amplificador INA121 para condicionar o sinal da bobina receptora ao Lock-in Amplifier. Figura 2. Esquema elétrico do circuito eletrônico utilizado para a medida de condutividade por indução O amplificador de potência está configurado, inicialmente, com ganho igual a 1. O circuito RLC é configurado pelo capacitor (C1) de tal maneira que a frequência de ressonância esteja dentro da faixa desejada. O resistor de carga de 1 Ohms (R4), é utilizado apenas para medir indiretamente a corrente elétrica que está passando no circuito RLC. Finalmente, utilizamos um osciloscópio de quatro canais para monitorar todas as grandezas físicas permitindo, dessa forma, configurar o sistema de medidas de condutividade por indução. Notamos que com o aumento da corrente no circuito eletrônico o sistema de medida, como um todo, se tornava instável e ruidoso, como mostra a figura 3. Para solucionar esse problema trocamos o amplificador operacional L272 pelo OPA541, uma vez que esse suporta uma corrente de até 8A e tem também uma largura de banda na ordem de 1 MHz. 3 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 Além da troca do amplificador operacional percebemos também que o circuito não deveria ser utilizado apenas como um driver de corrente. Na verdade, para que pudéssemos aplicar corrente ao sistema de medidas era necessário, também, que o sinal de entrada fosse amplificado. Nesse caso, acoplamos ao amplificador operacional dois resistores que controlam o ganho do amplificador, configurado como amplificador não inversor. A figura 4 apresenta a resposta do sinal na carga e na entrada em função da tensão aplicada com uma frequência de 120 kHz. Figura 3. Tensão de entrada (laranja) e tensão na carga (azul) usando um amplificador L272 para diferentes tensões de entrada usando uma frequência de 40 kHz O circuito eletrônico projetado a partir do OPA541 pode ser alimentado com uma fonte de tensão simétrica com até +/40 V. Na prática, isso significa que o sinal de saída pode oscilar entre +40 V e – 40 V. Entretanto, a fonte de alimentação disponível no Laboratório fornece uma tensão de +30 V e menos -30 V com uma corrente de até 3 A em cada uma delas. De uma maneira geral, observa-se, a partir dos resultados apresentados, que o sistema de medidas está aplicando um sinal na bobina transmissora de 40 V de pico-a-pico, resultando em uma tensão de pico-a-pico no resistor de carga de 500 mV. Nesse caso, obtemos uma corrente na ordem de cinco vezes maior quando comparada a corrente fornecida pelo circuito eletrônico projetado com o amplificador L272. Além disso, não observamos o ruído em destaque na figura 3. Sabemos que alterando o capacitor outras frequências podem se selecionadas, porém, é preciso adequar o tipo de capacitor ao valor da corrente utilizada no circuito eletrônico. Figura 4. Resposta do amplificador utilizando o OPA541 para diferentes valores de entrada considerando uma frequência de 120 kHz. Tensão de entrada (verde), tensão de saída (rocho). 4 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 3.2. Suporte para amostra e bobinas A figura 5 apresenta o protótipo para o sistema de medidas projetado para uma amostra com diâmetro de quatro polegadas. Inicialmente o tubo é fabricado com a possibilidade de ser preenchido pela parte superior ao mesmo tempo em que a água pode ser retirada através de uma saída na parte inferior. Todo o material utilizado para a fabricação desse suporte é não magnético e isolante. Além disso, as bobinas de transmissão e de recepção podem se movimentarem livremente ao longo de todo o tubo. Finalmente, um pequeno suporte de maneira da sustentação ao sistema como um todo. Figura 5. Sistema de medidas para amostras com 4 polegadas de diâmetro 3.3. Desacoplamento magnético O desacoplamento entre as bobinas transmissoras e receptoras é de fundamental importância para a detecção do sinal proveniente da variação de condutividade. Nesse caso, utiliza-se um sistema de desacoplamento semelhante ao utilizado nas medidas de susceptibilidade magnética. Entretanto, a bobina de desacoplamento (B) é inserida entre a bobina de transmissora (T) e receptora (R) como mostra a figura 6. Figura 6–Configuração das bobinas de transmissão (T), de desacoplamento (B) e de recepção (R). Intuímos que o número (número de voltas de fio de cobre) na bobina, assim como a distância entre as mesmas, deve ser estipulado de tal maneira que o sinal na bobina receptora proveniente do acoplamento com a bobina transmissora seja minimizado. Portanto, primeiramente, podemos concluir que a bobina receptora deve ter um número maior de espiras que a bobina de desacoplamento (B), caso contrário, a tensão na bobina receptora sempre será menor que a tensão na bobina de desacoplamento e, nesse caso, será quase impossível desacoplar as bobinas. A figura 7 apresenta três possíveis configurações. 