Glossário da Toxicodependência

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Glossário da Toxicodependência
A
Abstinência: privação voluntária do consumo de substâncias psicoactivas. Não confundir com “síndrome de
abstinência”.
Abuso de substâncias psicoactivas: de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações
Mentais (DSM-IV), trata-se de uma utilização recorrente de uma ou mais substâncias psicoactivas (SPA),
resultando na incapacidade em cumprir obrigações importantes no trabalho, na escola ou em casa, as quais
podem traduzir-se em problemas físicos, legais, sociais e ou interpessoais, causados ou exacerbados pelos
efeitos das substâncias.
Álcool: é uma substância psicoactiva (SPA) legalizada e comercializada na sociedade. O principal
componente das bebidas alcoólicas é o etanol ou álcool etílico. Tem uma acção depressora no sistema
nervoso central, afecta a coordenação motora, capacidade de julgamento, cria dependência, a qual pode
causar problemas ao nível individual, social, laboral e legal.
Alcoólico: um indivíduo que sofre de alcoolismo.
Alcoolismo: abuso de bebidas alcoólicas. Estado mórbido causado pelo abuso destas substâncias.
Alucinação: é a percepção real de um objecto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo
externo.
Alucinogéneo: substância natural ou sintética que actua no sistema nervoso central provocando distorções
dos sentidos, afectando a concentração, os pensamentos e a comunicação. A sua utilização para fins
recreativos oferece sérios riscos.
Analgésico: uma substância que reduz a dor e pode ou não ter propriedades psicoactivas.
Anfetaminas: grupo de substâncias psicotrópicas estimulantes de origem sintética. Os sinais e sintomas
sugestivos de intoxicação por anfetaminas incluem taquicardia, dilatação pupilar, aumento da pressão arterial,
hiperreflexia, sudorese, calafrios, anorexia, náusea ou vómito, agressividade, hipervigilância, agitação e
perturbação do juízo crítico. O uso crónico em geral induz alterações da personalidade e do comportamento
tais como, impulsividade, agressividade, irritabilidade, desconfiança e psicose paranóide.
Ansiolíticos: são os medicamentos capazes de reduzir a ansiedade e exercer um efeito calmante.
Antidepressivos: grupo de substâncias psicoactivas prescritas para o tratamento dos transtornos depressivos;
também são usados noutras perturbações clínicas.
B
Barbitúricos: são um grupo de fármacos depressores do sistema nervoso central derivados do ácido
barbitúrico. Podem dar lugar a uma forte dependência, quer sejam usados por via oral, quer intravenosa. Esta
dependência caracteriza-se por uma importante redução da actividade intelectual, irritabilidade, agressividade
e perturbações da personalidade. A sua abstinência causa ansiedade, crises de pânico, estado confusional e
surtos de delírio.
Bebida alcoólica: líquido que contém álcool (etanol), produzido para ser ingerido.
Benzodiazepinas: um grupo de fármacos relacionados e usados primordialmente como sedativos/hipnóticos,
relaxantes musculares e anti-epilépticos. Algumas Benzodiazepinas são usadas indevidamente em
combinação com o álcool ou na dependência de opióides. Mesmo em doses terapêuticas, a interrupção
abrupta destes fármacos induz uma síndrome de abstinência até 50% das pessoas tratadas durante seis
meses ou mais.
Binge drinking: consumo intenso de bebidas alcoólicas com o objectivo de ficar propositadamente alcoolizado
num curto espaço de tempo.
C
Cafeína: é um estimulante leve do sistema nervoso central, um vasodilatador e um diurético. A cafeína é
encontrada no café, chá, chocolate, guaraná, coca- cola e outros refrigerantes.
Cafeinismo, consumo excessivo crónico ou agudo de cafeína. Os sintomas incluem inquietação, insónia, rubor
facial, contracções musculares, taquicardia, perturbações gastrointestinais incluindo dores abdominais,
pensamento e fala acelerados e desorganizados e, algumas vezes, exacerbação de uma ansiedade préexistente ou estados de pânico, depressão ou esquizofrenia.
