Unidade 6 Idealismo, Materialismo e Positivismo 6 Objetivos de aprendizagem Plano de estudo A seguir apresentam-se as seções desta unidade. Sugere-se que ao final de cada unidade você utilize os quadros para assinalar as seções já estudadas. Seção 1 O que diz o Idealismo? Seção 2 O que é Materialismo? Seção 3 O que diz o Positivismo? Para início de conversa O movimento social denominado Iluminismo, que você estudou no final da Unidade 5, culminou na Revolução Francesa em 1789. Esta revolução não constituiu apenas um fenômeno regional, mas abalou os alicerces de todo o mundo ocidental. Muitos pensadores encaram-na como o ápice das idéias iluministas. A partir deste processo assiste-se a uma profunda transformação na sociedade européia; uma reviravolta no campo sociopolítico e no modo de pensar. É evidente que, na verdade, apenas uma parte da população se beneficiou das novas conquistas, mas, de qualquer forma, o movimento teve ressonância e mudaria os destinos do Ocidente. Ao final desta unidade você deve ter subsídios para: compreender três das principais correntes em Filosofia: Idealismo, Materialismo e Positivismo; identificar como o Iluminismo promoveu um ambiente de otimismo na sociedade da época. Universidade do Sul de Santa Catarina O século XVIII, conforme já foi afirmado, ficou conhecido como o Século das Luzes (Iluminismo ou Aufklärung), conseqüência da crença no poder da razão para conduzir a vida humana. Racionalismo e Empirismo são as duas grandes correntes filosóficas que fornecem o suporte para tal, valorizando o poder da razão e dos sentidos, respectivamente, para o processo do conhecimento. É claro que isso aconteceu com críticas, o que é normal. Um dos filósofos que questionou o poder absoluto da razão foi Immanuel Kant: Será que a razão pode conhecer tudo? Qual o conhecimento que possui fundamento? A razão estava sob julgamento. Nesta unidade você irá conhecer algumas das características que se formaram nesse contexto. Seção 1 – O que diz o Idealismo? O Idealismo afirma que o que se conhece sobre o ser humano e o mundo é produto de idéias, representações e conceitos elaborados pela consciência humana. Quando olhamos para o mundo, vemos pessoas, animais, plantas, coisas, e todos nós achamos que conhecemos estas coisas e que elas estão lá, fora de nós. Somos levados a pensar, então, que há um mundo objetivo e real, em oposição ao nosso mundo interior e subjetivo. Isso, porém, não é tão simples como aparece: por exemplo, quando você vê uma caneta, você diz que conhece uma caneta, e você a chama de caneta porque corresponde à idéia de caneta que de antemão você tem na cabeça. Desta forma, conhecer é aperceber-se de algo que existe fora de nós e enquadrá-la numa idéia que de antemão possuímos. É nesse processo que se insere o Idealismo (BUSSOLA, 1998, p. 35). Em outras palavras, pode-se afirmar que Idealismo é a corrente filosófica que, na aproximação da realidade, coloca em primeiro lugar o conhecimento desta realidade – ou seja, o modo como se processa este conhecimento na consciência de quem conhece – e somente em segundo lugar a realidade que é conhecida (BUSSOLA, 1998, p. 35). Principais representantes: Johann Gottlieb von Fichte, Friedrich Wilhelm von Schelling, Friedrich Hegel, Immanuel Kant. 190 Filosofia e Ética 1.1 Quem foi Georg W. Friedrich Hegel? A contribuição de Hegel (1770-1831) representou a culminância do Idealismo alemão e lançou as bases da maior parte das tendências filosóficas e ideológicas posteriores. A dinâmica da realidade tem sua lógica determinada pela “dialética”, realizada em três fases: tese, antítese e síntese. Assim, toda realidade primeiro “se apresenta”, depois se nega a si própria, e num terceiro momento supera e elimina essa contradição. A realidade evolui e forma repetidamente novas contradições que encontram solução. Esta, por sua vez, dá origem a contradições novas e a novas soluções. Segundo este esquema, a idéia lógica, o princípio, converte-se em seu contrário, a natureza, e esta em espírito, que é a “síntese” de idéia e natureza. O espírito se desdobra em “subjetivo”, “objetivo” e “absoluto”. O espírito subjetivo é o de cada indivíduo, e o espírito objetivo é a manifestação da idéia na história: sua expressão máxima é constituída pelo Estado, que realiza a razão universal humana, síntese do espírito subjetivo e do objetivo no espírito absoluto. Da mesma forma, Hegel divide a Ética em Ética subjetiva (ou pessoal) e em Ética objetiva (ou social). A primeira é uma consciência de dever e a segunda é formada pelos costumes, pelas leis e normas de uma sociedade. O Estado, para