Japão Características gerais O Japão é um país asiático localizado no Extremo Oriente, a parte mais a leste da Ásia. Ele ocupa um arquipélago no "círculo de fogo" do oceano Pacífico, área onde há o encontro de placas tectônicas. Isso explica a existência de vários vulcões em atividade nesse território, além da freqüência de maremotos e terremotos. O terremoto mais violento ocorreu em 1923 e atingiu Tóquio, matando cerca de 140 mil pessoas. Com uma área de aproximadamente 377 800 km', o pais é formado por cerca de 4 mil ilhas. As quatro maiores e mais importantes dessas ilhas correspondem a 97% do território japonês. São elas: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kiushu. Nesse espaço relativamente reduzido (pouco maior que o estado de São Paulo), com amplas extensões de relevo montanhoso (cerca de 80% da área total), vive uma população estimada em 128 085 milhões de habitantes. Por isso a densidade demográfica média do país é muito elevada: 339 habitantes por quilômetro quadrado. As montanhas das ilhas Honshu, Shikoku e Kiushu exibem uma vasta vegetação subtropical. A ilha de Hokkaido é coberta por taiga. Essas condições permitiram uma intensa utilização da madeira, inclusive para a construção de embarcações. Economia e industrialização As atividades econômicas mais importantes estão concentradas nas quatro ilhas principais. Para encurtar a distância entre elas, a engenharia japonesa construiu túneis e pontes para interligá-Ias. Embora a maior parte do território japonês apresente relevo montanhoso, sua cultura mais característica e tradicional é a de arroz (rizicultura). Mas há muito tempo o país também se dedica à pesca, explorada por grandes e pequenas empresas. Além disso, o grande consumo interno de legumes e frutas fez o Japão desenvolver aprimoradas técnicas de cultivo. Ao contrário de outras potências econômicas mundiais, o Japão não possui importantes reservas minerais. Isso o leva a importar praticamente todo o petróleo que consome, além de 92% do ferro, 93% do manganês e 83% do cobre utilizados por suas indústrias. Apesar disso, o país é superindustrializado - é a segunda economia do mundo, atrás apenas da norte-americana – e apresenta um grande desenvolvimento tecnológico. O extraordinário desenvolvimento industrial No início do século XIX o Japão ainda apresentava uma estrutura feudal e agrícola. Até a metade do século XIX a rizicultura era sua principal atividade econômica. Politicamente o país mantinha-se isolado, opondo-se a qualquer aproximação com a civilização ocidental. Essa situação começou a mudar em 1853, quando os Estados Unidos conseguiram firmar um tratado com o governo japonês autorizando que navios norte-americanos atracassem em portos do Japão. Esse fato estimulou o comércio entre os dois países. Para acompanhar o desenvolvimento tecnológico do mundo ocidental, o governo japonês começou a investir na implantação de estabelecimentos industriais em todos os setores. A economia japonesa foi a que mais cresceu no mundo na segunda metade do século XX. De 1955 a 1973 o Japão apresentou um extraordinário crescimento da produção industrial, com níveis acima dos obtidos na Europa ocidental e nos Estados Unidos. Nesse período, sua taxa média de crescimento anual foi de 13,2%. Um dos traços característicos dessa fase foi o crescimento das indústrias de base e química, que exigem muito capital e determinam o desenvolvimento de novas tecnologias. Nesse sentido, destacaram-se a siderurgia e a petroquímica, além da química fina. Em 1970 as indústrias de base e química possuíam 28,4% das fábricas, absorviam 49,6% dos trabalhadores e contribuíam com 62,3% da produção nacional. Uma conseqüência negativa desse rápido crescimento foi a poluição do meio ambiente. A partir de 1970, a situação altamente favorável do país começou a mudar devido a problemas como: A desvalorização do dólar, em 1971, e a subida do iene (moeda japonesa), que provocaram a alta dos preços no mercado interno; O grande aumento do preço do barril de petróleo, que passou a pesar na balança comercial do Japão, país importador do produto; Movimentos de contestação interna contra os efeitos sociais e ecológicos do crescimento, como a poluição do meio ambiente, a degradação da cultura japonesa, o congestionamento das cidades e a especulação imobiliária (que elevou o preço dos imóveis urbanos e agravou o problema de moradia para os trabalhadores). Avanço tecnológico Diante desses problemas, o Japão precisou reavaliar sua política de desenvolvimento econômico. Os resultados só se fizeram sentir a partir da década de 1980, com a Implantação de novos estabelecimentos industriais e a ampliação dos existentes fora das áreas de maior concentração: nas zonas litorâneas, entre as baías de Tóquio, Isé e Osaka e o mar Interior (localizado entre o sudoeste da ilha de Honshu e as ilhas de Shikoku e Kiushu). A região de Tóquio, a mais industrializada, é responsável por um terço da produção total do Japão. Nela se desenvolvem todos os tipos de atividade industrial, mas a indústria mecânica sobressai. A região de Osaka, primeira a se industrializar no país, também se destaca pela indústria mecânica. Já a região de Nagoya apresenta uma Industrialização diversificada. O esgotamento do "modelo japonês" O "modelo japonês" de desenvolvimento, tão bem-sucedido dos anos 1950 até inicio dos anos 1990, parece ter se esgotado. Ele precisa de reformas urgentes para que o país volte a crescer. Uma primeira mudança na economia japonesa seria deixar de ser essencialmente destinada ao mercado externo (para exportação) e voltar- se para o mercado interno. Talvez assim o Japão assuma de fato, no século XXI, um papel de grande potência mundial. O espaço urbano japonês e a megalópole mais populosa do mundo Tóquio, Osaka e Nagoya, além de constituírem os maiores centros industriais do país, são suas principais metrópoles. Tóquio, cuja área metropolitana concentra uma população superior a 20 milhões de habitantes, é a capital política, econômica e cultural do Japão. As intensas relações políticas, econômicas e culturais entre as três grandes metrópoles constituíram uma verdadeira megalópole* no território japonês, a partir da década de 1950. Tokaido, como é conhecida, concentra atualmente mais de 60% da população japonesa. É,sem dúvida, a maior concentração urbana do mundo contemporâneo, com uma densidade demográfica superiora 500 habitantes por quilômetro quadrado. Um aspecto urbano decorrente da própria limitação do território é a atual arquitetura japonesa. Novas e avançadas tecnologias foram criadas para viabilizar a construção de arranha-céus (o que antes não era possível dada a ocorrência de terremotos), além de galerias subterrâneas que estendem a vida econômica abaixo da superfície das grandes cidades. Nas metrópoles há verdadeiras redes dessas galerias, o que leva a supor que Tokaido está atingindo o limite de sua expansão. ATIVIDADES 1.Caracterize o meio natural do Japão. 2. Cite as principais características da economia japonesa no período de 1955 a 1973. 3. Porque motivos a situação econômica altamente favorável do Japão começou a mudar, a partir de 1970? 4. Qual a principal reforma a ser feita em relação ao já esgotado "modelo japonês" para que a economia do Japão volte a crescer e assuma um papel de grande potência mundial? 5. Explique a formação da megalópole mais populosa do mundo e dê suas principais características. 6. Explique a relação existente entre a limitação do território japonês e sua atual arquitetura.