Cannabis: é uma planta cujo nome científico é Cannabis Sativa. A substância activa responsável pelos efeitos
no organismo é o THC ou tetrahidrocanabinol. A cannabis pode ser ingerida juntamente com alimentos ou
bebida em forma de chá, mas a principal forma de consumo é a fumada. Os seus efeitos dependem da
quantidade utilizada, afectando a coordenação motora e a memória. A contínua exposição ao fumo tóxico pode
ocasionar diversos problemas de saúde, incluindo diversos cancros no aparelho respiratório.
Cirrose alcoólica: uma forma grave de hepatopatia alcoólica caracterizada por necrose e deformação
permanente da arquitectura do fígado devido à formação de tecido fibroso e de nódulos regenerativos. Os
indivíduos apresentam sintomas e sinais de descompensação hepática tais como ascite, edema de tornozelos,
icterícia, hematomas, hemorragia gastrointestinal procedentes de varizes esofágicas e confusão ou estupor
devido à encefalopatia hepática. Os pacientes relatam queixas tais como dores abdominais, perturbações
intestinais, perda de peso e de massa muscular e fraqueza.
Cocaína: é um estimulante sintetizado em laboratório, proveniente da folha do arbusto Erytroxylon coca. Esta
substância age na comunicação entre os neurónios, prolongando a acção de outra substância, a dopamina. A
cocaína pode ser consumida de várias maneiras, mas a mais comum é aspirada, já que normalmente
apresenta a forma de pó. O efeito dura de 20 a 30 minutos e é seguido de irritabilidade, cansaço e depressão.
O uso em altas doses pode provocar alucinações, agitação, extrema paranóia e agressividade. A quinina, uma
substância que pode estar misturada com a cocaína, pode levar à cegueira irreversível. Mesmo o uso
moderado desta substância é perigoso devido ao alto risco de falência do coração que ela provoca. Infecções
sanguíneas, pulmonares e coronárias também estão na lista de consequências do uso contínuo da cocaína.
Comunidade terapêutica: unidade de saúde onde é assegurado um ambiente estruturado no qual indivíduos
dependentes de substâncias psicoactivas residem até um período de tempo clinicamente estipulado para
alcançar a reabilitação. Tais comunidades operam sob normas restritas e, são em geral, isoladas
geograficamente.
Consumo abusivo: consumo recorrente de substâncias psicoactivas lícitas e/ou ilícitas devido à dependência
física e psicológica. A droga torna-se o centro dos seus interesses e da sua vida.
Consumo experimental: corresponde ao contacto inicial com uma ou várias substâncias, podendo continuar
os consumos ou abandoná-los.
Consumo habitual: supõe uma utilização frequente da substância psicoactiva. Esta prática pode conduzir a
outras formas de consumo, dependendo da substância, da frequência do consumo, das características
pessoais e do ambiente que as rodeia.
Consumo ocasional: contactos esporádicos com determinada(s) substância(s), sem nenhuma periodicidade
fixa e com largos intervalos de abstinência. Não há dependência.
Crack: substância psicoactiva obtida a partir do aquecimento do pó da cocaína juntamente com amónia,
bicarbonato de sódio e água. Tem o aspecto de uma pequena pedra de sabão cristalina podendo ser fumada
ou injectada. Devido ao seu efeito rápido, os indivíduos consomem novas doses para voltar a sentir euforia e
sair do estado depressivo. O uso constante dessa SPA provoca agressividade, comportamento paranóico,
depressão, alucinações e, em pouco tempo, pode causar paragem cardíaca e a morte.
Craving: necessidade imperiosa de consumir uma substância psicoactiva com o objectivo de sentir os seus
efeitos.
D
Delirium tremens: estado psicótico agudo que ocorre em indivíduos dependentes de álcool, durante a fase de
abstinência, caracterizado por confusão, desorientação, ideação paranóide, delírios, ilusões, alucinações,
inquietação, distracção, tremores, sudorese, taquicardia e hipertensão.
Demência alcoólica: transtorno crónico ou progressivo resultante de um padrão de consumo continuado,
caracterizado pelo comprometimento das múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, raciocínio,
orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e juízo crítico. As perturbações
cognitivas são usualmente acompanhadas de deterioração do controlo emocional, do comportamento social ou
da motivação.