Hegel, reúne esses dois aspectos numa “totalidade Ética”. Assim, a vontade individual subjetiva é também determinada por uma vontade objetiva, impessoal, coletiva, social e pública que cria as diversas instituições sociais. Além disso, essa vontade regula e normatiza as condutas individuais através de um conjunto de valores e costumes vigentes em uma determinada sociedade em uma determinada época. O ideal ético está numa vida livre dentro de um Estado livre. (www.simplesgestão.com.br) A história é dialética porque constantemente está desenvolvendo idéias novas que contradizem as antigas. Por isso é um processo que não termina. Ou seja, para toda afirmação há uma negação (outra teoria), que produz uma nova síntese (teoria). Esta síntese é uma nova tese, e assim sucessivamente. A tese é a afirmação; a antítese é a negação da primeira; a síntese, o resultado da dialética do sim e do não, isto é, dos contrários. Unidade 6 191 Universidade do Sul de Santa Catarina Desta maneira, a verdade deixa de ser um fato concreto para ser um resultado do desenvolvimento do Espírito (da idéia), por isso chama-se de Idealismo, pois este processo se realiza nas idéias. Tese Antítese Síntese (tese) Antítese Síntese (Tese) FIGURA 1 – Metodologia do Idealismo Para entender a Figura 1: o processo dialético é contínuo. Primeiro uma tese (idéia, teoria) é apresentada. Em seguida, alguém contesta a primeira idéia (é a antítese). No terceiro momento acontece a síntese, ou seja, uma nova idéia ou teoria a partir do confronto das duas primeiras (síntese). A síntese é também uma nova tese, e assim sucessivamente. Seção 2 – O que é Materialismo? Para os materialistas, a matéria (condições econômicas, sociais, políticas, históricas) produz efeitos surpreendentes, entre os quais a consciência, ou seja, nosso jeito de pensar. Marx e Engels colocam o Idealismo de Hegel de cabeça para baixo. Em primeiro lugar vem a natureza, depois o homem, que a transforma através do trabalho. Marx afirma que “não é a consciência dos homens que determina seu ser, mas ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência” (BUSSOLA, 1998, p. 47). Totalmente ao contrário do que ocorre na Filosofia alemã, que desce do céu à terra, aqui se ascende da terra ao céu. Ou, em outras palavras: não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam ou representam, e tampouco dos homens pensados, imaginados e representados para, a partir daí, chegar aos homens de carne e osso; parte-se dos homens realmente ativos e, a partir do seu processo de vida real, expõe-se também o desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida (MARX e ENGELS, 1996, p. 37). 192 Filosofia e Ética No século XIX, Karl Marx utiliza o método dialético e o adapta à sua teoria, o Materialismo Histórico. O objeto de estudo do Materialismo Histórico são as transformações econômicas e sociais, determinadas pela evolução dos meios de produção. Em conseqüência toda elaboração espiritual - leis, moral, religião, teorizações, inclusive aquelas que se referem ao universo dos valores morais são condicionadas pelo desenvolvimento das forças produtivas. Assim, propõe como objeto da reflexão filosófica o estudo das relações econômicas e sociais. A missão da Filosofia, que até então era de interpretar o mundo, deve ser também transformá-lo. Marx também afirmou que temos a ilusão de estar pensando e agindo com nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um poder invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder – que é social – ele deu o nome de ideologia (CHAUI, 1998, p. 52). 2.1 Quem foi Karl Marx? A realidade social observada por Marx (1818-1883) mostrava de um lado o avanço técnico, o aumento do poder do ser humano sobre a natureza, o enriquecimento e o progresso; como oposição percebia também a escravização operária e o aumento da miséria. Marx afirma também que a sociedade capitalista transformou o caráter do trabalho. Na trama de relações o trabalhador vende sua capacidade de trabalho, sua única mercadoria. Como ele vendeu sua força de trabalho ao capitalista, todo o valor criado pertence ao dono de sua força. O processo de produção cria outro problema. Quando o operário vende sua força de trabalho, o produto não lhe pertence e adquire uma existência independente dele próprio. Ele não projeta mais aquilo que vai executar, há uma separação entre concepção e execução do trabalho. O produto do trabalho do operário está fora de seu controle conceitual, quando não se reconhece mais no que produz. O produto surge como uma realidade separada do produtor. Este é o fetichismo ou a ideologização do processo de