5 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 Figura 7. Tensão na bobina receptora em função da posição das bobinas T, B e R A bobina receptora está ligada em série com a bobina de descolamento. Além disso, estão enroladas em sentido contrário. Além disso, o sentido da bobina pode ser determinado facilmente com a ajuda do osciloscópio considerando que o canal do osciloscópio tenha o terra acoplado. As tensões monitoradas pelo osciloscópio nos canais 1 (laranja), 2 (verde) e 3 (roxo) são, respectivamente, a tensão captada na bobina receptora, a tensão no resistor de carga de 0.33 Ohms e a tensão na entrada do circuito eletrônico, após a amplificação pelo OPA541. Os resultados mostram que na segunda configuração o sinal medido na bobina receptora está desacoplado da transmissora, pois a tensão monitorada tem o seu menor valor. Na posição (a) e (c) a bobina receptora é deslocada para perto ou longe da bobina de desacoplamento, respectivamente. Em ambos os casos, o valor da tensão na bobina receptora aumenta, entretanto, observa-se uma mudança de defasagem com relação a tensão na carga amostrada no segundo canal. Optou-se por descolar a bobina receptora uma vez que a bobina de desacoplamento provoca mudanças brutas na tensão, provavelmente, por ter um menor número de espiras. A partir desse resultado, concluímos que a segunda opção é a melhor configuração encontrada até o momento para realizar as medidas de condutividade nesse sistema de medidas considerando a frequência de 120 kHz. 3.4. Amplificador Lock-in Nesse trabalho apresentaremos alguns resultados preliminares utilizando o equipamento MFLI Lock-in Amplifier produzido pela ZurichIns truments. Utilizando esse instrumento, podemos monitorar o sinal de saída até uma frequência de 500 kHZ. Além disso, podemos tanto configurar a maneira como o sinal de entrada será condicionado pelo equipamento como diversos parâmetros relacionados ao processamento digital do sinal. Além disso, o equipamento também nos fornece uma interface amigável para a visualização dos dados assim como das transferências dos mesmos para o computador, como mostra a figura 8. Figura 8. Interface para configuração do MFLI Lock-in Amplifier. 6 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 Finalmente, o fabricante também disponibiliza um conjunto de bibliotecas que nos permitirá desenvolver uma interface em C/C++ dedicada ao experimento de medida de condutividade, uma vez que precisamos também configurar outros instrumentos. Essa etapa encontra-se em desenvolvimento. 4. Resultados preliminares O primeiro passo para realizar os experimentos consiste em preparar as amostras com condutividade conhecida. A condutividade investigadas nesse trabalho está entre 1 mS/cm e 100 mS/cm. Nesse sentido, a partir de uma revisão bibliográfica, percebemos que um bom conjunto de amostra para caracterizar o sistema de medidas de condutividade por indução consiste, basicamente, nas seguintes condutividades: (a) 1 uS/cm, (b) 1 mS/cm, (c) 10 mS/cm e (d) 100 mS/cm. Finalmente, essas amostras foram preparadas utilizado o condutivímetro de laboratório DM32 acoplado a uma célula de condutividade DMC-010M que, de acordo com o fabricante, (www.digimed.ind.br) opera em uma faixa típica de 100 uS/cm à 100 mS/cm. O segundo passo consiste em configurar os diversos parâmetros do MFLI Lock-in Amplifier como mostra a figura 9. Figura 9. Parâmetros de configuração do MFLI Lock-in Amplifier O filtro passa baixa pode ser configurado tanto em função do tempo de integração como na ordem do filtro em db. Para as nossas medidas escolhemos a segunda opção. A opção de “Range” é configurada para a opção de automático e, nesse caso, o próprio aparelho determina a melhor configuração de acordo com o sinal de entrada. Entretanto, precisamos ajustar alguns parâmetros para que o aparelho consiga realizar essa operação eficientemente. Esse instrumento permite também que o sinal seja amplificado antes de ser processado destacando, assim, um diferencial com relação ao SR850 Lck-in Amplifier comumente utilizado em outros trabalhos para a medida de condutividade. Finalmente, note que há uma indicação em verde mostrando que o sinal de referência em 120 kHz foi detectado com sucesso pelo aparelho. Em seguida, o sistema está permite monitorar as grandezas de saída, como mostra a figura 10, considerando amostras com diferentes condutividades, como discutido anteriormente. Finalmente, as medidas de relevância para o nosso experimento, cujo objetivo é determinar a condutividade a partir da tensão induzida na bobina receptora são: R, Phase, X, Y. Figura 10. Medidas do módulo (R), parte real (X), fase (Phase) e imaginária (Y) do sinal na bobina receptora em função de diferentes condutividades: (a) Ar, (b) 1 uS/cm, (c) 1 mS/cm, (d) 10 mS/cm e (e) 100 mS/cm 7 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 A primeira medida (figura 10 (a)) é utilizada para configurar o desacoplamento entre as bobinas transmissora e receptora. Nesse caso, encontra-se a posição das bobinas até que a fase monitorada na bobina receptora se aproxime de zero ou de 180º. Essa configuração também pode ser otimizada com o auxilio do osciloscópio. Note que o módulo e a parte real são iguais, a menos de um sinal