Dependência: condição patológica caracterizada pelo uso compulsivo de substâncias psicoactivas, apesar das
consequências negativas desse consumo.
Dependência física: segundo Eddy et al. (1965) é "um estado adaptativo que se manifesta por intensos
distúrbios físicos, quando a administração de uma droga é suspensa".
Dependência psicológica: sensação de necessidade de usar determinada droga para sentir bemestar. Muitas vezes os consumidores procuram os efeitos iniciais do uso da droga.
Depressores: qualquer agente que suprime, inibe ou diminui a actividade do sistema nervoso central (SNC), a
actividade motora, reacção à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial (diminuição da
inibição) e posteriormente um aumento da sonolência. As principais classes de depressores do SNC são os
sedativos/hipnóticos, os opióides e os neurolépticos. O álcool, os barbitúricos, os anestésicos, as
benzodiazepinas, os opiáceos e os seus análogos sintéticos são exemplos de substâncias depressoras.
Desintoxicação: processo através do qual se pretende remover os efeitos de uma substância psicoactiva de
um indivíduo. A desintoxicação como um procedimento clínico implica que o indivíduo seja supervisionado até
recuperar-se completamente da intoxicação ou da síndrome de abstinência física.
Doping: definido pelo Comité Olímpico Internacional e pela Federação Internacional de Atletas Amadores
como o uso ou distribuição de substâncias que podem melhorar artificialmente as condições físicas e mentais
de atletas e, portanto, o seu desempenho atlético.
Droga: segundo a Organização Mundial de Sáude (OMS) é toda a substância, natural ou sintética, que altera o
funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), deprimindo-o, estimulando-o ou criando rupturas psicóticas.
Drogas ilícitas: toda e qualquer substância psicoactiva proibida por lei.
Drogas lícitas: são drogas cuja produção, uso e comercialização são permitidos por lei, como exemplo temos
as bebidas alcoólicas e o tabaco. Apesar da sua legalidade, a quantidade, a frequência e a quantidade do seu
uso podem causar danos na saúde do indivíduo.
Droga sintética: droga feita num laboratório.
E
Ecstasy: droga sintética ilícita com efeitos estimulantes e alucinogénios, apresenta-se sob a forma de
comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Tem como princípio activo o metilenodioxidometaanfetamina
(MDMA). Os efeitos colaterais incluem espasmo do maxilar, náuseas, cólicas, visão turva, paranóia, depressão
e reacções musculares. O maior perigo desta SPA é o aumento da temperatura do corpo, que causa febre alta
e desidratação, o que pode resultar em ataque cardíaco e falência do fígado e dos rins.
Esteróides anabolizantes: são hormonas sintéticas que aumentam a massa muscular, a força ou a
resistência. Os esteróides causam sérias modificações nas funções corporais, produzindo efeitos perigosos,
que incluem aumento da pressão arterial, doenças no coração, tumores no fígado e ataque cardíaco. Os
homens podem desenvolver disfunção eréctil, sofrer diminuição dos testículos e queda de cabelo. As mulheres
podem ter crescimento de barba, mudanças na voz e alterações no ciclo menstrual.
Estimulante: tipo de SPA que acelera a actividade do sistema nervoso central (SNC).
F
Factores de protecção: segundo Clayton (1992), “um atributo ou característica individual, condição situacional
e/ou contexto ambiental que inibe, reduz ou atenua a probabilidade de uso/abuso de drogas”.
Factores de risco: segundo Clayton (1992), “um atributo ou característica individual, condição situacional e/ou
contexto ambiental que aumenta a probabilidade de uso/abuso de drogas”.
Flashback: efeito secundário do consumo de um alucinogénio, durante o qual os efeitos originais da droga são
sentidos semanas ou até mesmo anos, posteriormente ao seu uso.
G
GHB: conhecido como ecstasy líquido, o GHB é sedativo e esteróide anabolizante. Normalmente, o GHB é
encontrado como pó ou diluído em água, não tem cheiro e quase nenhum gosto (sendo também conhecida
como “droga da violação”). Interfere na fala, na coordenação motora, causa náuseas e vómitos. O GHB induz o
sono e em combinação com outras drogas, principalmente o álcool, pode resultar em coma ou morte.