produção capitalista. Unidade 6 193 Universidade do Sul de Santa Catarina Para a compreensão do processo do conhecimento ele parte da própria realidade do objeto, não a partir de uma representação ou conceito sobre este: O concreto é concreto, porque é a concentração de muitas determinações, isto é, unidade no diverso. Por isso, o concreto aparece no pensamento como o processo da concentração, como resultado, não como ponto de partida, embora seja o verdadeiro ponto de partida e, portanto, o ponto de partida também da intuição e da representação (MARX, 1989, p. 229). Na verdade, esta concepção é uma discussão contra o que estava colocado pela Filosofia alemã: “A nenhum destes filósofos ocorreu perguntar qual era a conexão entre a Filosofia alemã e a realidade alemã, a conexão entre a sua crítica e o seu próprio meio material.” (MARX, 1989, p. 26). É impossível compreender a vida (econômica, social, política, ideológica, afetiva, cultural, religiosa...) sem termos os pés na realidade. Marx de acordo com sua filosofia viu a moral como uma espécie de “superestrutura ideológica”, cumprindo uma função social que, via de regra, servia para sacramentar as relações e condições de existência de acordo com os interesses da classe dominante. Numa sociedade dividida em classes antagônicas a moral sempre terá um caráter de classe. Seção 3 – O que diz o Positivismo? O Positivismo exprime, segundo Aranha (1998, p. 139), a exaltação provocada no século XIX pelo avanço da ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais eficaz. Esse entusiasmo desemboca no cientificismo, visão segundo a qual a ciência seria o único conhecimento válido. Dessa forma, o método das ciências da natureza – baseado na observação, experimentação e matematização – deveria ser estendido a todos os campos do conhecimento e a todas as atividades humanas, inclusive à Filosofia. O Positivismo do francês Auguste Comte considera apenas o fato positivo (aquele que pode ser medido e controlado pela experiência) como adequado para o estudo. O termo positivo provém do latim positivus, que significa: que repousa sobre algo seguro, cuja realidade não pode ser posta em dúvida. Um fato positivo é algo certo, real, observável. E é somente a eles que o investigador deve se ater. Por outro lado, todo conhecimento dito “transcendente” – metafísica, Teologia... –, que se situa além de qualquer possibilidade de verificação prática, deve ser descartado. 194 Filosofia e Ética O Positivismo definiu a existência de três estágios de desenvolvimento na história da humanidade: 1. teológico-mítico: no qual o homem explica os fenômenos da natureza mediante o recurso a entes sobrenaturais ou divindades, e cuja fase superior é o monoteísmo; 2. metafísico: não se interpreta o mundo sensível em função de seres exteriores a ele, mas apela-se para forças ou conceitos imanentes e abstratos (formas, idéias, potências, princípios); 3. positivo: o homem se limita a descrever os fenômenos e a estabelecer “as relações constantes de semelhança e sucessão entre eles”. Neste estágio, que é o da Filosofia Positiva, não se pretende achar as causas ou a essência das coisas, mas descobrir as leis que as regem. 3.1 Quem foi Auguste Comte? Com a Revolução Industrial já plenamente realizada, em pleno florescimento das ciências experimentais, que conquistavam progressivamente mais e mais espaço, em detrimento da teorização racionalista, Comte (1798-1857) tentou a síntese dos conhecimentos positivos de seu tempo. Era recente o triunfo da Física, da Química e de algumas idéias biológicas. Todos os bons espíritos repetem que somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados (COMTE apud ARANHA, 1998, p. 139). A doutrina de Comte, exposta no Curso de Filosofia positiva, baseou-se na chamada lei dos três estados ou etapas do desenvolvimento intelectual da humanidade (mítico, metafísico, positivo). O Positivismo de Comte assume também a condição de um credo baseado na ciência, que não exclui a abertura de templos e a prática de culto. Os aspectos religiosos do Positivismo se encontram tratados em O catecismo positivista. Os adeptos do Positivismo dividiram-se em dois grupos antagônicos: os ortodoxos, que acompanharam Comte em sua fase religiosa; e os heterodoxos, que se mantiveram fiéis somente à primeira fase, de cunho científico e filosófico. Unidade 6 195 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de auto-avaliação Leia os enunciados com atenção e responda as questões que seguem. 