negativo, uma vez que a fase é próxima de 180. Assim, compreendemos que, nessa situação, a parte imaginária está próxima de zero, como recomenda a literatura. É claro que esse valor zero nunca será alcançado com perfeição. Em seguida, podemos observar que a parte real do sinal monitorado na bobina receptora diminui na medida em que a condutividade da amostra aumenta de 1uS/cm até 100 mS/cm. Esse comportamento é apresentado, graficamente, através da figura 11. Figura 11. Resposta do sistema de medidas em função da condutividade para uma frequência de 120 kHz. Nota-se que a variação da tensão entre a primeira e a segunda amostra é um valor bem maior que as outras. Porém, esse comportamento é esperado uma vez que a variação da condutividade é na ordem de 1000 vezes maior da primeira para a segunda amostra, enquanto que as outras estão na ordem de 10. Outra opção de análise para caracterizar e investigar a resposta do o sistema de medidas de condutividade consiste em monitorar a tensão na bobina receptora em função do tempo para amostras com diferentes condutividades. Essa medida é possível graças à funcionalidade do software disponibilizado pelo fabricante. Essa opção permite que os dados possam ser obtidos em um tempo de 2s até 1 hora. Entretanto, como a variação entre as amostras é na ordem de poucos mV é necessário um programa para melhor apresentar os dados que podem ser transferidos facilmente para o computador. Nesse caso, a figura 12 apresenta em detalhe os resultados. Note que o sistema de medidas consegue monitorar uma variação da tensão na ordem de mV em cada momento que a amostra é trocada durante a medida. Os picos são resultados da movimentação da amostra dentro do tubo. A sequência em que as amostras são inseridas é a seguinte: 1 uS/cm, 1 mS/cm, 10 mS/cm, 100 mS/cm, 10 mS/cm, 1 mS/cm e 1 uS/cm. 8 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 Figura 12. Parte real da tensão induzida na bobina receptora em função do tempo, considerando amostras com diferentes condutividades. Foram inseridas amostras na seguinte sequência: Ar, 1 uS/cm, 1 mS/cm, 10 mS/cm, 100 mS/cm, 10 mS/cm, 1 mS/cm, 1 uS/cm, Ar. A mesma análise é obtida configurando as bobinas para que a tensão aumente com a condutividade. Além disso, investigamos também a opção de ganho igual a 2 no MFLI Lock-in Amplifier, como mostra a figura 13. Nesse caso, note que a diferença entre a resposta para diferentes condutividades aumenta com relação aos dados apresentados com ganho igual a 1 para o lock-in. Essa é uma das soluções que podem ser utilizadas para melhorar a sensibilidade do sistema de medidas. Além dessa, a outra opção é projetar e fabricar um amplificador por hardware como vem sendo utilizado em diversos trabalhos científico. Figura 13. Parte real da tensão induzida na bobina receptora em função do tempo considerando amostras com diferentes condutividades. Foram inseridas amostras na seguinte sequência: 1 mS/cm, 10 mS/cm, 100 mS/cm. 5. Conclusão e perspectivas futuras A condutividade da amostra em estudo varia de 1uS/cm até 100 mS/cm. As bobinas transmissora e receptora estão desacoplada através da utilização de uma bobina de desacoplamento inserida entre ambas. Finalmente, a utilização do MFLI Lock-in Amplifier possibilita que a frequência do sinal utilizado para gerar o campo magnético possa chegar até 500 kHz. Todas essas detalhes contribuíram para que pudéssemos obter uma resposta preliminar da tensão na bobina receptora para as amostra com diferentes condutividades em uma frequência de 120 kHz. Diversas modificações ainda precisam ser realizadas para que o sistema alcance resposta satisfatória. Isto é, precisamos reduzir a frequência de operação para 50 kHz assim como aumentar a sensibilidade do sistema de medidas. Sem seguida, obteremos uma curva de calibração considerando amostra com condutividades entre 5 mS/cm até 100 mS/cm em intervalos de 5mS/cm. Para 9 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2016 isso, precisamos aumentar a potência do amplificador utilizado para aplicar o sinal senoidal ao circuito RLC. Além disso, é preciso também adequar o capacitor para que o sistema atinja estabilidade em 50 kHz e alta corrente. Finalmente, após todas essas modificações reduziremos o diâmetro da amostra de 4 para 1.5 polegadas tentando manter a mesma sensibilidade. A partir dessas modificações estaremos concluindo a primeira parte do projeto, isto é, o desenvolvimento de um sistema de medidas de condutividade por indução em baixa pressão. 6. Agradecimentos Gostaríamos de agradecer aos colegas que contribuíram diretamente para a realização desse trabalho, são eles: Aridio Schiappacassa, Edgar Monteiro da Silva, Maury Duarte Correio, Bernado Coutinho, Willian Trevizan e Ivana Cavalcanti. Finalmente, esse trabalho é o resultado de uma colaboração entre a Petrobras, A Universidade de Brasília e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (No 0050.0093372.14.9; PT-160.09.11970; SAP 4600479282). 7. Referências DOLL, H. 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