H
Hepatite alcoólica: transtorno do fígado caracterizado por necrose das células hepáticas e a sua inflamação,
consequente ao consumo crónico de níveis elevados de álcool.
Heroína: substância derivada do ópio. Além de ser extremamente nociva ao organismo, a heroína causa
rápida dependência física e psíquica. Age como um poderoso depressor do sistema nervoso central. Pode ser
inalada ou fumada, mas normalmente é injectada. O consumidor fica sedado, com dificuldades na fala, a boca
seca e as pupilas muito contraídas. Em combinação com outros depressores, como o álcool, o risco de
overdose aumenta consideravelmente. O uso constante desta droga resulta em abcessos na pele, infecções no
coração, doenças no fígado, surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até morte.
Se for consumida na forma injectada, pode causar necrose (morte dos tecidos) das veias. O corpo perde
também a capacidade de controlar a temperatura, e o consumidor passa a sentir calafrios constantes. O
estômago e o intestino ficam completamente descontrolados, o que causa vómitos frequentes, diarreias e
fortes dores abdominais.
I
Inebriantes: substâncias químicas que são inaladas e que actuam sobre o sistema nervoso central (SNC). A
maioria dos inebriantes é dissolvente, tais como vernizes, tintas e colas. O uso ocasional pode causar danos
severos ao sistema nervoso e ao cérebro e resultar em morte, além de comprometer o sistema respiratório.
Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT): Instituto Público integrado na administração indirecta do
Estado, dotado de autonomia administrativa e património próprio. Prossegue atribuições do Ministério da
Saúde, sob superintendência e tutela do respectivo Ministério. Tem como missão promover a redução do
consumo de drogas lícitas e ilícitas, bem como a diminuição das toxicodependências.
Intoxicação: uma situação consequente à administração de uma substância psicoactiva e que resulta em
perturbações do nível da consciência, da cognição, da percepção, do juízo crítico, do afecto, do
comportamento ou de outras funções e reacções psicofisiológicas. A intoxicação depende do tipo e da dose da
SPA e é influenciada pelo nível individual de tolerância e por outros factores, tais como as expectativas
culturais e pessoais acerca dos efeitos da SPA. As complicações podem incluir traumatismos, aspiração do
vómito, delirium, coma e convulsões, dependendo da substância e do método de administração.
K
Ketamina: anestésico utilizado principalmente em cirurgias de animais, especialmente cavalos. Vendido na
forma líquida, é transformada em pó. Normalmente, esta substância é inalada ou fumada com haxixe ou
tabaco, mas também pode ser misturada com o ecstasy e com a cocaína. Produz alucinações e perda da
noção de tempo, do espaço e da identidade. Quando é utilizada em grandes doses, resulta em delírios,
problemas respiratórios e convulsões. Se for misturada com o álcool ou com a cocaína, pode ser fatal.
L
LSD: abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. O LSD é um alucinogéneo consumido normalmente
dissolvido em pedaços de papel muito pequenos, chamados de “pontos”, e pode ser encontrado até mesmo
em cápsulas. Esta droga provoca euforia, distorções visuais e sensitivas, desorientação, náuseas e tremores.
Pode também causar o que os consumidores chamam de “bad trip” (má viagem), e/ou “flashbacks”.
M
“Má viagem” (em inglês: bad trip): no calão dos utilizadores de SPA, um efeito adverso do seu uso, o qual
consiste em qualquer dos seguintes sintomas: sensação de perda de controlo, distorções da imagem corporal,
alucinações bizarras e apavorantes, medo de enlouquecer ou de morrer, desespero e ideação suicida. Embora
as reacções adversas deste tipo estejam habitualmente associadas ao uso de alucinogéneos, podem também
ser causadas pelo uso de anfetaminas e outros estimulantes psicomotores, anticolinérgicos, anti-histamínicos e
sedativos/hipnóticos.
Metadona: droga opiácea sintética usada na terapia dos dependentes de opióides. É administrada oralmente
sob supervisão terapêutica.