1. Associe a 2ª (segunda) coluna de acordo com a 1ª (primeira). a. Revolução Francesa b. Iluminismo c. Empirismo d. Racionalismo e. Immanuel Kant ( ) Valorização dos sentidos para o processo do conhecimento. ( ) Objetivou fazer a síntese do Racionalismo e do Empirismo. ( ) Valorização do poder da razão para o processo do conhecimento. ( ) Encarada por muitos pensadores como o ápice das idéias iluministas. ( ) Crença no poder da razão para conduzir a vida humana. 2. Classifique as sentenças: coloque I para Idealismo e M para Materialismo. ( ) Afirma a preponderância da consciência sobre a realidade, ou da realidade ideal sobre a realidade material. ( ) A única realidade é a matéria em movimento, que produz efeitos surpreendentes, entre os quais a consciência. ( ) Coloca em primeiro lugar o conhecimento desta realidade, ou seja, o modo como se processa esse conhecimento na consciência de quem conhece, e somente em segundo lugar a realidade que é conhecida. ( ) Consiste na interpretação da realidade exterior e material a partir do mundo interior, subjetivo. ( ) O que se conhece sobre o ser humano e o mundo é produto de idéias, representações e conceitos elaborados pela consciência humana. ( ) Propõe como objeto da reflexão filosófica o estudo das relações econômicas e sociais. 196 Filosofia e Ética 3. Some as sentenças corretas: sobre o Positivismo é CORRETO afirmar que: 01. opôs às abstrações o método experimental e o objetivo da ciência; 02. exprime a exaltação provocada no século XIX pelo avanço da ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais eficaz; 04. todo conhecimento que é dito “transcendente” – metafísica, Teologia... – que se situa além de qualquer possibilidade de verificação prática, é ciência; 08. o Positivismo do francês Auguste Comte considera apenas o fato positivo (aquele que pode ser medido e controlado pela experiência) como adequado para o estudo; 16. o Positivismo de Comte definiu a existência de três estágios de desenvolvimento na história da humanidade: teológico-mítico, metafísico e positivo; 32. o método das ciências – baseado na observação, experimentação e matematização – deveria ser estendido a todos os campos do conhecimento e a todas as atividades humanas. Somatória: 4. Com suas palavras escreva a diferença entre Idealismo, Materialismo e Positivismo. Unidade 6 197 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade você estudou algumas das grandes correntes filosóficas. Acompanhe a idéia-chave de cada uma. Racionalismo: só a razão é capaz de propiciar o conhecimento adequado do real. Empirismo: a mente é uma tábula rasa ou página em branco, cujo conteúdo provém da experiência. Idealismo: coloca em primeiro lugar o conhecimento da realidade, ou seja, o modo como este se processa na consciência de quem conhece, e somente em segundo lugar a realidade que é conhecida. Materialismo: propõe como objeto da reflexão filosófica o estudo das relações econômicas e sociais. Positivismo: o método das ciências da natureza – baseado na observação, experimentação e matematização – deveria ser estendido a todos os campos do conhecimento e a todas as atividades humanas. Saiba mais Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade você poderá realizar leitura complementar dos livros: ABRÃO, Bernadette Siqueira (org.). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores). ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996. BARBOSA, Wilmar do Valle. O Materialismo Histórico. In: RESENDE, Antonio (Org.). Curso de Filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 145-163. BERGEN, Karel Frans Van Den. As correntes filosóficas contemporâneas. In: OLIVEIRA, Admardo Serafim de CARNIELLI, Adwalter Antonio et al. Introdução ao pensamento filosófico. 6. ed. São Paulo: Loyola, 1998. p. 31-88. FROMM, Erich. O conceito marxista de homem. São Paulo: Cortez, 1981. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da Filosofia. São Paulo: Cia. das Letras, 1996. HEERDT, Mauri Luiz. Pensando para viver: alguns caminhos da Filosofia. Florianópolis: Sophos, 2000. 198 Filosofia e Ética MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. 10. ed. Trad. de José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Hucitec, 1996. MARX, Karl. Contribuição para a crítica da economia política. São Paulo: Mandacaru, 1989. MARX, Karl. O capital. Trad. de Reginaldo Sant’Anna. 13. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. v. 1. ROHDEN, Valério. O criticismo kantiano. In: RESENDE, Antonio (Org.). Curso de Filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 106-119. SIMON, Maria Célia. O Positivismo de Comte. In: RESENDE, Antonio (Org.). Curso de Filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 120-132. Unidade 6 199