N
Neuroléptico: uma classe de fármacos utilizados no tratamento de psicoses agudas e crónicas.
Nicotina: principal substância psicoactiva do tabaco. Pode ser inalada do fumo do tabaco ou como tabaco de
mascar, rapé ou goma de mascar. A nicotina é rapidamente absorvida através dos pulmões e chega ao
cérebro em segundos. Devido ao seu rápido metabolismo, os níveis cerebrais de nicotina caem rapidamente e
o fumador sente um desejo intenso (craving) de mais um cigarro, 30-45 minutos depois de fumar o último.
Sente ainda, irritabilidade, ansiedade, raiva, dificuldade de concentração, aumento do apetite, diminuição da
frequência cardíaca e, por vezes, dor de cabeça e perturbações do sono. O uso prolongado do tabaco pode
resultar em diversos cancros, em doenças cardiovasculares, em bronquite crónica, em enfisema pulmonar,
doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e outros transtornos físicos.
O
Objectivos da Prevenção: segundo Ammerman et al. 1999; Martin 1995; Paglia e Pandina 1999 - atrasar a
idade de início do consumo de drogas; limitar o número e tipo de substâncias utilizadas; evitar a transição entre
a experiência de substâncias e o abuso e a dependência das mesmas; diminuir as consequências negativas do
consumo naqueles indivíduos que consomem drogas ou que têm problemas de abuso e dependência das
mesmas; educar os indivíduos para que sejam capazes de manter uma relação adulta e responsável com as
drogas; potenciar os factores de protecção e diminuir os de risco para o consumo de drogas; modificar as
condições do ambiente sócio-cultural e proporcionar alternativas de vida saudável.
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT): agência da União Europeia, criada em
1993 e sediada em Lisboa, é a mais completa fonte de informação sobre a droga e a toxicodependência na
Europa. O OEDT recolhe, analisa e difunde informações objectivas, fiáveis e comparáveis sobre a droga e a
toxicodependência. Deste modo, fornece um panorama fundamentado do fenómeno da droga a nível europeu.
Opiáceo: substância psicoactiva derivada da papoila (Papaver somniferum) que produz analgesia, euforia e,
em doses mais elevadas, estupor, coma e depressão respiratória. O termo opiáceo não abrange os opióides
sintéticos.
Opióide: termo genérico aplicado a alcalóides da papoila (Papaver somniferum), aos seus análogos sintéticos
e compostos sintetizados pelo organismo. O síndrome de abstinência caracteriza-se por uma necessidade
imperiosa (craving) da droga, ansiedade, disforia, sudorese, piloereção (arrepios), lacrimejo, rinorréia, insónia,
náuseas ou vómitos, diarreia, caimbras, dores musculares e febre.
Overdose: o uso de qualquer droga em doses elevadas, as quais provocam efeitos físicos e mentais
indesejáveis, mais ou menos imediatos. A overdose pode provocar efeitos transitórios, duradouros ou a morte.
P
Prevenção das Toxicodependências: segundo Martin (1995), “processo activo de implementação de
iniciativas tendentes a modificar e a melhorar a formação integral e a qualidade de vida dos indivíduos,
fomentando o autocontrolo individual e a resistência colectiva face à oferta de drogas”.
Prevenção Indicada: segundo Gordon (1987), dirige-se a indivíduos com comportamentos de risco que
apresentam problemas familiares, escolares e de relacionamento ao nível do grupo de pares, ou seja
considerados de grupo de alto risco. O objectivo dos programas de prevenção indicada é a redução dos
primeiros consumos, da duração e dos comportamentos de risco e o atraso no início do abuso e da intensidade
do consumo de substâncias.
Prevenção Primária: segundo Caplan (1964), são propostas de acção que surgem antes das pessoas
estabelecerem contacto com as drogas. Tem como objectivo, proteger a saúde com a finalidade de evitar o
aparecimento de um problema relacionado com o consumo de substâncias psicoactivas. As estratégias
utilizadas a partir desta perspectiva baseiam-se especialmente em actividades de promoção geral, sem
prescindir, em determinados casos, de uma intervenção específica sobre a temática das drogas.
Prevenção Secundária: segundo Caplan (1964), as acções a este nível dirigem-se a grupos ou indivíduos de
quem se sabe já terem contacto com o consumo de substâncias psicoactivas. Apresenta como objectivo, tentar
que não apareçam adições ou consumos problemáticos. É importante estabelecer a diferença entre a
população-alvo destas acções: pode acontecer ser contra-preventivo desenvolver uma acção de prevenção
secundária com grupos que nunca contactaram com as substâncias psicoactivas e ineficaz, se realizarmos
uma acção de nível primário sobre um grupo já consumidor das mesmas.
Prevenção Selectiva: segundo Gordon (1987), dirige-se a subgrupos da população geral que estão em risco
de consumirem substâncias, independentemente do risco individual – por exemplo: filhos de pais alcoólicos,
indivíduos em situação de abandono escolar ou com insucesso escolar.
Prevenção Terciária: segundo Caplan (1964), relaciona-se com o tratamento e a reabilitação das pessoas
cujo consumo de substâncias gerou todo um conjunto de problemas inerentes à toxicodependência. O
objectivo passa por reduzir as consequências adversas associadas ao consumo de substâncias psicoactivas e
impedir o agravamento do problema.
Prevenção Universal: segundo Gordon (1987), dirigida à população em geral. Tem como objectivo prevenir
ou retardar o uso e o abuso de drogas lícitas e ilícitas. Todas as pessoas da população partilham o mesmo
risco geral em relação ao abuso de substâncias, apesar do nível do risco variar entre os indivíduos.
R
Redução da procura: termo utilizado para definir um conjunto de políticas e programas que visam reduzir nos
consumidores, o desejo de obter e consumir substâncias psicoactivas (SPA).
S
Síndrome de abstinência: conjunto de sintomas físicos e/ou psicológicos desagradáveis, manifestados nos
indivíduos que suspendem bruscamente o consumo de substâncias psicoactivas (SPA).
Substâncias Psicoactivas (SPA): ver Droga.
T
Tabaco: planta da qual é extraída a nicotina, principal substância do tabaco. Possui alto poder aditivo,
prejudica a digestão, causa taquicardia, da pressão arterial e da frequência respiratória e provoca tremores,
insónia, náusea, diarreia, vómitos, cefaleia, tontura, fraqueza, dor no peito e sérios danos ao sistema
respiratório, pode ocasionar doenças como pneumonia, enfisema pulmonar e infecção das vias respiratórias. O
tabaco apresenta ainda várias substâncias que podem causar cancro em diversas partes do corpo, como boca,
esófago, laringe, pulmão, rins, pâncreas e bexiga. O fumo do cigarro pode contribuir para o surgimento de
cancro e doenças respiratórias até mesmo em pessoas que não fumam, mas convivem com fumadores. A
maioria dos fumadores começa a fumar durante a adolescência. Além da nicotina, o cigarro contém um grande
número de substâncias tóxicas, como o alcatrão e o monóxido de carbono.
THC: Tetrahidrocannabinol. Ver cannabis.
Tolerância: capacidade do corpo para se adaptar aos efeitos de uma substância psicoactiva, ou seja, o
consumidor frequente necessita de doses mais elevadas da substância para alcançar os efeitos originalmente
produzidos por doses mais baixas.
Tranquilizantes: são drogas comercializadas legalmente para o tratamento da ansiedade, espasmos
musculares e para provocar o sono. Estas substâncias causam acentuada dependência física e os
consumidores desenvolvem um nível elevado de tolerância. O uso crónico pode ocasionar intoxicação e, como
consequência disso, graves efeitos colaterais.
Toxicodependente: indivíduo dependente de uma ou mais substâncias psicoactivas.
Bibliografia:
·
Alonso Sanz, C., Salvador Llivina, T., Suelves Joanxich, J.M., Jiménez Garcia-Pascual, R., Martinez Higueras;
I. (2004). Glosario Sobre Prevención Del Abuso de Drogas.Centro de Estudios sobre Promoción de la Salud.
·
Organização Mundial de Saúde. (1994). Glossário de Álcool e Drogas. (Bertolote, J. M.). Brasília. Secretaria
Nacional Antidrogas.
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